Avatar - O sequestro escrita por João Gabriel


Capítulo 1
Capítulo I - Planejamento




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A central de Policia de Cidade República poderia até ser moderna em comparação com alguns prédio da cidade, mas também sabia ser quente em determinadas épocas do ano e o calor parecia assumir conotações homéricas quando tinha muito trabalho a fazer. Segundo a chefe Beifong, eu fiquei incumbido de organizar a segurança para os grandes lideres políticos que se encontrariam na sede do conselho.

Na minha sala, me permiti virar a cadeira para a janela e usar o canto da mesa onde passava uma agradável corrente de ar. Sentei pesadamente, não era minha função ficar posicionando agentes para proteger as autoridades, eu só entrava no caso se acontecesse alguma coisa que precisasse de investigação. Com a mesma rapidez que pensei nisso, já descartei porque não estava no humor de enfrentar a inflexibilidade de Toph Beifong.

A brisa que entrava na minha sala era suficiente para relaxar, a luz do sol da tarde em Cidade República batia diretamente no porta retrato de minhas filhas, Lin e Yachiru, a mais velha levava o mesmo nome da filha da chefe, minha melhor funcionária até agora. O reflexo me incomodava as vistas, mas não me impedia de olhar e imaginar que escolhi o nome para poder lembrar com felicitude da minha rabugenta superior.

Enquanto fazia umas ligações e analisava o mapa de ruas da cidade, que já estava rabiscado com posicionamentos, setas e o traçado da comissão que traria o Chefe da Tribo da Água do Norte, o senhor do Fogo Zuko e sua filha, a princesa Azumi e ao que me consta a senhora do Fogo não se sentiu bem para viajar e a rainha da Terra.

Me concentrei em colocar vigilantes para acompanhá-los desde a entrada de Cidade República, formalizei um oficio e mandei entregar ao encarregado, um senhor muito esperto que executaria da melhor forma a operação que envolveria cerca de 350 homens e mulheres. A agente Lin ficaria a cargo de garantir a segurança pessoal dos conselheiros da Cidade.

–- Capitão Yan… - uma batida na porta antecedeu a entrada do assistente Parrak, um jovem de 20 e poucos anos, baixa estatura e olhos castanhos escondidos atrás de uma franja lisa. -- Tem uma mensagem endereçada ao senhor, posso entrar? - sua voz era baixa, devido a timidez que tinha ao encontrar oficiais superiores.

–- Entra! - disse secamente, não por falta de educação. Foi justamente porque existia uma dúvida que me incomodava a respeito dos guardas que viriam junto as ‘celebridades’, os militares que viriam tinham maneiras próprias de trabalhar e aquilo poderia atrapalhar a operação, esse obstáculo não poderia ser descartado.

Pakkak colocou um papel pequeno próximo ao porta retrato, se despediu e se retirou pisando forte emitindo sons abafados pelo carpete fino que decorava o piso. Naquele momento não dei atenção a mensagem. Anotei no canto do mapa que precisava falar com o representante Sokka do conselho para tirar dúvidas a respeito dos dobradores que viriam com o líder. Também imaginei que o conselheiro inventasse um nome mirabolante para o meu plano de segurança, me irritou só de pensar.

Deixei o mapa de lado, levantei para pegar os pequenos bonequinhos que eu usava para simular o posicionamento. No centro da sala havia uma outra mesa oval, de metal cor de chumbo, de superfície lisa e os pés adornados com entalhes tribais e outros símbolos que minha falta de cultura não permitiu identificar. Com o mapa exposto sobre a mesa, eu espalhei os bonequinhos usando a dobra de metal para visualizar o que havia planejado. Ficou ruim, respirei e amaldiçoei Toph em pensamento.

A brisa não chegava até o centro do meu escritório, uma gota de suor se formou. O vento derrubou o bilhete que Parrak havia me deixado. Abaixei para pegar e antes mesmo de me sentar, a leitura me provocou um frio na espinha.

Capitão, não vai adiantar planejar a segurança se não souber o que tenho para lhe contar. Me encontre na loja de chás na Estação Central, não se atrase.

Seu alvo"

Abri a porta da sala de forma rude, chamei mais atenção que deveria. Enquanto passava pelo corrido ladeado por mesas e cadeiras repletas de processos e arquivos, sendo tratados por funcionários insatisfeitos e estressados, além do calor infernal que não poupava habitante nenhum na Cidade.

–- Capitão! Espero que essa pressa seja para entregar o relatório sobre a segurança dos nossos convidados - A voz arrogante e imponente de Toph Beifong preenchia todo o departamento.

–- Não é não, estou com pressa para lhe comprar sapatos! - respondi.

Se fosse qualquer outro oficial nessa situação, a exoneração era iminente, no entanto eu gozava de certo privilégio por méritos próprios. Não queria virar e ouvir a resposta mal criada, sairia o mais rápido possível, porém a vontade de olhá-la com raiva me excitava.

Era raro vê-la com o coque desfeito, os cabelos soltos sobre os olhos verdes esbranquiçados pela cegueira. A pele estava avermelhada por causa do calor, também pela falta de paciência. Vestia o uniforme com o distintivo de ouro da corporação que ela mesmo fundou. Se ela pudesse me ver, olhar nos meus olhos veria que a desejava, porém só escutava minhas palavras ríspidas e grosseiras.

–- Olha aqui, seu … - interrompi porque realmente estava com pressa.

–- Você não vê que estou pressa, até logo chefe Beifong - sobrepus a voz e causei um silencio dentro daquela sala.

Eu usava o verbo 'ver' sempre que conversava com ela só pelo prazer de vê-la se irritar, certa vez me preocupei se havia passado dos limites, porém não queria demonstrar essa afetividade. Enquanto descia em direção a viatura, voltei meus pensamentos para o que iria tomar conhecimento na estação. Respirei fundo. O evento era daqui três semanas e foi marcado as pressas por desorganização do Avatar Aang que intermediou a conversa com os visitantes e demorou para nos avisar, a Toph tem razão sempre que o critica, porém é de admirar a amizade de ambos, só mesmo alguém com sanidade do último dos monges do Ar pode aguentar longas viagens com aquela mulher impertinente.


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Notas finais do capítulo

E ai?