Por trás das câmeras -A ascensão escrita por Lyra Roth, Undead


Capítulo 2
#1 Abram as cortinas –The Imposter


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo já está pronto! Espero que curtam!!~



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[#1]Abram as cortinas –The Imposter

When you're evil

Quando Vincent entrou naquela pizzaria, ficou impressionado. Era incrível como tinham refeito tudo, tim-tim por tim-tim. Ao mudarem de estabelecimento, tudo havia virado de cabeça para baixo. Mas, afinal, aquele seria um novo recomeço.

O homem deixou os braços caírem ao longo do corpo. Seus olhos castanhos piscaram enquanto ele observava o lugar. As paredes haviam sido limpadas, os pôsters, removidos. As mesas estavam postas, e o palco, construído.

Tudo que faltava agora era a atração principal: os novos animatrônicos.

Vincent suspirou, lembrando-se de certos acontecimentos antes da pizzaria anterior fechar. Pelo menos pudera tirar boas férias antes de ter que voltar a trabalhar ali. Ele detestava crianças, e provavelmente por isso detestava trabalhar naquele lugar; era cercado de crianças. Elas gritavam, berravam e corriam por toda a parte, deixando os funcionários malucos e sempre acabavam por sujar algo e quebrar as coisas. Era impressionante como elas não podiam simplesmente sentar e calar a boca.

Pôs o boné azul e branco e ajeitou a gola da camiseta roxa, fazendo seu distintivo dourado de segurança brilhar com a luz. Os demais seguranças vestiam camisetas azuis, mas a dele era roxa, já que, por ser o funcionário mais velho daquele lugar, ele tinha o direito de escolher a cor de seu uniforme. Os azuis eram para os mais novos. Sorrindo, o homem pôs-se a caminhar em direção a uma das mesas, onde outro funcionário se encontrava.

–Bom dia. –o homem sorriu, aproximando-se do outro –pronto para mais um turno?

O outro funcionário arregalou os olhos, como se não esperasse vê-lo ali. Ajeitou os óculos de haste verde antes de começar a falar:

–Bom dia, Vincent. Sim, sim... a pizzaria já vai abrir... Não deve ser difícil um primeiro dia na nova Freddy Fazbear, não é? Quer dizer, algumas crianças vão vir, adultos também... só precisamos de mais funcionários para trabalhar, certo?

Vincent sorriu.

–Certo, e é você que cobre o turno vespertino não é?

–Sim. Sou eu. E você vai cobrir o diurno...?

–Exatamente –o homem de camiseta roxa sorriu ainda mais, pondo-se a analisar o outro.

Ele devia ter, no máximo, vinte e cinco anos, cabelos pretos e arrepiados, e brilhantes. Seus olhos eram castanhos e ele tinha leves cortes no rosto, provavelmente feitos com um barbeador naquela manhã. Vestia o uniforme azul e calças e sapatos pretos, e assim como Vincent, expunha um distintivo brilhante no peito. Ah, sim... ele conhecia aquele rapaz...

–Então, acho que devemos ir para nossos postos –o rapaz de cabelos pretos sugeriu, pronto para virar à esquerda e deixar Vincent, mas foi impedido pelo outro:

–Espere. –ele pôs a mão no ombro do homem de óculos –acho que devemos ir ver.

O outro pareceu não entender.

–Ver o quê?

–A sala –Vincent olhou de um lado para o outro, como se procurasse alguém ouvindo a conversa, ou então, prestando atenção. Funcionários andavam para lá e para cá, ajeitando tudo e limpando as mesas. Os cozinheiros estavam na cozinha, e um forte cheiro de pizza exalava de lá. No entanto, apesar do lugar estar cheio de funcionários, ninguém parecia com tempo de prestar atenção na conversa dos dois. Vincent voltou a falar –A sala segura que foi construída para abrigar o Sp...

–SHHH..... –o outro pareceu, de repente, muito perturbado. Pudera, ele que havia presenciado a quase morte de um dos funcionários naquela fantasia defeituosa... –Vincent, você...

–A gente devia verificar. Sabe, saber como ficou, se alguém vai ver...pelo bem do cliente. Ou então... –Vincent fez sua melhor cara de preocupação. Não que realmente se importasse se alguém se matasse lá dentro, ele só gostaria de ver a sala secreta.

–Okay, okay, Vincent. Vamos lá, droga. Mas você sabe que não podemos ficar lá de bobeira. Você ainda não entendeu isso mesmo sendo essa a terceira pizzar-

–Tudo bem, tudo bem. –Vincent interrompeu, sorrindo e conduzindo gentilmente o outro pelos ombros em direção ao corredor onde ficava a Sala Segura –vamos lá, verificamos a sala, e então voltamos, certo?

O outro pareceu concordar. Apesar de desconfortável, deixou-se ser conduzido pelo homem de roxo até o corredor onde ficava a sala do Animatrônico esquecido. Passaram por outros funcionários que acenaram e deram bom dia, e ao chegarem no tal corredor, pararam.

–Foi bem feita, isso tenho que dizer! –o homem de óculos exclamou –nem parece que há uma sala aí! A parede falsa foi muito bem construída mesmo...

–Sim, mas se você bater nela assim –o homem de roxo bateu na parede falsa de leve, encostando a orelha na parede –dá para sentir que é oco.

–Okay, mas, sabe, não há ninguém procurando por isso! –o outro argumentou –quer dizer, que eu saiba eu, você e mais meia dúzia de funcionários temos consciência da existência dessa sala, e o resto não sabe de nada. Ninguém está procurando por uma sala secreta, então acho que não veremos as pessoas batendo nas paredes a procura de uma falsa.

Vincent pareceu considerar, mas ainda permanecia com o típico sorriso nos lábios. O sorriso de quem tem algo em mente, que sempre fazia o rapaz de óculos parecer incomodado. No entanto, ele apenas disse:

–Então, acho melhor irmos. O restaurante abre em meia hora, e de acordo com o patrão, as coisas têm que estar perfeitas. –seu rosto foi tomado por um sorriso mais afiado, e ele deu uma piscadela cúmplice para o outro –E não queremos que mais ninguém saiba quem está nessa sala, certo?

~o~o~o~

–E a Pizzaria Freddy Fazbear está oficialmente... ABERTA! –o dono falou, e todos aplaudiram. A alegria entre os funcionários era geral. Se olhasse para qualquer um dos cantos, Vincent poderia ver funcionários comemorando e aplaudindo, enquanto as pessoas entravam e se sentavam, e as criancinhas –malditas escandalosas –entravam no lugar com gritos de felicidade.

Enquanto todos entravam, Vincent apoiou-se em uma das mesas e suspirou demoradamente, passando a mão nos cabelos castanhos que agora tapavam seus olhos. Pegou um cigarro do bolso e, com seu isqueiro, acendeu-o, dando uma longa tragada, e, em seguida, soltando a fumaça lentamente e tirando o cigarro da boca.

Ao longe, uma garotinha. Devia ter uns oito anos, no máximo, cabelos claros e curtos, naquele tom louro-palha, revirados, passando um pouco de seu queixo fino. Seus olhos tinham um tom verde-oliva, e ela vestia uma camiseta azul escura listrada da cor de seus olhos. Estava no meio de diversas crianças alegres, mas não conversava com nenhuma delas. Parecia estar incomodada com o amontoado de gente em cima dela... na certa esperava alguém...

–Agora! –anunciou o dono do lugar, ao microfone. Grandes caixas eram trazidas para o palco vazio, ao lado do patrão. –Chegou a hora da atração principal! Estão todos prontos?...

Urros de alegria foram ouvidos. As crianças e seus pais pareciam curiosos para saber o que continham as caixas. A menininha se virou assim que abriram as caixas.

Redesenhados, novos, brilhantes. Os quatro robôs agora estavam mais bonitos do que nunca. Bem melhores que os antigos, Vincent achava. Os velhos davam-lhe arrepios, esses pareciam bem melhores. As novas versões de Freddy, Chica, Bonnie e Foxy agora estavam sobre o palco.

O novo Freddy era bem menos assustador. Sua face era brilhante e suas bochechas, rosadas. Seus olhos azuis estavam mais bonitos, e seu chapéu, menor e mais bonito.

Chica estava reformada. Parecia mais feminina e suas bochechas tinham o mesmo tom rosado das de Freddy. Ela segurava um cupcake rosa com olhinhos euma velinha azul.

Bonnie agora era azul. Seus olhos, verdes e eletrizantes. Parecia sorrir.

Foxy dessa vez era branco e rosa. Suas bochechas eram rosas e as pontas de suas orelhas também. Bem menos aterrorizantes, pensou Vincent, sorrindo e pondo o cigarro na boca.

Os animatrônicos novos começaram a cantar. Freddy fez as saudações, e Bonnie começou a tocar um solo de guitarra eletrizante. A multidão aplaudiu. Vincent tornou a olhar a menina, e dessa vez viu um sorriso em seu rosto.

Ela havia avistado alguém, que Vincent achou ser sua mãe, mas na verdade era mais um grupo de crianças.

Uma delas era a menor, provavelmente a mais nova com uns sete anos. Cabelos dourados, medianos e bagunçados, chegando até seus ombros. A menina loira vestia um vestidinho laranja bonito, parecia bastante alegre. Seus olhos tinham uma coloração entre azul e violeta.

A segunda criança tinha cabelos ruivos, vermelhos, que eram ligeiramente longos, e chegariam em seu ombro se não fossem tão espetados. O menino tinha olhos amarelos, cor de âmbar, e era alto para a idade. Vestia camiseta listrada e shorts, e tinha uns oito anos de idade.

O outro menino tinha cabelos bagunçados e franja longa e preta, olhos avermelhados e sardas no rosto. Sua gravata era azul e sua camiseta, branca com um suspensório. Não devia passar dos oito anos também.

O quarto tinha cabelos castanhos, bagunçados, e olhos de um azul profundo. Vestia um agasalho marrom e parecia ter uns nove anos. O sorriso em seu rosto assim que viu a menina tristonha era enorme.

Eles começaram a conversar, e Vincent logo avistou um sorriso no rosto da menina antes amuada. Eles começaram a correr por ai, provavelmente brincando de pega-pega.

O homem suspirou. Saiu da multidão e passou a andar nos corredores um pouco mais vazios, as mãos nos bolsos e cigarro passando de um lado para outro da boca. Ao chegar numa sala no final do corredor, denominada Parts and Service, Vincent abriu a porta e entrou.

Então estava lá! Enquanto fechava a porta e acendia a pequena luz que pendia no teto escuro da sala apertada, o rapaz sorria largamente. Então a fantasia ainda estava lá! Talvez o coelho tivesse sido movido para a Sala Segura, e selado lá, mas aparentemente Golden Freddy ainda estava ali.

Ah, como era bom vê-lo ali! Vincent sempre gostara do Golden Freddy, e dentre os dois animatrônicos mais antigos que existiam, o Golden sempre foi o único que ele gostava. Apesar de sempre ser chamado com um nome extremamente imbecil -Fredbear - Vincent sempre se referiu a ele como Golden Freddy. E lá estava ele, largado, empoeirado, em estado semelhante ao do animatrônico esquecido. Pegando Golden Freddy nas mãos, o rapaz pôde apreciar novamente a fantasia.

E se posso apreciar a fantasia, por que não vesti-la?

E, com isso, o homem de camisa roxa passou a desmontá-la, parte por parte. Sabia como os animatrônicos funcionavam de cor e salteado, e desmontou a parte certa para que pudesse remover o endoesqueleto e deixar somente a fantasia usável, sem risco de ser morto lá dentro.

Assim que retirou o esqueleto de metal, colocou-o em cima da mesa. A fantasia agora estava vazia, e era totalmente segura de se vestir. O homem já ia retirar a cabeça dourada sem olhos quando ouviu uma voz chamando-o.

Xingou e pôs a fantasia sentada, no chão, como se fosse um cadáver morto. Apressou-se em sair da sala de peças danificadas, identificando os velhos Freddy Fazbear, Chica, Bonnie e Foxy, desativados num canto mais escuro da sala, para então sorrir e finalmente fechar a porta, deixando seu cigarro aceso cair.

Vincent


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Notas finais do capítulo

É isso, povo. Espero q tenham gostado. Por favor, comentem! Deem as caras! Digam olá! Qualquer coisa q mostrem q estão ai!

Kisses azuis!



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