A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 5
// furacão //


Notas iniciais do capítulo

Hey there Folks!!!!
Eu vejo fantasmas, vamos aparecer minha gente, amo opiniões!!!!!
espero que gostem do capitulo



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As rosas ainda estavam sobre a mesa, e eu estava sentada na minha cama o mais longe possível delas, como se elas fossem radioativas ou fossem explodir a qualquer momento, Yuri estava tão quieto no meu colo que eu verifiquei duas vezes se ele não estava morto, minhas mãos o afagam lentamente enquanto eu pensava no que fazer, primeiro pensei em pegar tudo que tinha e fugir pro meio da floresta amazônica e ir viver com as onças, até perceber que eu não tinha dinheiro pra isso, depois eu pensei em voltar pra Hydra, afirmar que eu tinha sido obrigada ou algo do tipo.

Tentei injetar um pouco de coragem em mim mesma, quis me convencer que os meus novos vizinhos com rifles poderiam me proteger, que não havia nada a temer, era só um recado e desde que eu mantivesse a minha boca fechada eu estaria a salvo, porém quando Fury me ligou avisando que a missão para recuperar o cargueiro fora um sucesso eu tive medo que chovesse rosas na minha casa. Eu temi que a qualquer segundo eu visse a figura dele, dessa vez ele não usaria um pano e sim as suas balas.

Medo é a reação química do cérebro que nos mantém vivos, mas naquele momento medo era o que me manteve um dia inteiro na cama, pensei em deixar uma carta, mas eles provavelmente encobririam isso, então fiquei na minha cama, o gato nos meus braços anormalmente quieto, ocasionalmente passava a sua língua áspera em mim e ronronava como se pudesse me acalmar.

Não tinha conseguido dormir aquela noite, a noite virou dia num silencio ensurdecedor, a quietude gritava comigo cada vez mais alto, mais forte, mais desesperador. Nada o fazia calar a boca, nem o barulho dos carros e viaturas passando pelas ruas desertas na madrugada, senti as olheiras crescendo no meu rosto, o desespero consumindo o meu corpo, tomando conta da minha mente.

Por volta do meio dia eu resolvi forçar algo garganta abaixo, e ainda usando roupão de dormir, coloquei comida e água para Yuri e um pouco de cereal pra mim, e voltei para a cama, me encolhendo no canto quando a porta foi escancarada, derrubei todo o leite em cima da minha cama com o meu coração quase pulando pra fora do peito.

Nick entrou mancando, a mão direita segurando firmemente o braço esquerdo e uma grande quantidade de sangue saindo do seu nariz.

―Jesus Cristo ― exclamei, saindo da poça de leite e indo ajudá-lo.

―Nah, apenas eu ― ele e jogou numa poltrona de couro com um grande suspiro.

―O que aconteceu?― me levantei completamente da cama, ignorando os miados de Yuri, passei por cima dele e fechei as cortinas e tranquei a porta antes de pegar um kit de primeiro socorros que eu tinha no banheiro.

―Dia difícil no escritório ― respondeu-me, puxei a mesa de centro e me sentei sobre ela, abrindo a caixinha branca e pegando algodão e água oxigenada e entreguei para que ele se limpasse, peguei o braço esquerdo sentindo o osso deslocado em seu pulso.

―E ainda me perguntam por que eu os evito ― mordi o lábio e olhei para o homem ― Isso vai doer.

Segurei a sua mão e o antebraço e com a maior força que eu tinha eu forcei o osso a voltar para lugar, Nick não gritou, apenas arfou e derrubou o algodão em seu colo.

―Puta merda ― xingou ― Porque diabos você fez isso?

―Seu pulso estava deslocado, se eu não colocasse no lugar de volta poderia cicatrizar assim, e eu não sei se você vai num hospital, isso é bem ingrato.

―Eu não posso ir num hospital, estão me caçando.

―Então você vem no meu apartamento? ― Perguntei indignada ― Meio, se eu vou morrer vou levar a minha nova amiga junto? Muita consideração da sua parte.

―Eles não vão me procurar aqui ― eu apontei pras flores, Nick franziu as sobrancelhas ― Quem?

―Hydra ― silabei ― Um lembrete que peixes morrem pela boca, assim como pessoas que falam demais.

Nick abaixou a cabeça apoiando no braço bom e fechou os olhos.

―Não está pensando em desistir agora, está?

―Cada passo que eu dou eu sinto uma arma apontada pra mim,Fury ― Respondi,depois de um suspiro abaixando a minha cabeça ― Não consigo dormir, a cada vento que sopra na janela eu acho que estão invadindo, quando você abriu a porta eu paralisei, achei que fosse morrer.Estou apavorada.

Nick se reclinou, com certo esforço devido aos ferimentos.

―Tinha um homem, quando eu capotei o carro ― começou ― ele explodiu o meu carro, o filho da mãe, e veio até mim eu não pude ver o seu rosto estava coberto por um tipo de mascara.

Um arrepio correu da minha nuca até a base da minha coluna, me coloquei imediatamente de pé e tentei verificar a janela.

―Algo me diz que você sabe quem é.

―O soldado invernal ―abaixei a minha cabeça, coçando o olho em busca de alivio para a dor de cabeça que acabava de surgir ― ele que tentou me matar.

―Então não é dos bons ― reclamou o diretor, eu me virei de braços cruzados.

―Eu não era um alvo, isso foi uma ameaça ― Eu sorri um pouco aliviada ― você é o alvo, e ele não vai parar até te matar, ele é responsável por vinte assassinatos oficiais nos últimos cinquenta anos, fora as pessoas que morreram por estarem no caminho dele. México, dois anos atrás cinquenta efeitos colaterais e eu não sei os dados das outras missões deles, ele vai te matar. E eu estou no caminho.

Nick suspirou, e eu fui até a minha caixinha de primeiros socorros e peguei um saquinho fechado a vácuo e a abri deixando cair em minha mão dois comprimidos azuis claros, sentei mais uma vez na mesinha e coloquei os comprimidos na mão de Nick.

― O que é isso? ― Perguntou, analisando os comprimidos.

― Meu ultimo recurso ― Eu disse ― Roubei isso de um laboratório uns anos atrás, Hydra estava procurando um jeito de eliminar o hulk ou colocá-lo pra dormir por um tempo, isso deveria acalmá-lo, ma não deu certo então quando foi testado em humanos descobrimos que isso reduz o seu pulso a uma batida por minuto, parece que você está morto, mas está apenas tirando um cochilo. Eu já estava pensando em sair de lá quando achei isso, ninguém deixa a hydra não vivo, mas você não pode matar o que já está morto. Guardei para o momento certo, mas ele não chegou pra mim. Mas, eu penso que chegou pra você.

―Isso não vai me matar de verdade, não é senhorita Konstantinovka?

―Eu não sou uma agente dupla.

― Isso soa exatamente como algo que um agente duplo diria ―Ele olhou os comprimidos mais uma vez ― Quanto tempo pra fazer efeito?

―Algumas horas, vai te acalmando suavemente até você parecer morto. ― Nick colocou os comprimidos na boca e engoliu e começou a se levantar ―Aonde você vai?

―Tenho outras previdências a tomar antes de dobrar o cabo da boa esperança ― Respondeu-me fechando a aporta atrás de si.

Passei o resto da tarde sozinha em casa, imaginando onde Nick tinha ido e verificando constantemente a minha janela, mas nada veio, nem ninguém, a dia se passou mais rápido do que eu achei que passaria, quando escureceu eu me sentia mais corajosa,afinal eu não era o alvo e desde que todos achassem que Fury estava morto ninguém desconfiaria de mim.

Os tiros me assustaram a principio, não eram no meu apartamento e sim no apartamento da frente, eu abri a porta e fui correndo até o apartamento de Steve, que estava com a porta arrombada e Katie de joelhos em frente ao corpo de Nicholas Fury, olhei pela janela e vi o soldado ficando em pé e começando a correr pelo telhado, Steve se afastou e começou a correr quebrando a Janela e indo atrás do soldado invernal.

Os paramédicos entraram no apartamento e retiraram o diretor que foi acompanhado por Kate, eu me sentei num sofá na casa de Steve, com a cabeça entre as mãos, não sei por quanto tempo e fiquei ali, pensando se os comprimidos tinham realmente funcionado,eu ouvi passos no corredor e batidas no apartamento da frete, o meu. Sai do meu lugar e fui até a porta do capitão,me escorando nela e observando o homem que batia na minha porta, ele era negro de porte médio, usava jeans e sapatos esportivos.

―Posso te ajudar com alguma coisa?― perguntei, o homem olhou pra mim e sorriu.

―Sim, eu estou procurando a garota que mora aqui, você abe se ela está em casa?― eu o olhei desconfiada ― Steve me mandou aqui.

―E quem é você?

―Sam, um amigo dele ― Eu sai do apartamento de Steve e fechei a porta trás de mim, e fui até o meu apartamento e abri a porta ― Você é Freya.

―Eff pros íntimos ― eu o convidei para entrar e ofereci um lugar pra sentar ―Então, o que faz aqui?

―Steve disse que uma amiga dele estava em perigo, e um cara foi atacado no apartamento dele então me pediu pra se eu pudesse dar uma passada― ele olhou em volta, analisando o meu apartamento, estava uma completa bagunça, uma cadeira virada, livros espalhados, Yuri lambia o edredom em cima da cama e o cereal estava espalhado pelo chão, me senti envergonhada.

―Em geral a minha casa é melhor que isso, só muitas emoções nos últimos dias― mordi a parte interna da minha bochecha.

―Deu pra perceber ― Apontou para a cortina rasgada, sorri envergonhada ― Então, eu tenho uma casa bem grande e arrumada, onde você pode ficar até que ele volta.

―Não acho que eu tenha mais alguma coisa a temer.

―Eu sou um soldado e tenho um playstation três.

―Vou acabar com você no Mario Kart.

Resolvi ir pra casa dele, que por mais que eu soubesse que eu não era o alvo, meu apartamento não me parecia seguro, estava sujo e bagunçado, aquele lugar me dava medo, peguei umas roupas e o meu gato e enquanto íamos para a casa dele comprei um jornal para ler os classificados e comecei a procurar um lugar novo pra morar, eu não podia mais ficar naquele lugar.

Como Sam tinha dito a casa dele era grande e bem limpa, fiquei no quarto de hospedes e descobri que ele era um cara muito legal, pediu pizza para jantar e começou a fazer graça com meu sotaque pesado e eu acabei com ele no Mario Kart.

Era bom não me sentir com aquela arma invisível na cabeça o tempo todo, era maravilhoso rir por alguma coisa boba, era bom que a minha única preocupação ser o controle na minha mão e a pista pixelada na minha frente. Naquela noite eu até consegui dormir.


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Notas finais do capítulo

It’s a new soundtrack
I could dance to this beat, beat
Forevermore
The lights are so bright
But they never blind me, me.
(A música não tem nada com o capitulo, apenas estou obcecada com ela)



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