A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 6
// Ele vai Voltar //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks!!!
O que acham da nova capa? Espero que tenham gostando tanto quando eu, porque estou apaixonada.
Espero que gostem do capítulo hehehe



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Eu acordei com os passos de Sam pela casa, eram cerca de quatro da manhã, eu me levantei sonolenta e fui até a cozinha onde ele amarrava os sapatos com a luz acesa enquanto o resto do mundo estava apagado, me recostei na parede, bocejando de braços cruzados.

―Bom Dia, Doutora ― Sam se levantou, vestindo um moletom cinza e indo até a geladeira, onde encheu uma garrafinha de agua da torneira.

―Pra onde vai? É de madrugada ―bocejei, Sam sorriu antes de sair pela porta da cozinha.

―Vou correr, tranque as portas e volta a dormir, está muito cedo.

Respirei fundo quando ele trancou a porta e voltei pra cama, ela era grande e confortável e voltei a dormir, acordei quando o sol já tinha nascido e fiquei alguns minutos na cama, passando a mão naquela bela espécime de gato que ronronava ao meu lado, ouvi umas batidinhas na porta enquanto Sam entrava.

―Temos visitas ― avisou, eu me levantei imediatamente, Sam riu do meu medo súbito ― São só Steve e uma amiga.

―Que amiga? ― perguntei, me levantando e pegando um roupão e vestindo por cima do meu pijama de listrinhas.

―Ruiva com cara de assassina.― Saímos do quarto e fui direto pra cozinha que, para a minha surpresa estava vazia, apenas com vários condimentos para o café da manhã, com uma careta peguei as laranjas e coloquei no espremedor.

―Isso era uma estratégia pra usar a minha força de trabalho? ― perguntei enquanto Sam virava o bacon na frigideira.

―Sim princesa, é um mundo da Freya e eu apenas vivo nele ― Zombou, e eu dei um tapinha nas costas dele.

―Fico feliz que sejam amigos ― Steve disse atrás de nós, atravessando a cozinha com a sua amiga assassina ruiva, eu sorri para eles levando a jarra até a mesinha no canto.

―É o que acontece quando eu conheço pessoas de forma civilizada, não quando estou sendo estrangulada no meu apartamento, geralmente eu sou bem simpática, alguns dizem adorável.

―Eu tenho certeza que sim, Doutora ― A ruiva sentou, pegando um pedaço de Bacon que Sam tinha servido, eu me sentei em frente a ela, ela voltou a sua atenção pro capitão sentado do lado dela ― Então a pergunta é: Quem da S.H.I.E.D pode lançar um míssil?

Sam e eu nos entre olhamos, e o capitão nos olhou desconfiado, mas Natasha prosseguiu.

―É preciso um alto escalão pra isso.

―Pierce ― O capitão disse com uma ponta de nojo na sua voz, mordi a parte interna da minha bochecha me perguntando se eu deveria contar a eles sobre o que eu sabia, mas me detive ao lembrar das rosas. ―Mas ele não está trabalhando sozinho, já que o algorítimo de Zola estava no estrela de Zemura.

―Assim como Jasper Sitwell ― A viúva respondeu, me olhando furtivamente e eu enfiei a torrada inteira dentro da boca tentando soar o mais calma que eu podia.

―Então precisamos dele ― Afirmou o loiro.

―Porque precisamos dele quando temos uma doutora aqui? ― levantei meus olhos, não estava esperando ser chamada na conversa.―Vamos lá docinho, eu sei que você analisa mais que um bando de amostras de sangue, Fury me contou tudo.

O capitão me olhou intrigado, assim como Sam e eu peguei o suco de laranja tomando um gole.

―Eu não sei sobre isso ― respondi ― eu estou falando sério.

―Mas você sabia sobre o barco, você deu a dica.

―Eu sabia sobre ele porque tive que trabalhar por um tempo lá, mas eu nunca tive total acesso a tudo, por isso eu não disse exatamente o que estava lá.Eu não sabia, eu não sei de tudo, ninguém sabe é assim que a hydra mantém as coisas seguras.

Cobri a minha boca com as mãos quando terminei de falar, o capitão parecia chocado com o que eu tinha dito.Olhei em volta em busca de algum tiro imediato.que não veio.

―Eu trabalhei pra Hydra por quatro anos, eu achei que estava fazendo a coisa certa, eu acreditei que o que estava nos matando era a S.H.I.EL.D, mas agora eu sei que eu estava errada, que tudo que eles contavam está errado, eu tentei sair, eu pedi ajuda ao Fury.

―E Agora ele está morto ― O loiro me interrompeu friamente.

―O que você sabe sobre o algorítimo de Zola?

―Não muito, essa não é a minha área, mas eu sei que isso pode matar milhões de pessoas ―Olhei desoladamente para a viúva ― Mas eu juro, eu não sei como ele funciona, eu trabalhei naquele barco estupido por causa dos genes, eu sou geneticista trabalho com células e não com armas de homicidio em massa.

―E quem sabe sobre isso?

―Sitwell, ele tem toda a informação que vocês precisam e provavelmente muito mais ― eu sentia um nó na minha garganta.

―Então agora a pergunta é, como os dois mais procurados da América sequestram uma pessoa em plena luz do dia?

Eu não ouvi o restante da conversa, apenas peguei flashes quando Sam entregou o seu currículo e eu vi que ele não era o tipo de soldado e sim um tipo de soldado especial, que usava grandes asas para resgates aéreos num projeto denominado falcão, eu me levantei em algum ponto e voltei pra o meu quarto, recolhendo a minha coisas. Provavelmente não deveria ficar para o almoço.

―Effy? O que está fazendo?― Sam perguntou, segurando o meu braço e me fazendo virar pra ele, eu ainda não estava chorando, mas sentia que iria desabar logo e eu queria estar longe dali ―Você não precisa ir embora, Todo mundo comete erros,você é uma pessoa boa eu sei quando alguém te faz pensar que algumas coisas que parecem certas.O importante é que você sabe disso agora.

―Sam, o seu problema pode ter sido pego fumando maconha na saída da escola, o que eu acreditei ser certo matou pessoas, eu fiz coisas horríveis, tem um homem lá fora matando pessoas e caçando outras que só está assim porque eu ajudei, eu me arrependo das consequencias, Deus como eu me arrependo, mas o que eu fiz. Eu não me arrependo do meu trabalho, das minhas pesquisas, apenas no que elas se tornaram.

―Entendo mais do que você imagina, mas isso não é um motivo pra você sair daqui, me escuta, fica aqui quando resolvermos isso tudo, nós jogamos Mario Kart.

Eu sorri.

―Eu não posso, eu falei demais, Hydra não gosta de vazamentos.

―E pra onde você vai?

―Estou branca demais ― eu disse, olhando os meus braços ― acho que Bali é ótima nessa época do ano ― Ele sorriu me puxando pra um abraço apertado.

―Sempre se sinta livre pra aparecer por aqui.

―Eu vou― Respondi, me afastando dele e colocando Yuri dentro da caixinha dele e ai do quarto, passando pelo capitão sem falar com ele, eu me sentia mal por ele ter descoberto sobre a hydra da pior maneira possível, A ruiva estava do lado de fora da casa, mascando chiclete.

―Achei que fosse entregar o seu currículo junto com o falcão ―Ela disse, cruzando os braços.

―E trocar seis por meia dúzia ?― ela sorriu satisfeita, respirei fundo e fui até ela.

―Tem muitas coisas que o capitão não sabe e não vai gostar de saber, você é forte ― eu falei abaixando a minha voz e olhando em volta ― O soldado invernal, você o conhece, ele vai acabar com o Steve, ele não vai hesitar em matá-lo, mas se o capitão descobrir quem ele é ele vai hesitar e essa hesitação vai matá-lo, você precisa estar lá não pode deixar isso acontecer,me entende?

―Quem é ele? ― A viuva me ouvia com atenção.

―Descobri uns dias atrás, eles eram amigos, o soldado invernal era braço direito do capitão.Mas o soldado não é mais a pessoa que ele era, ele é mantido criogenado o tempo inteiro, as suas memorias estão danificadas, ele não sabe quem é, ele só sabe que é uma arma, um meio de mudança. Ele caça e mata. É tudo que sabe fazer.

―Porque está me dizendo isso?

―Nós garotas deveríamos confiar umas nas outras e permanecer juntas, eu confio em você Natasha ―notei o pequeno colar com uma flecha de pingente e sorri ― Sei que vai fazer o que é certo.

Eu fui andando até a avenida principal e peguei um taxi para a minha casa, eu tinha que conferir o meu extrato bancário antes de mais nada, fugir era uma prioridade pra onde eu não sabia, havia uma seleção de países remotos que eu poderia ir, mas havia a questão que eu não era filha de um magnata pra passar um tempo indeterminado viajando de modo furtivo e podendo passar um mês ou um ano num lugar desses, pensei em algum pais relativamente barato pra se viver e evitar a Europa por um tempo, a Asia sempre fora um lugar que eu quis visitar e eu queria um lugar quente.

Dei umas notas ao taxista e sai correndo para dentro do prédio, peguei o meu notebook e fui pesquisar preços.Olhei a lista de seleção que eu havia montado e fui selecionando, descartando países como Índia (cultura linda que eu não me adaptaria),Afeganistão( guerra) e outros por motivos parecidos, e deixei uma lista com o meu saldo bancário aberto, o que não era lá essas coisas, mas eu poderia trabalhar.

Yuri estava nas minhas pernas,e eu o peguei no colo.

―O que acha do brasil?― perguntei ganhando um miado em resposta.

―Eu sei, mas ele se encaixa no que queremos por agora, e eu morei em Portugal um tempo não deve ser tão difícil ― Yuri colocou a sua pata no meu rosto ― Eu sei, vai ser complicado, mas é isso que temos.

Olhei de relance pro meu telefone que vibrava com um numero desconhecido me ligando, atendi com um frio na barriga e um nó na garganta.

―Olá doutrora Freya, como você está? ―Uma voz familiar disse.

―Fury?

―Eu não conheço nenhum Fury, o que você está fazendo?― Nick me perguntou.

―Arrumando as minhas malas, estou deixando o país.

―Você tem condições pra isso? achei que fosse quebrada ― rolei os olhos.

―Eu tenho o suficiente, obrigada por ressaltar que eu sou pobre, era exatamente o que eu precisava. ―Ouvi ele rindo do outro lado da linha.

―Eu transferi uma quantia pra você, o necessário pra ficar um tempo nas sombras, não compre com cartão, saca o dinheiro e compre a passagem, não leve mais o que o necessário e se cuide.

―Obrigada Nick, eu sei disso tudo, e olhar sempre por trás dos meus ombros ― sorri meio inconscientemente, era bom ter alguém pra cuidar de mim.No site da minha conta, senti meus olhos arregalarem com a quantia na minha conta, havia mais zeros do que eu poderia contar. ― Obrigada mesmo, Meu Deus, você não sabe o quanto eu to agradecida.

Ele desligou me deixando olhando admirada a minha conta, me levantei colocando o gato no chão e peguei a minha bolsa, sai de casa rapidamente e comprei coisas pra minha viagem inesperada, tudo em dinheiro como Nick tinha me instruído,comprei malas novas, uma gaiola pro meu gato e roupas leves.Voltei ao entardecer pronta pra jogar o resto das minhas coisas na mala e ir direto pro aeroporto, abri a porta e joguei a mala enorme dentro do apartamento.

A primeira coisa que eu senti foi a presença, forte, vibrante, intoxicante permaneci de costas, minhas mãos na maçaneta.

―Doutora Freya? ― uma voz me chamou, receosa, eu me virei na direção o soldado estava sentado na minha cama, sem mascara seu olhar perdido e desolado, ele parecia estranhamente quebrado, eu respirei fundo, meu coração batendo tão rápido que eu podia ouvi-lo, as palmas das minhas mãos imediatamente suadas, respirei fundo dando dois passos na direção dele e liguei a luz.

―O que você quer aqui, Soldado? ― tentei manter a minha voz firme e parecer intimidadora,mas eu sentia as minhas pernas fracas.

―Você é a Doutora Freya, você tem que me ajudar.

(versão com gif)


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Notas finais do capítulo

Oh please... Give me mercy no more
That's a kindness you cant afford
I want you baby tonight as sure as you're born
You'll hear me howling outside your door

It Will Come Back - Hozier

Agora a música do segundo capitulo faz sentido?