Sobre Humanos e Deuses - Ragnarök escrita por S Laufeyson


Capítulo 3
Capítulo 2 - Quando a Morte Chama


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Boa noite!
Então, depois de duas semanas sem atualizar, eu vim correndo aqui.
Desculpem mesmo, é que eu tive alguns problemas sérios e sem contar que fiquei meio bloqueada, mas tudo se resolveu.

Agradeço a Bárbara pela ajuda com o texto. Obrigada amiga.

Dedico esse capítulo para LOKIWIFE que foi uma linda e recomendou "Sobre Deuses e Escolhas". Obrigada mesmo, minha flor, por tudo! Você é um amor e estou muito feliz. Já chorei tanto que nem tenho como dizer. Só tenho a agradecer... Obrigadaaa!!



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A guerra continuava acirrada, no campo de batalha, e não havia se passado nem três meses que começaram a confrontar os Badoon. Loki acabou se mostrando um verdadeiro líder em guerra e poucas foram as baixas entre os soldados de Asgard. Uma demonstração clara de sabedoria foi quando chegaram ao reino de Nidavellir. Aquele lugar estava infestado de criaturas horrendas, de coloração verde que pouco aparecia, devido as armaduras douradas que reluziam quando atingidos pelo sol vermelho.

Havia uma razão para o primeiro reino ter sido aquele. Os anões eram conhecidos como exímios na arte de fabricar armas, escudos e armaduras que eram extremamente resistentes. Precisavam de tudo aquilo que fosse necessário para que conseguissem o êxito naquela guerra.

Os soldados atravessaram os portais entre Asgard e Nidavellir, tendo Loki guiando-os e apressando-os pelo tempo de abertura do portal ser curto. Metade dos soldados passar a outra metade ficar, era certeza de serem dizimados.

Já estavam ali há tempo o suficiente para conhecer como o adversário pensava e agia. Por isso estavam escondidos, em um dos lugares mais alto daquele vale. Tinham uma visão privilegiada dali.

— Eles são muitos. — Roxie comentou mais para si do que para qualquer outro. A diferença era que Loki ouvia perfeitamente bem e estava ao seu lado.

— Eu tenho um plano. — Respondeu o deus e deixou que seus olhos corressem por toda a extensão daquele campo. — Vamos dividir a tropa em três. Uma parte vai para o lado esquerdo, a outra pelo lado direito e a terceira pela frente.

— Isso é levá-los diretamente para a morte, Loki. Olha a quantidade dessas coisas que estão ali. Já não estamos com todos os nossos homens, visto que nosso pai está com metade deles em outro canto de Nidavellir. Você enlouqueceu? — Perguntou Thor enquanto ouvia as ordens do moreno.

— Possivelmente. — Respondeu com um sorriso nos lábios.

— Loki, não vai dar certo. Vai ser um massacre. — Comentou Roxie e o deus a olhou.

— Confia em mim?

— Sabe que sim. Não precisa perguntar.

— Ótimo. — Virou-se para os seus tenentes e ordenou aquilo que planejou. Um deles era Balder. De fato, aquela luta era uma imensa massagem no ego do deus da trapaça. Ver o filho querido de Odin acatar uma ordem sua e ver também seu maior rival chamá-lo de senhor, abaixando a cabeça em uma reverência, era mais que prazeroso.

Os tenentes se olharam espantados.

— Senhor, seremos dizimados. — Contestou um deles.

— Apenas façam o que eu mandar e esperem a minha ordem de atacar. — Respondeu encarando o homem que tremeu.

— Sim, senhor. — Todos obedeceram a ordem dele, mesmo imaginando que morreriam em batalha. Caminharam abaixados, escondendo-se dos Badoon até que se viram em posição. Loki disse que daria o sinal para atacar. Era apenas esperar e rezar para que tivessem uma morte rápida, mas não foi isso que aconteceu. Os soldados estavam tão assustados, que demoraram para perceber que o deus da trapaça estava bem no agrupamento inimigo.

Não disse nenhuma palavra, apenas colocou as mãos para trás e esperou ser notado. Quando finalmente aconteceu, três daquelas criaturas partiram para cima do deus que desapareceu no ar. Finalmente o exército dourado percebeu se tratar de uma cópia do trapaceiro. Teve ainda mais certeza quando centenas de novas cópias surgiram por todo o acampamento, formando uma imensa distração. Logo em seguida veio a ordem de ataque.

Antes do barulho dos metais se chocando, outro som fez-se presente. Thor pulou da rocha onde ele, a irmã e Loki estavam e caiu bem no centro do campo inimigo, batendo o martelo no chão e criando uma cortina de poeira misturada aos inúmeros raios. Os Badoon voavam no ar, chocando-se uns contra os outros. O exército dourado correu para auxiliá-lo e lutaram incessantemente por alguns longos minutos. A poeira criada pela batalha e por Thor, foi dissipando-se gradativamente até que todos perceberam que estava bem e que nenhum amigo havia morrido. Alguns havia sido feridos com certa gravidade, mas não corriam risco de morte.

Havia sido um sucesso.

Assim que os soldados começaram a livrar os anões das prisões, a luz forte da Bifrost atingiu um lugar mais ao longe e um homem saiu dela. Trazia uma mensagem para o príncipe Thor.

O deus do trovão assentiu e recebeu o papel dobrado. Abriu e empalideceu completamente, depois abriu um sorriso que parecia não lhe caber no rosto.

— Boas notícias, irmão? — Perguntou a ruiva. Ela estava com as “Seis”.

— Eu vou ser pai. — Anunciou. — É uma carta da Jane e ela me diz que está esperando um filho meu. Eu vou ser pai. — Thor gritou no momento em que o choque inicial passou. O exército o saudou com gritos e urras de alegria. Roxie o abraçou com força, mas não se demorou muito ali porque viu sua amiga se afastar da multidão e chorar sozinha atrás de uma moita. Ela fingiu que não viu, mas estava a postos caso Sif precisasse dela.

Loki aproximou-se do deus do trovão e apenas lhe apertou a mão. Não disse absolutamente nada, apenas deu as costas e voltou a comandar sua tropa.

...

Os nove meses passaram extremamente rápido e, para felicidade de todos, Nidavellir já havia sido reconquistada. Loki ainda se mantinha firme e forte no comando do exército e Roxie seguia ao seu lado. Era seu braço direito. Poucas foram as perdas naquele período, o que fez com que o deus da trapaça fosse aclamado como um dos melhores comandantes que o exército já teve. As coisas seguiam tão tranquilas que Thor se deu ao luxo de ir até Asgard, visitar Jane e seu filho, que havia acabado de nascer. Era um menino e a ele o deus deu o nome de Uller.

Roxie e Loki continuavam com sua vida mesmo estando em guerra. Viram aquele momento como uma forma de passar o tempo juntos. A ruiva até brincava dizendo que a guerra era uma continuação da lua-de-mel dos dois, só que tinham muito mais barulho. Loki dizia que eles teriam que superar o som das bombas e dos metais das espadas em choque. A deusa da fidelidade não discordava dele em momento algum.

Thor retornou ao campo de guerra um mês depois. Dizia que seu filho era a criança mais linda do mundo e que era o homem mais feliz de todos os tempos, mas a felicidade só durou até a chegada do mensageiro com a notícia de que Asgard havia sido atacada, por uma das forças dos Badoon, e que a cientista havia sido assassinada enquanto tentava proteger o filho.

O mundo do deus do trovão despencou em sua cabeça. A mulher a quem ele amava estava morta e ele não estava lá para protege-la. Era culpado por tudo. Roxie e Loki viram o deus definhar e não esperaram para ver mais, o enviaram diretamente para casa. Odin partiu com ele, em apoio ao filho.

Naquela noite, tudo estava calmo. Não havia mais nenhuma força inimiga em Nidavellir e havia chegado a hora de partirem para o próximo reino.

— Se resolveram reconquistar isso aqui, Loki? — Perguntou Roxie. Ela, o deus da trapaça e todos os tenentes estavam organizados em um círculo, olhando a Yggdrasil desenhada na areia.

— É por isso que vieram oito tenentes comigo. — Respondeu o deus. — Cada um de vocês permanecerá com uma parte dos soldados, em cada reino quando esse for conquistado. Ajudarão os habitantes a se protegerem por eles mesmos.

— Mas assim ficaremos com quase ninguém para lutar, meu príncipe. — Falou um tenente mais velho, com a barba completamente branca.

— Midgard tem apresentado ótima resistência, assim como Asgard e Álfheim. Têm excelentes soldados e força bruta. Duvido que algum deles cairá. Uma parcela dos soldados que estavam em casa, foram encaminhados para Vanaheim e estão treinando alguns dos homens mais corajosos de lá. — Loki encarou seus tenentes e a Roxie. — Eu não me preocuparia com eles. Então isso nos resume a lutar pelos reinos restantes, necessariamente nessa ordem: Niflheim, Muspelheim, Jotunheim e Svartalfheim. — Cada reino citado, o deus circulava na Yggdrasil, usando um pedaço de galho de árvore.

— Por mim deixava os Jotuns queimar. — Comentou Balder, encarando Loki. Ele sabia o que o deus da trapaça era.

— Ainda bem que essa decisão não compete a você. — Respondeu a ruiva e o homem a encarou. O sorriso debochado no rosto dela o fez trincar o maxilar.

— Já que está claro que tem problemas com esta raça, você fica em Nidavellir, com o primeiro grupo de soldados. — Ordenou Loki. — Não permitirei que faça uma besteira enquanto estivermos em Jotunheim.

— Eu não tenho problemas com os Jotuns, apenas com um deles. — Respondeu Balder e Loki sorriu encarando-o

— Vocês estão liberados. Preparem o grupo para partimos. Lembrem-se que Niflheim é frio. — Os homens assentiram. Loki encarou o tenente a sua frente. — Exceto você, Balder. Tenho algumas coisas para lhe falar, já que vai ficar.

— Com prazer. — Comentou o deus da luz.

— Você também pode sair, Roxie.

— Por que? Isso também tem a ver comigo. — Pediu ela.

— É uma ordem. — Loki olhou a ruiva. Ela sorriu debochado. Loki estreitou os olhos.

— Não se preocupe. Nada do que será dito aqui é demais para os ouvidos de sua princesa. — Rebateu a mulher. Se Loki tivesse apenas tentado convencê-la a ter uma conversa a sós com Balder, talvez pudesse ter assentido. Mas a partir do momento em que a tratou como apenas um de seus soldados, ela tomou como algo extremamente pessoal. Lembrando-lhe que ela era a princesa ali. Loki entendeu a afronta, sabia que era apenas um príncipe consorte, mesmo que toda a Asgard o aclamasse como um dos herdeiros ao trono, ele não passava de um Jotun criado por Odin e Frigga. Foi um tapa no ego do deus da trapaça.

— Pois bem... — Loki começou a falar sem desviar os olhos da ruiva, até que partiu para cima de Balder e o imprensou contra uma árvore. Roxie não esperava aquele rompante de fúria. Talvez o jeito como ela o desafiou tenha contribuído para que a atitude dele tenha sido mais exagerada. —... ouse abrir a sua boca e diga qualquer coisa ao meu respeito e faço sua morte ser a mais dolorosa possível. Você me entendeu?

— Sim, alteza. — Respondeu sarcasticamente. De fato, Balder conhecia o poder de Loki. Não tinha porque agora desafiá-lo a cumprir o que prometeu. Embora adorasse provoca-lo vez ou outra.

— Ótimo. Agora vá reunir seus soldados. — o deus soltou o tenente e esse seguiu para longe do casal. Sorriu ao passar por Roxie. A deusa não desviou o olhar dele. Não mais a amedrontava. Quando saiu de seu campo de visão, ela voltou a encarar o trapaceiro. A postura era ereta, as mãos para trás e o rosto extremamente sério.

— Não me veja como um de seus soldados, porque não sou. — Roxie também o encarava fixamente. Loki respirou de maneira pesada. Caminhou devagar na direção dela e, sem dizer nenhuma palavra, a reverenciou.

— Com sua licença, alteza. — O deus ergueu o corpo e seguiu na direção do aglomerado de soldados. Pisava forte e mantinha as mãos para trás enquanto se afastava. Roxie o acompanhou com o olhar, antes de seguir para próximo do grupo e perceber que Loki passou a evita-la.

Assim foi pelas duas semanas seguintes.

Não dividiam mais a mesma tenda, não trocavam mais do que duas palavras por dia, não ficavam mais no mesmo lugar. Loki era tremendamente orgulhoso e qualquer tentativa de aproximação da ruiva, acabava com ele se afastando o máximo que podia.

As tropas já estavam instaladas em pontos estratégicos de Niflheim. Por ser um reino gelado, poucas eram as pessoas que viviam ali, apenas tinham a ciência da existência dos Nibelungos no Norte. Sendo assim, poucos foram os inimigos que ficaram naquele lugar. Eles sabiam que a vitória seria rápida, a única coisa que os mantinham longe de conquistar aquele lugar, era o mundo dos mortos.

— Senhor, segundo os nossos mapas, estamos próximos da passagem de Helheim e não temos como contornar a situação. — Um tenente se pronunciou. Ele era ruivo e tremendamente forte.

— Não contornaremos. Marcharemos pelo vale. O atravessaremos. — Respondeu o deus.

— Mas a história diz que nenhum deus ou mortal conseguiu atravessar o vale de Helheim, sem que tenha sido atraído para o mundo dos mortos.

— Eu conheço a história. Quando se está lá, a morte o tenta. Ela o atrai para as suas garras, mas há uma forma de enganá-la.

— Como? — Perguntou Seeal. O tenente mais velho daquele exército. Ele em muito se assimilava a Odin, talvez por ter a mesma idade do Pai de Todos. Os cabelos brancos compridos estavam presos por uma trança apenas no alto da cabeça, o restante pendia por sobre os ombros.

— Ela usa os sentidos contra você. A visão, a audição e o olfato. Se pudermos nos privar desses sentidos, conseguiremos atravessar.

— Como pode saber disso? — Perguntou e Loki apenas lhe lançou um olhar. O homem calou-se imediatamente.

— O único problema é que somos muitos e isso requer alguém que tenha experiência no assunto. Para nos tornarmos cegos, temos que ser guiados por um.

— Hodr. — Sussurrou Roxie e o deus assentiu.

— O próximo mensageiro chega amanhã e Heimdall já está avisado para que Hodr venha com ele. — Os vários homens o encararam e assentiram. — Quanto ao olfato e a audição, eu me encarrego de providenciar.

— E como vamos fazer para que o exército atravesse, sem que nenhum homem se perca? São muitos, senhor.

— Não se preocupe com isso agora, Seeal. Apenas alerte os homens e os deixem preparados para amanhã.

— Sim, senhor! — Respondeu o tenente. O restante dos homens dispersou-se quando Loki deu as costas para eles e seguiu até sua tenda. Tirou o casaco e o arremessou em um canto qualquer. Não precisava dele, mas o usava para que ninguém desconfiasse de nada, já que Niflheim é um dos lugares mais frios dos Nove Reinos, atrás apenas de Jotunheim. Não poderia andar com apenas a cota de couro.

Sentou-se na sua cama e respirou profundamente. Sentiu aquele perfume, tão familiar, invadir seus sentidos e só então percebeu a ruiva parada na entrada da tenda. O lugar era grande o suficiente para ter uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira. Além de alta o bastante para que Loki ficasse em pé sem encostar-se ao teto. O deus levantou-se novamente e buscou o casaco. Só não saiu do lugar porque Roxie se colocou na frente da porta e não havia quem a tirasse dali.

— Por tudo o que você ama, me deixa falar. — Pediu a ruiva. Loki deu um passo atrás e a encarou firmemente. Roxie não sabia o que ele pensava, porque sua expressão era tão fria quanto uma pedra de gelo. — Me perdoe, por favor. Eu não queria magoá-lo. — Os olhos verdes corriam pelo seu rosto. — Eu não pedi para ficar para confrontar você. Eu pedi para ficar porque eu não podia te deixar sozinho com Balder. Vocês já lutaram antes e só eu sei a dor que senti a cada vez que ele lhe machucava.

— Me subestima. — Falou tão rude quanto sua fisionomia. — Não sou mais um garoto, Sigyn.

— Eu sei que não, mas eu amo você. — Loki revirou os olhos e deu as costas para a ruiva. — Pode me culpar por querer te proteger?

— Não foi proteção que identifiquei em seu escárnio, princesa.

— Eu sou sua mulher, não seu soldado. Fiquei furiosa por ter me dado uma ordem, como se eu fosse uma qualquer, mas não deveria ter rebatido. Não daquela forma. Não com aquelas palavras. Só queria ter a certeza que ficaria bem, quando me neguei a sair. Então me disse aquilo e foi como se eu levasse um chute no peito. — Ela respirou profundamente. — E tudo o que eu queria era que não se machucasse, mas acabou sendo eu a fazê-lo. — Loki não falou absolutamente nada. Calou-se de uma vez. — Desde quando descobri que te amava, há cem anos, eu venho pensando em algumas coisas e, em certos momentos, eu tive a certeza de que era realmente aquilo que eu queria. Quando eu voltei a mim, depois de tudo aquilo com a Víbora, e o guarda da prisão me disse que você estava em julgamento, eu senti meu coração despedaçar. Pelo simples fato de acreditar que a sua sentença seria a morte. — A voz da deusa da fidelidade estava tremida, as palavras eram cuspidas em meio ao choro que finalmente surgia. — Eu não aguentaria te perder, Loki. Eu não aguentaria dizer adeus para sempre. Eu não vim para essa guerra porque sou corajosa ou porque quero provar alguma coisa. Vim para te manter seguro. Eu morreria se você morresse. — Loki permanecia de costas, mas era visível que a respiração ficou rápida demais. Os ombros subiam e desciam, buscando sorver o máximo de oxigênio que podia. — E é isso que peço para a morte, todas as noites, para que quando chegar nosso dia, ela me leve primeiro. — O deus virou-se para a mulher, finalmente. Os olhos verdes estavam arregalados e não havia palavras para serem ditas. — Vê? Como pode ter sido minha intenção ferir você? Eu só estaria ferindo a mim mesma.

A deusa estava destruída com tudo aquilo. Era um alívio deixar a tristeza sair daquela forma. Nenhum dos dois disse nada. Loki examinava a mulher de alto a baixo. Os cabelos presos em uma trança lateral, o macacão preto da S.H.I.E.L.D. por baixo de uma capa e botas. Finalmente resolveu quebrar o silêncio.

— Porque está vestida assim? — Desconversou. Ele não queria mais fazê-la chorar.

— Na verdade, isso é uma despedida. — Comunicou. — Odin permitiu que a Bifrost fosse aberta para uma ou duas pessoas. Vou pedir que Heimdall me leve para Midgard. Eu não suporto mais ficar aqui, sem que você fale comigo ou quando fale, me olhe com decepção e desprezo. Não tenho serventia aqui e lá eu posso ajudar os Vingadores. Eu sou um deles, não é? — A ruiva respirou fundo e olhou para as próprias mãos. — Eu só queria que me prometesse que vai ficar bem. Imploro que se cuide e não faça nenhuma besteira. — Loki ergueu as sobrancelhas e permitiu que seu olhar se perdesse nas coisas ao seu redor. A mente trabalhava rápido, mas não sabia em que pensar. — Se tem alguém que pode ganhar essa guerra, é você. É um líder e tanto. Asgard não sabe a sorte que tem em ter você como Príncipe. — Ela enxugou algumas lágrimas teimosas que voltaram a correr e respirou fundo. — Adeus, Loki. Eu amo você. Fica bem.

Roxie virou-se, na intenção de deixar a tenda e seguir conforme havia planejado, mas deu de cara com uma cópia do deus da trapaça. Ele a encarava, mas não havia mais uma expressão de raiva ou de decepção. Esticou a mão para acariciar seu rosto e ela fechou os olhos, mas assim que ele tocou a sua pele macia, desapareceu. A deusa respirou fundo quando não o sentiu. Foi uma despedida, afinal. Virou-se para olhá-lo uma última vez e sentiu o deus puxa-la pela cintura e colar os lábios aos seus.

Loki segurou sua nuca com os dedos longos e os entrelaçou na raiz do cabelo vermelho da mulher, antes que a erguesse no ar e a fizesse deitar na cama. Aos poucos as caricias se tornaram intensas e desesperadas. Já haviam perdido tempo demais em suas vidas, não podiam mais se dar a esse luxo.

As roupas foram sendo arrancadas e o que era apenas uma chama, tornou-se um incêndio. Roxie apertava-lhe as costas com as unhas compridas, ao ponto de deixar alguns arranhões. Ela o queria tão perto quanto estava. Sentindo sua pele arrepiar ao seu toque ou ofegar com seus beijos.

Ao fim da noite, o trapaceiro havia tirado a ideia da cabeça da ruiva de embora para Midgard. O lugar de Roxie era nos braços dele.

...

A mulher espreguiçou-se na cama assim que amanheceu. Não havia dormido quase nada. Loki a havia perdoado.

A prova disso era o perfume dele impregnado em seu corpo e lembranças das caricias e beijos da noite anterior. Tudo estava perfeito, exceto pelo fato do deus ter deixado a cama antes do dia clarear.

Ela sentou-se, cobrindo o tronco nu com os lençóis, e olhou em volta. Tinha que encontrar o paradeiro de seu macacão, para que pudesse voltar até sua tenda e vestir uma roupa mais confortável. De frio, pelo menos.

Por causa de uma magia de Loki, todas as tendas pareciam ter aquecedores, então o frio do exterior não os atormentava durante a noite e não corriam o risco de morrerem congelados. De fato, ter um feiticeiro como líder estava saindo melhor do que a encomenda.

Levantou-se com cuidado, para que os homens que estavam do lado de fora, não a visse nua pela abertura da tenda. Olhou em volta, mas não havia nem sinal do seu macacão. Estava para desistir e pedir que um dos soldados fosse chamar o marido ou uma das “Seis” quando encontrou algumas roupas em cima da escrivaninha do deus. Roupas de frio. Ele preocupou-se em deixar aquelas ali para ela.

Vestiu-se rapidamente e saiu da tenda, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo.

— Você está acabada, Sigyn. — Comentou Sif, parando ao lado da amiga.

— Quase não dormi essa noite. — Explicou-se achando que aquilo bastaria para convencer a morena.

— Preocupações? — Quis saber.

— Longe disso. — Roxie respondeu com um sorriso se formando nos lábios e seguindo Loki com os olhos. O deus conversava agitadamente com alguns homens.

— Já estava na hora. Não aguentava mais te ver triste por ai. Sem contar que Loki se torna ainda mais insuportável.

— Sif...

— Eu estou sendo sincera, como sempre fui. — Ela também encarou o deus. — Quando vocês brigavam, incluindo aqueles anos que ficaram sem se falar, ele deixava todo mundo de mal humor. Claro que ainda deixa, mas olhe para ele, está até sorrindo. — As duas gargalharam com as observações de Sif, até que a luz forte cruzou os céus e atingiu bem no meio do acampamento.

Quando se dissipou lá estava Hodr, o mensageiro e Thor. Todos os soldados calaram-se imediatamente. O loiro olhou para a irmã e deu um rápido aceno de cabeça, assim como também fez com Loki. Entrou na tenda atrás de Roxie sem falar com mais ninguém.

Ele dizia que estava de volta a ação, sem precisar abrir a boca, e que precisava falar com os dois. O deus da trapaça olhou rapidamente para a ruiva e seguiu para dentro do lugar.

Quando os dois entraram na tenda, os soldados voltaram a seus afazeres. Era hora de partir e tinham que estar preparados.

— Sua Majestade, a Rainha, pediu para que lhe fosse entregue isso, princesa. — O mensageiro lhe passou uma caixa maior do que de sapatos, sendo que Roxie sabia que ali continha magia. Ela sentia. Aquilo guardava muito mais do que aparentava. — Essa é para o príncipe Loki. — Ele também lhe passou a outra. A princesa agradeceu por tê-las levado até ela. — E também mandou que lhe entregasse isso. — Havia uma trouxa pequena nas mãos do mensageiro e ela a pegou, depois de entregar as duas caixas para Sif e pedir que as segurasse apenas por um minuto. Ao abrir o embrulho, lá havia alguns potes, com doces de abobora e pudins.

Frigga sabia o que os filhos estavam enfrentando e queria tornar aquilo mais confortável, mesmo que não fosse. O doce era para Roxie e o pudim para Loki. Ela sabia exatamente como mimá-los. Os conhecia bem.

A deusa agradeceu e pegou os pacotes das mãos de Sif, pediu licença para a amiga e seguiu até a tenda. Encontrou Thor sentado na cadeira, com o rosto escondido entre as mãos, e Loki de pé próximo dele. Permanecia calado, apenas olhando para o loiro.

A mulher colocou as caixas e os doces em cima da escrivaninha e correu até o irmão. Ajoelhou-se diante dele e o apertou em seus braços com força. Queria que ele soubesse que estava ali, para o que precisasse. Thor retribuiu o abraço apertando-a o quanto podia. Ele a amava e sabia que sempre podia contar com ela. Fosse para dividir momentos de alegria e conquista, fosse para dividir momentos como aquele. O deus do trovão sabia que não estava só.

Loki abaixou o olhar. Não era capaz de compreender o que o irmão sentia e nem queria. Imaginar era mais do que suficiente. Era incapaz de fazer mais do que oferecer sua presença silenciosa. Não era como Roxie.

Afastou-se dos dois e seguiu até onde a mulher havia deixado os pacotes. Estava curioso e, mesmo não estando no lado de fora, ouviu quando o mensageiro informou que sua mãe mandou aquilo. Era capaz de sentir a magia nas caixas e as diferentes ondulações de energia. Por isso sabia, exatamente, qual era a sua e que havia alguma coisa dentro.

Franziu as sobrancelhas se perguntando o que a mulher consideraria tão essencial para que enviasse a eles em tempos de guerra. Armas? Provisões? Mapas de campo? Alguma informação nova?

Loki se afastou dos outros dois que conversavam num tom baixo ao fundo. Passou pela cortina, que separava a área comum da grande tenda do quarto improvisado. Sentou-se na beirada da cama e abriu a caixa que era sua. Aparentemente estava vazia, mas quando colocou a mão e a puxou de lá, retirou três livros, o primeiro deles de capa avermelhada. Sobre ele havia um envelope com seu nome escrito na letra redonda e pequena da mãe. Os feitiços deviam estar ali. Ele os analisaria com atenção mais tarde. Voltou-se para o primeiro livro. Suas sobrancelhas subiram surpreso, enquanto ele virava as folhas se prendendo a uma ou outra frase. Um livro de contos, com alguns dos gêneros que ele mais gostava. Os outros também se adequavam a suas preferências. Seus lábios finos se contraíram sem que notasse.

Colocou-o de lado e vasculhou o que mais havia na caixa: Ervas para fazer chá, produtos para higiene pessoal, roupas limpas, mesmo uma luneta de bolso, pergaminhos e penas próprias para desenho. Entre tantas outras coisas. A mãe sempre foi caprichosa e se preocupava até com os mínimos detalhes. Estava preocupada que o filho bastardo tivesse ao menos um momento de distração, um momento de normalidade e tranquilidade onde pudesse ser apenas Loki e não um soldado em guerra. E a preocupação não se resumia só a ele, como a caixa de Roxie sugeria. Sem dúvidas, Frigga era uma excelente mãe e isso não se podia negar.

Loki ficou encarando os objetos em silêncio, uma expressão indecifrável no rosto. Não se sentia compelido a sair dali, embora ouvisse que Thor e Roxie conversavam num tom alto novamente. Folheou os outros livros distraidamente, deixando sua mente vagar muito longe dali pela primeira vez em meses. Naquele momento precisava de, ao menos, quinze minutos de privacidade.

Escreveria algo para agradecer a gentileza da rainha. Era o que a formalidade pedia de um soldado. Haviam discutido antes que saísse em campanha e ainda assim a mulher pensara em cada detalhe para o agradar.

Hodr poderia levar o bilhete de volta.

Arrancou uma ponta de um dos pergaminhos e pensou em dezenas de palavras formais e corretas. Os olhos verdes vagaram pelo cômodo improvisado.

— Loki? — A voz de Roxie o chamou incerta, porém sem entrar.

— Já vou. — devolveu, rabiscando algo e enfiando dentro de um dos livros para que não se extraviasse até que entregasse a Hodr. Levantou-se passando a mão pelos cabelos negros e regressou a área comum.

No bilhete, apenas duas palavras:

"Obrigado, mãe."

Loki retornou para onde a ruiva e o deus do trovão o aguardava e assumiu uma fisionomia séria imediatamente ao ver um dos tenentes, parado na entrada da tenda.

— Senhor, com licença. — Pediu de cabeça baixa. Roxie e Thor já estavam de pé e olhavam para o homem. Pensaram se tratar de mais alguma má notícia. — Estamos todos prontos, conforme o senhor ordenou. Podemos partir imediatamente. — Loki olhou para a mulher e o loiro. Depois assentiu para o tenente, que deixou o lugar rapidamente.

— Você quer ajuda? — Pediu Roxie.

— Não. Apenas reúna os homens em um lugar só. — Ele olhou para a mulher que assentiu e puxou Thor para fora da tenda. Loki voltou apressadamente para onde havia deixado os livros e pegou o envelope com seu nome. O abriu e dentro havia os feitiços, juntamente com um bilhete que dizia:

“Loki, devo adverti-lo sobre o feitiço de privação sensorial que me pediu. Aqueles ligados ao olfato e audição podem ser feitos sem maiores problemas, mas o de visão não. Após lançado, quem o recebe fica completamente cego por mais de vinte e quatro horas e não é isso que quer em meio a uma guerra. Apenas use-o se tiver a certeza de que você e seus homens se manterão protegidos por esse período. Cuide-se. Frigga”.

...

Todos já estavam reunidos quando o príncipe lançou-lhes o feitiço e imediatamente o mundo tornou-se silencioso. O barulho do vento batendo nas folhas, o retinir das armaduras quando os soldados se mexiam ou a voz do amigo, não mais existia. Também lhes foi privado a capacidade de sentir qualquer cheiro. O mundo perdeu um pouco de vida naquele momento.

O feitiço que a rainha havia mandado deu certo. Loki apenas lamentou-se por não poder utilizar o feitiço de privação também para a visão, mas não poderia correr o risco de atravessar o vale e dar de cara com os inimigos. Seriam mortos em segundos. Precisava de todos os seus homens atentos.

Só lhe restava manda-los fechar os olhos e esperar que eles assim o fizesse. Advertiu-lhes que a morte aguardava aquele que ousasse abri-los e eles temeram morrer.

Um deles perguntou como saberiam a hora de abrir os olhos e Loki observou o vale a sua frente, de cima de um lugar mais alto, para que tivesse uma visão perfeita. Reparou que havia apenas o solo semiárido, nada de plantas que pudessem confundi-los. Tinha penas o chão de barro rachado, mas assim que ele acabava a grama verde nascia por todo o solo. Com isso, mandou que os homens tirassem seus sapatos e só abrissem os olhos quando sentissem a grama em seus pés. Loki lhes deu todas as coordenadas antes de deixá-los surdos, de modo que cada um foi se organizando conforme o deus mandou.

O trapaceiro aproximou-se de Roxie, enquanto ela indicava as posições de alguns daqueles soldados. Estava de costas e apontava as direções para alguns do grupo que ainda assim, mesmo depois de toda a orientação de Loki, se encontrava perdidos. Alisou-lhe a pele dos braços dela, devagar, apenas para que soubesse que ele estava ali. O tato não havia sido comprometido.

A princesa virou-se e abriu a boca para falar, mas o deus balançou a cabeça negativamente quando ela pronunciou algumas palavras. Não a ouviria. Sorriu e a encarou seriamente antes de levar os dedos longos até os seus olhos azuis e fechá-los. Ela sorriu e abriu apenas um deles. O deus tornou a balançar a cabeça dizendo que não. Nem uma espiadinha. A mulher fez um bico antes de sorrir e assentir.

Eles se entendiam até quando não precisavam de palavras para isso.

Deu-lhe um beijo rápido e a levou para a frente do exército, onde Hodr estava pronto para guiá-los. Antes que prosseguissem, uma luz verde encobriu todos os soldados, como se fosse uma enorme bolha. Loki havia dito que lançaria aquele feitiço, para que todos ficassem juntos e não se dispersassem.

Todo o exército fechou os olhos no momento em que o seu líder deu o sinal e começou a marchar. A travessia não duraria mais do que dez minutos de caminhada, a passos rápidos que era como eles se locomoviam.

O fato de não poder ouvir nada ao redor deles, ou ver, deixavam os soldados ainda mais apavorados com a situação. A respiração de muitos estava ofegante, as mãos tremiam desesperadamente. Nunca haviam ficado cara a cara com a morte. O que a impedia de chegar a eles, era manter os olhos fechados. A maioria os apertava com tanta força que chegava a doer.

Conforme marchavam, o deus seguia contando os minutos. Foi assim que percebeu que já haviam andado por quase o tempo necessário. Nesse momento, notou a inquietação de seu irmão, ao seu lado. Esticou o braço, na tentativa de achá-lo, mas não estava mais ali.

Thor havia aberto os olhos e a primeira coisa que viu foi Jane em sua frente. Os cabelos, da cor do chocolate, estavam ainda mais vividos e moviam-se conforme o vento soprava. O mirava ternamente, com um sorriso extenso, e alisou-lhe o rosto. O deus pegou-se apreciando aquele carinho. Sentia tanto a falta de Jane que o peito chegava a doer. Ela era a única a quem verdadeiramente amou e lhe foi arrancada de uma forma tão cruel que o devastou completamente. Ele desejava morrer também. Por isso a morte foi tão traiçoeira ao ponto de assumir a forma que sabia ser impossível para o deus do trovão superar. A forma de sua mulher morta.

Os olhos castanhos demonstraram tristeza no minuto seguinte, quando falou e o deus respondeu que não podia ouvi-la. Abaixou o olhar e fez menção de se afastar, mas Thor a pegou pelo braço, implorando para que ela ficasse. Sorriu para ele antes de desvencilhar-se do toque e o segurar pela mão. Assim que o fez, o deus rompeu a barreira imposta por Loki.

Alguns soldados, que estavam no fundo, sentiram que não estavam mais na rota e abriram os olhos. A morte veio até cada um deles e tomou a forma de seu maior desejo. Fosse a forma de uma mulher amada, de um parente que havia morrido ou uma pessoa que há muito não era vista. Ela dava seu jeito.

Assim que Loki percebeu que a barreira se rompeu e que Thor não estava mais ao seu lado, contra sua vontade, abriu os olhos. A morte assumiu a forma daquilo que mais desejava: Roxie. Os olhos extremamente azuis o hipnotizou por um breve momento. Sempre fora assim, fosse há poucos minutos ou há séculos. O efeito que eles tinham sobre o deus era o mesmo. Era fascinado por aquele olhar, ou melhor dizendo, pela obra completa da ruiva. Ela sorriu quando percebeu que a examinava e olhou para baixo, como se estivesse envergonhada. Esticou a mão para o deus e fez um bico engraçado. Loki sorriu e ela afastou-se. Queria deixa-lo o mais longe possível de seus homens e, principalmente, longe da mulher que permanecia ao lado do deus.

O moreno estava pronto para alcança-la quando Roxie, a verdadeira, segurou em seu braço, com força. Ela notou a movimentação e estava com medo de tê-lo perdido, por isso o procurou rapidamente. Precisava senti-lo e perceber que estava bem. Loki virou o rosto, rapidamente para o lado, e a encontrou ainda de olhos fechados e caminhando ao seu lado.

Alternou o olhar entre ela e a morte que sorria, em sua frente. Ela tocou-lhe o rosto e ele sentiu um arrepio lhe tomar. Aquela, definitivamente, não era a sua Roxie. A morte não o enganaria facilmente.

Apertou a mão da ruiva, antes de soltá-la. Temendo o que poderia acontecer, Roxie fez menção de abrir os olhos, mas Loki colocou sua mão em seu rosto antes que conseguisse. Ela entendeu o recado.

O deus afastou-se rapidamente do exército e, novamente, o envolveu na magia que os unia. Já havia perdido dez homens, não poderia correr o risco de perder mais.

A todo o momento a morte o tentava, aparecendo em sua frente, e isso aumentou ainda mais conforme ia se aproximando do deus do trovão. O pegou há alguns metros da entrada de Helheim e o forçou a seguir de volta para perto do exército, onde os primeiros já começavam a sentir a grama em seus pés e já abriam os olhos, dando de cara com a cena. Roxie foi um deles.

A ruiva desesperou-se imensamente ao ver o homem a quem amava e seu irmão lutando contra aquela quantidade imensa de vultos de cores acinzentadas e tentou correr para ajuda-los, mas Hodr a pegou pelo braço rapidamente. Ele não enxergava, mas sabia exatamente o que estava acontecendo ao seu redor.

Alguns minutos depois, o último soldado sentiu os pés tocarem a grama verde antes que Loki e Thor também a alcançassem. O deus da trapaça fez um floreio com a mão e os cheiros e sons tornaram para todos ali.

— O que foi que eu falei para fazer? — Gritou com o loiro quando o soltou contra o chão. — Você expôs o meu exército. Isso não é brincadeira.

— Eu vi a Jane. — Comentou Thor com os olhos azuis enchendo-se de lágrimas e Loki respirou fundo, apertando o maxilar com força.

— Por causa da sua desobediência, dez de meus homens foram levados para o mundo dos mortos. Está feliz? Ela está morta, tem que aceitar isso mais cedo ou mais tarde. Assim, quem sabe, você para de nos colocar em risco.

— Você não sabe a dor de perder quem amamos, Loki. Espero, de verdade, que nunca passe por isso que estou passando. — Os olhos azuis do loiro correram até achar a irmã ao lado das quatro mulheres que compunham o grupo das “Seis”. Roxie abaixou a cabeça rapidamente quando o deus da trapaça seguiu o olhar de Thor e a encontrou no caminho.

O príncipe herdeiro levantou-se do chão, passou rapidamente pelo moreno e afastou-se o quanto viu ser seguro se afastar. Sentou-se encostado em uma árvore. A ruiva fez o mesmo, sentou-se ao lado do irmão e o abraçou, enquanto a amargura, a culpa, a incapacidade e a saudade tomavam conta do tão poderoso deus do trovão.


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Notas finais do capítulo

É isso amores! Espero que tenham gostado!
Um beijão grande e inté o próximo!

S. Laufeyson



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