Fugaku não sabia ao certo agora como se aproximar da esposa, ele ficou impressionado com que ouviu e se eles pretendiam passar o resto da vida juntos, algumas coisas iam ter que mudar. Podia ser simples, ir lá e falar com ela, pedir desculpas... Mas ele era um Uchiha e iria pelo caminho mais complicado.

Usando a deixa do machucado dele, ele sugeriu que ela treinasse mais, afinal, como esposa dele  poderia estar sujeita a ataques uma vez que ele não estivesse perto. E ele próprio se encarregou disso. Esperava que ela visse que de tantas pessoas que ele podia mandar que fizesse, ele escolheu fazer o trabalho.

Ela pareceu reticente no início, mas os treinos ocorreram com certa tranquilidade. Mikoto não era nenhum gênio, mas tinha uma boa habilidade. Sem que notassem os treinos começaram a se tornar parte de uma pequena rotina deles. Em retribuição ela voltou a se sentar com ele durante as refeições. E para terem um bom hábito, sempre que na vila, Fugaku passou a fazer as três refeições em casa, com a esposa.

Não sabia se ela estava notando e reconhecendo seu esforço, Mikoto era gentil sempre e ela podia simplesmente estar sendo o que era sempre. Com algum esforço começou a fazer breves relatos de seu dia e notou como ela ficou surpresa como ele começou a falar... Ela parecia uma criança às vezes com aqueles expressões tão naturais. Viu um pequeno sorriso e como ela ouvia com tranquilidade, às vezes fazia um ou outro apontamento. Depois de alguns dias ela aparentemente se sentiu a vontade para falar e com certeza ela falava mais que ele, mas não se importava em ouvir.

Começou a fazer pequenas gentilezas como pegar coisas que estavam no alto, trazer coisas mais pesadas que ela comprava na cidade e colocou outra mesa em seu escritório para que ela pudesse fazer as coisas ali também. Como o tempo passava rápido, eles já tinham um ano e meio de casados.

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Logo depois do casamento, lá nos primeiros meses, foi muito difícil. Sabia que ela não tinha culpa e que não deveria hostilizar aquela mulher de qualquer maneira e a única maneira de fazer isso foi fazendo o menor contato possível. Ele agradeceu com o tempo a paciência e a dedicação dela, outra mulher teria cobrado e provavelmente ido embora.

O mais díficil nesse tempo era encontrar Mirai. Parece que onde quer que fosse ela estava lá com seu jeito extravagante e um olhar a seguí-lo. Só kami sabe como lhe doeu terminar tudo, eles pareciam tão perfeitos juntos naquela época, não entendeu a decisão dos anciãos. Mas tinha acatado e agora era um homem casado e devia respeito a Mikoto.

Sabia que as regras de conduta matrimonial eram bem mais flexíveis para ele e que não seria o maior crime se tivesse um caso e por várias e várias vezes chegou muito perto disso, mas não parecia correto, ele foi ensinado a ser um homem de palavra e que arcava com as responsabilidades de suas escolhas.

E Mikoto foi uma escolha de certa forma, afinal, não contrariou a ordem de casar.

Sem dizer que se queria ter uma família com ela precisava apagar Mirai de sua mente. Ficar com ela não tornaria mais fácil a vida com a esposa. A tentação esteve presente de muitas maneiras, mas assim como a esposa parecia apreciar as pequenas coisas que ele fazia, passou a reconhecer também o que ela fazia e cada vez que ela ia conquistando mais sua admiração e respeito se tornava mais difícil trair.

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Não gostava de grandes aglomerações e afins, mas o festival no clã não era algo que ele podia faltar. Quando saíram de casa notou como ela estava bonita, na verdade não se lembrava de tê-la visto assim tão linda antes... talvez no casamento, mas... não prestava atenção naquele tempo.

A yukata verde com detalhes dourados parecia chamar atenção para ela, o cabelo estava diferente naquele penteado. Não sabia explicar, só sabia que ela estava muito bonita e que tinha muito orgulho de estar ao lado dela. E como se a voz de Kushina Uzumaki batesse em seus ouvidos reparou nos olhares longos que a esposa recebia.

Isso o fez sentir o estômago revirar e apertou a mão em punho algumas vezes, eles não deviam olhar assim para mulher dele. Teve que sair um momento e a deixou perto do teatro de bonecos com o sobrinho no colo, Aika tinha passado por ali e pediu que ficassem com ele um minuto.

Foi uma questão de poucos minutos e quando voltou Mikoto conversava com alguém, um homem e além de tudo desconhecido. Ele ria e gesticulava enquanto falava com ela, pareciam se conhecer. Teve que controlar a careta e seguiu com passos largos até onde estavam encarando forte o homem quando os olhares se cruzaram.

Levou a mão levemente ao centro das costas dela que virou levemente e sorriu.

— Hyo, esse é o meu marido, Uchiha Fugaku e terminando essa gracinha aqui não é meu filho. Shisui é meu sobrinho.

O Homem o encarou e o Uchiha viu algo de soberbo ali, como se o analisasse.

— Hyo Nara, eu e Mikoto já fomos da mesma equipe. Parabéns pelo casamento.

— Meu irmão está numa mesa aqui perto, nos chamou para sentar e comer... - disse perto dela -

— Oh claro, vamos sim. Foi bom vê-lo Hyo, eu ás vezes trabalho na academia, meus alunos iam gostar de uma visita.

— Claro, será um prazer, Mikoto-chan.

Quem aquele homem pensava que era para chamar a esposa de alguém de Mikoto-chan? E se ela queria um ninja para falar com os alunos dela o que não faltava eram ninjas muito melhores que aquele homem. Saiu com ela a guiando entre a multidão até a mesa. Ninguém ia ficar de gracejo com a mulher dele.

Owari