Prelúdio –Uma fantasia defeituosa

Surpresa. Essa fora a reação diante do defeito que a preciosa fantasia dourada dera. Mas o rapaz não estava tão surpreso assim.

Para ele, na verdade, aquela tinha sido uma péssima ideia desde o início. Se enfiar dentro de uma fantasia meio robótica e meio fantasia? Que raios de ideia era aquela? Claro que não daria certo, afinal qual a chance de qualquer um dos mecanismos falhar quando se está lá dentro? Enorme! Então pra quê contar com sua sorte?

Responsavelmente, ele havia tomado o cuidado de gravar fitas para o novo guarda noturno. Nelas, ele ensinava como manusear a fantasia meio robô meio roupa, e, claro, dizendo o que o cara devia fazer. Ele, diferentemente do resto do restaurante, se importava minimamente com os funcionários.

Infelizmente, mesmo assim, havia tido uma vítima. Não fora fatal, mas fora o suficiente para fazer o estabelecimento se questionar se os funcionários deviam mesmo usar aquilo; afinal, o mais recente acidente lembrou a todos os funcionários o que aconteceu com aquele pequeno garotinho há meses atrás, e como ele ficou depois do acidente com Fredbear. E mesmo assim, o restaurante insistira em deixar as fantasias springlocks ativas!

E pior, mesmo após serem consideradas impróprias pra uso, as fantasias ainda não estavam totalmente fora do alcance dos funcionários, o que queria dizer que ainda era arriscado ter aquela fantasia disponível por ali, dando sopa. E qual seria, então, a chance de algum funcionário palhaço tentar se enfiar lá dentro, mesmo após os riscos explícitos?

Grande, ele imaginava. E pudera prever a tragédia ocorrendo. E ela ocorreu. Um dos funcionários a usara, e, infelizmente, os mecanismos falharam. Aquilo quase acarretou na morte do homem.

“Totalmente imprevisível”, constatara o estabelecimento. Mas ele sabia que era totalmente previsível. Era óbvio. A fantasia estava ficando velha, e apesar de estar até que conservada por fora, seus mecanismos não eram dos mais novos, e haviam falhado, assim como a outra fantasia falhara anteriormente. Mais um acidente para a lista histórica da empresa.

Responsável. Foi assim que o homem se sentiu. Não conseguia parar de pensar em como poderia ter evitado a tragédia e quase morte daquele segurança. Mas ao mesmo tempo, o que poderia ter feito? Sua função era vigiar o lugar no período vespertino, e deixar fitas gravadas para ensinar o guarda noturno a utilizar a fantasia de manhã, quando o local estivesse cheio. E ele havia feito aquilo com sucesso, não era culpa sua.

Apesar, disso, aquele sentimento não sumia. Ele havia visto a fantasia falhar. Havia sentido o pavor nos olhos daquele segurança, enquanto eles o conduziam para a sala segura, para que pudessem remover a fantasia causando o menor dano possível nele.

Por isso, então, ele deveria deixar mais uma fita. A sala segura deveria ser selada, e junto com ela, os dois animatrônicos daquela velha pizzaria... Mas, ele sabia, não seria o final do estabelecimento. Mesmo após os dois acidentes passados. Novos quatro animatrônicos seriam feitos e ninguém se lembraria do ocorrido mais recente. A pizzaria faria sucesso novamente.

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“ Uhh, alô, alô? Uhh, isto é apenas para informar a todos os empregados que devido a restrições do tempo a anteriormente chamada sala segura está sendo selada em muitos locais. Incluindo este. Equipes de trabalho estarão aqui na maior parte do dia construindo uma parede falsa sobre a frente da antiga porta. Nada está sendo feito antecipadamente, então se você deixou alguma coisa lá dentro, é sua própria culpa. A Gerência também pede que esta sala não seja mencionada para família, amigos, ou representantes de seguro. Obrigado novamente, e lembre-se de sorrir: Você é o rosto da Pizzaria Freddy Fazbear.”