Por trás das câmeras -A ascensão escrita por Lyra Roth, Undead


Capítulo 4
Interlúdio –Um homem vestindo roxo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pimpolhos! Desculpem, disse que ia postar na sexta mas não deu. Mas foi bem rápido, comparado com meu tempo normal de postagem (que demora MUUUITO mais que alguns dias). A sorte é que a maioria desses capítulos já estavam prontos. Bom, anyway, esse capítulo é um interlúdio, oque significa que ele é algo importante que acontece entre duas partes da história. Procurem o significado de interlúdio e encontrarão " Trecho musical entre dois atos, duas cenas, numa peça dramática". São basicamente meia dúzia de cenas que são pivôs do enredo de Five Nights at Freddy's, então aqueles que não conhecem ainda a história do jogo, prestem atenção!

Aliás, as características físicas das crianças foram baseadas nesses desenhos ai da Pole bear... mas os cabelos do Brian são pretos na história.

Eeeee é agora que as coisas começam a esquentar...!

Boa leitura!~



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Interlúdio –Um homem de roxo

~oo Dias e dias depois oo~

I can't decide

~Lancy Glover~

–Parabéns pra você! –gritou Amy, a jovem de fios dourados, e a menina de cabelos de palha deu um pulinho.

–‘Brigada, Amy! –sorriu Lancy, genuinamente feliz tanto por ser seu aniversário quanto por receber parabéns.

Mal acreditava que alguém realmente se lembrara. Sua mãe estava sempre muito ocupada com seu trabalho para lembrar-se dela. Pai, ela não tinha. Mamãe disseram que ele fora embora ou algo assim. Tudo que restara à Lancy eram seus amigos, Amy, Alex, Fredrick e Brian. Eles eram parte de sua família. Eles eram sua própria família.

E agora estavam ali, diante dela, dando-lhe parabéns pela sua data tão querida. Até que seu dia não estava sendo tão mal. Quer dizer, faziam apenas algumas semanas que a nova pizzaria Fazbear havia sido aberta, mas aparentemente já faria muito sucesso. Lancy sempre ouvira dizer sobre alguns boatos do lugar, mas era tão divertido ficar ali que a menina sempre os desconsiderara.

Apesar disso, alguns poucos funcionários pareciam estar ligeiramente aflitos. Algo sobre alguma pequena falha no sistema dos animatrônicos, ela ouvira um segurança dizer para outro. Aparentemente os robôs ficavam vagando pela pizzaria em seu turno da noite, tentando encontrar seu escritório. Mas aquilo não era nada que o guarda devesse realmente se preocupar, afinal, os Toys eram tão amigáveis que Lancy não entendia a preocupação dele em topar com os animatrônicos.

Após abraçar sua amiga de cabelos cor de ouro, a jovem de olhos verde-oliva encarou o restante do grupo.

–E então, vamos fazer o que agora? –indagou a menina –eu sei que é meu aniversário, mas pra pizzaria é aniversário da Charlotte, e temos que dar parabéns pra ela.

Ela viu Alex, o ruivo, dar de ombros:

–Tudo bem, mas depois eu quero comer um pedaço de bolo.

Amy sorriu, rindo:

–Não é possível que você só pense em comer, Alex!

–Não –ele respondeu –eu penso também em brincarmos de pique-esconde, que tal?

–VAMOS LÁ ENTÃO! –Brian gritou, alegre –Ta com você! –e o menino de cabelos pretos correu, seguido do restante do grupo e Alex, que agora os perseguia. Lancy correu junto com os amigos, mas conseguiu ver de canto de olho um grande urso dourado no final do corredor.

~o~o~o~

~Amy Rodney~

Se esconder, se esconder...Preciso achar um lugar bom antes que Brian termine de contar até cem!

Tudo que a menina de olhos violetas e cabelos dourados conseguia pensar era em achar um lugar seguro para se esconder antes que Brian terminasse a contagem e fosse à procura dela e de seus amigos.

Já tinham feito umas cinco rodadas de pique-esconde, e ninguém havia conseguido pegar Fred ainda. Ele se escondia muito bem, capaz de achar os melhores lugares e espiar na sombra. Amy, por outro lado, sempre fazia barulho ao se mexer, então precisava encontrar logo um bom lugar.

Girando e percorrendo um longo corredor agora vazio –já que a festa de Charlie se encontrava toda do outro lado da Freddy Fazbear, que era um lugar enorme –Amy corria o mais rápido possível olhando para trás, mas, assim que virou-se novamente, trombou com tudo em alguém, quase caindo:

–AI! –ela equilibrou-se, passando a mão na cabeça loura e encarando o enorme homem vestindo roxo à sua frente –Desculpe. Estou me escondendo do meu amigo.

–Oh, pique-esconde? –o sujeito perguntou, pondo a mão no ombro da pequena amigavelmente –eu adoro pique-esconde. Parece divertido, querida.

–E é. Mas eu não consigo um lugar bom pra me esconder, o senhor por acaso conhece algum? –ela perguntou, seus olhinhos violetas encarando os castanhos dele, que sorriu largamente.

–Oh, sim, criança. Eu conheço. Se me seguir, posso te levar até lá. –ele sorriu, dando a mão para ela –como se chama?

–Amy Rodney. E você?

–Ah, querida, precisamos ir. –o homem falou, sem dizer seu nome –seu amigo não está terminando a contagem? Venha! Siga-me...

Concordando, Amy correu com ele até outro corredor, e outro, enquanto tentava acompanhar os passos apressados do homem. Passando pelas paredes cheias de desenho, a menina conseguia ouvir uma leve musiquinha soar no ar, mas por estar com pressa demais, nem parou para ouvi-la.

–Espere ai!... -a menina falou, ofegando, mas o misterioso homem de roxo não diminuiu o ritmo.

Siga-me...

Chegaram em frente à uma porta pesada, de ferro provavelmente, denominada Partes e Serviços. Entrou com o rapaz de cabelos castanhos ali dentro, rindo, vendo-o fechar a porta rapidamente, cantando:

“It's not easy having yourself a good time

Greasing up those bets and betters

Watching out they don't four-letter

Fuck and kiss you both at the same time

Smells-like something I've forgotten

Curled up died and now it's rotten!

“I'm not a gangster tonight

Don't want to be a bad guy

I'm just a loner baby

And now you're gotten in my way”

–Ele não vai encontrar a gente nunca... –ela sorriu, virando-se por um segundo. Ao seu lado, uma fabulosa fantasia dourada pousava no chão, numa posição que indicava que havia acabado de ser usada. –Não é mesmo?

E virou-se. Mas o rapaz que antes parecia ser amigável agora tinha um sorriso assustador no rosto. Aquele não parecia ser o homem que ela há pouco conhecera.

–Verdade, querida. Ele não vai mais te achar. Ninguém mais vai.

–O-o-o que você quer dizer c-com i-isso? –Amy perguntou, e seu olhar congelou quando viu que ele possuía uma faca afiada nas mãos. –N-não, m-me deixe em paz... Eu... Eu quero minha mãe...

–Desculpe, mas nunca mais vai vê-la, querida. Não vai ver mais ninguém. –falou o homem, avançando e pondo-se atrás da menina petrificada em segundos, que gritou. Sentiu o sangue gelar e o medo crescer dentro de si. Uma das mãos do homem pousou em seu ombro, e a outra, erguendo a faca, pressionou-a contra o pescoço de Amy. A menina gritou e chorou mais e mais, implorando por sua vida, mas não foi atendida. Soltou um grito final, a boca aberta e os olhos congelados de pavor, para sentir o fio da faca passar por sua garganta rapidamente –Nunca mais.

~o~o~o~

~Brian Harmon~

–NOVENTA E NOVE, CEM! –o menino berrou, e em seguida virou-se rapidamente para encarar a multidão de gente ao seu redor –ESTOU INDO!

Correndo, Brian tropeçou e passou por um monte de gente, que reclamou e mandou-o prestar mais atenção. O menino nem ligou e voltou a correr, procurando por Lancy, Fred, Alex ou Amy, mas não achando ninguém.

–Estou chegandooo... Estou chegandooo... Estou vindooo... –seus passos passaram a fazer barulho quando o menino chegou num corredor sem ninguém. Uma leve musiquinha suave tocava no ambiente, bem baixinha, mas audível, ficando cada vez mais e mais alta, alta, alta, alta...

–Olá? –Brian pulou de susto. Com o extremo silêncio daquele ambiente estranhamente vazio, o menino se assustou quando percebeu alguém atrás de si. A música parara de repente.

–Procurando alguém?

–Ah, oi. Desculpe. –Brian encarou o homem à sua frente. Fumava um cigarro, era alto e esguio, devia ter uns vinte e tantos anos, cabelos castanhos e olhos cor de madeira. Era segurança do lugar, a julgar pelo distintivo brilhante que Brian encarava no peito do homem. Mas a camiseta dele não era azul como a dos outros, e sim de um roxo intenso. Sua mão direita parecia estar salpicada com leves gotículas de algo vermelho que Brian, por estar numa pizzaria, julgou ser tomate –estou procurando minha amiga Amy, estamos brincando de pique-esconde. O senhor a viu?

–Bem –o homem falou, abrindo um largo sorriso –se é pique-esconde, então eu não deveria contar, certo? –ele ergueu as mãos, como que esperando a avaliação do jovem.

–Então você viu ela! Me mostra onde ela ‘ta, vamos!

–Isso não seria trapaça?

–Não... sim... quer dizer, tanto faz, eu quero achar ela logo. Me mostra, vaaai, por favor...!

–Então quer se juntar à ela? –ele indagou, sorrindo ainda mais.

–Siiim, quero achá-la –os olhos avermelhados de Brian brilharam. Passou a mão pelos cabelos pretos brilhantes, agora suados e bagunçados. –Vamos lá!

–Tudo bem -ele acabou por responder -siga-me...

O homem tirou o cigarro da boca, e começou a andar até estarem totalmente sozinhos, livres da multidão. Todos muito ocupados com o aniversário da Charlotte, que acontecia em outra sala.

–I can't decide

Whether you should live or die

Oh, you'll probably go to heaven

Please don't hang your head and cry

No wonder why

My heart feels dead inside

It's cold and hard and petrified

Lock the doors and close the blinds

We're going for a ride



It's a bitch convincing people to like you

If I stop now call me a quitter

If lies were cats you'd be a litter

Pleasing everyone isn't like you

Dancing jigs until I'm crippled

Slug ten drinks I won't get pickled

Quando chegaram até uma salinha no fim do corredor, a mais longe possível do escritório dos seguranças, Brian entrou correndo, gritando dentro da sala escura Parts and services.

–Adivinha quem!?? –e acendeu a luz.

A visão que ele teve foi horrível. Sangue espalhado no chão, o cheiro metálico no ar. Amy Rodney morta, com a garganta cortada, jogada no chão.

–N-NÃO! AMY! –gritou, girando o corpo na direção do segurança de cabelos castanhos, que, antes que ele pudesse notar, enfiou uma faca em seu abdômen. Brian desabou no chão, cuspindo sangue, caindo com o traseiro no chão ensanguentado, e as costas apoiando-se na parede fria. Tentou lutar contra o homem, mas foi em vão. Ele brutalmente arrancou a faca de sua barriga, e Brian pôde ver o sangue jorrar da ferida, seus olhos avermelhados, antes brilhantes, agora tinham um tom apagado, quase morto.

–Não se preocupe... –alguém sussurrou em seu ouvido, e Brian pôde sentir os lábios do segurança de roxo se mexerem em sua orelha –vamos só... apagar as luzes... Já pode se juntar à sua amiga... –viando o interruptor, a luz se apagou de uma vez, fazendo a visão de Amy morta sumir de seus olhos, e Brian ainda sentiu dor mesmo quando o homem virou–se, encarando-o uma última vez com a faca ensanguentada na mão, e fechando a porta, deixando-o sozinho para morrer com o frio da parede em suas costas e seus olhos vidrados encarando a escuridão da sala.

~o~o~o~

~Lancy Glover~

–Alguém viu a Amy? –indagou Lancy, procurando por sua amiga de cabelos cor de ouro –ela sumiu.

–Pensando bem, não é só ela que falta –falou o garoto de cabelos castanhos olhando ao redor. Faltavam duas crianças. –Comigo, você, e ele –Fredrick apontou para o ruivo, Alex, ao seu lado que fazia cara de emburrado –somos três e ainda falta o Brian. E a Amy.

–Então como fazemos, Fred? –perguntou o ruivo, umedecendo os lábios, parecendo finalmente preocupado.

–Podemos procurar por eles separadamente, que tal? –sugeriu Alex, e Lancy viu Fred fazer cara de quem detestou a ideia. Ela sabia que ele detestava separar o grupo unido. Mas Lancy acabou por responder:

–É, pode ser.

Com isso, Fred bufou, parecendo indignado:

–Não vamos realmente separar o grupo unido, vamos? Quer dizer, se tiver acontecido algo, somos mais fortes juntos.

–E, mas separados os acharemos mais rápido. Vamos logo –Alex revirou os olhos.

–Tudo bem, mas só para avisar, acho essa uma péssima ideia. –Fred suspirou, Lancy ainda conseguiu ver, pela última vez, seus amigos sumirem na multidão.

~o~o~o~

~Alex Sullivan~

Assim que chegou até a parte mais vazia do restaurante, Alex não pôde deixar de se sentir desconfortável. Estava tão a costumado com o barulho e a bagunça que o repentino silêncio e a leve música que parecia soar em seus ouvidos pareceu muito estranha.

–Não gostei nada disso –Alex afirmou, tirando a franja ruiva da face e fazendo seus olhos cor de âmbar percorrerem o ambiente à procura de algum de seus amigos, mas não achando uma alma sequer ao seu redor. –Que vazio perturbador... –constatou, amaldiçoando-se por ter dito que era uma boa ideia separar-se de Lancy e Fred.

De repente, achou ter ouvido algo. Correu em direção ao som, mas assim que virou a esquina do corredor, mudando de sala, não avistou ninguém.

–Ah, que ótimo.

Hesitante, o jovem ruivo percorreu o corredor lentamente, encarando as paredes e os desenhos feitos pelas crianças mais novas. Desenhos do tipo “Meu dia divertido com os novos Freddy fazbear e sua turma” tomavam quase todo o espaço da parede, balançando conforme o ruivo passava por eles. Encarando os desenhos, avistou um que continha uma marionete. Olhou-o bem, e em seguida passou para o próximo, o próximo, e o seguinte. Havia perdido o foco de sua busca.

De repente, um desenho curioso chamou sua atenção. Devia ser mais velho que os outros, talvez falando sobre a pizzaria anterior, e mostrava um urso amarelo junto com um coelho, também dourado que o menino nunca vira antes.

–“Meu dia divertido com Freddy e Bonnie”? –ele franziu a testa –mas o Freddy e o Bonnie não são dourados. São marrom e azul. Quem são esses?

Mas antes que o menino pudesse chegar à uma conclusão pertinente sobre o assunto, alguém apareceu no corredor. Um homem, alto e esbelto, cabelos castanhos bagunçados e de tamanho mediano como os seus, olhos marrons, com seus vinte e tantos anos, o encarava. Devia ser um segurança do lugar, a julgar pelo distintivo, mas sua camiseta não era azul como a dos outros, e sim de um roxo intenso. Sua face demonstrava surpresa ao vê-lo ali.

–Oh, olá menino. –o desconhecido falou, dando-lhe um largo sorriso que Alex detestou da primeira. –O que faz aqui?

–Ahhn... eu... hã... –enquanto o menino procurava alguma desculpa pertinente, acabou por notar que o homem tinha algo escondido nas costas. Suas mãos estavam tensas e uma pequena parte do objeto escapou de trás de suas costas. Era a ponta ensanguentada de algo pontiagudo e perigoso. Alex gelou e, desistindo de repente de dar uma desculpa ou enrolar, ele saiu correndo.

Alex primeiramente achou que o homem talvez tivesse passado a faca no Ketchup, ou algo assim, afinal, ele era o segurança do lugar. Será que aquilo na faca que ele carregava era sangue mesmo?

Sua resposta foi mais óbvia do que ele pensou. Assim que o choque dele correr passou, Alex notou que o homem o perseguia. Os passos apressados atrás de si indicavam que o segurança de roxo não o deixaria escapar.

–Volte aqui garoto! Você não devia estar por aqui! Onde está sua mãe?! –ele gritou, rindo ligeiramente atrás dele. Alex virou a esquina, ofegando, e passou para outra sala correndo. Pensou em gritar, mas quem o ouviria do outro lado da pizzaria se todos estavam em salas mais distantes?

Passando pelo corredor e pelo banheiro feminino, o ruivo encontrou a última sala do corredor, uma porta pesada de ferro. Olhando para trás e ouvindo os passos extremamente próximos do homem, empurrou-a até abri-la, fechando-a logo em seguida e, como último recurso, empurrou uma mesinha de madeira na frente da porta, fazendo uma fraca barricada. De repente, algo empurrou a porta com tudo, e a mesa se moveu com o safanão. O homem tinha chegado na sala e já tentava entrar para mata-lo.

Olhou ao redor, desesperado para encontrar um bom lugar e se esconder. Aquela mesa não aguentaria os empurrões do segurança por muito mais tempo. Olhando ao redor o mais rapidamente possível, avistou cortinas velhas e azuis que cobriam algo. Sem tempo para pensar Alex rapidamente ocultou-se atrás das cortinas, exatamente na hora em que a mesa virou e a porta se abriu, iluminando o lugar.

–Menininho... Onde está você?... –o homem indagou –não quer brincar de esconde-esconde?...

O sujeito adentrou no lugar, fechando a porta com cuidado e trancando-a com as chaves que tinha no bolso. Alex estava perdido, afinal. Como vou sair daqui agora?, pensou, quase começando a chorar mas se obrigando a calar-se para adiar o mais possível seu encontro inevitável com a morte certa.

–I've got to hand it to you

You've played by all the same rules

It takes the truth to fool me

And now you've made me angry

O homem de roxo sorriu, cantando aquela canção perturbadora, e começou a revirar as tralhas a sua procura. O ruivo puxou a cortina lentamente para o lado, permitindo que seus olhos espiassem furtivamente seu perseguidor. Os sapatos do homem faziam barulho por conta de uma grande poça de algo aparentemente negro no chão. Alex achou que o líquido era avermelhado, mas quase sem luz ele não tinha certeza. O sorriso permanecia no rosto do sujeito como se ele tivesse certeza de que o menino seria encontrado.

Mexendo em algumas tralhas, o segurança tirou do lugar os velhos Freddy Fazbear, e uma Antiga Chica destruída e amedrontadora. Revirando ainda mais, algo parecido com um corpo caiu no chão com um baque surdo. Tumph.

Era o corpo de Brian.

Soltando um leve gemido de pavor, Alex pôde ver o homem se virar em sua direção. Droga!. O menino não conseguia mais raciocinar. Por isso Brian não tinha encontrado ninguém. Por isso Brian ainda não aparecera. Brian não aparecera porque estava morto.

E logo ele também estaria.

O coração batia forte dentro de seu peito, e a mente do menino estava a mil. Não pensava, não raciocinava mais. O pânico e a dor tomavam conta de sua mente. O sangue em suas veias fervia, e ele estava atento a qualquer barulho. Engolindo saliva lentamente e tomando coragem, Alex puxou novamente a cortina, na esperança de que o homem ainda não o tivesse descoberto.

Sou eu! –mas era tarde demais. Ele estava logo ali, na sua frente, e tudo que os separava era a cortina. Bem, não mais.

Com um grito de pavor, Alex agachou quando uma faca passou rente à sua cabeça, e correu, deslizando por baixo das pernas do homem, levantando e tornando a correr. O homem nem tentou impedi-lo, coisa que o ruivo estranhou mas nem questionou, tamanho o seu pânico e vontade de sair de lá.

Mas assim que puxou a maçaneta da porta, rapidamente se tocou do porquê a falta de preocupação do homem com ele. A porta estava trancada à chave. Olhando para trás, Alex ainda conseguiu ver o homem sorrir para ele cruelmente, girando as chaves no dedo indicador, guardando-a no bolso após isso.

–I can't decide

Whether you should live or die

Oh, you'll probably go to heaven

Please don't hang your head and cry

No wonder why

My heart feels dead inside

It's cold and hard and petrified

Lock the doors and close the blinds

We're going for a ride

Girou a faca na mão esquerda, sorrindo. Tomado pelo pânico e adrenalina, Alex perdeu a cabeça. Girando o corpo, começou a bater na porta, esmurrando o ferro duro e machucando as mãos, na falha tentativa de sair.

–SOCORRO!! –conseguiu bater três vezes novamente, começando a sentir as lágrimas de pavor escorrerem pela face jovem. O pavor de morrer era grande demais. –ME DEIXE SAIR!!! SOCORRO!

De repente, a dor. Algo o perfurara no peito rápido e brutalmente. Uma dor lancinante tomou conta de sua mente, e o menino caiu de joelhos, os olhos vidrados, a vida se esvaindo de seu corpo... Tarde demais... Eu perdi. Sentiu o sangue escorrer pelo corpo, encharcando a camiseta listrada. Aquele misto de emoções tomava conta de sua cabeça, deixando ainda mais tonto. Não conseguia respirar, tossia sangue e sentia a dor se espalhar cada vez mais. Espasmos tomavam conta de seu corpo infantil, enquanto e se curvava, caindo de joelhos, e logo em seguida, seu rosto tocou o chão frio e molhado de sangue. E, de todas as emoções que passavam em sua mente que agora falhava, somente uma restou: a raiva.

–Tenha bons sonhos, criança... –ouviu o homem dizer em seu ouvido, antes de gemer e perder a consciência, fechando os olhos pela última vez.

~o~o~o~

~Fredrick Robbins~

Fred sabia que era uma péssima ideia se separar. Seriam mais fortes juntos! Para que se separar? Se precisassem da ajuda um do outro, quem poderia socorrê-los se estavam sozinhos?

Isso é estranho... ,pensou o menino , eles já deviam ter nos achado. Brian é bom no pique-esconde, e é bem rápido. Já devia ter encontrado pelo menos um de nós. Mas ainda não veio. Será que aconteceu algo?

–Brian? –chamou, passando das salas lotadas às vazias, saindo da festa de Charlotte. Tudo estava tão vazio... uma estranha sensação de frio percorreu a espinha do garoto, que tremeu.

Os olhos do menino percorreram o lugar atentamente, procurando alguém, mas sem achar. De repente, o silêncio do lugar foi rompido por algo que Fred achou ser um grito. O grito de alguém pedindo socorro. Uma voz conhecida clamava por ajuda.

Correndo na direção do grito e passando por alguns corredores, Fred parou em frente ao banheiro feminino. Os gritos haviam cessado, não seria só sua mente brincando com ele? Não aconteceu nada, Fredrick. Pare de ser paranoico. Meus amigos estão bem.

Mas de repente, a salinha de Partes e Serviços se abriu. Com o susto, Fred pulou para dentro da primeira passagem que entrou, o banheiro feminino. Não que normalmente invadisse o banheiro das garotas, mas a desconfiança era muito maior que sua vergonha no momento.

Espiando do batente da porta, Fred se encolheu quando alguém passou pela porta do banheiro feminino, entrando no masculino. Alguém vestindo roxo.

Assim que o homem passou, Fred saiu do banheiro, virando-se em direção ao corredor. Ele queria muito sair de lá, e uma voz em sua cabeça dizia “corra, saia. Ele vai chegar.”, mas algo o fez virar o corpo e correr em direção à sala de Partes e Serviços.

Assim que entrou no lugar, a luz pôde finalmente iluminar o que havia lá dentro. Fantasias antigas de animatrônicos destruídos repousavam ali, e uma poça enorme de algo que Fred achou ser sangue encontrava-se no chão. Arregalando os olhos, o menino contemplou sua sombra mover-se, e sua sinueta dar um salto de susto. Aos seus pés o lenço vermelho de Alex pousava, ensanguentado e largado no chão. Uma das paredes estava pintada de vermelho, como se alguém tivesse sido esfaqueado ali. A parte de um tecido que Fred pensou ser de Brian pousava no chão, e um dos sapatos de Amy estavam largados no meio do sangue. A porta fechou-se de repente, trancando o menino na escuridão da sala fétida.

Titubeando, o jovem virou-se rapidamente, dando de cara com um homem de distintivo dourado e um sorriso maníaco.

–Oi, menino. Pronto para juntar-se a seus amigos?

Pulando para trás, Fredrick simplesmente esquivou-se das mãos do homem, tentando fugir dele, mas tropeçou em uma das tralhas que tinha no chão, caindo de joelhos e batendo na parede. Virou-se rápido o suficiente para conseguir observar o homem puxar uma faca prateada, recém lavada e afiada com uma das mãos, e o corpo do sujeito assomar-se sobre ele, sua mão esquerda estendida, pronta para pegá-lo. O jovem encolheu-se, gritando.

Tudo que passava pela cabeça de Fred era seus amigos, e como eles deviam ter ficados todos juntos. Aquele homem devia tê-los matado, Amy, Brian, Alex... quem sabe até mesmo Lancy? E ele seria o próximo.

Fechou os olhos, não querendo ver nada. E não viu. A faca perfurou suas costas com força, e foi arrancada com a mesma brutalidade, tomando-lhe o fôlego e fazendo-o sangrar. Uma lágrima escorreu pela face e uma risada cruel ainda pôde ser ouvida antes que os sentidos de Fred começassem a se perder... Ao abrir os olhos novamente, viu o sujeito esfaqueá-lo novamente, dessa vez na barriga, fazendo-o implorar para que o homem parasse, mas ele não parou e começou a cantar:

Oh I could throw you in the lake

Or feed you poisoned birthday cake

I wont deny I'm gonna miss you when you're gone

Oh I could bury you alive

But you might crawl out with a knife

And kill me when I'm sleeping

That's why...

I can't decide

Whether you should live or die

Oh, you'll probably go to heaven

Please don't hang your head and cry

No wonder why

My heart feels dead inside

It's cold and hard and petrified

Lock the doors and close the blinds

We're going for a ride

Já sofrendo os espasmos da morte, o menino abriu os olhos já vidrados, e conseguiu enxergar o segurança sorrindo para ele, ponto o indicador nos lábios ao soprar um suave “Shhhhh”

E como se alguém mantivesse seus olhos abertos, o menino ainda pôde ver o segurança erguer-se e pegar uma fantasia de urso, dourada e jogada, revelando, atrás de si, a sombra mais escura de um coelho com olhos e dentes brilhantes, sorrindo para ele. Fredrick suspirou, tomando um último fôlego e morrendo ao sentir a tremenda culpa de não ter conseguido chegar a tempo para salvar seus amigos.


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Notas finais do capítulo

Siiiim, são as crianças desaparecidas ^w^ E esse interlúdio se passa, tipo, algumas semanas depois do último capítulo. ;D

Então, gente, eu quero dizer que to ligada nos leitores fantasmas... gente, vocês precisam comentar. Eu tenho que saber o que vocês estão achando da história, se estão gostando, o que estão gostando, que cena mais gostaram, que personagem mais gostaram, qual mais odiaram, e todo o blah blah blah. Por favor, comentem. O que acharam do Vincent cantando I can't decide? Ficou cruel o suficiente, kkkk? Deu muita pena de fazer esse capítulo, sério. Mas vocês conseguem notar algumas semelhanças das crianças com os animatrônicos, como por exemplo nos ataques deles? Foi proposital ;D

Ah. Esse lugar que o Fred correu, entrando no banheiro feminino, é a câmera 07 de FNAF 2. Dá pra ver a sala de Parts and Services de lá :33

Enfim. O que acharam das imagens? E da música? Comentem! ALIÁS< alguém aqui já conseguiu zerar a noite 6 do FNAF 2? Estou com sérios problemas com essa noite, sério, não contei mas acho que fiz essa noite umas setenta vezes LITERALMENTE. E também empaquei na noite 6 do FNAF 3..Já tentei tudo quanto é glich, estratégia, por máscara assim que sair da câmera, tocar audio do BB pra manter o Springtrap longe, mas não zerei nenhuma das duas noites 6. (mas o 1 eu zerei, kk, palmas pra mim e.e). Podem me dar algumas dicas ou algo que tenham feito pra passar dessas noites?

Kisses azuis!