A menina mulher se encontrava sentada em uma poltrona com uma colcha grossa sobre o que corpo, enquanto suas mãos seguravam uma xícara de chá quente para a noite longa e fria que teria pela frente. Seus olhos cor de avelãs meia e volta se ligava ao homem loiro adormecido sobre sua própria cama. Malfoy parecia estar em um sono profundo, contudo gemidos de dor fluíam por sua garganta até seus lábios, ao menor movimento feito pelo corpo encobertos de hematomas. Ela não o julgava pelos gemidos e até se surpreendia por ele apenas gemer de dor algumas vezes enquanto remexia o corpo para o lado. Bebeu um pouco do chá quente que desceu por sua garganta, aquecendo seu corpo que já dava sinais de uma friagem interior.

Nunca em sua vida se imaginou estar velando o sono de ninguém menos que o Draco Lucuis Malfoy. Entretanto era isso exatamente que estava fazendo. Encontrara o sonserino, cambaleando pela calçada da sua rua totalmente desnorteado e confuso. No primeiro momento que o reconheceu, vagamente afirmou que ele aparentemente estava bêbado, contudo quando o loiro ergueu seu rosto em sua direção foi que realmente pode ver o real estado do Sonserino. O rosto sempre perfeito estava encoberto pelo sangue que vinha de um machucado na superfície da testa que aparentava estar horrível de tal maneira que mostrava que o machucado era mais grave do que poderia imaginar.

Draco ainda tonto pela pancada que latejava na superfície da testa, conseguiu se arrastar pela calçada da rua bonita e modesta de Londres Bruxa. Mesmo tonto sentiu a presença de alguém e erguendo o rosto, obteve a confirmação de alguém a sua frente, mesmo com a visão já fora de foco reconheceu, a figura como sendo uma garota. E não era uma garota qualquer, e em questão de segundos, os olhos avelãs lhe levaram ao um passado que ele tentava a todo custo esquecer.

A castanha saiu das últimas lembranças, quando seus ouvidos capitaram mais gemidos vindo da boca entreaberta do loiro que agora tinha uma expressão sofrida e aflita na face, já limpa pela mesma que conseguiu com a ajudar da magia, limpar e trocar as roupas sujas de sangue e poeira que o mesmo usava. Malfoy ali, deitado sobre a cama, não passava de um garoto que mais um vez fez escolhas erradas.

Aquele garoto parecia gostar de se envolver em brigas e para sua desgraça, acabara por se envolver inconscientemente ao aparatar com ele para dentro da sua própria casa. O olhou em silencio, e seu coração perdeu duas batidas, enquanto temia em que tipo de confusão se envolvera dessa vez. Era estranho sentir algo além de pena pelo Sonserino que ao contrário dela, se a encontra-se na rua na mesma situação, terminaria o serviço de matá-la ou apenas a deixaria morrer na noite fria.

- Porque diabos, eu coloquei ele dentro da minha casa. – murmurou para si mesma, enquanto tocava na testa do loiro já suada e febril – O que você fez, Hermione – completa saindo a procura de uma bacia, água, álcool e um pano para conter a febre.