The Bastard Heir escrita por Soo Na Rae, Lady Ravena


Capítulo 44
Capítulo 36 - Sentimentos.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Aqui mais um capítulo, perdoem-me pela demora, mas aqui está. Nossa, feito na pressa, porém é isso.
A vencedora da votação da matéria, foi a rainha Beatriz, então ela em meu próximo capítulo, irá ganhar uma matéria especial.
Por falar no site, ele está com cara nova gente. Que tal dar uma conferida?

http://thebastardheir.blogspot.com.br/

Espero que gostem, do site e do capítulo que trago para vocês. Beijos.



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Capítulo 36.

Sentimentos.

“A beleza não está na cara; a beleza é uma luz no coração”. – Khalil Gibran

Julie Fowlis - Mo Ghruagach Dhonn

 

O sol raiava sobre o campo, as flores das mais diversas cores pareciam mais brilhantes e com tonalidades intensas. Os pássaros voavam ao mesmo tempo em que cantarolavam alegremente, o vento soprava suavemente sobre o rosto dos dois jovens que caminhavam pela grama segurando o cabresto de seus respectivos corcéis, eles sorriam e conversavam naturalmente. Como pedido de Hannelore, sua guarda ficou há alguns metros de distância.

Os pés de Alberich conheciam aquela trilha, a cada passo que dava, o rapaz se recordava mais do lugar onde costumava passear muito quando menor juntamente de sua mãe, por isso ele estava sendo praticamente o guia da sua acompanhante. Após vários minutos de caminhada, o conde e a princesa resolveram cessar o passo e descansar em uma área ali perto, por entre um conjunto de árvores frutíferas e floridas, onde um minúsculo córrego fluía até a lagoa cristalina. Na margem da água, havia uma enorme rocha que aflorava ao chão, delicadamente desgastada.

— Este lugar é realmente encantador — afirmou Hannelore, passando as mãos sobre as pequenas flores ao seu redor.

— Parece sagrado.

— Realmente — a jovem concordou, antes de focar sua atenção na lagoa, nas águas correntes e naquele tranquilizante som natural, o que a fez fechar seus olhos por alguns instantes.

— Fico imaginando como deveria ser quando os dois reinos eram apenas a região de Rhein, bem antes de nós, esses lugares deveriam ser muito frequentados para os rituais das tribos.

— Antes do Reino de Baden Worms? — a princesa perguntou curiosa, abrindo seus olhos.

— Sim, antes tudo isso era uma terra que pertencia aos rheians, mas eles viveram em uma época onde a fé cristã estava em expansão pela Europa, por isso a cultura deles foi praticamente aniquilada.

— Parece besteira, mas conheço pouco essa história — admitiu Hannelore, um pouco envergonhada.

— Não conheces a história de teu próprio reino?  — perguntou Alberich, um pouco indignado.

— Um pouco, a corte não parece muito interessada, talvez pelo fato de que nessa época os dois reinos eram apenas um. Hoje são separados e vivem em discórdia.

— Exatamente por isso, seria algo muito bom que a corte se lembrasse de que antigamente os dois reinos eram irmãos, unidos, apenas um... — o rapaz calou-se imediatamente, pois sua voz começara a tomar um tom mais forte, como se estivesse revoltado e esquecido que estava diante da herdeira do trono, não uma amiga intima.

— Continue — a princesa pediu.

— Como?

— Eu peço que continue, estou querendo ouvir mais da história.

— Não se incomoda? Quero dizer, porque a história também envolve Hessen.

— Como posso me incomodar com algo que sequer tenho conhecimento? Além disso, preciso conhecer mais da história do meu país.

Alberich pigarrou um pouco, pensando por onde poderia começar.

— Rhein significa “fluir”, essas terras são repletas de rios, lagoas e riachos, por isso o nome. Os povos rheians eram uma mistura dos vikings escandinavos, com os celtas que viviam na Gália, tinham seus costumes, cultura, religião... Eram também conhecidos por serem habilidoso guerreiros, suas mulheres também.

— As mulheres podiam lutar?

— Sim, elas eram treinadas assim como os varões, desde tenra idade.

— Que extraordinário.

— Dizem que os primeiros povoamentos nestas terras foram por volta de 80 d.C e assim foi até o ano de 980 d.C, quando exércitos da Germânia tomaram conta das terras e forçaram a conversão dos povos a fé cristã. Mas enquanto várias tribos se renderam facilmente, outras ainda tentaram resistir por mais tempo.

— Isso é por que os exércitos eram “cristãos” — disse Hannelore, ironicamente, Alberich riu com o comentário da moça, pois de fato carregavam um fundo de verdade.

— Já ouvistes falar na princesa Brunihilde?

— Ahn...

— Ela foi uma princesa de uma das várias tribos rheians espalhadas às margens do rio, Brunihilde também era herdeira do seu povo. Reza a lenda que a princesa rheian foi uma jovem de grande beleza, muito alta, com longos cabelos loiros e olhos tão azuis quanto o céu, porém bem intimidadores para aqueles que a encarassem. Manejava uma espada tão bem quanto o mais destemido dos guerreiros, e costumava a praticar seu arco e flecha todos os dias — o moço parou um instante e percebeu que o olhar da princesa brilhava de curiosidade para aquela história. — Brunihilde foi à primeira rainha de Baden Worms.

— Uma pagã, mas como isso foi possível? Espere, espere. Não. A primeira rainha de Baden Worms chamava-se Isabel, esposa de Ludwig Von Zimmer.

— Brunihilde era uma jovem bela e também uma princesa, sua formosura atraiu as atenções de Ludwig Von Zimmer, o general que conquistou as terras dos rheians, o primeiro soberano de Baden Worms, escolhido por Sua Santidade. Entretanto não pense que isso é algum romance de cavalaria. Brunihilde liderou tropas contra os soldados cristãos, chegando mesmo a eliminar vários pontos estratégicos onde eles costumavam se alojar... Ela foi batizada cristã dia 17 de novembro, tomando o nome de Isabel. As escrituras são vagas, mas dizem que Brunihilde casou-se grávida do general e sua conversão ao cristianismo é marcada como o “fim da heresia” nas terras dos rheians, o lugar não os pertencia mais.

— Não entendo! Como uma princesa que lutou contra os cristãos, casou-se com o seu inimigo?

— Ninguém sabe, os cronistas apenas disseram que ela se converteu e logo virou a primeira rainha.

— Isso não parece uma história de amor — afirmou Hannelore, suspirando.

— Também sinto que não.

— Interessante. Brunihilde, Leona, Helmine, nosso povo foi praticamente formado por rainhas, valentes e determinadas, mas quando olhamos hoje, parece que as pessoas dão pouco valor a isto.

— Mas Hannelore — Alberich a interrompeu. — A senhora é a princesa herdeira e será a primeira mulher, desde a rainha Helmine, a governar como soberana por seu direito próprio, isso na cristandade é um feito bem raro.

— Eu sei, porém eu não era a herdeira até pouco tempo atrás e... Às vezes me pergunto se tudo isto está certo — em um ato surpreendente e ao mesmo tempo natural, Hannelore tocou na mão de Alberich, sem ao menos perceber, como se o rapaz fosse intimo seu. — Têm horas que me sinto uma intrusa, que roubou o lugar de Conrad e de Grethel também, o rei nunca me terá em um local especial no seu coração.

Alberich deslocou sua mão, que estava em baixo, para cima da mão de Hannelore, a acariciando ao mesmo tempo, porém tentando transmitir algum conforto.

— Minha doce Hannelore, o príncipe Conrad, vosso irmão morreu em consequência de uma grave peste branca e quando fizeram a autopsia do corpo dele, seus pulmões estavam lastimáveis, provando que a doença já se encontrava em um estado avançado. É uma situação muito triste, pois o príncipe morreu em seu aniversário de dezoito anos.

A peste branca era como a população antiga se referia à tuberculose, que durante o período conseguia matar muitas pessoas, pois a medicina ainda se encontrava em estado um tanto precário. Os pobres com ela sofriam, nem mesmo os poderosos podiam escapar delas, provando que todos os homens vivem sob as mesmas leis e perigos da vida.

 — Eles eram muito amados, eu sou apenas eu, uma menina que cresceu na Áustria, sem a figura dos progenitores e distante do mundo da corte.

— Por Cristo, pare com isso! — o jovem pediu, parecia ter ordenado na realidade. — Não se coloque para baixo, isso é insuportável. Hannelore, a senhorita é herdeira do trono, se está neste lugar é por que o destino lhe reserva grandes coisas, pois nada é por acaso. Vossa Alteza é inteligente e de um coração puro, chegou a hora de Overath ganhar mais uma rainha, uma mãe, pois apenas uma senhora como vós para apaziguar tanta discórdia que se formou.

— Achas que sou capaz de ser uma boa rainha?

— Eu tenho certeza que és capaz de ser uma grande soberana! Daqui alguns anos, os livros de história lembrarão-se de vós como “Hannelore, uma rainha e grande mãe”.

— Muito obrigada, Alberich, muito obrigada mesmo.

— Eu é que tenho que agradecer-vos senhora.

— Pelo que?

— Por ouvir minhas palavras e confiar em mim.

— E eu juro ao senhor, que me farei digna de tais palavras. Quero que meu povo esteja ao meu lado, não por temor a sua superiora, mas por amor e respeito.

— Mas primeiro, lembre-se, terá que conquistá-los.

E aquela tarde passou quase voando, foi um passeio agradável, não apenas para os jovens ficarem perto um do outro, mas também para se conhecerem melhor. Hannelore e Alberich poderiam muito bem perguntar sobre “a seleção”, mas eles sequer lembraram-se de sua existência, apenas viram-se os dois e nada mais existia ao redor. Não comentaram nada envolvendo a corte e suas intrigas, apenas deixaram tudo de lado e esqueceram a nobreza. Era muito melhor conversar sobre o azul do céu, a beleza das flores, o som da natureza... Será que isso tudo significava amor? Os batimentos cardíacos, os olhares brilhantes e as emoções mais fortes já indicavam meio caminho, contudo apenas o tempo poderá dizer agora, e este senhor poderoso pode pregar ainda muitas peças para com seus filhos.

Quando o por do sol já estava por vir, Giuseppe precisou chamar os dois para retornarem para Mayen, que felizmente ficava há menos de uma hora de distância daquele campo.

Enquanto isso em Hessen.

— O que está fazendo Úrsula? — perguntou Isabeau entrando em seus aposentos.

— Arrumando vossos pertences, senhora, eu imagino que não irá querer deixar nada aqui.

E a loira continuo a por alguns mantos e vestidos dentro da bagagem da baronesa, porém a senhora baronesa aproximou-se e tirou abruptamente o tecido.

— Não faça isso — Isabeau ordenou. — Pelo menos não tão rápido, pois não irei embora daqui tão cedo.

— Mas pensei que o rei...

— Ele não vai me mandar embora — ela afirmou com ódio na voz, assustando Úrsula.

— Senhora, me ouça, por favor. Irá para Halle, viver com vossos filhos e não precisa me sustentar, posso procurar outra senhora para servir. Finalmente poderá ter um pouco de paz. Isso não é bom?

— O que está dizendo? Acha mesmo que desistirei assim tão fácil, apenas por que Maximiliano vai contrair matrimônio com aquela “princesinha lusitana” — disse com desdém.

Úrsula suspirou. Deveria ter buscado abrigo em algum outro lugar, logo após a morte de seu marido, porém optou em ficar na corte e ser aia de Isabeau. Isso era uma escolha na qual ela se arrependia até hoje! Pelo menos sua Clarinha estava sã e salva em um convento, longe dessa baronesa louca.

— Senhora, Vossa Majestade ordenou vossa saída desta corte tem quase uma semana, ele está retornando hoje da caça em Konstanz, se vê-la aqui poderá ficar muito irritado.

— Não — ela bradou. — Não depois de tudo! Jamais. Eu não passei por tudo que passei, fiz tudo que fiz, apenas para ele me jogar fora após todos esses anos.

Antes que Úrsula pudesse dizer outra coisa, a porta do quarto foi aberta pela figura masculina de ninguém menos que o próprio soberano, o rei de Hessen. Maximiliano tivera muita sorte, sua paixão pela caça, equitação e falcoaria fizeram o homem continuar com um porte atlético. O rosto bronzeado era ainda forte e belo, seus cabelos castanhos escuros sempre um tanto desalinhados, e os olhos verdes que costumam sempre exalar alegria, demonstravam uma forte seriedade no momento.

Úrsula meneou a cabeça imediatamente, porém Isabeau em um ato de ousadia permaneceu parada e de costas.

— Saia — ordenou o rei, Úrsula obedeceu imediatamente.

Quando ficou a sós com a mulher, o rei fechou as portas. Quando chegou mais perto de Isabeau, tocou em seu ombro, a virando com força, sem se importar muito com as etiquetas.

— O que ainda faz aqui? — perguntou severo.

— Não posso ir embora, não agora...

— Isabeau, não estou de brincadeiras, sai imaginando que quando voltasse todos os seus pertences estivessem fora daqui, mas se até vós ainda se encontra... Estou sendo paciente até demais.

— Max...

— Eu sei que é difícil para vós, imagine para mim! A senhora é testemunha de quanto eu tentei te fazer ser a minha rainha, mas nada adiantou, infelizmente essa é a realidade Isabeau. Mas te garanto, tu não ficará desamparada, eu prometo que receberá uma quantia generosa de dinheiro e...

— Promete? Sua palavra de nada vale para mim, pois ela nunca me trouxe beneficio algum, Majestade. Vai me jogar ao vento, tudo por uma menina de dezenove anos que vós nunca vistes na vida!

— Cale-se — Max bradou. — Nenhum de nós está satisfeito com o rumo desta história, contudo lembre-se que está “menina de dezenove anos” é uma princesa, será a futura rainha consorte e desde já você deve respeito. Eu não posso perder essa aliança com Portugal, sinto muito, mas que culpa eu tenho se a França nos traiu, aliando-se com aqueles overatianos.

— Maximiliano, eu não vou sair desta corte, eu estou grávida!

As palavras atingiram o homem, como uma verdadeira tempestade. Não. Não. Isso não era verdade, com certeza a mulher estaria pregando uma peça.

— Como?

— Isso que vós ouvistes senhor, estou com um filho vosso em meu ventre e não posso viajar neste meu estado e muito menos ficar longe de Nortolf, onde estão os melhores médicos.

— Pare de mentir Isabeau! Olhe vossa idade, só és apenas alguns anos mais nova que eu.

— Isso nunca nos impediu de nada — a baronesa respondeu risonha e maliciosa.

— Não posso acreditar nisso.

— Max...

— Amanhã mesmo o médico irá te examinar e verificar vosso estado, se estiver mesmo grávida deixo à senhora ficar nesta corte até o nascimento, porém se for ao contrário como eu penso, pode esquecer qualquer coisa. Herança, títulos e principalmente a mim. Entretanto de qualquer forma, não mantenha nenhum contato comigo, pois não irei repetir o mesmo erro que cometi com Adela. Ouviu bem?

Isabeau por um instante esperou uma reação do amante, tinha esperança dele dizer que mudaria de ideia e acabaria com essa aliança matrimonial, que a amava mais que todas, mas a única resposta que recebeu foi uma batida forte na porta, ele havia ido embora sem dizer uma única palavra.


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Notas finais do capítulo

Finalmente coloquei aqui na fanfiction o amor da minha vida, gente é sério, eu amo esse ator que faz o rei Max, mas quem confere o site já o viu, por sinal, é uma das matérias com maiores visualizações u.u

Novo capítulo do spin of, depois de uma demorinha Hahahaha, para quem quiser conhecer mais a infância do rei Willian, o primeiro beijo dele.... ai está!

https://fanfiction.com.br/historia/638661/The_Kings_and_Their_Maidens/capitulo/4/

Desde já, é apenas isto e até a próxima queridos! Beijos.