Por trás das câmeras -A ascensão escrita por Lyra Roth, Undead


Capítulo 7
#5 Baile de máscaras–The Soul


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, como prometido, mais um capítulo pra vocês dessa vez fui rápida, né não? Anyway, achei esse capítulo bastante triste e meio depressivo, mas eu gostei de fazê-lo. A música é Nightmare, do Natewantstobattle. É muito boa, e combina bastante com o capítulo. É só arrastar o link e pô-lo em outra guia pra abir a música.

Anyway, espero que gostem!

Boa leitura!~



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[#5] Um baile de máscaras–The Soul

Nightmare

Encarou a Marionete. Fora de sua caixa, Lancy viu, pelos olhos vazios de Golden Freddy, que aquele pierrot era bem mais assustador. O sorriso aparentemente alegre e jovial da boneca agora assustava a menina. The Puppet era tão alto que podia tocar o teto com sua cabeça.

Os quatro animatrônicos encararam a marionete. Parados, todos os animatrônicos Antigos encontravam-se face a face com a Marionete sorridente. A sala escura e fétida dos robôs em desuso deixavam a cena ainda mais assustadora para todos. A única luz do local era o brilho fantasmagórico vindo de dentro de cada um dos robôs antigos. Um bilhão de quinquilharias se amontoavam ao lado dos animatrônicos, deixando pouco espaço para qualquer um deles andar. Lancy sentia-se presa.

—Você nos trouxe de volta à vida. Por que fez isso? –indagou a menina dentro de Golden Freddy. Apesar de Lancy ter voltado à vida, não sentia gratidão nem nada parecido. –Nós morremos...

Eu seeeeei. E você está reclamando por quê, então? Exatamente, vocês morreram. E eu os trouxe de volta à vida. Deviam me agradecer por isso.

—A-agradecer... pelo quê? –Lancy viu o boneco de Foxy indagar, indignado –N-n-nós morremos, e v-v-você n-nos trouxe de volta à vida por quê? Para que vejamos n-n-nossos corpos ap-podrecerem aqui dentro? P-p-para que vaguemos aqui para s-s-sempre? NOS DEIXE EM PAZ! –a voz, agora robótica do garoto, demonstrava raiva e tristeza, mas acima de tudo, pânico e medo. Ele não sabia o que fazer. Estava totalmente apavorado.

—Nós morremos... –gemeu Lancy dentro de sua fantasia. Tentou sair, mas seu corpo estava preso. E agora, sua alma também estava. –estamos mortos! Isso tem algum objetivo?! Você nos trouxe aqui porque? Quem é você? O que quer de nós?

A marionete ajeitou a máscara preta e branca de pierrot, e falou, séria:

—Não quero nada de vocês. Quero algo com vocês. Quero ajuda-los. Quero que fiquem comigo, me ajudem a conseguir algo. Algo que, aliás, deve ser de seu interesse também, não é? –ela sorriu.

—V-v-você ‘ta de brincadeira, né?! –exclamou o jovem dentro de Freddy Fazbear –N-nós morremos. Como vamos querer algo agora?!

—Mamãe disse que quando a gente m-m-morre... a-a-a gente d-descansa e-em p-paz... no c-céu, com as estrelas... –falou gaguejando a jovem dentro da galinha amarela destruída.

Descansar em paz? –indagou a marionete, com certo desprezo nos olhos negros demoníacos –me desculpe, queridos. Eu realmente sinto muito, mas vocês nunca descansariam em paz. Ainda sofreriam nesse lugar. Só não teriam como se manifestar. Tudo que fiz foi dar-lhes um novo corpo.

—U-u-um novo corpo... destruído. –completou Lancy, com a voz tremida. –Um corpo de robô. D-deu pra gente os r-robôs Freddy, Chica, Bonnie, Foxy e G-Golden...–falou, quase não conseguindo pronunciar o último nome. Aquele fora o último nome que chamara antes de morrer nas garras do assassino de roxo.

A Marionete riu. Era um riso de prazer misturado com desprezo e ódio. Isso fez a menina sentir os pelos da nuca se eriçarem. Isto é, se ainda sentisse sua nuca morta, mas de qualquer forma, a sensação que teve na alma era bem parecida com essa.

—E-então quer o que de nós? –indagou uma voz dentro de Bonnie, que Lancy poderia jurar ser uma mistura de voz de robô com a voz de seu amigo Brian –eu quero ver minha família, não quero ficar aqui, quero sair... –choramingou o garoto. Sua alma parecia fazer um esforço absurdo para sair de dentro do boneco roxo, mas seu corpo repousava ali. Estavam todos presos às fantasias, afinal.

—Não é justo... Eu não quero morrer... Não, não quero morrer... –uma voz esganiçada e chorosa foi ouvida por Lancy, vinda de dentro da Chica. –Quero minha mãe, quero ver meu pai, MAMÃE!! MAMÃE!!, PAPAI! Socorro!! –uma fonte de luz pôde finalmente ser vista de dentro da galinha deteriorada, dando origem à uma forma humanoide sem pés, flutuante e dourada, com olhos totalmente brancos e brilhantes. Aquile era o espectro fantasmagórico de Amy Rodney.

—Amy... –gemeu Fred, finalmente saindo de Freddy Fazbear com um brilho marrom. Fredrick agora também possuía uma forma de fantasma; Lancy viu os dois amigos se fundiram em um abraço forte, enquanto a menina punha-se a chorar de medo.

—Então... –Brian saiu de sua fantasia de Bonnie com um brilho azul intenso. –tem mais algum propósito nisso tudo?...

— Ou você nos trouxe aqui para sofrermos mais? –o fantasma de fogo do menino Alex saiu de sua fantasia, seus olhos brancos brilhando com uma luz esfumaçada espectral. –O que pode ser do interesse de um morto? N-N-NÓS MORREMOS, ESTAMOS D-D-DUROS E FRIOS, E SINTO M-MEU CORP-PO COMEÇAR A APODRE... CER AQUI DENTRO! O QUE MAIS PODE SER INTERESSANTE À NÓS?! NÓS MORREMOS E... E...E VOCÊ NÃO SABE O QUE É ISSO! –Lancy podia sentir a raiva assassina emanar do espírito furioso do garoto; ela pensou que isso fosse ruim, mas a Marionete riu baixinho, parecendo satisfeita, o que confundiu bastante a menina refém-falecida

—I-i-isso é-é um s-sonho, né? –perguntou o fantasma azulado de Brian, parecendo genuinamente assustado e desesperado –isso só pode ser um pesadelo! E-eu vou acordar, vou a-acordar, m-minha mãe disse que é só se beliscar que a gente a-a-acorda... –ele tentou a todo custo beliscar sua pele, mas ele era um fantasma. Não conseguia fazer isso. –EU QUERO ACORDAAAAR!! POR FAVOOOR!! MÃÃÃE, SOCORRO!! Eu quero voltar pra casa!! Mãããããããããããe!!!!

Os gritos de Brian faziam as vidraças tremerem. Eles não sabiam, mas do outro lado do restaurante, a velinha de parabéns da pequena Charllote acabara de se apagar sozinha.

E foi então que Lancy notou um brilho diferente nos olhos de seu amigo. A garota demorou pra notar que, em sua forma fantasmagórica, Brian agora sorria como um maníaco.

Encarando bem o que sobrara de Brian dentro da fantasia, Lancy acabou por perceber que o corpo dele estava bem mais esfaqueado do que o dela ou o de qualquer outro. O assassino deve tê-lo feito sofrer mais, pensou a menina, querendo poder chorar. Ele arrancou de nós nossas vidas, e levou junto a sanidade de Brian.

EU SEI COMO É MORRER. ­

Brian parara de gritar agora. Estava ajoelhado, tremendo, assustado e insano. Amy e Fred continuavam abraçados, fazendo as luzes esfumaçadas de suas almas misturarem-se. Ambos estavam apavorados, os olhos totalmente brancos deles estavam arregalados de espanto.

Alex permanecia na posição de defesa/ataque, em frente ao robô pirata. O pequeno punho vermelho esfumaçado agora estava cerrado e pronto para lutar com qualquer um que o ameaçasse. Os olhos brancos brilhantes do jovem se semicerraram com a fúria. Brian ainda sorria.

Eu sei como é morrer, porque eu já morri. Eu fui enganada pelo mesmo monstro que vocês. —Ela falou, encarando-os. Não parecia mais querer rir, Lancy notou. -Eu já fui como vocês. Uma crianças que decidiu ir ao Freddy Fazbear, para comer e se divertir. Eu conheci Freddy, Bonnie, Foxy e Chica quando eles ainda eram novos. Sou mais velha do que pareço.

—S-s-se você morreu... q-q-quem matou você?... -indagou Fred, soltando Amy por um instante. A Marionete segurou a máscara branca sorridente que escondia seu rosto real, apertando-a com força.

O mesmo monstro que matou vocês. Eu era só uma criança! Na frente daquele maldito restaurante com aquele maldito coelho dourado que está escondido naquela maldita sala... Infeliz. E ele apareceu naquele maldito carro... e... e me matou.

—C-como ele te matou? -indagou Amy, mas a jovem se arrependeu no mesmo instante de ter feito isso:

—NÃO TE INTERESSA!!—exclamou a marionete, com raiva. Seus punhos sem dedos estavam fechados, e encarando-a de baixo, Lancy percebeu o quão assustadora era a marionete. -eu só morri. —falou, instantes depois. Seus punhos relaxaram, mas os animatrônicos continuaram na mesma posição.

—O que devemos fazer e-e-então? –Lancy perguntou para a marionete, tentando não irritá-la novamente. Sua vontade era só a de sentar e chorar. Chorar tanto que não lhe restariam lágrimas ou uma só gota de água em seu corpo. Ela poderia secar de tanto chorar. Se estivesse viva; água nem fazia mais diferença para ela. Nada mais fazia diferença para Lancy.

Vocês podem sentar e chorar se quiserem. Mas eu tenho planos melhores. Me digam, crianças, o que vocês acham de quando perdem um jogo injustamente para alguém? Qual a vontade que vocês têm?

—Você realmente nos ressuscitou só para perguntar isso? –Alex rebateu, irritadiço.

Aquele menino, Lancy pensava, sempre fora o mais esquentadinho. Mas agora, sua fúria parecia ter sido triplicada por mil. Seu espírito brilhou numa luz vermelha tão intensa que a jovem achou que poderia ficar cega se encarasse diretamente.

Prendendo a respiração, a jovem encarou o local. Alex estava furioso, os punhos cerrados, flutuando diante do boneco que agora abrigava seu corpo. Brian permanecia ajoelhado, rindo baixinho como louco. Amy se encolhia de medo, Fred fechou os olhos com uma aparente culpa, e Lancy sentiu a tristeza dominá-la quase por completo.

Mas apesar da fúria do menino, do medo de Amy, da culpa que Fred aparentava sentir, da loucura de Brian e da tristeza de Lancy, a marionete sorriu. Um sorriso acolhedor, mas ao mesmo tempo tão terrível e tão amedrontador...

Quando alguém ganha injustamente, crianças, a vontade que se tem é de revanche. Digam-me se estou certa, queridos... Se alguém trapaceia no jogo de dados, todos querem revanche, certo? Você quer revanche pela sua raiva, Foxy?! Revanche pelo seu medo, Chica, pela sua loucura, Bonnie, pela culpa que sente, Freddy, e pela tristeza que está guardada em seu peito, Golden Freddy? Pois então, fiquem comigo... A revanche pode estar mais próxima do que imaginam.

—M-m-meu nome n-não é Chi-c-ca. É Amy –Balbuciou a menina que brilhava em amarelo.

Errado, querida. Infelizmente, está errada. Seu nome era Amy Rodney. A partir de agora, você não é mais Amy Rodney. Seu nome agora é Chica. Meu nome não era marionete. Mas é assim que me chamo. Eu nem sei mais qual é o meu nome de verdade. E logo vocês esquecerão os de vocês também. O nome dos robôs vai ser a única coisa que manterá a identidade de vocês. Fredrick, você agora é Freddy. Amy, seu nome é Chica. Brian, você agora se chama Bonnie. Alex, seu novo nome é Foxy, e Lancy agora se chama Goldy. Eu sinto muito que isso tenha acontecido com vocês. Prometo que farei o possível para ajuda-los.

—E-e como poderia ajudar a gente? –Lancy finalmente indagou. Não conseguia sair de dentro de Golden Freddy, mas o animatrônico de repente começou a emanar uma fumaça preta como seus olhos –O que fazemos agora? O que está planejando agora?

O assassino de vocês... crianças, lembram-se dele?—a marionete perguntou, flutuando. Lancy se perguntou como ela seria sem a máscara, mas achou melhor não ver sua face real.

—Ele estava vestindo a fantasia de um urso amarelo –Lancy sussurrou

—Era jovem... Tinha olhos castanhos malignos –Fred complementou.

—Era magro.

—E maldoso. Muito mau.

—Ele vestia uma camiseta roxa. –lembrou-se Amy –A camiseta era roxa e seu distintivo era dourado. Ele tinha um sorriso mau.

A marionete pareceu satisfeita:

Pois então, crianças. Vocês lembram da face dele?—Elas fizeram que não e a marionete suspirou –pois bem, mas isso basta.

—B-basta para quê? –Fred perguntou, parecendo deixar a culpa de lado e a curiosidade se apossar de sua alma.

Para procura-lo, meu menino. Sabemos que ele era um segurança daqui, e isso basta para encontrá-lo.

As crianças se entreolham. Procurá-lo? Lancy não queria vê-lo nunca mais. Tudo que era capaz de fazer era sentar e chorar. A menção do assassino fez os espíritos se agitarem.

—E para que iríamos querer procurar aquele cara? –Brian sorriu deixando a cabeça pender para o lado na mais pura face da loucura.

Mas a marionete riu. Ela soava como uma pré-adolescente rindo. Lancy se perguntou mentalmente se, se a marionete ainda estivesse viva, seria tão assustadora e vingativa. Quantos anos a menina dentro de Puppet teria quando morrera? Como será que morrera? Lancy não sabia, mas queria muito descobrir.

As crianças encararam a marionete, e os olhos dos animatrônicos piscaram como se alguém acendesse uma lanterna dentro deles.

Para virar o jogo injusto, minhas crianças. Porque quero vingança com o homem que me matou há anos e me fez sofrer. Agora me digam, estão comigo?

As crianças pensaram por um segundo. Foxy foi o primeiro a responder, voltando para a fantasia animatrônica, que antes tinha olhos brancos e íris cor de âmbar. Agora os olhos da raposa eram vazios negros como petróleo, com um único pontinho branco no centro.

—Sim.

Brian entrou em sua fantasia roxa, os olhos de seu robô tornando-se um misto de petróleo com o brilho branco no centro. Uma a uma, as crianças voltaram as suas fantasias.

—Estou. –respondeu Bonnie

—E-eu também –Chica falou em seguida.

—Sim. –Freddy constatou, parecendo sorrir atrás da máscara.

E você, Lancy Glover, está conosco?—Marionete indagou, os animatrônicos ao seu lado. Lancy nem precisou responder. A tristeza que ficaria com ela por um bom tempo havia ido embora momentaneamente. Tudo que restara era o desejo cego de vingança.

—Meu nome agora é Goldy. E eu também quero vingança.


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Notas finais do capítulo

Hey, é isso! Se puderem comentar, isso me deixaria muito feliz... *-*

Até mais!

Kisses azuis!



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