A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 16
// E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas //


Notas iniciais do capítulo

Heeeey there folks,
you didn't see that coming, did you ? - citando o falecido-
Postando beeeeem mais cedo hoje já que eu, a sua linda e fofa autora vai viajar e só volta no segunda que vem, resolvi deixar o capitulo pra vocês já que eu não sei se eu vou ter internet lá, talvez eu não tenha tempo de responder os comentários, então falem comigo do @sonsalikesansa e espero que gostem do capitulo.
bjsss



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―Eu não acredito que você não conhece wanderwall! ― eu disse, enquanto segurava o meu vestido e subia as escadas o mais silenciosamente que eu podia, Bucky me seguia com o café e os pães em suas mãos, eu abri a porta da saída de emergência e subimos pro terraço onde o dia começava a dar os seus primeiros sinais, o sofá estava lá e eu corri até ele, agradecendo por tem um lugar onde sentar, meus pés estavam me matando.
Bucky sentou ao meu lado, nossas coxas se tocando suavemente e eu peguei meu telefone colocando Oasis para tocar e cantando junto, era uma das minhas músicas preferidas, eu cresci ouvindo isso. ― Because maybe you're gonna be the one that saves me and after all you're my wonderwall.
Estiquei a minha mão para que ele cantasse o resto, ele não o fez, às vezes quando eu era privada de tanto sono como eu estava sendo atualmente eu esquecia as coisas, e dessa vez eu havia esquecido completamente que apesar do exterior de 26 anos de idade, Bucky tinha na verdade quase cem anos de idade.
―Você precisa encontrar música nova Buchanan, Piaf pode ser maravilhosa, mas você deveria ouvir Hozier ou quem sabe alguma coisa dos anos 80, acho que você iria adorar os anos 80, eu aposto que você vai amar Bowie!
Eu me recostei no sofá, apertando o paletó que ele havia me dado quando o frio apertou, apoiei a cabeça entre o encosto e o braço do sofá velho e apoiando o calcanhar sobre o salto fino do meu sapato, o sol aparecia entre os prédios e pintava o céu cinza com tons de laranja.
―Acho que tem várias coisas que eu preciso me atualizar ― respondeu, cruzando os braços sobre o seu tronco e se sentando da mesma maneira que eu do outro lado do sofá, nossos joelhos se tocando dessa vez.
―Eu posso te fazer uma lista, coisas que você precisa ver ler, comer, assistir, ouvir. ― eu disse, ficando animada com essa história ― e Jogar, James, você precisa aprender a jogar Mario Kart! E o Mário tradicional.
Peguei o meu telefone e fiz uma pequena playlist anos 80 e 90 das musicas que eu tinha e deixei tocar, ouvimos em silêncio por um tempo, ele tinha gostado de rolling stones, ficou assustado quando eu não me contive e cantei “don’t you” do simple minds e coloquei o primeiro item na lista dele, ele precisava ver o clube dos cinco o segundo item era clube da luta.
―É aqui que você vem quando some às vezes? ― ele perguntou.
―Sim, eu gosto de altura e não sei se você já parou pra ver, mas o por do sol é lindo aqui, eu estive em tantos lugares, mas nenhum deles tinha um por do sol tão bonito assim. ― girei os tornozelos procurando aliviar a tensão dos saltos.
Bucky puxou o meu pé esquerdo o colocando sobre o seu colo e abaixou o zíper na parte traseira do sapato e o jogando atrás do sofá e reproduziu o processo no pé direito, deixando uma onda de prazer absoluto subir o meu corpo. Fechei os meus olhos aproveitando a sensação e os colocando no chão.
―Você está bonita agora, boneca ― ele disse, fazendo com que eu abrisse os meus olhos ― quero dizer, ontem à noite você estava mais que bonita você estava estonteante. Eu realmente me esforcei para não te dizer isso, mas agora, você está cansada, num lugar meio sujo, num sofá fedorento e ainda assim você está linda.
―Pelo tempo que eu passei me arrumando ontem, é o mínimo ― eu sorri ―Mas, obrigada.
Peguei a garrafa de café e servi para nós dois e assistimos o nascer do sol, havíamos emendado a noite da festa de Camila fomos aos pontos turísticos que nunca tínhamos ido antes, caminhamos, pegamos ônibus e por fim pegamos um taxi e viemos para casa, onde compramos comida e eu insisti para que víssemos o nascer do sol.
Eu nunca tinha passado a noite em claro me divertindo, quando eu decidi o que eu queria da minha vida eu fiz uma escolha, eu não poderia ser uma cientista e ter uma vida social ativa, ir a festas e essas coisas, eu abdiquei aquela parte da minha vida para fazer algo bom pela humanidade. Imaginei que como tudo isso estava tão distante agora eu poderia fazer isso.
―Eu não sei nada sobre você ― James disse, com os seus olhos tão azuis em mim, eu sorri.
―O que você quer saber?
―Tudo ― disse, molhando os seus lábios com a língua ― Qual a sua cor preferida?
―Azul ― ele sorriu.
―Qual a sua comida preferida?
―Eu realmente gosto de comida oriental, mas eu amo batata frita ― ele sorriu para mim― eu poderia comer batata frita todos os dias.
―Por que você escolheu ser uma cientista?
―Meu pai é neuro-cientista, e eu sempre tive isso, o verdadeiro significado das coisas, e tinha vários livros espalhados pela a minha casa ― eu ri lembrando a minha casa na sokovia ― Meu quarto tinha o papel de parede de cérebros cor de rosa e sorridentes, minha mãe que mandou fazer quando soube que era menina. Ela é psicologa, o escritório dela ficava no primeiro andar, eu costumava me esconder para ouvir as histórias das pessoas. Mas eu acho que o momento que eu me decidi o que eu queria fazer pro resto da minha vida foi quando o meu avô me levou em Auschwitz. Eu fiquei aterrorizada com o que eles faziam á, e eu decidi que eu queria fazer o possível pra que eu evitasse que isso acontecesse de novo, de dentro. E eu era muito boa em química.
―Como você terminou naquele lugar? ― eu mordi a parte interna da minha bochecha.
―Eu queria uma mudança, eles me prometeram isso. Quando você trabalha no campo teórico e os resultados não são imediatos é muito difícil conseguir patrocínio, e a minha pesquisa no campo da criogenia é completamente especulativo, não existe nenhum resultado concreto e não vai poder ser usado por pelo menos uns dez anos. Eles me prometeram isso, fundos pros meus projetos, que nada que eu produzisse seria usado contra a humanidade, me deram todos os equipamentos que eu precisava, não havia limites do que eu podia dentro da instalação, isso me deixou deslumbrada, agora eu sei o quanto eu estava enganada.
Ele tocou a minha perna, afagando num sinal de que me entendia, um meio sorriso em seus lábios. Ele não entendia. Ele era a vitima eu o cientista maluco.
―Desculpa, eu não queria te deixar triste, boneca.
―Tudo bem ― a mão dele escorregou pela minha perna indo até a minha mão e a segurando a ponta dos meus dedos, estiquei a minha mão para que ele pudesse segurá-la por completo.
―Queria poder ficar aqui pra sempre ― eu disse, sentindo uma pontada de tristeza ― James, se eles vierem atrás de mim, me promete que você vai tomar conta do Yuri?
―Eu não vou deixar eles te levarem ― me respondeu seriamente, eu sorri deixando meus dedos brincarem com os dele.
―Eu sei disso, mas, é a hydra eles não vão desistir. Eles vão me caçar até os confins do mundo.
Bucky pediu para que eu me sentasse, de contra gosto eu me sentei de frete para ele, suas mãos seguraram as minhas com força, os olhos dele nos meus.
―Mesmo que um dia eles consigam te levar, eu iria te procurar, eu nunca iria desistir, eu nunca ia parar de te procurar, boneca. ― num impulso eu me atirei nos braços dele, num abraço apertado sentindo os meus olhos pinicarem, como se tivesse areia neles.
Quando nos soltamos nós terminamos o nosso café, olhando as nuvens e vendo o dia se formar do lado de fora, milhares de pessoas andando rápido em baixo de nós, ônibus correndo pelas ruas os carros.
―Isso é como um castelo nas nuvens, tudo que está fora disso nesse momento é irrelevante, tudo que existe é esse instante, mesmo que seja efêmero.
―É um instante muito bom ― concordou comigo, nos sentamos um do lado do outro, a minha cabeça sobre o ombro dele. ― Nós deveríamos entrar.
Soltei um gemido, mas me levantei sentido os meus pés borbulhando a luz do sol cobrindo o meu rosto e me aquecendo, fechei os olhos e fiquei parada por alguns segundos, quando eu abri Bucky me encarava, meus sapatos nas mãos dele.
Descemos as escadas lentamente, ao chegar em casa fui imediatamente atacada por um Yuri faminto. coloquei a comida no seu potinho e fui me arrastando pelas escadas. James já tinha trocado de roupa e deitado na sua cama, eu pegue um short e uma camiseta e fui até o banheiro e tomei um banho e coloquei a roupa que eu havia levando para o banheiro. Quando sai deitei imediatamente na minha cama, me cobrindo até o pescoço.
Meus olhos sendo atraídos para a outra cama onde Bucky dormia pacificamente. Comprimi os lábios tentando me manter racional, Bucky estava completamente beijável noite passada e eu ainda estava com muita vontade de beijá-lo agora. Mas o momento havia passado, ontem seria aceitável, hoje não. Hoje era loucura.
Eu não poderia simplesmente me levantar e beijar ele, era voltar atrás em tudo que eu havia dito. Eu podia sentir toda aquela eletricidade no ar, era quase torturante e perigoso. Eu não queria engana-lo, eu não sabia ao certo como eu me sentia em relação a ele. Tudo que eu sabia era que eu me sentia atraída em relação a ele, James era divertido, era bonito, era o tipo de cara que puxa a cadeira para eu me sentar. Mas, eu tinha medo de estar confundindo meu encantamento com a pessoa que eu conhecia com algo mais sério, de oferecer algo a ele que eu não poderia comprar. E tinha o soldado invernal dentro dele, que me matava de medo. Mas, eu o queria tanto.
Com muita hesitação eu me levantei e fui até o outro lado do quarto e puxei o lençol que o cobria me deitando no espaço que ele deixou na cama, ele se assustou quando abriu os olhos e eu estava meio sentada meio deitada.
―O que você está fazendo? ― ele perguntou sonolento, abrindo espaço para mim, eu me deitei de frente pra ele as minhas mãos como conchas embaixo da minha cabeça.
―Não tenho certeza, eu quero cometer um erro, mas não quero que seja um erro ― respondi fechando os olhos ― Isso faz algum sentido?
―Na verdade, não ― Senti a mão dele colocar o meu cabelo atrás da orelha ― Se explique melhor.
Eu não falei nada, me apoiei sobre um cotovelo e me inclinei sobre ele, tocando a lateral do seu rosto, com a ponta dos meus dedos eu pude sentir os pelos da sua barba crescendo levemente pontudos, os olhos dele como um pedaço do oceano me olhando com curiosidade, ele sabia o que eu iria fazer, mas não se moveu um centímetro, gentilmente eu coloquei os meus lábios sobre os dele. Capturando o lábio superior entre os meus, eu não queria assustá-lo ou me precipitar com isso. As mãos dele foram até a minha nuca me puxando para mais perto e me beijando com vontade, a língua dele acariciando a minha gentilmente. Os lábios dele tinham gosto de sono com menta da pasta de dente, eles estavam levemente ásperos mas ainda assim eram bons contra os meus, era suave mas ao mesmo tempo intenso, nossos lábios se devorando num tipo de beijo que eu podia jurar que a qualquer momento a casa pegaria fogo.
Algumas horas mais tarde eu acordei na cama dele, o braço de metal a minha volta, as pernas dele entrelaçadas as minhas e o seu rosto afundando entre a minha cabeça e os ombros no meu cabelo eu senti a sua respiração tocar o meu pescoço suavemente, ele dormia profundamente. Eu toquei o braço de metal delicadamente, sem querer fazer nenhum movimento brusco e acordá-lo de um sono tão pacifico. Os dedos eram do tamanho do da mão de carne e osso, os braços foram feitos para serem proporcionais de certa forma bizarra se completavam. Passei os meus dedos nas pequenas dobras do metal e pela primeira vez eu não senti medo dele.


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