A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 4
// Histórias de Fantasmas //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks!
Como agradecer pelos lindos comentários que eu recebi? Sério, estou encantada, muito obrigada! Espero que gostem do capitulo porque ele é um dos meus favoritos até agora.
xoxo



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―Deixa eu ver se eu entendi direito ― Disse,enquanto olhava em volta todos aqueles escudos, listras e cenários da segunda guerra mundial, uniformes e enormes tela com fotos do capitão América em toda a sua boa forma e heroísmo patriótico ― Você me traz pro seu museu na esperança que o cara que está me seguindo sinta o espirito patriótico da América e não me mate?

―Não, só que esse lugar é meio fora do circuito, acho que esse seria o ultimo lugar que te procurariam― Respondeu, olhando em volta o sol tinha começado a raiar, eu caminhava distraidamente pelo lugar, aproveitando a falta da muvuca de turistas e de seguranças e tocando as peças.

―Meio Narcisista ― Comentei parada em frente a placa que davam informações sobre ele, Steve Rogers o soldado magrela que apanhava na rua até a sua evolução para o capitão América, sua altura anterior e peso e as tiradas logo depois da sua mutação, eu li com atenção ― Doeu?

Ele estava perto de mim, lendo a placa junto comigo, suas mãos nos bolsos.

―Como o inferno, mas na hora eu só conseguia pensar em ser diferente do que eu era, eu queria ser um soldado, eu queria lutar pelo meu país e pelo o que eu acredito, queria lutar pela liberdade.

―Soa bastante estupido, você poderia morrer no processo, poderia morrer depois, ficar permanentemente deformado, seu corpo poderia responder a radiação com um câncer ou algo pior ― cruzei os braços, virando meu rosto para ele, o capitão tinha um pequeno sorriso nos lábios ― Você faz exames pelo menos? A radiação ainda pode te dar câncer.

―Não faço exames, Doutora, não são nescessarios ― ele tocou o meu braço me guiando até uma especie de cúpula cinza, abeta dos lados e com a parte de cima suspensa, havia um colchão azul no meio. Senti a minha boca escancarar― Sim, foi nessa maquina que eu fiquei assim.

O capitão mais uma vez previu o que eu iria falar, eu pulei a cordinha que separava o publico e toquei a maquina, o metal frio incomodou as minhas mãos mas era fascinante um pedaço da história, ali, exposto para qualquer um ver.

―Howard Stark era um gênio, louco que nem o filho, mas um gênio, em que ano foi isso? 1944? Olha o que ele fez, um soro eficaz para super soldados e radiação vita.― Eu soava admirada, o que eu realmente estava e isso parecia divertir o capitão.

―Naquele mesmo ano, ele inventou um carro que não precisava de rodas, voou por alguns segundos, eu estava na plateia ― eu olhei o capitão, seu rosto límpido e parecia perdido em lembranças ― Eu e um amigo,estávamos aqui, ele tinha arranjado um encontro duplo, mas porque uma garota bonita ia olhar pra um magricela quando Bucky estava por perto? O filho da mãe. A garota mal me olhou.

―Então hoje em dia você trás as garotas no museu em sua honra pra mostrar quem é o bom?

O loiro deu uma risada, e eu sai de perto da maquina, desejando ter metade do olhar visionário do Stark.

―Não, as vezes eu venho aqui sozinho também ― Fomos até outra área do museu, que contava a famosa história do resgate dos mais de seiscentos soldados ―É como se todos os meus amigos estivessem aqui, todo mundo que eu costumava conhecer.

―E os seus amigos vingadores?

―De onde você vem mesmo?― o capitão cortou o assunto.

―Eu nasci na Bulgária,mas, sai de lá assim que nasci fui morar com meus pais na Sokovia, minha mãe era psicologa e meu pai é neuro cientista, então quando eu tinha sete anos, papai recebeu uma ótima proposta de trabalho na Polônia,e nos mudamos, era onde eu morava até vir pra América.

―Uma coisa que até agora eu não sei, O seu nome ― O capitão perguntou enquanto íamos para uma nova ala.

―Freya― Na sala seguinte estava o antigo uniforme, e as roupas de seus companheiros de guerra junto em cima deles as suas fotos, O capitão estava no meio e do seu lado direito um rosto familiar,pele bronzeada, olhos azuis e cabelos negros, fiquei sem fala alguns instantes, era ele, o soldado invernal.Tentei controlar a minha respiração, que aumentava a intensidade me deixando sem fôlego ― Quem é aquele? A sua direita?

―Bucky Barnes ― O capitão respondeu com um sorriso nos lábios, um sorriso verdadeiro, olhei o homem da foto mais uma vez na minha espinha subiu um calafrio ― Ele morreu, meu melhor amigo.

Senti vontade de dizer que ele não morreu coisíssima nenhuma, estava tão vivo que tentou me matar.

―Sinto muito ― ainda me sentia sem fôlego, indo até uma estrutura de vidro com uma foto do soldado e mais informações sobre ele, James Buchanan Barnes, esse era o nome do soldado, Sargento na verdade era o que dizia na placa com sua breve história.

―Poque tanto interesse, doutora Freya?― O capitão perguntou, aparecendo do meu lado.

―Puro interesse acadêmico ― O capitão sorriu desconfiado, tirando o boné que usava e passando as mãos pelos cabelos, eu sorri pra ele ― Estou falando sério, eu sou uma cientista, curiosa naturalmente.

O capitão enfiou a mão no bolso tirando um aparelho celular, que vibrava e tocava intensamente em seu bolso.Ele leu a mensagem que tinha chegado.

―Vai ― Antecipei o que ele tinha a falar ― Eu vou ficar bem, vou pro laboratório lá eu vou ficar bem.

O Capitão sorriu aborrecido e insistiu em me levar ao laboratório no centro da cidade, eu me senti segura por um tempo, o capitão era gentil e prometeu que voltaria para o almoço mesmo eu tendo insistido que não precisava, e anotou o numero do meu celular e eu peguei o dele.

Fui caminhando até o laboratório, o dia tinha nascido ensolarado e quente, ao entrar no prédio fui imediatamente atingida pelo ar condicionado, disse oi para a Rita, a mulher que ficava na recepção e fui adentrando o prédio, as paredes brancas que me deixavam claustrofóbica, ambientes fechados e brancos, eram depressivo e frios sempre me dando impressão de uma tragédia eminente.

Passei no vestiário e tirei a minha jaqueta de couro trocando pelo jaleco branco com o nome Anastacia Bulock, peguei um pouco de maquiagem que tinha guardada no meu armário e tentei disfarçar o meu pescoço, minha garganta ainda estava ardida e comer fora um sacrifício. Estava roxo e inchado, uma linha mais fina mostrava onde o meu pescoço tinha sido atingido, nada do que eu passava tirava aquela marca horrível do meu pescoço. Escorei as minhas mãos na bancada, ouvindo os passos firmes que se aproximavam, quando levantei a minha cabeça Nick Fury estava atrás de mim com a sua capa preta até os pés e o tapa olho, eu respirei fundo inspirando toda a minha frustração das ultimas horas.

―Talvez devesse usar um lenço ―Sugeriu, o caolho.

―Sim, e facilitar o trabalho dele ―Virei completamente puta com ele ― Eu esperava que a proteção que você pudesse me oferecer fosse algo melhor que a estagiaria.

―A Agente 13 não é a estagiaria, ela é boa no que faz ― o homem se sentou num banco de madeira ― E você tinha o Capitão America, não achei que a Hydra fosse te atacar.

―Pensou errado, quase me mataram ontem a noite! ― cobri o meu rosto com as mãos, afastando os fios de cabelo ― E eu nem falei tudo, Deus, eu não posso ficar aqui.

―Vou te arrumar uma meia dúzia de agentes, você vai ficar bem.

―Você quer as informações, mas como eu vou te contar as coisas que eu sei quando eu posso morrer a cada instante? Quem tentou me matar ontem, você nem acredita nele, Fury, mas é real, até agora estou tentando entender porque ele deixou uma missão pela metade.

Fui até o banco sentando na extremidade oposta a ele.

―Ele é uma história de fantasma.

―Como o holandês voador? ― Zombou o diretor.

―O holandês voador não é de verdade, uma história pra afugentar marinheiros e amedrontar a tripulação, mas ele é real, tão real quanto o inverno que está chegando ― Nick suspirou frustrado, apoiando a mão na cabeça.

―Sim, claro que o inverno está chegando, estou esperando cinco temporadas pra ele chegar ― disse dando ombros ― Alguém tentou te assustar ontem, e funcionou, está apavorada.

―Medo é uma reação em cadeia do nosso cérebro, química aplicada, medo é o que nos mantém vivos, eu estou com tanto medo nesse momento que ele está me mantendo em pé ― O cansaço começava a dar seus primeiros sinais, meus olhos doíam levemente e pesados ― eu seria muito burra se eu não estivesse com medo.

Fury se aproximou um pouco de mim, colocando a sua mão sobre o meu ombro curvado colocando um peso extra sobre a coxa na qual meu braço estava apoiado.

―Eu tenho uma coisa pra trocar por mais segurança ― O homem pareceu interessado ― Eu quero alguem que possa me proteger Fury, não estágiarios, no minimo quatro.

―Posso pensar com carinho nisso.

―Tem um cargueiro, está em aguas internacionais e você não pode fazer nada no momento,ele tem muitas coisas do seu interesse, espionagem internacional, alguns projeto da Hydra, projetos com cobaias humanas os resultados são maravilhosamente poderosos e consequentemente perigosos, soa exatamente como algo que você adoraria.

―Não soa como sorvete de pistache, mas a senhorita ganhou alguns vizinhos com rifles de alta precisão.

―Obrigada! ― respondi, exasperada.

Quando ele foi embora eu pequei o pequeno lenço negro que ele havia deixado sobre o banco, e amarrei no pescoço e me olhei no espelho, ficou ridículo e nítido que eu estava escondendo alguma coisa, fui para o laboratório e comecei a trabalhar sozinha sem interesse, passei a maior parte do tempo com a cabeça escorada na minha mão e olhos fechados, fiquei assim até sentir um tapa na minha bunda.Me levantei imediatamente quando Maryah chegou sorrindo, eu tinha muita sorte com colegas de trabalho cheias de vida.

Maryah era loira e tinha olhos verdes, ela se daria muito bem na Polônia, seu corpo esguio e o rosto com bochechas marcadas tipicamente Europeus.

―A noite foi bem hein Polly ― Brincou pegando um béquer com um liquido rosa e afastando das minhas mãos, e pegando o béquer plano ― soube que chegou de moto com um cara, alto, loiro e sensual, sonho érotico de muitas garotas, pedaço de mal caminho apesar de ser um cara bonzinho, conhecido como capitão América, me digam que vocês tornaram as nossas nações irmãs de forma corpórea.

Ela foi até uns livros, afastando-os e tirando um reprodutor de som onde ela conectou o telefone enchendo o ambiente de música, ela detestava trabalhar em silencio.

―Ele me deu uma carona, invadiram a minha casa ontem ― comecei a explicar, Maryah tirou uns pães cobertos de requeijão cremoso e me ofereceu um, eu peguei o pão.

―E ele te salvou herodicamente e você o recompensou com tudo que a Polônia pode oferecer ― me interrompeu, ainda terminando de engolir o seu pão ― Então vocês fizeram amor.

―Nada disso ― eu mal podia conter meu riso ― Ele me ajudou, mas eu fiquei apavorada e não consegui dormir, então eu fiquei andando por ai até amanhecer.

A loira na minha frente balançou a cabeça em negação, enquanto chupava o polegar sujo de requeijão.

―Você poderia ter reproduzido a especie com um dos melhores espécimes vivos, imagina os filhos que sairiam daqueles testículos abençoados? ― ela franziu a testa ―Se bem que eu soube que o Peter Parker matou a namorada dele assim.

―Assim como? ― ela moveu as sombracelhas maliciosamente, demorei um segundo para entender ― Isso só pode ser brincadeira.

―Não é, a aranha era radioativa, então quando ele foi fazer pequenos Peter ― ela se jogou na área limpa da mesa se fingindo de morta.

―Tem uma cadeira no inferno pra você ― eu já não conseguia mais controlar as minhas risadas.

―Sim eu sei, mas é maior que uma cadeira, é tipo um trono cravejado de cristais infernais.

Por volta do meio dia recebi uma mensagem de Steve, conferindo se eu eu estava bem, e eu não poderia almoçar comigo, já que teria uma missão e tive que aguentar um resto de tarde cheio de provocações e insinuações de Maryah.

A noite quando cheguei no prédio, passei na casa de Steve e peguei Yuri e o levei pra casa, torcendo pra que tudo ficasse bem. Fiquei Feliz de não ter sombras lá, apenas um buquê de rosas muito vermelhas e cheirosas, o perfume delas tinham infectado todo o apartamento,soltei Yuri no chão e fui até as flores, pegando o cartão.

“A Senhorita Freya,

Um pequeno lembrete, peixes morrem pela boca.

Hail Hydra”




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Notas finais do capítulo

Hail Hydra.



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