Avatar - O sequestro escrita por João Gabriel


Capítulo 2
Capítulo II - A informação


Notas iniciais do capítulo

E segue a fic!



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Dirigia em alta velocidade, não queria perder tempo ou ser visto tendo esse tipo de encontro, mas a ocasião me fez esquecer de tomar alguns dos devidos cuidados. Acelerava pelas largas avenidas que guiavam os moradores de Cidade República para as zonas residenciais, de trabalho, para o Porto e para a monumental Estação Central; da corporação até lá na velocidade que eu dirigia, gastaria poucos minutos.

Encostei a viatura na área reservada e corri para entrada principal, que estava repleta de gente, muitas se recostavam na base da estátua do Senhor do Fogo Zuko, uma fonte de sombra ideal para um dia como esse. As chamas que queimavam nas mãos acinzentadas da estátua pareciam estar adorando aquele clima. Haviam funcionários da Estação que regavam as plantas, em canteiros retangulares, que decoravam a grande calçada que dividia a entrada da avenida.

Dentro do colossal prédio, o barulho de vozes misturando com o apito dos trens era ensurdecedor, o vapor deixava o clima mais infernal que a parte externa. Outra vez tive que enxugar a testa das gotas de suor que meu corpo expelia. Gostava do calor, mas em condições em que eu poderia relaxar, aproveitar o sol e o vento fresco em algum lugar longe dessa agitação. Olhei as placas indicando os destinos, plataformas e tive vontade de partir para Omashu, ou então passar uns dias na ilha Kyoshi.

Esbarrei em dois ou mais cidadãos até o ponto de encontro, uma pequena loja de chás que ficava no final do corredor térreo, haviam cadeiras confortáveis e as mesas com toalhas redondas verde claras. Sentei na parte de dentro, o balcão era envidraçado, tinham expostos todos os tipos existentes de chás em xícaras pequenas, apenas demostração. A garçonete me reconheceu instantâneamente e logo anotou o pedido, chá preto gelado.

Sentei na cadeira que me permitia a visão total do hall de entrada e dos outros clientes que degustavam suas bebidas aguardando o respectivo trem partir. Geralmente, naquela época, as viagens para interior do reino da Terra eram mais baratas, era notável a quantidade de malas e mochilas com a capacidade superada com utensílios e roupas de viagem.

Minha bebida chegou, dei um gole longo para refrescar a garganta, e quando pousei a xícara novamente a mesa, percebi a entrada de um homem, velho, cabelos grisalhos com entradas na testa que indicavam o avanço da idade. Seus olhos azuis me fitava desde que adentrou ao recinto. Estava usando um colete azul escuro por cima de uma camisa de mangas longas em outro tom azulado, mais claro. Pelo calor, as vestes eram de seda, mas ele não costumava a andar daquele jeito. Sentou se em uma mesa atrás de mim, pediu um chá preto gelado.

–- Capitão Yan, sempre rápido para resolver crimes, mas lento para encontros - a voz era confiante.

–- O que aconteceu com meu antigo apelido, ‘seu alvo’ me fez pensar que era uma admiradora secreta - retruquei.

–- Eu me baseei na última entrevista que você concedeu, dizendo que sou seu alvo mais importante agora - falou. -- Me sinto lisonjeado.

–- O que quer comigo Yakone? - falei baixo, queria ir embora para não levantar suspeitas, tínhamos o rosto conhecido, mas ali, naquela loja eramos dois homens solitários fazendo um intervalo para relaxar.

–- Preciso da sua ajuda, seria desumilde de minha parte agir sozinho - Yakone era o criminoso mais procurado na cidade, um mafioso ardiloso que se livrou de quatro condenações.

–- Já disse que não sirvo para ser seu motorista - queria mais brevidade possível, mas ele gostava de conversar.

–- Tenho informações sobre um sequestro que vai acontecer com alguma autoridade que virá para Cidade República, e não é ninguém desta área, vai vir na comitiva que vai aportar aqui. - começou Yakone. - Não quero ser procurado por coisas que eu não fiz, portanto, fique atento.

–- Alguém quer começar uma guerra fazendo isso e porque não desconfiar de você? - não havia entendido por completo aquela informação.

–- Pense, o Avatar, os líderes sempre são alvos de algum inimigo - Yakone parecia interessado naquele evento.

–- Porque está me passando essa informação?

–- Estou agindo como um cidadão, Yan - terminou o chá e começou a se levantar, quando lembrou: - Posso disponibilizar uns capangas para você ampliar suas buscas, mas eu precisarei de um favor seu, na hora certa pedirei.

Tentei impedi-lo de se levantar, mas para manter a descrição fiquei quieto. Levantei depois dele e fui até o caixa para pagar a bebida, aquela informação me fez perder a sede. Tinham duas pessoas na fila entre eu e Yakone. Na saída, o velho se misturou na multidão e sumiu.

Na minha cabeça aquela situação, um sequestro de alguma autoridade, me fez esquecer por completo o plano de segurança e me concentrar em justificar para Toph que teríamos que abrir uma investigação minuciosa para antecipar uma tragédia, talvez até um começo de uma guerra. Enfureci e apertei as mãos contra o volante do satomóvel policial. Era necessário fazer alguma coisa.

Eu estava fazendo todas as minhas coisas no piloto automático, pois minha mente se concentrava em tentar assimilar porque um sequestro aconteceria na visita dos líderes a Cidade República. A repercussão poderia ser a pior e talvez começasse uma guerra que Aang levou anos para finalizar. Eu tinha que fazer alguma prática.

Descartei enviar ofícios as guardas particulares, porque se houvessem infiltrados, seria inútil qualquer aviso prévio. Agora sim, essa visita tinha haver com o meu serviço, estava investigando e sentia prazer naquilo. Eu precisava juntar algumas peças e correr contra o tempo. Chamei Parrak e lhe entreguei um bilhete enrolado e amarrado, um outro papel continha o endereço da entrega, estava destinado há uma casa de comidas típicas da Tribo da Água, fachada perfeito para alguns negócios ilícitos de Yakone.

“A ver navios, esperanças que chegam na Estação para matar a saudades de quem ainda não está nos Céus

TT ”

Precisava posicionar todo tipo de gente em lugares estratégicos para conseguir informações, o sequestrador precisava conhecer a cidade enquanto planejava agir. Outra certeza é que faria as coisas acontecerem na surdina, porque criar distrações com um policiamento especial não seria inteligente. Outro fator que antecipei ao criminoso foram guardas, os homens do Dai Li que vão acompanhar a rainha da Terra são inflexíveis e agem por conta própria, os soldados da nação do Fogo eram militares disciplinados a ouvirem somente o Senhor do Fogo, nesse caso era só uma reunião para se resolver. Meu problema então eram os Dobradores de Água, afinal de contas, os homens das tribos viriam pelo mar e o desembarque sempre acontece alguma coisa, além dos costumeiros imprevistos e a tradição do Chefe ficar hospedado no mar.


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