Estou me sentindo mal por precisar fazer o que farei agora, mas infelizmente eu não tenho opção a não ser recorrer a Brett. Estou tão decepcionada por ninguém ter vindo me ajudar, e por Isaac está me tratando de um modo totalmente bipolar. Quando olho em seus olhos enquanto ele diz aquelas coisas horríveis, só consigo ver dor, mas por que ele está querendo me afastar? Estaciono o carro e saio. Quando estou prestes a ir na direção da casa de Brett, ouço sua voz.

— Sempre achei que você fosse daquelas meninas bonitinhas ingênuas, mas você não passa de uma interesseira. — Ele diz com um tom irônico.

— Não sabia que você estava à procura de meninas desse tipo. — Viro, e o encaro nos olhos.

— Gosto de ver as meninas sofrerem por mim, é divertido. — Sempre soube que Brett era idiota, mas tenho esperança de que ele veja o quão idiota é, e mude.

— Desculpe se dei essa impressão. — Ele ri. — Então Brett, eu quero te pedir desculpas por aquele dia... — Ele me corta.

— Fala logo o que você quer.

Quero me desculpar de verdade, mas ele não vai acreditar, então vou logo ao ponto.

— Você conhece alguma história sobre caçadores mascarados? — Ele fez uma feição pensativa.

— Que horas seu namoradinho vai surgir de algum lugar e vai me bater?

— Em momento nenhum, não trouxe ninguém. E ele não é meu namoradinho, está longe de ser isso. — Digo isso levando uma pontada no peito. Brett sorri maliciosamente.

— Levou um pé na bunda?

— Vai me dizer ou não? — Ele ri.

— Não, não conheço nenhuma história sobre esses caçadores mascarados não, mas sei um lugar onde talvez tenha algo sobre isso. Preciso de uma semana.

Uma semana? Muita coisa pode acontecer em uma semana!

— Uma semana?

— Demoraria mais, mas tentarei ser rápido. —Pelo menos ele vai ajudar.

—Obrigada Brett, te vejo em uma semana. Estendo a mão para cumprimentá-lo, e ele me cumprimenta.

— Nada gatinha. —Então ele vai para casa. Assim que não posso avistar Brett, ouço uma voz familiar.

— Foi tão idiota a ponto de vir atrás de Brett? — Me viro e vejo Issac encostado em meu carro.

—Se você não quer ajudar, não atrapalhe. — Digo bufando.

— Quando você vai perceber que ele só quer...— Então Isaac faz silêncio.

— Transar comigo? Se é isso que você quer dizer, qual é o problema se eu também quiser transar com ele? — Ele ri.

— Tenho certeza de que você não quer perder a virgindade com ele.

— E o que você tem a ver com quem eu vou perder a virgindade ou não?

— Esse cara não presta Anne.

— Pena que ninguém me avisou sobre você, né Isaac? — Foi a vez de ele bufar.

— Eu te avisei, se você não quer ouvir, não posso fazer nada. — Ele diz indo embora.

—Não pedi conselho, e nem sei porque você veio aqui.

—Nem eu! — Ele gritou enquanto corria sumindo do meu campo de visão. Juro que não entendo porque Isaac está agindo dessa forma. Primeiro me trata daquele jeito e agora me segue? Entro novamente no carro, mas estou nervosa demais e não consigo liga-lo. Uma semana? Max pode ser morto em uma semana! Decido então ir à casa de Max, para sei lá, ver se encontro algo por lá.

O lugar é normal, que dizer, não há nada de estranho. Exceto por um livro. Em sua cabeceira está um livro com o nome de “Dread Doctors”, e isso, a ilustração da capa, bate com a discrição, pouco detalhada, que Liam me deu. Folheio as páginas, mas decido lê-lo depois, porque é muito grande e também, confesso, porque não estou entendendo nada. Ao caminho de volta para o carro, tenho a sensação de estar sendo seguida. Olho ao meu redor, mas não vejo ninguém. Vou com essa sensação até minha casa, mas tento distancia-la. Talvez seja apenas o nervosismo. Ao chegar no meu quarto, Mary está lá.

— Lembrou-se que é minha prima? — Digo com raiva, ainda não a perdoei por não vir comigo.

— Anne, você tem que entender que...

— Que o que? — A corto. — Que você não quer me ajudar? Que todos, TODOS vocês viraram-se contra mim? Deles até que eu esperava, Mary. Eles acham que conhecem Max, não querem se arriscar, mas você? Você!?

— Não é você quem não queria que eu entrasse para esse mundo?

— Eram circunstâncias diferentes, okay? Agora Max precisa de nossa ajuda.

— Não, não são, Anne! Nós tínhamos que ajudar seus amigos, Lydia, Allison, Liam. Pessoas boas. Isaac!

— É diferente sim, Mary, você não entende? Por eles tinham Stiles, Scott, Derek, Deaton, Sr.Argent. Se você não tivesse no meio, não daria em nada. — Me arrependo do que disse no mesmo segundo.

— Se eu sou tão inútil assim, porque você me quer com você?

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Não me importa mais, Anne. — Ela pega sua bolsa e caminha para a porta.

— Vai ser assim agora? Todo mundo me deixando? Isaac sendo bipolar comigo e até você? O que quer que eu tenha feito, deve ser muito grave.

— Isaac não te disse o porquê ainda?

— Não. Espera, você sabe?

— Bom, se ele não lhe disse, não será eu que o farei. Enquanto a mim, eu vim aqui para te oferecer suporte, me desculpar. Mas pelo visto, perdi meu tempo. — Depois que ela sai, caio em prantos. Todos me abandonaram. Lembro-me do livro e o pego, mas depois de horas o lendo, não encontro nada que nos dê alguma pista, então o deixo de lado. Ainda tenho mais uma semana para descobrir aonde está Max. E o pior, ele pode, até mesmo, morrer nesse meio tempo. Isso é, se ele já não estiver morto. Decido ligar para Liam. De todos, ele foi o único que me apresentou um motivo plausível.

— Alô, Liam? Olha, eu encontrei uma coisa e quero que dê uma olhada. Não, só você, mais ninguém do bando, beleza. Liam, só você ou nada feito.

Depois de um tempo, Liam chega e mostro o livro para ele.

— Essa ilustração da capa, foi isso o que você viu.

— É, sim. Aonde encontrou isso?

— No quarto de Max, eu estive lá.

— Hum. — Ele não me parece nem um pouco surpreso.

— Como vai as investigações?

— Normais. — Escondo o fato de que pedi ajuda ao Brett.

— Tive uma sensação ruim hoje, pareceu que alguém estava me seguindo.

— Sério? — Ele se engasga. Será que sabe de algo? — Talvez tenha sido sei lá, só uma impressão.

— É, talvez... — Digo pensativa. — Olha, se você quiser contar a eles sobre isso, eu não o impedirei.

— Pode? — Apenas concordo com a cabeça e Liam vai embora.

Já a noite, tenho a ideia de ir para o campo, para ver se pelo menos lá encontro algo. Quando estou quase na porta de casa, esbarro com meu pai.

— Aonde você vai?

— Como se isso te importasse, não, papai. — Digo irônica. Cadê aquele homem que tentou matar meus amigos?

— Não fale assim comigo, beleza? Eu sou seu pai, e enquanto estiver debaixo do meu teto, você me deve respeito. Teve notícias do Max?

— E isso te importa? Não foi você que estava todo nervoso para cima dele?

— Anne... — Não o deixo terminar, apenas saio pela porta.

Pelo caminho, tenho novamente a impressão de estar sendo seguida. Chego ao campo e vasculho minuciosamente o mesmo, mas não encontro nada. Vejo um vulto atrás de mim, e dessa vez decido não o negar. Corro atrás do mesmo e surpreendo-me com o que vejo. Isaac.

— O que você está fazendo aqui?

— Não está claro?

— O que está dando em você, Isaac? Primeiro você gosta de mim, depois já não gosta de mim. Agora está me seguindo...

— Eu gosto de você, Anne. — Ele diz com dificuldade, como se não quisesse dizer.

— Então porque está me tratando assim? O que eu fiz de errado.

— Você não fez nada, okay? Eu fiz!

— Você? Como assim? — Digo confusa.

— Quando eu quase te machuquei ontem a noite, eu vi que não podemos ficar mais juntos. — O quê?

— Não foi sua culpa, você estava assustado e...

— Mas eu poderia tê-la matado! — Reconheço culpa em seus olhos. — Mas não consigo vê-la em perigo, por isso comecei a segui-la.

— Você quer dizer que, você gosta de mim, mas não podemos ficar juntos?

— Não é fácil pra mim também, okay? Você não tem ideia de como me senti quando vi você com o Brett mais cedo. Queria correr lá e socar a cara dele. Mas eu não posso Anne, eu não posso, entende? É por gostar de você que eu não posso. Eu não posso coloca-la em risco.

— E precisava me afastar? Não poderíamos ser apenas amigos?

—Você sabe que eu não conseguiria...

—Vamos apenas tentar, okay? — Sei que será difícil acabar com esse sentimento que tenho por Isaac, mas se for preciso para pelo menos ficar ao seu lado, eu tentarei. Isaac não me responde, e não demostra nenhuma expressão. Tenho medo de que isso signifique um 'não', então mudo de assunto.— Olha, eu não encontrei nada, é melhor irmos para casa.

Levo Isaac até a casa de Scott e ele diz que me ajudará. Fico feliz em saber que estamos melhores, ou quase isso.

Acordo e vou para escola, não estou nem um pouco animada, então visto a primeira roupa que encontro. Chegando lá, passo por Stiles, Scott, Lydia, Allison, Liam, Isaac e até Mary, mas não decido parar para falar com eles, querendo ou não, ainda estou magoada. Vejo que Isaac me segue e ele me leva até a sala. Ele ainda está um pouco seco comigo, mas espero que isso melhore com o tempo.

— Oh meu Deus! — Ele diz olhando para dentro da sala.

— O que foi? — Digo ainda de costas para a mesma.

— Olha quem voltou. Quando olho para dentro da sala, me surpreendo com quem vejo. E também, logo fico aliviada. Max.