Avatar - O sequestro escrita por João Gabriel


Capítulo 5
Capítulo V - O sequestro


Notas iniciais do capítulo

Está acabando



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Na noite anterior ao grande encontro das autoridades, eu, Toph, Aang, Sokka, e até mesmo Katara que se ofereceu para reforçar a segurança e nos ajudar com a vigília que começaria logo pela manhã. Começamos a tarde definindo que Aang ficaria responsável por cuidar dos dos dirigíveis que entrariam em Cidade República. Sokka tomaria conta junto com Lin Beifong do controle do público, enquanto ele ficaria de olho na Estação, ela iria ficar responsável pela chegada no conselho. Os agentes estariam espalhados entre a população. Durante a cerimônia, O irmão da Katara poderia se reunir com o chefe da Tribo da Água e se dirigir a sede do Conselho.

Katara tinha relutado em ficar na equipe que controlaria os Portos para evitar problemas na chegada dos navios vindo dos polos. era o único lugar que não teria separação do publico, portanto a esposa do Avatar teria a sua disposição mais guardas para abrir caminho para o Chefe. Já que a multidão pode ser um esconderijo depois do ato de sequestro, aquele setor também teria homens disfarçados.

Katara estava sempre junto de Aang, vestindo o tradicional roupão azul de peles. Por incrível que pareça, aquela noite estava fazendo frio. Havia sido a última a chegar, estava com as bochechas coradas pela baixa temperatura, mas logo procurou os braços de Aang para se aquecer. Eu olhei para Toph e imaginei se um dia me daria um abraço daquele.

Toph abriu mão de participar da cerimônia, mesmo sendo um membro importante do time Avatar, o dever de prestar a segurança falou mais alto. Decidiu que colocaria uma equipe nas saídas da cidade e acompanharia a comissão do senhor do Fogo Zuko junto com Aang. Eu então faria parte da comissão da Rainha da Terra, já que a minha relação com o comandante do Dai Li não era tão desgastada quanto da Beifong, a realeza chegava por estrada e teria um veículo esperando por ela. Dispensaria Lin, pensei.

Varamos a noite repassando todos os planos, posicionando as pecinhas de metal sobre o mapa que havia estendido na minha mesa. Eu estava ao lado de Toph quando ela bateu em Sokka por nomear sua função naquele plano.

–- Eu vou ser a sombra, estarei no meio do povo, sem que percebam como uma sombra - olhava para o alto fixo e não viu a mão pesada de Toph acertar suas costas.

–- Pelo ar então que é por onde os dirigíveis da Nação do Fogo virão, eu recomendo o pouso direto na sede do Conselho, Toph os aguardará lá, talvez sejam os que menos tem riscos - explicava Aang. Que se prontificou de enviar uma mensagem ao Senhor do Fogo avisando do plano.

–- Vocês não acham estranho? Aquela mulher que prendemos disse que o objetivo do sequestro é você - perguntei a Aang que não hesitou em responder.

–- Não se preocupe comigo, terei cuidado - falou e olhou para Katara - Cuide do pessoal da sua Tribo e não precisa ficar pensando em mim.

–- Olha vocês dois! Tem como diminuir essa melação - Toph estava cansada, por duas vezes tinha passado a mão na nuca.

Com o passar das horas, alguns foram se despedindo até que eu e a chefe ficássemos na sala para deixar as ordens e os nomes das equipes que fariam parte do plano. Enquanto eu escrevia, Toph ficou na janela, seu olhos fitavam a lua talvez imaginando como deveria ser a cor prata iluminava a Cidade. Desde que começamos a reunião, não dirigiu a palavra diretamente a mim. Eu sentia que ela precisava desabafar, parecia estar entalada com palavras.

Quando terminei o último documento, deixei em uma pasta de serviço, para que logo cedo Parrak distribuísse entre os responsáveis. Voltei me para Toph, que estava debruçada sobre o parapeito com as franjas dançando no ritmo da brisa leve. Me aproximei, ela virou a cabeça, mas não falou nada.

Com um click, destravei as pesadas ombreiras do uniforme de policia, coloquei as na mesa e os metais fizeram um barulho alto. Com a dobra de metal, desprendi o torso daquela roupa. Ela usava uma fina camisa verde por baixo.

–- Tira as mãos de mim - falou num sussurro.

Juntei minhas mãos, esfreguei para esquenta-las e as pousei sobre os músculos rígidos na base do pescoço. Deixei minhas mãos trabalharem por contra própria, pressionava e puxava, deslizava sobre a pele fina e clara daquela mulher durona que não parecia ter forças para brigar comigo.

Desci mais as mãos e comecei a fazer movimentos circulares nas costas, próximas a coluna com a palma da mão, Toph balançava a cabeça de um lado para o outro. Repetia os movimentos, alternando entre o pescoço, nuca e costas. Parecia estar funcionando. Enfim estava relaxando e se livrando daquela tensão de ser a chefe Beifong.

Sentia seu cheiro, nunca estive tão perto, nunca a vi tão vulnerável. Quando percebi eu estava nervoso, apesar de manter as mãos firmes na massagem que lhe arrancava baixos gemidos. Minha mente não parava de pensar na vontade de beijá-la. Como queria tocar aqueles lábios pequenos, naquela boca que era usada para proferir palavras grosseiras e ordenar serviços.

Beijei o ombro, depois dei uma mordida de leve. Arrepiou.

–- Se você fizer isso outra vez, te mato - a voz dela não tinha forças.

Beijos do ombro até a nuca, depois seu pescoço, minhas mãos acariciavam o rosto. Uma mordiscada no pé da orelha. Sussurrei:

–- Você é fraca.

Passei as mãos pela cintura, senti a pele dela arrepiar. Levantei aos poucos a camisa fina, de seda. Ajoelhei e comecei a beijar toda a extensão de suas costas, quando cheguei na metade, senti as pequenas mãos dela me afastar.

Me pus de pé, ela se virou. Os olhos dela estavam fechados, suas bochechas coradas. Eu a puxei pela cintura e a beijei. Toph correspondeu, nos beijamos por longos minutos. Aquele momento nunca mais ia se repetir, pensei. Estava realizado.

De manha cedo, apesar do vento fresco, a temperatura tinha aumentado. Vi as barricadas e cavaletes que a policia posicionou para controlar o público. Também avistei os Satomóveis escuros, furgões sem identificação e logo imaginei que fossem de Yakone. Os homens dele fizeram parte uma vigilância minuciosa na noite passada. As rotas de fuga traçadas por Lin há uns dias, e que a guarda vigiaria hoje chegavam a ser inocentes perto das inúmeras formas que um mafioso poderia escapar com uma vitima.

Quando cheguei em casa tinha um relatório assinado pelo “Seu Alvo” com as rotas e onde os homens dele estariam posicionados se alguma coisa saísse do controle. Yakone possuía dobradores de Terra, Água e Fogo a disposição. A quantidade de carros e policiais comprados me preocupava também, mas apesar de toda a desconfiança, nenhuma prova concreta poderia colocar aquele velho na cadeia.

Enquanto dirigia para o meu posto, na entrada da cidade, podia sentir o gosto do beijo de Toph. Intenso. Fechava os olhos, mesmo numa piscada conseguia me lembrar de cada detalhe, dos abraços, do cheiro dela. Sorri. Será que ela pensaria assim? Minha outra dúvida que mesmo depois de tudo aconteceu, ainda percebi que tinha uma aura pesada sobre ela. Voltei a me concentrar na estrada, o meu plano tinha que ser executado com perfeição cirúrgica.

_ Porto de Cidade República “Olhos no Porto”

Uma armada de 50 navios atracou no Porto, o chefe da Tribo da Água se arrependeu de usar a capa de pele, pois suava muito e ficou sem jeito nas fotos que a imprensa tirava. Era um homem alto, apesar da idade, ainda mantinha postura ereta. Os soldados da Tribo, juntamente com os oficiais abriram caminho pela multidão, maioria imigrantes da agua, dobradores que prestavam sua reverência ao grande líder. Katara o acompanhava de perto. No entanto, um susto interrompeu aquela comitiva.

Cada encouraçado da Marinha da Água tinha uma torre para vigilância, a altura permitia que os olhos atentos pudessem enxergar a longas distâncias. Foi dessas torres que um alerta foi emitido. O general que caminhava ao lado de Katara deu ordens para retirar o Chefe do lugar.

–- Foi avistado um movimento suspeito vindo na multidão, são homens encapuzados! - gritou um dos imediatos.

A polícia começou a conter a agitação da multidão, mas foi sem sucesso, uma correria generalizada se formou depois que bolas de fogo começaram a ser atiradas em direção ao barco. Katara se enfureceu, com a ajuda dos homens de Beifong, o grupo foi contido, mas fugiram. Tudo aquilo atrasou a equipe.

__ Na Estação Central “esperanças na Estação”

A Estação Central estava funcionando normalmente, Sokka inteligentemente colocou homens para fiscalizar o embarque e desembarque a procura de suspeitos. Enquanto posicionou outros para controlar o número de carros da movimentada avenida que passava ali na frente. Sokka apesar de ter o rosto conhecido, teve pouca fama, ficou desapontado, mas era pelo bem da missão. Vestia roupas simples, uma camisa de manga comprida e calças azuis. Sabia que os agentes disfarçados tinham uma pulseira grossa prateada.

No começo parecia excitante, Sokka chegou a ver o Capitão Yan passar de carro pelos cavaletes sentido saída da Cidade. Estava orgulhoso de fazer parte daquilo. No entanto, nada de ruim aconteceu, as pessoas continuavam a passar, muitas cheias de malas rumando para longas viagens. A estatua de Zuko fazia uma sombra que salvou inumeras pessoas do calor enquanto tomavam sorvete, ou chá gelado vendidos na porta principal.

A preocupação começou quando ouviu os cochichos sobre o incidente no Porto, logo lembrou de Katara.

–- Ela vai conseguir se sair bem, sempre consegue - pensou.

De repente, um ruido de motor acelerando vinha pela avenida principal. Era uma perseguição, logo Sokka pediu para que os homens da polícia fizessem uma barreira com cavaletes para fechar a via e encurralar o fugitivo. O responsável pelos guardas era um senhor que estava se aposentando, era respeitado pela sua lealdade, nunca levou advertência. Fez questão de contar tudo para ele no caminho para Estação. O velho ficou do outro lado da rua dentro da viatura com um binóculo.

Quando ouviu a correria e os sons de sirene, saiu e foi em direção a Sokka.

–- Já posicionou a guarda na rua? Muito bem, vamos ver os caras serem pegos - tinha a voz rouca e cansada.

Quando se aproximaram, viram três furgões da polícia, um estava vazio e aberto.

–- O que aconteceu? Pegamos os caras? - Sokka perguntou olhando para a viatura vazia. - Espera, não eram fugitivos - sem tempo para terminar as palavras, o velho lançou duas tiras de metal nas pernas de Sokka. Outro encobriu a cabeça e jogaram dentro da viatura.

__Sede do Conselho, telhado. “para matar a saudades de quem está nos Céus”

Aang e Toph estavam preocupados, os rumores que de o incidente do Porto tinha acabado não acalmaram os dois. Toph parecia pensativa, não quis conversar com o Avatar. Estava envergonhada, ao mesmo tempo sentia o que poderia estar acontecendo. Preferiu o silêncio que só foi interrompido pelos sons graves dos motores que vinham do céus. Os balões vermelhos carregando longas cabines de metal que outrora eram as armas mais poderosas da Nação do Fogo, hoje transportavam os mais nobres originários das ilhas de Fogo.

O pouso foi tranquilo, eram três naves, uma aterrissou enquanto as duas permaneciam flutuando. Haviam homens posicionados em todas as naves. Conforme disse Yan, era a parte mais tranquila do plano. Toph angustiava de lembrar daquelas palavras. Mas também lembrava da noite que passaram, teria admitido que gostou, mas o orgulho não permitia.

–- Senhor do Fogo, e princesa, quanto tempo, não? - disse Aang cordialmente.

–- Olá Aang - respondeu Zuko, a princesa Azumi só fez a reverência.

Todos desceram enquanto as naves tomavam outro rumo, desceram as longas escadarias até chegaram no salão principal da sede do Conselho. Os bancos e o púlpito saíram e deram lugar a um espaço decorado, uma mesa de comidas típicas, bebidas para serem servidas a vontade. Uma outra grande mesa se estendia pelo centro onde os lugares eram demarcados para os grandes líderes.

Aang se encontrou com Katara, se abraçaram e se beijaram. Ela contou sobre o incidente, Toph ouviu e engoliu seco. Logo, notou a falta de Sokka. Começou a pensar rapidamente. O chefe da Tribo que seria o último chegou, onde estaria a Rainha da Terra?

–- Aang, Katara, onde está o Sokka e a Rainha da Terra? Onde está o capitão Yan? - Toph estava aflita.

No momento, Lin Beifong entra no salão e se dirige a Chefe. O silêncio se fez presente após o estrondo que as grandes portas fizeram para anunciar a chegada da jovem policial.

–- A rainha da Terra é a vitima do sequestro - Lin tinha o mesmo timbre de sua mãe.

Todos se entreolharam.

__

A Rainha da terra tinha o ar de soberania que chegava incomodar. Reclamou do meu modo de dirigir, afirmou que as roupas do Dai Li eram mais adequadas para oficiais que se encontravam com nobres.

Vim pensando em Toph e naquele beijo, naquele corpo.

Dentro do Satomóvel alongado, feito especialmente para carregar a Rainha da Terra como presente do senhor Sato, dono das empresas homônimas. Ao meu lado estava o comandante do Dai Li, que vislumbrava a paisagem de Cidade República. Prédios altos, ruas asfaltadas, eram como se Bah Sing Se tivesse parado no tempo. Tudo aquilo era assimilado pelos olhares admirados dos outros agentes que estavam sentados com a Rainha no banco de trás. Quatro no total.

A demora no trajeto passou a incomodar a Rainha. A Cidade se estendia por quilômetros e nada de chegar ao ponto de encontro. Eu queria que ela perdesse o controle, os agentes teriam que tomar uma atitude e em breve o plano entrava em seus últimos passos. Para que não desconfiassem pisava fundo. Os bancos de veludo deixaram a viagem mais confortável para todos, até que nós fomos surpreendidos por dois outros veículos escuros que fecharam a pista.

–- Eu vou até lá, não se preocupe senhor comandante - falei.

–- Seja rápido, é horrível para uma Rainha chegar tão atrasada assim - a voz dela era enjoativa, queria poder anestesia-la.

Fui em direção aos homens que aguardavam fora do carro, estavam de capa escura, de couro. Como estavam descalços, suspeitei que fossem dobradores de terra. Os homens eram altos, haviam dois em um carro e quatro no outro.

–- Então, o que faremos? - perguntei já sabendo da resposta.

Os quatro do outro carro saíram em direção ao veículo onde estava a Rainha. O general olhou me pelo para-brisas e percebeu o perigo. Antes que pudesse fazer alguma coisa, coloquei o braço esquerdo esticado e fiz um movimento para direita, criando uma formação rochosa que segurou a porta onde o general estava. Depois, uma sequência de movimentos me fez levantar uma pedra e arremessa - lá contra o vidro. Dava para ouvir o grito de sua majestade.

Os outros homens deram conta dos agentes rapidamente. Depois, retiramos a mulher do carro e com um bloqueio de chi realizado por um dos capangas ela finalmente se calou. Colocamos no nosso satomóvel e saímos na direção oposta, onde montamos a guarda para recepcionar a comitiva da rainha.

Tinha desfeito o penteado e coloquei um óculos, e pedi para os homens cumprirem o acordo e se disfarçarem. Passar pela comitiva foi fácil, um dos criminosos apresentou uma documentação e seguimos viagem. O plano estava quase concluído.


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Notas finais do capítulo

Tudo no improviso.