A Bastarda escrita por The Rootless


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Eu não disse que voltaria rápido? u.u Bom, apesar de não ter tido o número de comentários que eu esperava, mas voltei mesmo assim, pq não aguento deixar um capítulo pronto preso no word, sou assim mesmo heuehueheu.. Bem vindas as novas leitoras, agradeço por aparecerem, mas quero que os fantasminhas apareçam também! :)

Boa Leitura...



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Maxon chegou em sua casa com o sol já se pondo. Deu o cavalo para um dos criados e entrou em sua casa, vendo a sala principal completamente vazia. Ele se incomodou com sua respiração pesada e franziu as sobrancelhas, ainda ouvindo as palavras do tio ecoando na mente, o que o deixou completamente irritado.

Subiu as escadas de dois em dois degraus e abriu a porta do quarto que dividia com America. Estava vazio. Não sabia exatamente porque estava procurando-a. Ele apenas queria vê-la. Saiu do quarto e começou a andar pelos corredores abrindo todas as portas que via pela frente.

Desceu as escadas e andou nos outros corredores próximos à cozinha, sala de jantar, biblioteca, até que impacientou-se desistindo de procura-la, quando de repente, ouviu notas de uma melodia desconhecida ecoando pelos corredores, vindo do seu piano.

(Esta é a música. Quem tiver paciência ouça toda)

Ele franziu as sobrancelhas e seguiu o som, até chegar à porta da sala de música. Maxon pegou a maçaneta e abriu com cuidado para não fazer barulho e se deparou com uma imagem dos céus.

America estava sentada de costas para a porta com toda sua atenção voltada para o instrumento. Maxon disse a si mesmo que deveria ficar chateado, pois nunca deixava ninguém mexer no seu piano a não ser ele, mas seus olhos estavam encantados com a cena e ele se apoiou no batente da parede.

Ela parecia um anjo.

A música que preenchia seus ouvidos, era a mais linda que ele já havia ouvido. Cada nota era cheia de sentimentos, e a forma delicada que America tocava deixava tudo mais sobrenatural. Ouvindo aquela melodia tão bela, Maxon esqueceu que estava estressado. Esqueceu tudo ao seu redor, a única coisa que importava era America tocando o piano, tão lindamente. Ele não imaginava que ela tocava piano. Porém, levando em conta, ele não sabia nada sobre ela.

Pensou assim, que talvez nem estivesse incomodado que ela estivesse mexido, só queria que aquela melodia nunca mais acabasse. De certo modo ela lhe trazia conforto, paz e uma saudade que ele achou que nunca mais sentiria, pois aquele piano estava abandonado há muitos anos. Ele não sentia mais vontade de tocar. Nada naquela casa nada o inspirava a tocar novamente.

Ao finalizar a última nota, America soltou um longo suspiro, seguido por um soluço. Ela permaneceu sentada no banco e quando ele viu que ela não ia tocar mais nada, decidiu se aproximar e sentar-se junto à ela. America pareceu não se incomodar com a proximidade entre eles como sempre se incomodava. Ela mantinha seus olhos fixos na partitura e por um momento os dois não disseram palavra alguma.

– Desculpe-me por entrar aqui. – America decidiu dizer depois de um momento em silêncio, deixando seus ombros relaxarem. Maxon se sentiu um idiota pelo tom de sua voz vacilar. Virou-se para ela e viu o quanto seus olhos e nariz estavam avermelhados.

– Você está bem? – perguntou franzindo o cenho de preocupação, se perguntando quem a teria feito chorar.

– Não é nada importante. – ela balançou a cabeça evitando encará-lo.

Maxon evitou insistir e encarou as teclas do piano à sua frente.

– Onde aprendeu a tocar? As damas não costumam tocar instrumento por aqui. – Maxon perguntou evitando olha-la por muitos tempo, porque acabava se perdendo naqueles olhos.

– Bom... minha mãe sabia tocar. Aprendeu com meu avô quando criança e me ensinou a tocar quando fiz quinze. Eu encontrei esta música nas coisas dela depois que morreu. Estava escrito “Para America”. Foi feita para mim, e é a primeira vez que eu toco. – uma lágrima rolou pela sua bochecha e Maxon reprimiu sua vontade de tocá-la por vê-la tão vulnerável e ferida.

– Eu sinto muito. – Ele manteve sua postura dura, mas por dentro queria abraça-la e dar ao menos um pouco de conforto. – Porque não me fala um pouco mais sobre sua mãe? É a primeira vez que te ouço falar sobre ela.

America engoliu em seco e enxugou suas lágrimas com as costas das mãos.

– Não tenho muito o que falar sobre ela. – Ela limpou a garganta e voltou sua atenção para o piano.

Maxon suspira ao vê-la tão nervosa. Não gostava de estar em situações como aquela com America. De algum modo, era desconfortável para ele também.

– Me desculpe, não vai se repetir. – sem se importar seu dedos acariciam o queixo de America e ele levanta sua cabeça para olhá-la nos olhos, e ele permite se perder naqueles profundos olhos azuis.

America fica ofegante e nervosa com seu toque e tudo nela diz para recuar e ao mesmo tempo avançar, então ela se mantém paralisada, enquanto Maxon continua a aproximar seu rosto do dela.

– Eu gosto de você America. – ele sussurra em seu ouvido, fazendo os pêlos da nuca dela arrepiarem-se.

America fechou os olhos, tocando delicadamente no rosto de Maxon, até que ouvem aporta ser aberta num barulho estarrecedor.

– Maxon, enfim te encontrei! – Clarkson grita ao entrar na sala, e ao ver America e Maxon tão próximos, conteve uma gargalhada. – Oh, creio que interrompi alguma coisa. – ele ergueu um sobrancelha.

– Hã... não. – America ficou de pé em um salto e Maxon se levantou também, quase levando um tombo ao tentar sair do banco.

Ele limpou a garganta enquanto America ajeitava seu vestido.

– Vou deixá-los a sós. Com licença. – ela disse rapidamente e caminhou com pressa até a saída.

Clarkson encarou seu filho com os lábios comprimidos fazendo todo o esforço possível para não rir.

– Creio que tenho um monstro como filho para deixar esta jovem tão assustada, não é?

– Pare de dizer asneiras! Espero que tenha algo importante para dizer, por ter quase arrombado aquela porta. – disse Maxon um tanto irritado.

Clarkson ergueu as mãos para o ar parecendo divertido e ao ver a expressão furiosa do filho, retornou a ficar sério.

– Bem, digamos que a história do seu casamento se espalhou pela cidade mais rápido que uma praga, e bem, sua esposa é a que mais está na boca do povo.

Ao ouvir as palavras do pai, o rosto de Maxon ficou vermelho como pimentão, e ele fechou os punhos com força, se controlando para não gritar.

– Como é que é? – ele rangeu os dentes. Detestava saber que America estava no meio de fofocas pela cidade. Ela estava casada com ele, não deveriam falar dela nem ter algum pensamento maldoso de alguém tão gentil e doce como ela.

– Precisamos dar a este povo o que querem. – Clarkson ousou dizer.

– E o que você sugere que eles queiram? – perguntou Maxon com um olhar desconfiado.

– Uma festa. – Clarkson respondeu de forma tranquila.

Festa? – Maxon soltou a palavra em meio a urro. – Perdeu o juízo? Quer mesmo que eu faça uma festa idiota para tirar America da boca desse povo imbecil? Não quero festas, e muito menos America!

– Entenda meu caro filho. É para o bem de sua esposa. – Clarkson toca no ombro de Maxon e em seguida saiu da sala de música.

Maxon sabia que Clarkson não se importava com America, e sim que o pai queria se enfartar com seus caprichos de festas, amigos e bebidas. Ele em seguida refletiu que não importava o quanto negasse, estava agindo igual o pai. E as palavras do tio retornaram em sua mente.

Maxon respirou de forma pesada e saiu da sala de música, dando uma última olhada no piano no meio da sala vazia, vendo a imagem de America tocando pela sua mente. Em seguida fechou a porta.

+++++

O jantar foi silencioso, ninguém quis dizer uma palavra ou mencionar algo.

America foi a primeira a subir para o quarto e se trocar. Vestiu seu vestido de seda para dormir e começou a trançar o cabelo. Quando estava finalizando, Maxon abriu a porta e em seguida entrou.

– Já vai dormir?

– Sim. Estou cansada. – ela respondeu meio tímida.

Maxon suspirou acenando com a cabeça e caminhando em direção ao sofá.

America sentiu um aperto no peito, ao vê-lo tão cansado, se deitando naquele sofá desconfortável. Mordeu o lábio inferior, achando que logo se arrependeria ao fazer o pedido.

– Maxon! – ela o chamou e ele a encarou. – Hã... se quiser pode dormir na cama comigo. – ela corou e seguida adicionou. – Mas com uma condição. – ela levantou um dedo. – Não tente nada! Se fizer isto, volta para o sofá.

Maxon sorriu, achando a situação engraçada, mas aceitou sua condição, apesar de ser tentador a ideia de algo acontecer, mas ele concluiu ser melhor do que dormir naquele sofá duro que lhe dava dor nas costas.

Se deitaram com um certa distância e virados de costas. Com um tempo Maxon adormeceu, mas America manteve-se acordada, olhando para o teto. Logo decidiu virar-se e ficou encarando as costas nuas de Maxon subindo e descendo de forma lenta, o denunciando estar em um sono profundo. America por um momento esticou os dedos, mas se proibiu de tocá-lo. Balançou a cabeça com esse pensamento estúpido em mente e virou-se de costas novamente, esperando seu sono chegar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram? Ficou ótimo? Bom? Ruim? Péssimo?
O que vocês acharam da America ter chamado o Maxon pra dormir com ela. Suspeito não acham? E da música que ela tocou? Gostaram?

Apareçam leitoras, eu não mordo :3

Bjão e até o próximo capítulo!