A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 27
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Vooltei... Gente desculpa mas com as provas finais eu estava apavorada... ainda estou mas a ultima é hoje e de qualquer forma não tem mais o que fazer o que aprendi até hoje aprendi e seja o que os deuses quiserem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612189/chapter/27

Assim que chegamos ao barco de Luke desmaiei. Não sonhei com nada, não vi nada, estava imersa em uma escuridão maligna. Sem poderes, sem poder lutar, sem poder fugir. Sentia-me um fracasso. A semideusa que todos querem ver, a preferida de seu pai, aquela que transmitia força e confiança agora nada além de uma prisioneira.

Não sei por quanto tempo dormi, não conseguia sentir onde estava, mas quando acordei tudo que eu sabia é que não ouviria uma palavra se quer de Luke, eu sentia raiva, angustia, desapontamento de uma maneira que nunca havia sentido.

– Acorde querida, temos muito o que fazer.

– O Hades que temos! – resmunguei.

– Não faça assim Mari... – ele tenta.

– Nunca mais me chame de Mari, não tem esse direito, o perdeu quando traiu os seus.

– Mais cedo ou mais tarde vai perceber que eu estava certo, que eu tenho razão e se unirá a mim, por bem ou por mal! – branda ele.

– Nunca! – eu grito.

– Tem certeza? – pergunta ele fazendo um gesto para um monstro urso.

Alguns minutos se passam, estou encolhida no canto da parede tremendo de frio, obviamente porque estou no chão gelado no meio do oceano de camisola, Luke tentou me dar roupas mas elas estão jogadas no chão onde as deixei ao recusar. O monstro urso volta puxando alguém, meu mundo cai quando vejo ele jogar no chão próximo aos pés de Luke, Malakai.

– Achei que você, sendo tão devota dos deuses, recusaria minha primeira oferta, então lhe trouxe um agrado. – ele pensa por um segundo – Se você se juntar a mim e a Cronos, garantirei a segurança do seu, bichinho de estimação.

– E se eu não me juntar a você?

– Se recusar aposto que este meu amigo aqui – ele aponta para o monstro – está com bastante fome.

– Não! – digo me levantando.

– Vamos Marina! Não seja cabeça dura, o que os deuses lhe fizeram de bom?

– Afaste-se de Kai! – grito – Nunca vou me unir a você Luke! Você não vê o quão errado isso é? Cronos está lhe usando!

– Eu sei o que estou fazendo, os deuses merecem.

– O Hades que merecem! E se você acha que Cronos não vai fazer com você o que fazia com seus filhos você é mais idiota do que tenho imaginado.

– Você não costumava falar dessa maneira, era muito mais cordial, mais gentil! – ele pega Kai pelo ombro – Bom então vamos fazer assim, você tem três segundo para tomar sua decisão, se escolher errado, corto a garganta do filho do deus do sol aqui e agora.

– Um...

Tento invocar meus poderes, mas nada funciona.

– Dois...

Olho para Kai que grita se debatendo.

– Três. – ele coloca a espada perto do pescoço de Kai – Seu tempo acabou Marina!

Kai tenta dizer não quando percebe o que vou responder mas Luke tampa sua boca.

– Eu aceito. Largue ele!

Luke afasta a espada do pescoço de Kai.

– Eu me uno a sua causa se você libertar Malakai. Vou fazer o que você mandar, quando mandar. Só devolva-o ao acampamento.

– Desculpa Mari acho que não fui muito especifico. Malakai continuará conosco para o caso de você sair da linha, e você continuará com as correntes até que eu confie em você o suficiente. Agora vista-se, não quero os outros olhando para você assim! – ele fala e joga Malakai em minha direção.

O pequeno garoto kai de joelho se encolhendo para meu lado, ele resmunga coisas como, você não devia ter aceitado, mas eu o faço parar.

– Você está nisso por minha culpa, nunca poderei me perdoar, mas daremos um jeito Malakai, vamos voltar para casa, eu prometo, nem que isso seja a ultima coisa que eu farei, mas levarei você para casa e acabarei com o plano de Luke. – eu sussurro.

*****************************************************************************

– Ah, que bom que chegaram. – diz Luke indicando que todos saiam da cabine dele – E você leve o garoto para jantar com os demais, ninguém toca nele, entenderam.

– O seu jantar? O quer aqui? – pergunta o filho de Hipnos.

– Sim! O meu e o de Marina.

Todos saem inclusive Malakai e Luke e eu ficamos sozinhos, ele indica para que eu me sente na cadeira a sua frente e eu o faço. Estou nova em folha, nem parece que fui sequestrada e que meus poderes e minha força se esvaíram de mim, tomei banho e vesti as roupas que Luke me deu. Um vestido preto tomara que caia que vai até a altura do joelho e uma botinha de cano curto igualmente preta e de salto alto. A roupa é totalmente obscura e não combina nada comigo.

– Então, está se sentindo melhor?

– Ah, claro que estou Luke... – respondo ironicamente.

– Que bom que está feliz, você terá uma semana para se recuperar, retomar suas forças. Não a quero doente precisamos de você forte. – ele fala em um tom sério – Mas continuará com a corrente que corta seus poderes, até que eu sinta que posso confiar em você.

– Eu lhe dei minha palavra.

– E eu estou lhe dando a minha. Agora coma! – ele ordena.

Como em silencio sem tirar os olhos do prato. Realmente eu estava com fome e sede. Assim que termino volto a olhar para Luke, ele estava me observando de um modo diferente, cora quando percebe que o peguei no flagra, mas não dura muito e logo ele vira o rosto e quando volta a me olhar está frio novamente.

************************************************************************

Nove dias haviam se passado, Malakai e eu continuávamos de mal a pior, agora Luke permitia apenas que ficássemos algumas horas da noite ao ar livre, e nos mantinha afastados a maior parte do dia, um em cada cabine. Tudo isso aconteceu depois que Malakai teve um surto de poderes enquanto alguns monstros e semideuses revoltados o chateavam. Começou a brilhar novamente como havia feito na Grécia só que dessa vez a luz que ele irradiava tinha calor e chegou a ferir até a mim. Luke o presenteou com uma pulseira de ferro celestial igual a minha que anulava seus poderes e desde então não vemos o sol.

Luke também tem tentado me convencer a ficar de verdade do lado dele, tentando me fazer entender porque era o correto trazer cronos de volta. Tenho que dar certo credito a ele, o seu discurso muda uma ou duas palavras a cada vez que ele o refaz e isso o torna um pouco menos insuportável. Só um pouco!

Agora já deve estar quase na nossa hora ao ar livre, isso acontece entre o jantar e a hora de dormir que só existe para nós dois. Normalmente o que nos sobra são cerca de meia hora se o Luke não me prender tanto em sua cabine onde ele me faz jantar toda noite.

– Bem – ele fala mais alto chamando minha atenção – Você parece ter parado de me escutar então pode ir encontrar Malakai, vou mandar alguém para acompanhar vocês para suas cabines em meia hora.

Saio apressada para buscar Kai. Ele está sentado em uma mesa perto da porta, sozinho, como sempre.

– Malakai! – aceno para ele.

O pequeno não diz nada, só vem correndo em minha direção, pega minha mão e seguimos em direção ao deque superior. Isso é outra coisa, a única água corrente com a qual tenho contato é a do chuveiro, Luke não deixa que eu me aproxime do deque inferior e do oceano. Quando passamos pelas ultimas portas estamos os dois sorrindo. O ar com cheiro de mar e límpido parece nos devolver a vida. É bom...

Kai senta-se apoiado a beirada de um lado do deque e eu fico na outra observando-o. Consigo perceber que ele está tentando falar com o pai só pelo jeito que ele mantém os olhos fechados então viro-me para o mar. Poucos minutos se passam, dois no máximo, quando percebo a primeira movimentação. É assim todas as noites, os animais marinhos se aproximam do barco sempre que saio para ao ar livre. Nesse momento alguns golfinhos dançam nas águas tentando me alegrar, dou um leve sorriso a eles e peço para que partam, adoro os animais marinhos mas não é seguro, eles entendem isso por isso logo saem. Alguns minutos depois mais uma movimentação, dessa vez, sem subir a superfície, um Hipocampo me chama, consigo entender seus pensamentos perfeitamente, mesmo com meus poderes anulados ainda entendo os animais.

“Minha senhora, trago-lhe uma mensagem” ele diz.

Não responde porem mesmo assim ele continua.

“Pégasus O Grande está a espera de suas ordens.”

Penso e repenso rapidamente, o hipo está inquieto no fundo do mar esperando por uma resposta.

– É o Luke tá precisando sair um pouco desse navio mesmo... – Alguém diz perto de mim.

– Bom ele vai passar a semana fora agora, talvez volte mais calmo quando a vir! – e os dois riem.

– Amanhã nós estamos no comando! – comemoram.

Luke sairá do navio, é minha única chance de uma fuga para Kai.

– Volte em dois dias, nesse horário, e diga a Pégasus para que fique alerta, mas distante. – sussurro para o Hipo, ele da uma volta em baixo do navio e então parte.

– Hey, acabou o tempo de você! Para as cabines!

–Mas Luke disse... – tento argumentar.

– Os animais marinhos estão se agitando com sua presença princesinha, Luke não quer problemas como o que ocorreu com o menininho então os dois para seus aposentos! – fala sarcasticamente Hugo, um dos semideus indeterminados.

Quando consigo me afastar de Hugo puxo Kai para perto de mim, já estamos em frente a cabine dele.

– O que você estava sussurrando para o mar – ele pergunta.

Eu o abraço e sussurro de volta.

– Vamos para casa em dois dias!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha do Mar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.