Nunca serão deuses, apenas agem como tais. Mas basta um único descontrole em uma situação para que os seres humanos voltem a agir por instinto, aí então é quando a humanidade real será mostrada.

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            A batalha está intensa. Os heróis lutam por Metrópolis e pelo mundo. Se esforçam bastante perante as lutas, e agora, mais do que nunca eles tem o apoio um do outro.

            Aquaman lidera as tropas contra a infantaria de Braniac. Enquanto Batman pensa numa maneira estratégica de acabar com toda essa invasão.

            Ouve-se um estrondoso som vindo do céu. Algo se mexia na nave. Um tipo de jaula, completamente coberta por aço, e sem buraco algum, impossibilitando a visão do interior da jaula.

            Ela despenca ao se soltar da nave. A jaula cai em alta velocidade batendo em alguns prédios até ter um impacto final com o chão.

            A jaula é tão forte que causa rachaduras na rua ao cair. E faz um barulho tão alto, que é capaz de se ouvir, até mesmo, dali a três ruas.

            Cai bem próxima aos heróis que encaram o objeto de quase quatro metros com curiosidade e tensão em silêncio. Até que Batman decide checar o que está na jaula.

            Ele puxa um dispositivo, muito semelhante a um smartphone, porém completamente de vidro. O dispositivo tem uma câmera que revela imagens além das paredes. Ele mira na jaula para saber o que é.

— Por mais evoluída que seja a nossa tecnologia, a de vocês, humanos, ainda me surpreendem. — Comenta Aquaman.

— Essa tecnologia não é humana, é do Batman, ela também surpreende nós humanos. — Flash brinca.

— Achou alguma coisa? — Pergunta Superman flutuando acima de todos os heróis.

            Batman dá mais uma checada, e dessa vez nota algo de estranho  dentro da jaula.

— Tem alguma coisa se mexendo ali dentro, é como se fosse uma forma de vida. — Fala Batman.

            E então, do nada, o impacto. Alguma coisa de dentro da jaula dá um soco na mesma. O impacto é tão forte que causa uma deformidade no aço da jaula. A mesma agora fica com o formato de uma mão. Uma mão tão grande, que facilmente passava dos 30 centímetros.

            Batman recua um passo ao ouvir o soco. Seguido de vários outros e depois um estrondoso grito ameaçador e grosso. Seja lá o que for que está naquela jaula, está com muita raiva.

            Alguns segundos após a parada total dos gritos do que parecia ser alguém faminto, mais um soco, sendo esse último com uma potência maior.

            Após o soco algo acontece com a jaula. A mesma se parte em quatro grandes pedaços, E caem no chão como se fossem paredes desmoronando.

            Ao caírem, todos ali puderam ter um vislumbre da criatura. Uma verdadeira fera. Tem mais de 3 metros, com certeza. É realmente muito grande. Sua pele é roxa, numa tonalidade mais escura. Possui uma armadura banhada a ouro que protege seu abdômen e braços, deixando apenas sua cabeça e peito direito exposto. A armadura lembra claramente, as mais antigas de tempos medievais. Sua cabeça tem o formato idêntico a de um cachorro, porém maior. Os dentes e boca são enormes, sendo as prezas verdadeiras lâminas. Os olhos são como os de águia e muito amarelos. Suas orelhas pontudas lembravam claramente um morcego. A besta aparentava ser extremamente forte por conta de seus músculos.

            Ela analisa o cenário de batalha. Olhando bem os heróis que encaram a situação do mesmo jeito. De nenhum lado haviam palavras, apenas o silêncio.

            A besta então começa a andar em direção aos 6. Os mesmos se preparam para uma possível batalha. Naquela rua apenas os 7 prontos para uma luta. A mesma rua estava coberta de corpos dos soldados de Brainiac que teriam perdido a luta contra o grupo. Porém a batalha continuava firmemente em ruas mais distantes.

— A gente vai ter que lutar contra isso? — Pergunta Flash demonstrando um pouco de medo.

— No meu mundo eu já matei coisas piores. — Fala Mulher Maravilha sacando sua espada. O brilho do sol bate na lâmina da mesma revelando o seu poder.

— Não ajudou muito, mas fazer o que né? — Fala Flash se preparando.

— O que foi Flash, tá com medo agora? — Zomba Lanterna Verde.

— Não, só que isso é novo para mim. — Ele fala. — Não é para vocês? — Pergunta olhando para os 5. — Isso tudo é bem legal apesar da situação. Uma deusa, um alienígena, um morcego estrategista, um rei dos mares, um patrulheiro de galáxias e o Papa Léguas lutando no mesmo time, deveríamos fazer uma equipe. — Flash brinca.

            Todos ali ignoram a piada de Flash, a não ser Lanterna Verde que dá um leve sorriso da ironia do destino.

— Eu ataco primeiro. — Fala Superman se preparando enquanto a fera continua vindo na direção deles.

— Nada disso. — Interrompe Diana, — Está na hora de uma verdadeira mulher mostrar como se faz.

            Ela parte para cima da besta com um super impulso. Já está preparada para atacar com sua espada na mão. Solta um grito de guerra bastante convincente. E praticamente voa pegando o impulso e indo na direção da criatura.

            Ela atinge a fera com um único golpe, ferindo diretamente seu olho direito. A besta grita de dor tapando seu olho com sua mão. Mas o sangue escorre dentre seus dedos.

            Irritada, a besta decide revidar. Ela pega Diana que ainda está no ar com sua outra mão e tenta esmaga-la apertando com toda sua força. A princesa tenta reagir, mas mal consegue se mexer.

— Droga, eu vou. — Fala Superman um pouco desesperado.

            Mas quando o homem de aço dá seu primeiro paço, Diana mostra que está com a situação sob controle.

            Com bastante esforço ela consegue cravar sua espada no dedão da besta, que por reação imediata solta a princesa.

— A gente deixa ela se virar sozinha? — Pergunta Flash.

— Acho que ela não precisa da nossa ajuda. — Batman fala olhando para a princesa enquanto ela luta bravamente.

            Todos decidem ficar ali então, apenas observando a batalha da qual Diana não sente dificuldade alguma.

            Ela puxa seu laço, jogando-o contra a cabeça da fera, e capturando-a. A besta tenta reagir ao laço mágico, mas de nada adianta.

            Ela puxa o laço com sua força incrivelmente espetacular, criando uma reação em cadeia que faz puxar a besta em sua direção e em alta velocidade.

            Ela espera a criatura chegar bem perto esperando o momento perfeito para atacar. Ela está vindo em alta velocidade devido a reação do laço.

            É então que a Mulher Maravilha nota o momento perfeito. Ela puxa sua espada com agilidade e dá seu último golpe mortal na besta.

            Crava a espada no peito direito da criatura. A mesma solta um alto grito de dor e o sangue chega a se esparramar por um canto sujando toda a espada.

            Flash por um momento chega a virar seu rosto para evitar a cena brutal.

            Diana crava mais ainda sem demonstrar compaixão pelo inimigo, finalizando de vez com a besta.

            Ela então puxa de volta sua espada, deixando o corpo já sem vida da criatura cair no chão. Guarda novamente sua espada e volta para o grupo.

— É assim que uma mulher de verdade faz. — Ela fala olhando diretamente para Superman deixando Flash um pouco assustado.

— Espera um pouco. — Fala Batman olhando para o corpo da besta morta e notando algo diferente.

            Ele puxa novamente aquele dispositivo semelhante a um celular e se aproxima sem medo algum da fera.

            Mira diretamente na armadura da besta e aguarda o diagnóstico do dispositivo.

— Kryptonita. — Anuncia Batman virando-se de volta para o grupo.

— O que? — Pergunta Superman demonstrando seu interesse.

— Essa coisa tinha uma armadura com fragmentos de kryptonita. — Ele fala. — Não foi feito para nos destruir, foi feito para te matar Superman.

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— Falo agora, diretamente com Kal-El de Krypton. — Diz uma voz grossa e robotizada que vem da nave de Brainiac. Tão alta que é possível escutar por toda cidade de Metrópolis. — Olhe ao seu redor Superman. Veja tudo pelo que você lutou sendo destruído. Você luta por um único propósito, mas e se eu destruir esse propósito, eu destruo o símbolo, destruo tudo o que você representa. E é exatamente o que eu vou fazer. Estou com aquela que te criou durante toda a sua vida. E ela está prestes a morrer, a não ser que o seu filho morra por ela.

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            Esse é o motivo suficiente. Aquele que faz até mesmo o homem de aço se quebrar. Sem pensar duas vezes ele toma sua decisão.

— Eu vou, — Ele anuncia.

— É uma armadilha você sabe disso, não seja idiota! — Fala Batman cerrando os dentes.

— Eu sei, é por isso que eu vou precisar da sua ajuda agora. — Ele fala. — O vírus. Aquele que você criou para destruir Brainiac, eu preciso dele.

— É uma ideia estúpida demais. Você pensa com a cabeça ou age por impulso, soldado? — Pergunta Mulher Maravilha demonstrando estar um pouco estressada.

— Estou começando a gostar dela. — Fala Lanterna Verde.

— Eu não acho tão estupida assim. — Fala Aquaman. — Ele é um dos mais fortes de nós, pode ir impedir essa ameaça enquanto eu e meu exército tomamos conta da situação aqui em baixo.

            Batman olha diretamente para Superman, pensando seriamente na situação. Em quais seriam os riscos, mas ele também sabe que precisa começar a confiar mais nas pessoas, e que isso pode ser bom.

— Está bem. — Ele fala entregando o vírus na mão de Superman.

            O homem de aço rapidamente cria um sorriso sobre seu rosto.

— Muito obrigado. — Ele fala começado a voar.

            Todos os heróis ali acham estranho a rápida atitude de Batman, mas não comentam muita coisa.

            O homem de aço parte em direção a nave, voando em alta velocidade e deixando os outros ali no campo de batalha.

            Enquanto ele voa, rapidamente nota as outras ruas e outras batalhas. Soldados do exército americano, policiais, degeneradores, meta humanos e soldados de Aquaman lutando juntos contra uma ameaça maior.

            Voltando aos outros heróis, todos encaram Batman ainda olhando estranho pela rápida tomada de decisão.

— Não acha que isso foi burrice demais? E que a nave dele provavelmente está infestada de kryptonita? — Pergunta Mulher Maravilha.

— Sim, foi por isso que eu fiz uma cópia do vírus, que está na bat-caverna. — Ele fala.

— Na o que? — Pergunta Lanterna Verde.

— Minha fortaleza. — Ele responde. — Vou precisar que alguém me leve rapidamente até lá.

— Eu posso te levar, sou o mais rápido entre nós. — Flash bate no peito.

— Negativo, ainda estou estudando a sua velocidade. O seu corpo foi adaptado para poder correr a velocidade da luz, mas não o meu. Se tentasse me carregar, provavelmente me mataria em menos de 1 segundo. — Ele explica. — Lanterna Verde tem uma ótima fonte de energia e será muito útil enquanto eu estiver ausente, o mesmo se aplica à Aquaman que possui um exército.

— Então sou eu. — Mulher Maravilha confirma.

— Exato. — Ele fala.

— Bem, então não vamos perder tempo. — A amazona fala se aproximando.

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            Ele finalmente chega até a nave. Está desesperado e pronto para atacar Brainiac por ter capturado o seu mais preciso bem.

            A entrada é grande e não possui porta alguma. O chão é feito de um vidro extremamente resistente de cor laranja assim como o próprio teto que possui alguns lasers em formato de losango. O mesmo se mostra muito alto, e a entrada principal muito grande e vazia, com apenas um computador gigante e bastante estranho.

— A tecnologia feita para criar esse super computador, é de origem humana, eles realmente são bons em algo. — Fala uma voz vinda do alto, robotizada e grossa.

            Lá está ele saindo da jaula no teto da sala. A jaula na qual Martha está desesperada, chorando e faminta.

            Brainiac dá um enorme salto caindo naquele chão laranja que refletia a cidade claramente.

            Está usando seu traje de batalha. Uma roupa branca e um pouco colada que esconde um pouco a sua aparência.

— Sabe como eu consegui achar o caminho de volta para esse planeta, mesmo depois de você ter apagado os arquivos do meu cérebro e explodindo a minha nave? — Ele pergunta retoricamente se aproximando do Superman. — Foi por causa de um de vocês. — Ele fala. — Tamanha é a disputa por poder nesse mundo. Povos se atacam diariamente, fabricam suas armas mais poderosas com o intuito de amedrontar o inimigo. E foi na ambição da criação de uma dessas armas que eu recebi o sinal. Alguém teria usado um de meus chips rastreadores em uma bomba do seu planeta. E quando ela explodiu, além de eu ter novos servos, eu recuperei os dados do seu planeta.

— Por que você está fazendo isso? — Pergunta Superman estressado cerrando seus dentes.

— Vingança, máquinas também raciocinam. — Ele fala fechando seu punho pronto para uma luta.

— Isso acaba agora! — Grita o Homem de Aço.

— Você acha que isso vai ser uma luta? Está enganado. — Responde Brainiac ignorando o comentário do outro.

— Clark! Não! Vá embora! Por favor! — Grita Martha. — É uma armadilha.

— Não mãe, eu vim te salvar. — Ele fala dando um passo à frente.

            É nesse momento que Brainiac age. Ele aponta a palma de sua mão diretamente para Martha. E em questão de segundos algo acontece. Um nano dispositivo localizado dentro do peito de Martha se conecta como uma rede wireless em Brainiac, e quando ele fecha sua mão a mãe do Homem de Aço sente um forte perto em seu peito como se algo estivesse acontecendo ali.

            Uma dor insuportável. Martha coloca a mão sobre seu peito tentando aliviar a dor, mas não consegue. A dor é tão forte que ela fica sem forças para falar, como se não conseguisse respirar.

— PARA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? ELA NÃO TEM NADA A VER COM ISSO! — Grita Superman desesperado sem conseguir conter suas lágrimas.

— Cale a boca e assista a sua esperança morrer. — Fala Brainiac sem compaixão alguma.

            Martha está se debatendo, não consegue fazer mais nada a não ser olhar para seu filho e tentar pedir ajuda.

            Clark então decide partir para uma forma mais agressiva e desesperada. Ele começa a voar em direção a jaula, mesmo sabendo que provavelmente algo de ruim vai acontecer com ele quando ele chegar próximo demais. E é o que acontece.

            Ao encostar na jaula ele perde quase toda sua força. Pois a jaula é feita de kryptonita.

            Ele se afasta um pouco ainda olhando para sua mãe pensando numa maneira de salva-la.

— O dispositivo que eu acionei está explodindo o coração da sua mãe, nada que você faça será útil agora. — Grita Brainiac olhando para cima.

            Mas ele não desiste, segue em frente batendo com tudo na jaula. Se sente muito fraco, e sabe que está prestes a desmaiar ou morrer, mas ele sabe que é capaz de fazer qualquer coisa para salvar sua mãe.

            Ele insiste, dá alguns socos na jaula muito fracos enquanto escuta os gritos de Martha e chora pensando no pior. E então que ela fala:

— Clark. — Com sua voz seca, uma mão no peito e a outra estendida para seu filho.

            Agora sem mais forças ela desaba. Bate sua cabeça no chão jaula e fecha seus olhos.

            Superman continua tentando destruir a jaula, mas está completamente sem forças. Ele vê o estado de sua mãe, mas não consegue gritar porque está em péssimas condições.

            Já não aguentando mais, ele desaba com tudo no chão, caindo desmaiado aos pés de Brainiac.

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            Os dois chegam a bat-caverna. Mulher Maravilha carregou Batman durante todo o tempo pelos braços na viagem, o que incomoda muito o morcego.

            Chegando lá ele rapidamente se solta caindo próximo aos seus computadores.

— Não temos muito tempo. — Avisa Mulher Maravilha.

— Eu sei, estou procurando. — Ele responde.

            Batman então segue até a sala de experimentos, na qual ele tinha guardado um vírus reserva, para caso algo acontecesse.

            Já próximo à sala ele decide abrir a porta. A mesma apresenta um ambiente completamente diferente da caverna. Uma sala branca e muito limpa cheia de aparelhos tecnológicos.

            Porém ao entrar ele nota outra coisa. Alguém de costas mexendo em um de seus dispositivos por curiosidade.

            O terno preto e a postura lhe eram familiar. E quando o homem nota que alguém entrou na sala ele rapidamente se vira. É nesse momento que Bruce leva um enorme susto ao ver alguém que teria voltado dos mortos.

— Patrão Bruce. — Diz Alfred com sua clássica e calma voz.

            Bruce não sabe como reagir, seria mais uma ilusão de sua cabeça, mas parecia muito real. Isso não teria explicação.

— Pelos deuses! — Grita Mulher Maravilha surgindo na sala impressionada.

            Demonstra também estar impressionada com o que está vendo. Mas não tem uma reação tão parecida com a de Bruce.

— Eu vi você morto! Como você conseguiu voltar? — Pergunta Mulher Maravilha surpresa.

— Então não é uma ilusão... — Sussurra Bruce tentando se acalmar.