A Bastarda escrita por The Rootless


Capítulo 11
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas lindas!!! Senti saudades de vocês.
Eu sei que demorei, e estou muito arrependida por isso, mas vim postar este capítulo o mais rápido possível. Eu espero que vocês gostem, apesar de não acontecer muitas coisas nele. Leiam as notas finais.

Boa Leitura...



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Depois do enorme – e constrangedor – ocorrido, Maxon convidou America para passear pelos terrenos da família Schreave.

Como uma senhora casada, ela deveria manter-se na casa e conhecer suas vizinhas, conversarem sobre panelas, empregadas, pessoas mal vestidas, mal comportadas e sobre encher a casa de filhos. Só de imaginar-se fazendo isto, America estremeceu e fez uma careta, aceitando o convite em um sim quase escandaloso.

Ela não costumava sair muito, por isso ao receber muitos raios de sol de uma vez, logo se incomodou, e recuou para a sombra, como um animalzinho com medo da luz. Maxon ao ver sua reação, sorriu e pediu para uma de suas criadas lhe trazerem uma sombrinha e um chapéu.

O terreno era enorme. Maxon mostrava as terras, e ela apenas admirava o verde e as árvores altas. Não prestava muita atenção nas palavras de Maxon. A família dele era realmente muito rica, e quanto mais Maxon mostrava seus futuros terrenos, mais America se sentia inferior. Não tinha nem de perto tudo aquilo, e claro, era uma bastarda. Não podia esquecer-se desse detalhe nunca, apesar de incomodar a lembrança.

Depois de uma longa caminhada, eles chegaram até uma pequena cachoeira. As águas eram incrivelmente cristalinas, caindo de forma suave e relaxante pelas rochas, produzindo um som adorável, acompanhada pelo cantar dos passarinhos. Seus olhos brilharam pelo lugar e ela sorriu.

– Gostou? – perguntou Maxon encarando-a.

– Sim, muito. – America manteve o olhar na cachoeira. – Nunca tinha conhecido um lugar tão maravilhoso como este.

Ela ouviu Maxon suspirar.

– Não mudou quase nada em vários anos. – ele murmurou com um sorriso.

America o encarou, um tanto curiosa, e ao perceber, Maxon continuou sua fala.

– É o lugar que mais adoro desde garoto. – disse enquanto se setavam na grama verde para observar o lugar. – Eu gostava de nadar nesta cachoeira com alguns dos filhos dos criados, mas meu pai não permitia. Dizia que eu estava... me misturando, com pessoas de pouca classe e isto tirava minha prioridade sobre eles.

America ficou em silêncio. Nunca imaginou-se conhecendo uma parte da infância de Maxon.

– Sinto muito. – disse tocando seu ombro. – Mas ao menos você se divertia um pouco.

Maxon a encarou com interesse.

– A sua infância me transmite curiosidade. – disse e America ficou pálida.

– B-bom... não costumo falar de mim para as pessoas. – gaguejou.

– Pode falar para mim? – Maxon sabia que por um lado isto era errado. Ele montou hipóteses do que aconteceu com os pais de Meri, mas não ousou perguntar. Mas não podia negar que ela era muito misteriosa. Parecia ter camadas de segredos por trás dos olhos azuis, que ele não conseguia para de olhar.

America ficou com o rosto corado como um tomate. O olhar constante dele sobre seu rosto a incomodava. Perguntou-se porque ele a olhava tanto. Será que ele a achava feia? Bom, talvez, já que ele se negou tanto a se casar com ela de qualquer maneira. Maxon ergueu as sobrancelhas e ela logo percebeu que estava demorando de mais a responder.

– Me... me desculpe, eu não creio que seja certo eu falar sobre mim. – ela respondeu nervosa. Sua vida era resumida em ser uma bastarda, não queria que Maxon descobrisse a verdade horrenda sobre sua origem.

– Tudo bem, não irei pressioná-la.

America segurou um suspiro de alívio.

– Obrigado. – foi só o que disse.

Depois de apenas alguns minutos, Maxon resolveu finalizar o passeio, pois queria visitar o tio para ver sua situação e se possível saber como Valerie estava. Mandou selar um de seus cavalos e America entrou, caminhando direto para seu quarto e observou escondida Maxon montar em um cavalo branco com pintas marrons e partir em seguida.

+++++

Uma das empregadas abriu a grande porta e Maxon entrou, dando um aceno com a cabeça em agradecimento. Ao chegar até a sala viu Celeste descendo as escadas, sorridente.

– Maxon! Que surpresa revê-lo! – ela se aproximou.

– Olá Celeste! – ele a cumprimentou pousando um beijo em sua mão e abrindo um sorriso de canto.

Celeste tinha um aparente interesse em Maxon Schreave. Eram amigos desde a infância, e Sarah sempre planejou que ela se casasse com algum dos homens mais ricos da cidade, como o próprio James Hayes, mas os olhos de Celeste sempre eram voltados para Maxon.

– Soube que viajou para Belfast e voltou à poucos dias. Fiquei surpresa com a notícia. – disse Celeste, sempre lançando um sorriso em direção ao futuro duque.

– Oh sim! Creio que sabe o motivo. – disse com cautela.

Celeste rapidamente desviou o olhar de Maxon, mas retornou forçando um sorriso. Saber que havia outra herdeira na casa não era uma ideia agradável para ela.

– Ah, eu sei. – ela respondeu torcendo a boca formando uma careta de nojo. Desde o momento em que Valerie pôs os pés na casa, Celeste a tratava com desprezo e não lhe dirigia a palavra. – Mas não vamos falar disso. – ela tentou mudar de assunto. – Qual o motivo desta surpresa afinal? Você raramente vem fazer visitas.

– Vim visitar meu tio, para saber como ele está.

– Claro, me acompanhe. – Celeste sorriu e Maxon estendeu o braço para ela, que aceitou sem hesitar. Afinal, não conseguia hesitar nada que viesse de Maxon, e o que ela mais desejava era que ele um dia pedisse sua mão.

Celeste deu três batidas na porta antes de abri-la, e Maxon entrou, achando que veria seu tio em péssimo estado numa cama, em um quarto escuro, mas foi exatamente ao contrário.

– Maxon? Filho, achei que não teria sua visita hoje. – o tio abriu um sorriso.

– E eu não imaginava encontra-lo já de pé. – Maxon respondeu um pouco surpreso.

Celeste que estava na porta encarou o pai de forma reprovadora e entrou no quarto.

– Papai, já mandei que não se levantasse da cama.

– Não se preocupe minha querida. – ele sorriu de forma gentil. – Mas fora desta cama me sinto mais disposto do que deitado. Logo irei morrer, para que continuar deitado?

– Não diga asneiras papai! – protesta Celeste ofendida, o fazendo rir.

– Não se preocupe minha flor. – ele deposita um beijo em sua testa.

– Está bem. – ela responde desconfiada. – Vou deixá-los a sós.

Celeste abre outro sorriso e se dirige até a porta, saindo em seguida. Maxon volta a encarar o tio que está com os olhos fixados nos dele, um pouco curiosos e desconfiados.

– Devo lhe dizer que estou surpreso com sua atitude Maxon. – o tio diz ficando de pé apoiando uma de suas mãos na bengala enquanto caminha pelo quarto.

Maxon franze as sobrancelhas um pouco confuso.

– Porque a surpresa?

– A moça com quem casou. – ele dá uma olhadela em Maxon, andando em direção à grande janela de seu quarto e pergunta depois de alguns segundos em silêncio. – O que o fez se casar com ela?

Maxon comprime os lábios. Se envergonha em admitir que se casou por influências de uma velha, sem poder dizer não.

– Bom... America é muito bonita e inteligente. Que homem não se encataria com ela? – Maxon dá de ombros como se fosse o obvio.

– Apenas isso? – o tio ergue uma sobrancelha sério, deixando Maxon sem resposta.

O tio suspira parecendo desapontado e caminha em direção à sua cama silencioso, com um olhar um tanto perturbado, deixando Maxon preocupado. Ele se senta em sua cama e fica de frente para o sobrinho.

– Veja, eu era como você quando era jovem. Robusto, sagaz, audaz e galante, que todas as damas queriam. – ele começa a dizer sem desviar os olhos de Maxon. – Filho, eu ouso dizer que já dormi com muitas moças, como você também faz. – ele balança a cabeça. – E hoje, quando me lembro do que fui, me envergonho como nunca achei que me envergonharia na vida. – ele faz uma pausa encarando o chão. – Eu já cometi um erro. Um grande erro. Hoje me arrependo e... estou tentando consertar, apesar de saber que já é muito tarde.

– O que quer dizer com...? – Maxon tenta dizer, mas o tio o corta.

– Estou tentando alertá-lo para que nunca cometa o mesmo erro que eu Maxon. Eu não tive filhos homens para conversar sobre esses assuntos, infelizmente. Sou muito sortudo com as filhas que tenho, mas um rapaz como filho nunca é ruim. E sempre gostei de você como um filho. – o tio sorri analisando Maxon. – A pouco tempo você já era um garoto, agora olha só você. – o tio o encara de cima a baixo com um sorriso orgulhos. – Já é um homem feito e está casado com uma moça adorável. Mas eu apenas quero te dizer que nunca magoe essa moça. Nunca veja ela com segundas intenções e sim com sentimento. Eu já cometi esse erro com alguém que percebi muito tarde que a amava muito, e eu espero que você também não passe por isso. Você tem muitas chances para se dar bem e ser feliz. – o tio toca seu ombro.

Maxon fica um pouco paralisado com suas palavras e força um sorriso, com um olhar vago.

– Obrigado. Eu, hum... preciso ir. – Maxon fica de pé. – Quero chegar antes do jantar.

O tio fica encarando-o sério, um pouco desconfiado, mas acena com a cabeça não deixando que Maxon perceba.

– É claro.

Maxon acena com a cabeça em despedida, e caminha em direção à porta, com as palavras do tio na mente perturbando-o até todo o trajeto de sua casa.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Espero que vocês tenham gostado e que comentem bastante.
Agora que voltei a escrever depois desses tempos sumida, me animei e já tenho outro capítulo pronto, então quanto mais comentários, mais rápido eu posto. Espero ter a colaboração de vocês, e claro, a compreensão pela demora.

Bjs