A Seleção da Princesa escrita por Vic Scamander


Capítulo 4
Início de uma amizade


Notas iniciais do capítulo

Puf Pufs, lembrei que é Kile Woodwork e não WoodwOOrk, então relevem o fato de eu ter escrito errado nos outros caps. Vou editar os anteriores, ok?
Boa leitura!
Eu sinceramente curti esse cap e espero que também achem o mesmo!!!



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Já estava terminando de abotoar a camisa branca com o meu nome bordado em azul escuro, o modelo que todos os selecionados tinham que usar.

– Quer colocar mais alguma coisa?

– Não, mãe. Já pus tudo o que vou precisar na mala.

– Acho que já é hora de ir para a praça principal de Angeles. Seu pai ficou encarregado de cuidar da segurança de alguns selecionados que vão chegar daqui a pouco no aeroporto, então ele não pôde se despedir...

– Mãe, eu vou voltar pro palácio. – ri. – Não é um adeus! Daqui a pouco eu volto, só que como um selecionado e não mais um funcionário!

– Eu sei, eu sei. Mas é que vamos nos encontrar poucas vezes. Agora tenho que ir pois Meris vai precisar da minha ajuda com algumas coisas.

Minha mãe deu um beijo estalado na minha testa e eu a abracei forte. Ela me acompanhou até uma das portas de saída do palácio e depois foi correndo para seus afazeres de dama de companhia da rainha.

Um dos novos guardas, soldado Pierce, me levou até um carro do governo, que me esperava. Fomos até a Praça Provincial de Angeles, sendo seguidos por todo o caminho por pessoas com cartazes. Na praça estava montado um palco no qual eu subi e agradeci pelo carinho, era estranho levando em conta que eu não conhecia ninguém ali, já que todas as pessoas de Angeles que eu convivia trabalhavam no palácio e estavam cheio de tarefas hoje.

Antes que eu entrasse no carro para retornar ao palácio, uma menininha loirinha, que usava uma tiara de plástico na cabeça, ultrapassou a segurança com um cartaz e agarrou a barra da minha blusa. Pedi ao guarda que a seguiu para que não a levasse de volta e me agachei ficando da mesma altura que ela. Encarei seus olhos castanhos tão parecidos com um certo par e sorri.

– Olá, pequena. Qual o seu nome?

– Millie. Olha, eu fiz um cartaz pra você! Pode assinar pra mim?

Ela entregou o cartaz, que estava dobrado, junto com um pincel rosa. Abri o cartaz e me deparei com uma foto. Era um close perfeito de mim recebendo o tapa da Eadlyn, e em cima da foto estava escrito “Há uma linha tênue entre o amor e o ódio, aposto em você, Kile! xoxo”. Instintivamente toquei a minha bochecha e sorri, eu até que havia gostado bastante do cartaz. Assinei no cantinho “Kile Woodwork manda beijos e abraços pra princesinha Millie xoxo”

Um dos guardas avisou que estava na hora de ir e eu dei um beijo na cabeça da loirinha.

– Adorei seu nome e o seu cartaz, princesa Millie.

Levantei-me e fui entrando no carro. Alguns minutos depois, estava entrando pela porta da frente do palácio. Um dos mordomos novos pegou a minha única mala e logo em seguida, as portas do hall de entrada foram novamente abertas enquanto Issir Quiller esperneava com os mordomos.

– Cuidado com as minhas malas! Tem perfumes importados da Noruécia e xampus vindos da Federação Alemã!

Desnecessário dizer que ele trazia várias malas, né? Eram quatro ao todo!

Cumprimentei-o e ele me analisou, já ia classificá-lo como metido, quando ele me fez mudar a má primeira impressão e sorriu, cumprimentando-me de volta.

– Olá, você deve ser Kile! É claro que é. Prazer, Issir. Sabia que as câmeras deram um close especial em você? Ah, e pode me responde uma pergunta? Estou animado pra saber desde o sorteio!

Ele estava com um sorriso quase maníaco agora. Digamos que a terceira impressão não estava muito boa...

– Ãhn, pode perguntar.

– Seu cabelo é loiro dourado champagne ou loiro baunilha? Posso olhar mais perto? Nossa, deve ser baunilha, com certeza é loiro baunilha. Uma vez, eu tentei usar um xampu pra tingir o cabelo nesse tom, mas fiquei mais loiro manteiga do que baunilha! Acredita?

Eu não fazia a mínima ideia do que Issir estava falando, então apenas sorri e acenei com a cabeça. Uma criada veio e nos levou para o Salão Principal, que hoje estava mais para um salão de beleza. Haviam várias cadeiras de cabeleireiro e araras com diversos smokings espalhados pelo lugar, eu não me recordo de como seja o Salão das Mulheres – que eu frequentei sem autorização até os seis anos – mas acho que não é muito diferente disso.

– Senhor Woodwork, estação vinte e nove. Senhor Quiller, estação treze. – avisou a criada.

Segui para um cubículo com o número 29, lá tinha uma cadeira em frente à um espelho. Dei uma olhadela na estação à esquerda da minha, a 28, e lá estava Calvin Write, o pretendente da província de Yukon, o cara com cabelão.

Um homem com alguns pentes na mão e uma criada que segurava uns produtos se distanciaram um pouco do rapaz, vindo um pouco mais para a direção da minha cabine.

– Marlo, a princesa disse pra cortar todo o cabelo dele!

– Você ouviu o que o rapaz falou, Amy! Ele não quer que corte! – replicou o homem.

– Dê um jeito de cortar. Finja que a tesoura escorregou muito pra cima e acabou cortando mais que as pontas, simples assim!

– Ok, ok, mas se eu for espancado, tu vai ver só.

Não consegui segurar o riso, mas tentei não chamar muita atenção. Logo apareceu uma equipe para me auxiliar. Duas criadas, Hanna e Eliza, estavam respectivamente fazendo a minha sobrancelha e deixando minhas unhas apresentáveis. Não fazia ideia de quanto doía tirar fiozinho por fiozinho com aquela pinça, muito menos que se tira a cutícula da unha; enquanto elas faziam seu trabalho, Ronald, o cabeleireiro, cortava algumas mechas, ele não deu a opção de tingir e eu não ia querer mesmo, gosto do tom loiro que herdei da minha mãe. Ok, esse relato tá Issir demais. Mas eu não devia me envergonhar por estar sendo mimado esteticamente, afinal, todos os caras estavam.

Na cabine do lado direito havia se sentado um rapaz baixinho, olhei seu rosto de relance e constatei que era Gunner. Não sabia que ele era baixinho se comparado com o resto dos rapazes. Quando a minha equipe e a dele foram embora, decidi iniciar uma conversa.

– Oi, tudo bem? É Gunner, não é? Sou Kile.

– Sim, sim. Ei, você é aquele do tapa não é? – confirmei com um sorriso amarelo – Ah, desculpe, você não gosta de ser lembrado por isso, não é? Trabalhava aqui no palácio?

– Ah, sim. Eu era o auxiliar da cozinheira. Culinária é o meu ponto forte.

– Poxa, Kile, quer dizer então que você é o pretendente com mais vantagens!

– Como assim, Gunner?

– É que você deve conhecer a princesa desde que ela nasceu e bom, as pessoas são conquistadas pelo paladar, como diz um velho ditado. – dei uma fraca risada.

Enquanto o Salão estava lotado com um amontoado de criados que se apressavam em deixar tudo nos conformes – ouvi um mordomo dizer que quatro voos tiveram atraso e um dos rapazes passou mal – eu e Gunner ficamos falando um pouco sobre nossas vidas, até que eu poderia ter com ele uma amizade de verdade, ele não era meu inimigo, estava aqui para conhecer a princesa e pessoas de diferentes partes do país.

– Meu pai é escritor e eu gostaria muito de seguir essa carreira. Estar aqui vai ser uma ótima experiência para escrever um livro ou ter ideias para algumas obras, além, claro, de fazer amizades e conhecer a Família Real de perto – comentou.

Contamos sobre as nossas famílias, Gunner era o mais velho de três irmãos, os dois outros eram uma menina, Clarissa, de quinze, e um menino, Gilbert, de nove.

– O meu pai é o escritor de contos infanto-juvenis, Samuel Kennedy Croft, você já deve ter ouvido falar, e a minha mãe é professora num curso de literatura na Universidade de Columbia, ela é...

Gunner disse alguma coisa sobre o pai dele ser o escritor Sander Coth, quer dizer, Croft e a mãe dele Kristen Evans Croft, mas não deu pra escutar direito pois começou um desentendimento não muito longe de onde nós estávamos. Eu e Gunner fomos ver o que era e haviam no meio do círculo que foi feito pela plateia, dois mordomos que estavam segurando pelos braços cada um, Holden Messenger e Ean Cable.

– Nunca mais insulte a minha mãe! – gritou Holden.

Olhei para Ean, que estava com um arroxeado perto do olho. Holden não parecia o tipo que parte pra briga, por falar nele, seu nariz sangrava e seus óculos jaziam ali perto, no chão. Quebrados.

– Vou chamar o Rei. – falou uma criada perto de mim para a amiga, ao lado.

– Você sabe o que aconteceu? – perguntei à Tavish, que estava perto de mim.

– Claro, os dois estavam em estações próximas à minha. O cabeleireiro disse ao de óculos que ele ficaria bem com um cabelo mais escuro e que seria bom ele usar lentes. O rapaz disse que a mãe dele gostava muito da aparência dele e que não iria mudar nada, aí esse tal de Ean começou a provocar, dizendo que era filhinho de mamãe e resultado: a coisa ficou feia. Mas o Ean provocou bastante, o rapaz de óculos se segurou para não quebrar a cara dele, só que não aguentou quando Ean começou a xingar a mãe dele. Quer saber o que eu acho? Esse Ean não é gente boa, ele nem ao menos tentou ser simpático comigo e com Fox, que pegamos o mesmo avião que ele! Espero que ele saia logo.

– Ok, valeu pela informação.

Adentrei o círculo e peguei os óculos de Holden, falei com o mordomo que estava na frente dele para deixá-lo comigo.

– Você é o Holden, não é? Esses óculos são seus, vou falar ali com um mordomo para providenciar uma nova armação. Ah, e me chamo Kile.

– Eu sei quem você é, quer dizer, obrigado pela ajuda.

– Vem, vamos ali perguntar daquela criada onde fica a Ala Hospitalar. Seu nariz não para de escorrer sangue. – falou Gunner se aproximando e colocando o braço ao redor do pescoço de Holden, como se fossem amigos há tempos.

Não pude imaginar que nesse momento surgiria uma grande amizade.


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Notas finais do capítulo

Críticas construtivas são bem vindas, ok?
Mais tarde mais um capítulo! E pra quem está ansioso pra um momento Kile/Eadlyn, daqui a pouco aparece, tá?
Beijos!
^^



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