Por trás das câmeras -A ascensão escrita por Lyra Roth, Undead


Capítulo 6
#4 O presente da vida –The Puppet


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês! Sem música dessa vez, mas com alguns sons dos jogos. Ouçam eles, combinaram com o momento (estão em azul, é só clicar na palavra marcada, arrastando-a para a outra guia). Espero que gostem!

Boa leitura!



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[# 4] O presente da vida –The Puppet

O robô não sabia de onde vinha aquele barulho. Um persistente som numa frequência estranha penetrava em seus mecanismos, fazendo-os vibrarem. Assim que Toy Freddy finalmente passou a andar em direção ao som, a marionete continuou a soletrar.

S-A-L-V-E-O-S

Continuando a flutuar pelos corredores vazios, ela suspirou. A festa estava toda do outro lado do restaurante. Ninguém ouviria aquele barulho irritante e persistente, e nem veria uma marionete gigante flutuar por ai... Mas também não perceberiam os assassinatos prestes a ocorrer.

A-J-U-D-E-O-S.

A marionete viu o robô o segui-la com seu microfone. Ótimo, a jovem pensou, está dando certo! Só mais alguns instantes... Ela flutuou rapidamente até a última sala do corredor, denominada parts and services, passando rapidamente pelos corredores solitários e repentinamente frios. Indignada com a lentidão do animatrônico, soletrou uma última vez:

S-A-L-V-E-A.

Mas era tarde demais para eles. Para todos eles.

Você não pode.

A marionete virou-se para trás, em direção ao robô animatrônico, mas entre ela e ele havia um homem. Ele tinha cabelos castanhos, bagunçados e rebeldes, face jovem e branca, olhos castanhos, era alto e esguio. E vestia uma familiar camiseta roxa com um distintivo dourado nele. O mesmo distintivo que a Marionete viu pouco antes de morrer.

E foi então que soube. Estava tudo perdido para eles também. Não podia ser!

O segurança avançou no robô brilhante, batendo em sua cabeça com um objeto que a Marionete não conseguiu identificar; O robô cambaleou, mas a Marionete não ficou pra ver mais nada. Ignorando completamente o homem e o robô, seguiu seu caminho flutuando depressa, passando pelo corredor da câmera 07, abrindo a porta com um empurrão e abrindo bem os olhos negros como breu.

Sangue. Muito sangue, e para todos os lados. Mesmo na escuridão da antiga sala, dava para contemplar o horror que a pouco ocorrera. Aquela era a cena mais horrível que ela presenciara. Os corpos de cinco crianças estavam jogados no chão, sem vida, com sangue espalhado pelas suas faces jovens agora frias e mortas. A única coisa que brilhava naquela escuridão eram os pontinhos brancos no centro dos olhos assustados da Marionete.

Não, não... não cheguei a tempo... não consegui impedir... ele matou novamente...” Tudo que a marionete podia pensar era em como devia ter sido mais rápida... Talvez um minuto mais cedo, e ela poderia tê-los salvado. Não conseguira impedir que acontecesse aquela chacina, a mesma que aconteceu com ela, agora com mais inocentes. Aquele homem era um assassino frio e louco afinal.

Lágrimas cristalinas começaram a escorrer pela sua face. Ou então, a Marionete pensou que fossem lágrimas, pelo menos a sensação era igual a de lágrimas escorrendo. Ela nem sabia se ainda podia chorar, mas ver aquelas crianças mortas, jogadas no chão duro e frio a encheu de pavor, dor e tristeza.

E sede de vingança.

Segurando uma das crianças no colo, pôde sentir a frieza da pele dela crescer, junto com a sede de sangue dela. Ela queria vingança, não só para si, mas agora para as crianças também.

Dê os presentes.

E, foi tocando as crianças na cabeça, uma a uma, que a marionete sentiu os corpos esquentarem subitamente. Era como se estivesse chamando as almas inocentes das crianças de volta, ela pensou. Ainda levitando, pegou as cabeças de cada animatrônico velho que se encontravam largados, e, uma a uma, presenteou as crianças com a mais divina benção desse mundo.

Dê a vida.

No garoto de cabelos castanhos e olhos de mel, Fredrick, ela pôs a cabeça de Freddy Fazbear. Na menina dos cabelos dourados como o sol, Amy, pousava agora a cabeça de Chica, a galinha. No jovem de olhos violetas, Brian, a marionete colocou a cabeça do coelho Bonnie. E, no menino de cabelos vermelhos e olhos amarelos, Alex, foi posta a cabeça de Foxy, a raposa pirata.

Tremendo ainda, a marionete vestiu o resto do corpo das crianças com as roupas de animatrônicos; por final, notou que faltava a quinta criança. Ela fazia oito anos hoje. E morreu. Faleceu no dia de seu aniversário. Olhando para o ambiente a procura de qualquer coisa que pudesse vestir o corpo duro e frio a sua frente, a marionete percebeu algo perto da porta. A fantasia de Golden Freddy pousava em frente à porta, respingada com o sangue da jovem. A mesma fantasia que enganara aquela criança. A roupa que a assassinara agora era a única que restava para aconchegar o corpo morto da pobre aniversariante.

E, com grande pesar, vestiu o corpo de Lancy, a menina de cabelos cor de palha. De repente, a marionete ouviu um barulho vindo dos animatrônicos. Era quase como se cinco crianças gritassem, desesperadas. Os olhos de Bonnie se acenderam em vermelho, e ela de súbito ouviu as engrenagens quebradas dos bonecos começarem a girar.

Os olhos de Foxy brilharam, e o boneco adquiriu uma aura vermelha como o fogo; Freddy Fazbear em uma mistura de roxo e marrom, como se o iluminassem com uma lanterna por dentro; a luz que emanava de Chica era lilás, e do coelho roxo, uma luz azul piscava profundamente.

–O-oque? –a jovem dentro de Chica indagou, parecendo tonta e apavorada. Marionete agora contemplava cinco animatrônicos, antes quebrados, agora de pé, em sua frente, vivos por causa das almas das crianças perdidas.

Não se preocupem, meus queridos... –falou a marionete, assim que os cinco se ergueram dentro das roupas dos robôs, bambos e lentos. –Eu dei a vocês um presente.

–Nós morremos... –o menino dentro de Bonnie exclamou, parecendo perguntar mesmo sabendo a resposta. Ele sabia que estava morto, mas não queria ouvir a verdade. Era dura demais –Nós estamos todos mortos. O homem roxo nos matou. Como estamos...? -todos estavam explicitamente confusos... mas estava tudo bem para a marionete. Ela esclareceria tudo em um piscar de olhos.

Porque vocês receberam um presente. O maior de todos os presentes desse mundo.

–Q-q-qual presente? –perguntou o menino dentro de Freddy, com a voz robótica trêmula e travada. E, pela primeira vez em anos, a marionete sorriu por detrás da máscara.

O presente... da vida. Eu estou dando a vocês a chance de terem uma revanche.


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Notas finais do capítulo

"YOU CAN'T!"

Espero que tenham gostado! Comentem, se possível!

Kisses azuis!



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