Depois de terminar o sorvete, fomos para minha casa e eu fiz a minha mala, ele ficou jogando no celular e usando meu wi-fi.

Quando terminei, fomos para o apartamento dele, já eram 2:30 da manhã, não me preocupei, porque era sexta, então nada de escola. Eu deixei minhas coisas perto da cama de solteiro, na frente do armário de visita, pra depois tirar as coisas de lá.

– Onde eu coloco minha mala?

– Do lado da cama.

– Andy, você ainda tá com medo de eu tentar aquilo? - Ele coçou a nuca, o que ele faz raramente. Eu disse que superei o bullying, depressão, mas ele sabe que eu tenho sequelas.

– Não, não, magina. – Ele virou o rosto e eu soltei um sorriso de canto.

– Tá tudo bem – Eu disse rindo. – Você tem razão em desconfiar, eu fiz merda né.

Depois nós fomos preparar o filme, pra conseguir dormir. A gente sempre escolhe de terror, pra comer com fini tubes pequenininhos, como não gostamos muito de pipoca. A gente ri mais com filmes de terror, porque quando ficamos com medo a gente se esconde debaixo da coberta e ri, quando termina o filme, a gente já ta com sono e vamos dormir.

– O Exorcista ou A hora do pesadelo? – Ele perguntou.

– A hora do pesadelo. Não quero ver o exorcista, falam que dá MUITO medo e eu ainda não estou preparada pra isso.

– Você me diz isso desde quando eu comprei. Mas também estava torcendo pra você escolher A hora do pesadelo.

Nós começamos a ver.

– Porra, Andy. Segura a minha mão, quando eu ficar com medo eu aperto.

Ele estendeu a mão. Eu adorava Ficar com ele, era especial, sabe? Eu sinto uma sensação boa, acho que é a mesma coisa com ele, por isso somos inseparáveis.

O filme começou, a gente se cobriu e começou a comer. A gente estava bem próximo porque quando uma pessoa sente insegurança ou medo ela precisa do calor humano. Eu vi isso em um anime e sinceramente, conrcordo.

– Acabou o Tubes, vai querer mais?

– Não, obrigada. – Ele foi lá na pia e deixou o pote de pipoca com tubes dentro lá. Continuamos a ver o filme sem comida.

Normalmente quando durmo no AP dele e víamos filmes, víamos o filme, quando ele terminava, nós escovávamos os dentes e eu ia para a cama de solteiro e ele ficava na de casal ( nunca dormimos na de casal juntos, acho que seria um pouco estranho, como a gente não namora ). Dessa vez foi diferente, a gente acabou pegando no sono.

Era sábado de manhã e o Pikachu latiu bem alto ( Cachorro do vizinho ), pra acordar a gente mesmo. Aí que eu percebi algo, quando eu acordei, estávamos MUITO próximos, de mãos dadas ainda. Eu estava virada na direção dele, ele na minha, tipo, na minha frente, meio que eu tava colada com ele, as mãos dele estavam por cima da minha cintura, entrelaçadas com as minhas. Eu e Andy sempre tivemos uma amizade bem pura, mas admito, eu não queria sair dali, mas o clima ia ficar estranho o bastante, então eu saí de levinho para ele não perceber o que aconteceu e fingi continuar dormindo.

– Meu Deus. Acho que a gente pegou no sono, né? - Ele me acordou e eu levei um susto.

– É o que parece. – Levantamos e eu abaixei minha camisola. Pra piorar né, eu tive que escolher logo isso pra vestir.

– Quantas horas são?

– Acho que o sono foi BEM profundo. São 15:00.

– Então... Ana mandou entregar isso pra você – Abri minha mala e peguei um convite e entreguei pra ele. - A festa. É hoje

– Quer mesmo ir? – Eu perguntei

– Você quer?

– Quer saber? Vamos sim. Falta 2 horas. Vamos se arrumar.

Não esperava por essa, logo de mim, normalmente eu nunca quero sair, aí a gente fica porque eu não vou muito para as festas sem ela, porque Milleyn e Jullietta sempre arrumam um jeito de humilhar ou brigar com ela. Eu não posso deixar ela lidar sozinha com essas garotas, então ele me ajuda a despista-las ou damos um jeito nelas.

Eu fui pegar uma roupa de sair e minhas maquiagens, sabonete, xampu, enfim, tudo que eu preciso. Ele foi escolher a roupa e me esperar.

Entrei no banheiro e tirei a camisola, e coloquei na sacola de roupa suja. Fui tomar banho. De novo. Só que dessa vez essas vozes me derrubavam, sendo mais especifica, me esculachavam e me colocavam pra baixo. Eu tentei ver de onde vinha a voz, mas eram as minhas alucinações, eu as odiava, elas me colocavam pra baixo e me dava vontade de chorar, mas segurei e depois que terminei o banho e me sequei, fui pegar meu vestido, cadê?. Eu tinha deixado cair com o tanto de coisas que eu levei pra lá de uma vez. Me enrolei na toalha e fui lá pegar. Para meu azar, a porta do banheiro fechava sozinha porque tinha o negocio em cima, então a porta prendeu na ponta da toalha e a puxou. Foi muito constrangedor, eu fiquei lá, pelada, por uns 3 segundos. Eu peguei o vestido e entrei no banheiro, rapidamente. Eu não consegui, eu chorei, eu estava com muita vergonha, de mim. Agora vai ficar tudo estranho.

POV/ Andy

Eu sou um idiota, eu só fiquei lá, olhando para a minha melhor amiga, sem roupas. Eu estava sem falas, ela sempre foi bem... recatada, usa roupas fechadas, moletom preto, nunca foi de usar roupas muitos curtas, nunca tinha pensado que o corpo dela fosse tão... definido?. Não, não é que ela seja santa, mas sim, ela odeia aquelas garotas que não se dão valor e usam coisas que ficam muito a mostra, ela usa o que acha bom e adequado, isso que eu acho realmente... Sexy.

Ela deve ter ficado mal, mas num momento desses as pessoas não tem reação. Quando ela sair de lá, vou fingir que nada aconteceu, trata-la como antes.

POV/Charlie

Eu vesti meu vestido e tentei fingir que não aconteceu, para a minha sorte, ele também fez isso. Ele meio que viu tudo, isso nunca tinha acontecido antes. Já tive um namorado, o Jeremy, mas nunca fui dessas de na 2 semana com o namorado, já quer transar e tirar foto das partes intimas e mandar por mensagem, ou mostrar suas coisas. Sempre fui reservada, nunca pensei que meu melhor amigo fosse ver, mesmo que por um milésimo de segundo, ele viu.

Eu saí do banheiro, vestida e mais linda que pude. Com meu vestido preto e vermelho, e sombra preta, um salto e batom vermelho eu saí de lá.