A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 44
Capitulo 34




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Na manhã seguinte quando acordei Percy não estava no quarto novamente me arrumei com uma calça de malha preta, uma regata branca e um moletom cinza, deixei meu cabelo solto e bem liso e coloquei um tênis de corria branco e azul. Assim que abri a porta topei com vários campistas que também se dirigiam para o café da manhã - alguns filhos de Ares atrasados e as caçadoras – juntei-me a eles até a área do café da manhã e segui para minha mesa. Percy não estava lá, avistei Nico na mesa de Hermes e as caçadoras na mesa de Artemis. Zoe e Bianca não estavam lá, Thália também não estava na mesa dela. Olhei em volta me levantando e peguei Nico me encarando assustado, mais alguns campistas me olhavam da mesma forma.

Olhando a minha volta percebi que as sombras do local haviam me envolvido, me concentrei e tudo voltou ao normal, me afastei da minha mesa em direção as caçadoras que me encararam por todo percurso.

– Eles já partiram em missão?

– Sim... – respondeu uma menina que devia ter uns 13 anos

– Ouve alguma mudança na equipe?

– Está perguntando se seu irmão se juntou á missão? – Uma ruiva pergunta com certo nojo em sua voz, e eu só balanço a cabeça em afirmativa – Não, mas Quíron está preocupado ninguém o viu está manhã.

– Mas se Phoebe não foi e Percy também não quem...?

– Ninguém, Zoe jamais permitiria um garoto e não tínhamos tempo para pensar em mais ninguém.

Nem a respondo reviro os olhos e viro-me para voltar ao meu lugar, a caçadora que encontrei na floresta me encara até que eu não consiga mais tê-la em meu campo de visão mas sinto o peso de seu olhar em mim mesmo depois que sigo em direção a casa grande e já estou bem longe dela. Chegando a casa grande nem bato antes de entrar e vou direto a sala de estar, como sempre Dionísio está lá.

– Ah a preferida... Como tem estado?

– Meu irmão fugiu! – digo direto.

– Ah, era de se esperar que ele não ficaria na dele. Bom é uma pena.

– Você não vai fazer nada?

– E porque deveria?

– Você é o regente do acampamento, forçado, mas mesmo assim, o que Percy fez é contra as regras e ele está em perigo.

– Coisas de mais minha cara Marina... Além do mais, se ele fugiu e como você disse é contra as regras ele está expulso, então não é mais problema meu. – Sim ele consegue ser bem difícil.

– Sr.D por favor... – ele continua apreciando seu vinho e eu me aproximo mais ainda sentando na sofá ao seu lado – Dionísio, por favor, meu irmão... Sei que não gosta dele, mas ele fará de tudo para salvar Annabeth e nem ele vê isso ainda, ele dará a vida e o mundo para salvar aqueles que ama, você precisa para-lo, se não para-lo pelo menos ajuda-lo. – eu imploro ao deus do vinho.

Dionísio me encara por um momento como se eu não tivesse dito nada e ele estivesse olhando para a parede então sua expressão começa a mudar para duvida, raiva e por fim ele revira os olhos e diz:

– Maldita seja filha de Poseidon, odeio quando você faz isso... – e assim ele desaparece e sei que atendeu meu pedido.

Saio da casa grande alguns minutos depois direto para a área de treinamento estratégico de combate, onde um filho de Atena e outro de Ares dão aula juntos, seria minha primeira aula da manhã e eu já estava atrasada.

– Finalmente vossa alteza – diz Max, o filho de Atena. – Decidiu juntar-se a turma.

– Desculpa prof... Tive que resolver uns problemas sobre um certo integrante do meu chalé que fugiu para procurar uma certa integrante desaparecida do seu chalé.

– Entendo... Irmãos mais novos, o que fazer com eles. – ele brinca.

Geralmente filhos de Atena não tem o melhor humor do mundo, mas Max puxou muito de seu pai que mesmo sendo um renomado historiados de origem grega era muito engraçado e nunca soube que a mulher que um dia amará era uma deusa até o dia em que Max explodiu metade da casa tentando matar um monstro que o achou aos quatorze anos na Califórnia. Max hoje tinha 22 anos, era o mais velho no acampamento, nunca quis voltar para casa para que seu pai pudesse viver em segurança.

Me junto a todos no treinamento, minha equipe é Joana uma filha de Deméter e Gil um morador do chalé de Hermes indeterminado. Gil é um garoto baixo e magro, quase raquítico, adorava passar seu tempo jogando com os sátiros e nunca participava de jogos físicos e só começou a ir nas aulas de batalha quando Quíron, digamos deu uma prensa nele. Porem por algum motivo nessa aula em especial ele gostava de ir e era muito bom com estratégias. Já Joana era uma menina resmungona e muito bonita, totalmente parecida com sua irmã Perséfone, a deusa da primavera, mas lembrem-se de não dizer isso a ela, porque odeia ser comparada com a irmã.

Geralmente nessa aula nos dividimos em equipes como hoje ou em dois times e sempre a intenção é sequestrar ou salvar algo ou alguém. Hoje tivemos que salvar uma garota que estava sendo perseguida por monstro e se quer sabia que era uma semideusa, foi Max quem criou a história que fique dito, o time que a perseguia era composto de dois filhos de Ares e uma filha de Afrodite e o time da menina era ela (outra filha de Afrodite) e nosso sátiro hipotético Jonas um filho de Hefesto. No final das contas acabou sendo uma aula bem divertida, nós conseguimos salvar a garota graças a estratégia de Gil para pegar os garotos de Ares, as Eras venenosas que Joana jogou em Kilia e a mim que fui rápida o suficiente para voltar a área segura sem usar uma gota de água ou sombras.

Depois de me despedir deles fui para a próxima aula, combate com espadas, nesta eu era a professora então é claro peguei rapidamente meu material e fui para a arena. Chegando lá me espantei por minha turma ser um pouco maior do que eu esperava para essa época do ano. Haviam três filhos de Ares, dois dos que haviam tido a aula anterior comigo, Silena, Beckendorf, os Stolls, Will e Kai. Nove. Cinco deles conselheiros.

– Tudo bem pessoal, coloquem suas proteções e escolham suas espadas, vocês tem cinco minutos.

As caçadoras estavam sentadas na arquibancada aproveitando o sol e algumas pareciam ansiosas para ver a aula. Sempre me pergunto se elas gostam de ver homens se machucando porque algumas davam alguns sorrisos sádicos como bêbados tarados prestes a ver uma luta feminina. Conforme eles se alinhavam fui separando as equipes mentalmente e quando todos estavam prontos anunciei. Beckendorf com um dos filhos de Ares, Silena com o outro, Will com Connor, Malakai com o filho mais novo de Ares Fred...

– E Travis comigo. – disse por fim.

– Me ferrei. – ele disse automaticamente. Todos riram e concordaram.

– Deixe de bobagem. – disse rolando os olhos – Atenção, faremos primeiro uma movimentação sem acertar o colega – friso – E sem usar poderes Travis – diga para tranquiliza-lo.

– Mas se você tem poderes extras porque não usa-los? – pergunto Fred.

– Nem sempre poder fazer algo significa que deva fazê-lo. Usar esse tipo de poder custa um preço e consome demais de um semideus, eu quase morri antes de aprender a usar meus dons, tive que treinar muito e ainda assim as vezes perco o controle, durante a batalha tudo fica mais intenso, para tudo você precisa de mais concentração, mas o corpo de um semideus é programado para a luta, o que nos torna fracos e problemáticos aos olhos do mundo mortal nos torna forte em nossa guerra, e na maioria das vezes não importa quem é sua ligação divina, você só precisa confiar em si mesmo e nos seus instintos.

Todos se põem em posição de luta e esperam meu sinal. Eu concedo e eles começam a atacar e esquivar uns dos outros, faço o mesmo com Travis e não posso deixar de sorrir a cada vez em que ele faz algo muito bem ou qualquer um dos outros alunos. Mesmo com tudo que se passa lá fora estou em casa novamente, fazendo o que gosto com as pessoas que gosto.

Nos últimos minutos de aula coloquei-os para lutas individuais. Beckendorf ganhou de Malcom, Ziam ganhou de Silena, Connor ganhou de Will, Malakai e Fred esgotaram o tempo terminando em empate.

– Então quem lutará com Travis?

– E porque não você? – pergunta Silena.

– Sou a professora, como ensinarei e darei dicas se estiver lutando?

– Fala a verdade você não quer envergonhar meu irmãozinho aqui...

– Puxa, valeu Connor.

– Quando precisar irmão... – Ele coloca a mão no queixo e diz – E que tal se for nós dois contra você?

– Escuta... não é...

– Ah qual é Mari... Vamos logo, se eles querem apanhar então que seja, da uma surra neles logo e vamos almoçar. – Charlie diz já inquieto.

– Tudo bem... Vamos logo!

Pego minha espada que está em forma de bastão pequena novamente e clico. Os dois recuam e eu m ponho para lutar. Juntos eles me atacam assim que Malcom grita já. Desvio de Connor acertando Travis no tornozelo, ele por sua vez tropeça quase levando o irmão junto mas assim como Hermes são rápidos e se recuperam. Me atacam novamente e nossas laminas batem umas contra as outras mais e mais, já não se sabe mais quem era contra quem e ele mesmos se atacam, é cada um por si. Desvio dos dois mas um deles consegue acertar meu braço, como recompensa recebe um corte perigoso na coxa que se eu não tivesse segurado na força poderia pegar na artéria principal. Um dele está fora, é Travis. Connor vem em minha direção, arremesso eu escudo nele e clico para que minha espada torne novamente a um bastão sem encolher de tamanho, ele desvia do escudo e pula para cima de mim que por minha vez bato nele como se batesse em uma bola de baseball. Connor é impulsionado para trás e cai no chão como um saco de batatas e mesmo machucado rindo!

– Não vá pensando que está livre de mim e isso não fará mais desafiá-la, mas agora filhos de Apolo, um help, por favor! - diz ele ainda rindo.

Todos reviram os olhos e os ajudam, Will, Charlie e Silena os levam para a enfermaria enquanto Malakai e eu limpamos a arena. Dispenso os meninos de Ares pois já esta quase na hora do almoço e eles estão todos sujos e molhados.

– Você está bem? – pergunto quando percebo que Kai está quieto demais.

– Sim... – ele diz nem tenho tempo de dizer nada pois ele muda de ideia – na verdade, não! Sabe você passou meses fora e eu tive alguns problemas e não conversamos ainda, estava pensando sobre o que você disse sobre poderes consumirem muito e...

– Você está tendo problemas com a luz?

– Um pouco... será que você pode me ajudar ou pelo menos falar com o papai para saber se ele tem algum tipo de manual de uso da luz do sol? – ele diz tentando brincar mas sei que está preocupado e angustiado.

– Não se preocupe meu grande pequeno... – digo o abraçando – Vou te ajudar, mas não sei se seu pai terá tempo para nós agora com o que está acontecendo lá fora. – o semblante de Kai empalidece e entristece – Ei, de um tempo a ele, Apolo está se esforçando para ser melhor, para seu um pai melhor para vocês.

– Eu sei... só que as vezes fico tão angustiado porque parece que ele nem quer ouvir minhas preces é como se tivesse me bloqueado de todas as redes sociais e mentais.

– Eu sinto que papai não me escuta as vezes, como se tivesse se retirado para muito longe, mas acontece, eles sempre voltam, mas Malakai, é da natureza dos deuses fazer isso não é por mal, é só muita coisa a fazer, muito a temer. Eles negam mas deuses tem tantos medos quanto mortais.

– É você esta certa... Que bom que voltou Mari, senti sua falta. – Ele diz me abraçando.

– Venha tenho uma ideia...

Nós pegamos varias coisas para comer juntamos em uma cesta e fomos para a colina, mais exatamente para minha clareira, aquela que ninguém frequentava. De lá víamos tudo e ninguém nos via. Passamos o resto da tarde conversando sobre tudo que acontecerá nos últimos quatro meses, treinamos os poderes dele e especulamos futuros acontecimentos. Estávamos a vontade como sempre ficávamos quando estávamos juntos, protegíamos um ao outro porque nos amamos e nada pode nos separar, meu pequeno deixou de ser um pequeno e tem se tornado mais forte a cada dia. Estar com Malakai diminuiu até a dor mais profunda em meu peito, aquela que me lembrava da culpa por me envenenar com meu filho em meu ventre, eu finalmente aceitará, certas coisas não devem acontecer, não era pra ser.

Em algum momento daquela tarde adormecemos. Quando acordei eu suava embora estivesse bem frio a minha volta eu não sentia o ar gelado, Malakai estava deitado com a cabeça apoiada em minhas pernas. Era o por do sol. Fiz uma oração silenciosa a Apolo e acordei Kai para que pudesse ver o por do sol comigo.


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Notas finais do capítulo

}Eu seeeei atrasei... mil perdões fui passar o dia na fazenda e esqueci de programar!



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