A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 39
// Minha juventude é sua //


Notas iniciais do capítulo

Heeey there folks,
prontos pra ler a semifinal? isso mesmo gatas, estamos na reta final :(
espero que gostem.



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Alaric me acordou de um sono pacifico cheio de borboletas e fadas quando o avião tocou o solo alemão, eu havia dormido praticamente todo o trajeto pelos céus da Europa num sono tão profundo que, quando eu fui acordada, verifiquei se eu não havia babado no pequeno travesseiro cedido pela companhia aérea. Entre bocejos e olhares muito animados de Alaric eu fui guiada para o lado de fora do avião, para onde iríamos passar pela imigração e pegar nossos vistos de entrada e seguir.

Eu mal havia dormido na noite passada, procurando noticias de Bucky ou qualquer tipo de contato com ele, todas as mensagens que eu havia mandado não tinham sido visualizadas o que me deixava extremamente nervosa numa estranha virada do tempo eu me sentia em 1945, esperando o meu marido voltar da guerra, minha mente tentando processar o que eu teria feito se eu tivesse recebido uma das cartas de “morto em ação” e como eu reagiria agora a mesma carta, meu coração se transformou numa pedra de gelo. Bucky não podia morrer. Isso não era uma opção, doía pensar nessa possibilidade, doía pensar em nunca mais vê-lo nunca mais ver o sorriso dele ou sentir os seus braços ao meu redor, apesar dos meus olhos terem ficados marejados o choro não veio. Parte de mim queria desistir dessa ideia maluca, afinal de contas por que eu deveria acreditar em Alaric? De fato ele havia ser provado um alienígena da idade da terra, mas, como ele poderia me provar que ele tinha o que quer que fosse que ia dar um jeito no meu irmão? Ele não era um guerreiro, muito menos um medico ou cientista, como ele saberia como trazê-lo de volta a vida se tudo que ele sabia era festejar?

Além do mais eu não me sentia confiante em ir para Berlin, não só por que lá estaria um cenário caótico, mas esse eu acidentalmente encontrasse Bucky? O que diabos eu diria? “eu vim te ver” ele nunca engoliria essa e provavelmente me mandaria de volta pra Romênia com uma baba ou amarrada.

Carregando uma mala não tão pesada eu caminhei lentamente junto com o kree super alegre que cumprimentava velhinhas e cantava todos os caras seu caminho, eu por outro lado me sentia irritadiça e entediada praticamente uma Vandinha Addams, invadir qualquer coisa além do bufê de café da manhã não era algo que me deixava particularmente animada, além disso o meu sutiã me apertava, quase me matando sufocada e durante toda a viagem eu puxava o meio do aro, permitindo que eu respirasse em paz, antes de chegar ao hotel e tirar e queimar aquela maldita armação. 

―Eu quero colocar a minha cabeça pra fora e gritar "meu deus quanto homem lindo! "― Disse o loiro com um sorriso tão grande que parecia a ponto de rasgar o seu rosto, eu bocejei me escorando no lado oposto do taxi e cruzando os braços sobre os meus peitos doloridos. 

―Vá em frente pitbull perigosa. ―respondi de mal humor.

―Mulher que mau humor, e dai se você encontrar o seu noivo? Você pode até dar um.novo fogo de batalha pra ele.

Eu pretendia responder algo bem mal criado, mas eu não queria pensar na possibilidade de encontrar Bucky aqui era real, mas pequena, a cidade era enorme, eu não podia ser tão azarada. E, alem do mais, eu me sentia exausta só queria  chegar no hotel e dormir algumas horas antes de ter oportunidade de traçar um plano de como mandar Alaric de volta a seu mundinho da realeza kree.

Deveria ser difícil mandar ele de volta, afinal eu teria que dar um jeito de entrar sem ser percebida, entrar na sala do monólito e abrir o portal sem ser sugada para dentro dele, como havia acontecido com Jemma. Eu estava sentindo os meus olhos pesados quando de longe eu pude ver um edifício explodir numa nuvem de fumaça acinzentada, e um barulho tão forte quanto um trovão. Do meio da fumaça uma figura vermelha subiu um jato de energia azulada emitindo dos seus pés e mãos.

Meu rosto grudou na janela, esperando alguma coisa que eu não sabia o que, o prédio se desfazia na sua própria estrutura aumentando nuvem de fumaça, e aquele som terrível, ninguém que estivesse dentro daquele prédio seria capaz de sobreviver, não com toneladas de ferro e concreto caindo por cima de si. Agarrei a medalhinha de são Kazimierz pensando que Bucky poderia estar debaixo de todo aquele concreto caindo, Tony era um inimigo declarado em três vias de cartório dele, havia se dado ao trabalho de vir até mim me dizer isso, eu não sabia o que fazer se ele estivesse debaixo daquele prédio.

―Não se preocupe mulher, ele nem deve estar lá ― Alaric me confortou, me puxando pelos ombros para um abraço por trás, onde eu fiquei, sem dizer uma palavra até chegarmos ao hotel, em meio ao caos. ― Vai ficar tudo bem.

Eu gostaria de sentir toda a confiança que ele sentia, mas a cada passo eu me sentia mal, eu não queria estar ali, eu não queria ter visto e ter que me preocupar, com a desculpa que eu não estava com cabeça pra discutir com ele no momento sobre qualquer coisa e queria ir para o meu quarto, ao entrar no recinto cor de rosa, eu joguei a mala de lado e tirei os sapatos e o sutiã que parecia estar esmagando sem dó nem piedade os meus seios, e me joguei na cama, fechando os olhos e mergulhando em sonhos empoeirados onde eu tinha que correr da estrutura de concreto usando um longo e volumoso vestido branco que embolava nos meus pés, e as mangas rendadas se rasgavam a cada passo que eu dava o vestido ia se sujando e os sapatos de salto que eu usava produziam um barulho infernal atraindo milhares de replicas do homem de ferro e monstros enormes com dentes afiados que fediam a morte completamente azuis e pegajosos para perto de mim.

Acordei me sentindo enjoada e pegajosa, me levantei e fui até o banheiro pra tirar o gosto de sono da minha boca e dar um jeito de não me sentir tão doente, o meu rosto estava amassado liguei a pia e enchi as minhas mãos de água a jogando no rosto, e tentando me sentir um pouco melhor. Eu tinha uma missão e eu iria completá-la. Uma batida na porta me acordou de vez, Alaric deveria ter ido lá mil vezes e o mais rápido que eu mandasse ele para kreelandia mais rápido eu ajudaria o meu irmão e ficaria livre de vez.

Quando a porta se abriu um Bucky assustadoramente calmo me encarava do outro lado do portal, escorado na porta usando um boné e varias camadas de roupa, o seu rosto escurecido por hematomas e fuligem torcido numa expressão que eu só poderia descrever como “eu ou te amarrar dentro de um cofre de segurança máxima” quando um sorriso mínimo brotou em seus lábios eu soube que ele me amarraria dentro do cofre pessoalmente com correntes de vibranium.

―Oi meu amor ― eu disse, abrindo um sorriso e ficando na ponta dos meus pés para dar um beijinho rápido nele ― O que você está fazendo aqui?

―Engraçado, eu poderia te perguntar a mesma coisa ― respondeu adentrando o recinto, com as suas mãos em punhos apoiados na sua cintura ― você não pode imaginar a minha surpresa quando eu estava andando pela rua, infiltrado, atrás do pantera negra quando eu vejo você saindo de um taxi, no meio de uma zona de guerra, quando tudo que eu pedi foi “não faça nada estúpido, se preserve e pelo amor de Jesus Cristo não faça nada que te faça ser morta ou gravemente ferida” o que não é tão difícil assim de entender, você é inteligente, então não existe nenhum problema em querer uma explicação que não seja esfarrapada.

―Vera Wang só atende aqui ― respondi, fechando a porta com impulso e adentrando o recinto, e me sentando na cama, sem querer lidar com um Bucky furioso comigo.

―Quem diabos é Vera Wang? ― perguntou, a sua voz aumentando a intensidade, ele tirou o boné e passou a mão pelos cabelos.

―Ela desenha vestidos! ― respondi.

―Você veio aqui com aquele cara, eu vi ele entrando aqui com você, por um vestido?

―Não é só um vestido... Ela faz vestidos de casamento, satisfeito? ― eu me levantei, indo para perto dele ― Eu vim metade da Europa pra encontrar um vestido de casamento que você fosse gostar, mesmo que isso entre na sua lista de coisas estúpidas a se fazer, ele é vintage, inspirado num vestido que a minha avó usou no casamento dela. Achei que você iria gostar quando visse.

―Você tem PhD, Effy, você pode mentir melhor que isso ― respondeu se afastando de mim, eu podia sentir as ondas de irritação que emanavam do seu corpo.

―Se você não acredita em mim, não há nada que eu possa fazer ― eu me virei para ele, me sentindo péssima em mentir pra ele, mas eu realmente não sabia como contar a verdade, ele provavelmente acharia que eu era louca, quem mais em sã consciência aceitaria a palavra de um cara que tentou te matar?

Bucky avançou sobre mim, segurando o meu braço e me girando colocando o meu corpo contra a parede, seus braços sobre a minha cabeça como uma pequena prisão humana, seus olhos naquela luz pareciam cinzentos e perigosos, sua boca numa linha reta quase na forma de um sorriso cruel. Meu coração disparou em batidas descordenas e eu não conseguia mais parar de engolir a seco e parecer incrivelmente culpada e assustada eu podia me ver refletida em seus olhos.

―Você pisca muito rápido quando mente, sabia disso? ― perguntou, se inclinando sobre mim, os lábios tocando as maçãs do meu rosto levemente, causando cócegas e arrepios.

―Pra um homem honrado você joga muito baixo ― minha voz saiu mais forte do que eu esperava que saísse.

―Eu não gosto de ser enganado doutora Freya.

―Então é sobre isso? ― comprimi uma risadinha ― insegurança?

Como resposta os seus lábios desceram até o meu pescoço, dando uma mordida nele minhas mãos instintivamente foram até o seu pescoço o corpo dele apertou o meu ainda mais firmemente contra a parede, os seus lábios indo até os meus e me consumindo.

―O que você está fazendo aqui Effy? ― perguntou quando os seus lábios soltaram os meus.

―Eu estou numa missão, eu vou conseguir meu irmão de volta. ― eu não consegui resistir ao impulso de não contar.

Ele se afastou de mim, seus olhos arregalados.

―O corpo dele está aqui? Você poderia apenas ter dito que clínica que eu poderia colocá-lo num lugar seguro. 

―Eu vou trazê-lo de volta, vivo. ― respondi, sentindo os seus olhos me perfurando ― Trazê-lo de volta a vida, é isso que eu quero dizer.

―Você descobriu como em menos de vinte e quatro horas? ― ele estava claramente confuso.

―Ainda não, mas, Alaric vai me dizer como. Eu sinto muito ter mentido, mas, como eu iria te explicar isso?

―O homem nas suas fotos? ― eu me aproximei dele.

―Ele está aqui comigo, ele não é humano ― segurei os seus braços ― Você não pode contar a ninguém. 

―Por quê?

―Ele é kree, tem estado aqui a séculos,mas agora ele está procurando o monólito para ir embora pro planeta dele, é um portal pro outro lado da galáxia, e em troca da minha ajuda ele vai me ajudar a trazer Oskar de volta, tudo que eu sempre quis.

―Já pensou que ele pode estar mentindo pra você? 

―O tempo todo, mas eu não tenho outra opção,  nada do que eu fiz deu certo todos os meus experimentos falharam ― Senti os meus olhos explodirem em lágrimas não de tristeza, mas de frustração,  anos e anos de pesquisas e nunca saindo do lugar.  ―Eu não posso abandona-lo, não nesse estado.

Bucky segurou o meu rosto, me puxando para os seus braços e me prendendo num abraço apertado,com direito a beijos na minha cabeça enquanto eu tentava me recompor, eu sempre ficava extremamente sensível quando o tópico era Oskar, era uma ferida que nunca se fechava.

―Onde ele está? ― eu me afastei do seu peito, uma de suas mãos segurou o meu rosto, limpando a trilha molhada das lagrimas.

―Oskar? Não muito longe, eu tenho que pegar uma transferência de volta, mas antes eu vou precisar de um laboratório com todos os equipamentos...

―Alaric ― respondeu seriamente.

―Por quê?

―Quero conversar com ele, não posso conhecer os seus amigos?

―Claro que não ― brinquei ― não quero que eles saibam que eu estou saindo com um fóssil.

Ele não achou assim tão engraçado, saindo rapidamente pela porta onde tinha entrado e batendo na porta do quarto em frente ao meu, onde Alaric abriu a porta usando um robe azul e pantufas de coelhinho, o seu cabelo desfeito e parecia que assim como eu tinha caído no sono, o agarrou pelo colarinho o empurrando para dentro onde o Kree se desesperou gritando “não estrague o meu belo rosto, na cara não!” sai desesperada atrás dos dois, fechando a porta do quarto de Alaric atrás de mim, Bucky o havia colocado no parapeito com metade do corpo do loiro pra fora, as veias do braço de Bucky estourando de raiva.

―É verdade? ― o moreno perguntou, Alaric gritou novamente bem mais estridente tentando inutilmente segurar o colarinho do soldado.

―James! Tira ele daí! ― eu agarrei o braço dele, tentando fazer com que ele tirasse Alaric de lá.

―Não até ele falar a verdade, você tem a cura? Pro irmão dela? ― ele gritou, colocando mais uns centímetros do corpo dele para fora.

―Sim!Eu sei como reverter! Ela tem a cura, sempre teve, eu não tinha mais hospedeiro para a cura, está nela! ― ele gritou, mesmo assim Bucky não o tirou da beira.

―Você não é esfinge, ou explica ou reformula. ―ele respondeu.

―Eu não posso, isso é a minha única garantia que ela vai me ajudar! ―Bucky pareceu considerar isso, o tirou do parapeito e o soltou no chão, onde ele havia caído no chão e lá ficado, branco como um papel, os olhos arregalados e respirando com dificuldade. Eu me agachei perto dele enquanto Bucky andava em círculos.

―Qual é o plano de vocês? ― ele perguntou.

―Invadir a S.H.I.E.L.D, chegar ao monólito e mandá-lo de volta.

―O que você acha que S.H.I.E.L.D. quer dizer? ―Perguntou.

―Que alguém passou horas fazendo jogo de palavras pra conseguir esse nome. ― ele ignorou a minha resposta.

―Lá não é um parque de diversões pra você invadir tão facilmente, você tem que ter ajuda interna e não é exatamente o melhor momento para isso.Mas,eu não quero que você morra, então eu vou te ajudar.


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Notas finais do capítulo

E se nós fugíssemos?
E se nós fossemos embora hoje?
E se nós disséssemos adeus para nos salvarmos?
E se nós fossemos difíceis de encontrar?
E se nós perdêssemos nossa mente?
E se nós deixássemos eles pra trás e nunca forem encontrados?

Youth- Troye Sivan