A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 33
Capitulo 25


Notas iniciais do capítulo

Gente só para vocês não se perderem... nos próximos 4 capítulos vou avançar bem rápido o tempo para passar o período entre livro dois e livro três



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Assim que sei que ele saiu de trás da porta vou para o banheiro. Abro a torneira e água quente começa a escorrer, em uma bancada próximo a banheira há vários hidratantes, sabonetes, perfumes e óleos que posso apostar serem obra de tia Afrodite. Pego alguns óleos e jogo na água, o aroma de rosas se espalha pelo banheiro inteiro, assim que entro na água o alivio da dor e do cansaço é imediato. Fico absorvendo a força que a água me trás por alguns minutos, talvez quinze ou vinte e assim que saio da água estou seca. Próximo a porta há um robbie de seda prateado eu o pego e visto.

No meu quarto, na poltrona branca perto da parede há algumas sacolas que não estavam ali antes. Decido olhá-las depois de comer, porque realmente estou com muita fome. Como uma maçã, algumas torradas com azeite e café com creme. Quando estou satisfeita volto-me as sacolas.

A primeira coisa que penso é : “Só podia ser a tia Afrodite”

Ah vários vestidos, calças, shorts e roupas de todos tipos e cores. Pego um short preto curto e uma regata cinza bem praiana. Coloco uma das varias sapatilhas, dessa vez a preta e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. No outro lado do quarto há também uma penteadeira branca e antiga cheia de coisas para o cabelo e maquiagem. Não uso a maquiagem dessa vez, não porque não gosto, mas porque não estou no clima, somente olho minha imagem refletida no espelho, tão normal, tão eu, ou melhor, tão a menina que eu costumo ser, que sinto como se um espírito diferente estivesse habitando meu corpo.

Ignoro todos os pensamentos tristes que estão me assombrando e saio do quarto. Nos corredores do palácio Olimpiano não encontro ninguém, já são onze da manhã e eu demorei mais que uma hora para me arrumar e comer, não sei nem mesmo se Hermes ainda me espera. Sigo o caminho até o rio recebendo sorrisos gentis de vários seres no caminho.

Quando chego ao rio lá está Hermes, com uma roupa atlética, bem diferente da roupa de pai dono de casa com a qual foi me ver mais cedo. Não sei porque na verdade escutei Hermes, só sei que nesse momento, a única pessoa que me fez ouvir foi ele. Talvez fosse por causa de Luke, ou porque só ele sabia o que me falar porque sabia o que era amar alguém que e não poder contar com essa pessoa.

De fato, eu o amava, Luke. Eu o amei e ainda amo. Ele foi um amigo, o amigo que eu precisava e ele cuidou de mim. Porém o que ele quer de mim eu nunca poderia dar a ele, Cronos estava certo nesse ponto, se antes eu já não podia, agora é algo de outro mundo.

– Que bom que veio... – ele fala acenando – Aproveitou o café da manhã?

– Sim... eu realmente estava precisando. – digo e olho-o nos olhos – Obrigada.

– Foi um prazer ajudar. – ele bate palmas – Bom, pretendia treinar pra valer com você, sabe fazer você usar seus poderes, mas Apolo está trabalhando e eu só tenho duas horas de folga e não quero deixar você sozinha depois de usar demais seus poderes então nada de sombras ok, você controla melhor os poderes vindos de seu pai.

– Então o que vamos fazer?

– Vamos começar correndo.

– O que?

– Vamos - ele começa a correr me puxando pela mão - Vamos cansar um pouquinho.

Hermes me fez dar duas voltas no Olimpo sem parar, eu suava muito e sentia todo meus músculos repuxarem.

– Você está como um velho travado e olha que eu que tenho três mil anos – ele caçoa de mim – ficou um mês sem treinamento.

– Se eu fosse um deus imortal também estaria bem com três mil anos e um mês sem correr... – resmungo fazendo bico involuntariamente – Alias, você não deveria pegar leve comigo? Eu tipo quase morri.

– Eu estou pegando leve querida... – ele fala sinceramente e então esboça um sorriso brincalhão – Espere até Ares começar a treina-lá.

Depois de duas horas de treinamento “leve” Hermes teve que partir para suas obrigações. Fiquei sentada a beira do lago por horas observando as naiades que dançavam na outra margem. Vi ninfas fugirem de sátiros insistentes, casais passeando de mãos dadas e vi um Sátiro brincando com seus dois bebês. Aquilo me fez pensar novamente no que havia acontecido e me deixou nervosa, eu ainda sabia que tinha tomado a decisão certa para o momento, e mesmo não sabendo perder o bebê acabou por ser o certo, seria uma criança indesejada pelo mundo, nascida de uma guerra. Uma lagrima escorre sem permissão e em um surto de raiva eu grito com toda minha alma...

A água do rio explodir em um gêiser e então soltar para todos os lados molhando todos que estavam a pelo menos vinte metros de mim.

Eu caio de joelhos sentido um alivio de meus músculos. Me levanto devagar e caminho para dentro do rio, o ponto em que estou há uma cachoeira. Eu nado até ela e fico em pé na rocha onde a água bate. Sinto vários olhares em mim mas os ignoro, brinco com a água, fazendo-a dançar a minha volta e fazer formas no ar.

Mais tarde meu pai aparece, ele sorri para mim e diz que precisa falar comigo. Eu caminho por cima da água até ele ao mesmo tempo em que me seco.

– Sempre me impressiono em como você age com naturalidade... Você nem se esforça para revelar seus dons, eles fluem por você.

Sorrio sem ter uma resposta para o elogio.

– Quando você era pequena e descobriu que era minha filha, a primeira vez que usou seus poderes na praia – ele fala indicando para que eu me lembre – A nereida que costumava te observar e me levar informações contou sobre como você nem ficou apavorada por poder respirar em baixo da água e como você desde pequena era ótima em controlar e organizar coisas. Então você foi crescendo e cada vez mais extraordinária. Sempre sendo uma líder. Eu queria poder ter estado lá filha.

– Pai...

– Me desculpe por deixa-lá tão sozinha, você merecia ter crescido com uma família normal, não merecia todo o peso que é depositado em você. Eu me culpo por isso e se um dia você puder me perdoar... – as palavras dele falham.

– Pai... Você não me abandonou... – digo já chorando – Você sempre cuidou de mim. E eu cresci com uma família, a melhor família do mundo, a maior família do mundo.

Ele não diz nada e me puxa para um abraço. Mesmo meu pai sendo bom comigo nunca esperei que como um deus ele fizesse isso e quando fez foi como se todo meu mundo tremesse e se reestabelecesse.

– Sinto muito pelo o que te aconteceu minha Marina... – ele soltasse do abraço mas ainda segura minhas mãos – Você não imagina como fiquei quando soube o que tinha te acontecido Marina. Você não imagina o que acontece ao mundo quando um deus tem medo de algo.


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Notas finais do capítulo

Gente só quero dizer uma coisa... não sei o que vocês acharam desse capitulo, mas eu amei, de verdade. Tá que sou muito emotiva, mas sinceramente, chorei escrevendo a parte com o Poseidon.