O crime na mansão Harbridge escrita por yellowizz


Capítulo 14
Capítulo 14 - Ele é mesmo inocente?




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A empresa estava com um clima péssimo. Todos os funcionários pareciam conhecer Elena, enquanto atravessava a recepção para pegar um elevador os olhos a seguiam. Usou sua identificação para passar pela secretária de Carmen Herbert, estava cansada de fingir que não tinha autoridade suficiente para fazer o que bem entender.

Carmen estava na sala de seu marido, ocupando sua cadeira e tomando um chá, tão à vontade que Elena acreditou que ela não soubesse dos últimos acontecimentos. Quando ela viu que a morena entrava pela porta, surpreendeu-se levantando eufórica da cadeira e encarando Elena.

_ Como pode entrar na minha sala dessa maneira? – ela perguntou.

_ Eu faço parte de uma investigação que coloca a senhora também como suspeita de um homicídio, estou aqui para conversar. – ela avisou de forma tranquila.

_ Eu já fui interrogada. – ela disse dando de ombros.

_ Eu sei, por isso vim até aqui para conversarmos. – Elena voltou a repetir a sua intenção e sentou-se em uma das cadeiras de frente a Carmen.

_ O que você quer saber? – a mulher questionou sentando-se novamente na cadeira. – Damon já foi preso pelo crime que cometeu.

_ E se eu dissesse à senhora que ele não cometeu crime algum? – rebateu deixando-a inquieta.

_ Foi ele quem matou o próprio pai! Como isso não é um crime? – ela perguntou incrédula.

_ O que eu estou supondo é que Damon não seja o real culpado. E eu lhe pergunto, senhora Herbert, há alguém mais interessado na morte de Robert? – Elena cruzou os braços com a pergunta e não desviou os olhos de Carmen.

_ Não que eu saiba. – deu de ombros.

_ No interrogatório, Damon nos disse que não tinha interesse na administração da empresa, como isso poderia tê-lo motivado a matar seu pai? – perguntou.

_ Não tinha interesse? – Carmen gargalhou pegando novamente a sua xícara de chá nas mãos. – Damon está há mais de dois anos enfiado nessa empresa com o pai. E as coisas que tem feito só prejudicaram o desenvolvimento das atividades dela. – ela contou bebendo um pouco do chá.

_ Que tipo de atividades? – ela quis saber.

_ Contas, finanças, vendas de produtos, tudo isso estava descontrolando a parte financeira da empresa. – ela disse.

_ Alguma empresa em específico?

_ Não. – ela disse acabando com seu chá. – E eu não quero mais falar sobre isso.

_ Senhora Carmen, suas informações foram muito úteis. Não quero que pense que estou aqui para lhe acusar, minha intenção é apenas manter o real criminoso atrás das grades. – Elena jogou do lado da mulher e ela pareceu animar-se com isso.

_ Estou à sua disposição. – ela disse quando a garota já estava saindo da sala.

O celular de Elena tocou insistentemente em seu bolso já quando estava no hall da recepção. Era Diana.

_ Preciso lhe contar algo que você não vai acreditar! – ela disse eufórica.

_ O que?

_ Recebemos uma denúncia anônima de que uma empresa de produtos tóxicos estava usando os produtos da ClearQuimic para a fabricação. – ela contou. - E adivinhe? Nós fomos até lá e encontramos três grandes caixas com os produtos da empresa!

_ Uau, isso é fantástico! – Elena fingiu uma empolgação como se aquilo fosse uma grande surpresa.

_ E além disso, prendemos uns caras e sabe o que eles disseram quando questionamos sobre o ocorrido? – perguntou Diana. – Que os produtos foram fornecidos por alguém de dentro da empresa.

_ Apontaram alguém?

_ Damon Salvatore.

Elena desligou o telefone assim que ouviu as últimas palavras de Diana. Não conseguia acreditar no que havia escutado. Não estava disposta a pensar que Damon poderia ser o culpado, não queria que ele fosse.

Ela saiu da ClearQuimic com os olhos mareados, estava com tanta raiva que poderia chorar. Damon havia brincado com ela e transformado a sua investigação em uma piada. Como ele pode mudar os fatos de uma maneira tão estrategicamente calculada a ponto de fazê-la acreditar que ele poderia ser inocente?

A lista das empresas, o lugar exato que ele conhecia ser a boate que fantasiava a Goldrug, a reconstituição e forma com que participou tão indecifrável, seco. Até mesmo a briga com aqueles caras da boate poderia ter sido uma farsa. O falso sequestro... Ele seria indiciado por sequestro enquanto eu buscava outras provas e adiava a sua estadia definitiva na cadeia. A forma tão convicta com que ele afirmou que seu pai não havia cometido um suicídio quando soube do envenenamento, o bilhete que ela havia recebido e ele conhecia tão bem... Elena entrou no táxi de Paul com a cabeça cheia de questionamentos, estava disposta a ir à delegacia falar com Damon, mas o que perguntaria?

Damon estava com a cabeça entre os braços apoiados em seus joelhos. Não havia olhado para fora da cela em nenhum momento. Estava apenas concentrado em seus próprios pensamentos, refletindo sobre o que havia acontecido na sua vida e como ela havia mudado do dia para a noite quando seu pai se foi. Ele havia conhecido Elena e aquela investigadora havia mexido com ele.

Sabia que não poderia ter se envolvido com ela nunca, mas aquele jeito grosseiro era apenas uma postura adotada na sua profissão, ele sabia que no fundo Elena tinha um coração mole, conseguia ser divertida e também se preocupava com ele. Aquele olhos escuros que o encaravam tão confusos quando ele a beijou e que além de pedir por respostas, pediam também por mais.

Ele queria poder ver em breve aqueles olhos novamente, poder beijá-la sem se preocupar com o trabalho. Ele queria a liberdade não só daquela prisão, mas também daquele crime e dessa história angustiante de não ter mais ninguém para recorrer senão Elena.

Seu pedido foi atendido quase prontamente. Do lado de fora estava ela, encarando-o com um olhar frígido e firme, ela estava cumprindo muito bem o seu papel. Ele a viu pedir para ficarem a sós e quando o guarda finalmente a trancou com ele dentro da cela deixou-os sozinhos.

Damon não viu Elena abaixar a guarda quando estavam a sós e ficou confuso com aquela expressão fria que estava pairando sobre o rosto dela.

_ Conseguiu alguma coisa? – ele perguntou quebrando o silêncio.

_ Consegui. – ela disse seca. – Consegui descobrir que você não tem escrúpulos quando se trata de enganar os outros, consegui descobrir que você me usou para tentar se livrar da culpa, mas eu vou avisar você, senhor Salvatore, eu não estou disposta a livrá-la!

_ O que? Do que é que você está falando? – ele questionou totalmente confuso com as palavras dela.

_ Do que é que eu estou falando? – ela repetiu em deboche. – Estou me referindo a todas as coisas que você fez para me fazer acreditar que era inocente. Mas agora eu descobri a verdade, você tentou me colocar contra todas as outras pessoas e pensar que o culpado poderia ser uma pessoa distante, quando o verdadeiro culpado estava do meu lado! – ela esbravejou.

_ Eu não fiz você acreditar! Eu não sou o culpado! – ele disse tentando acalmá-la.

Damon segurou-a pelos ombros para que ela o encarasse. Elena tentou livrar-se das mãos dele de todas formas, mas acabou cedendo ao seu pedido inconsciente de que olhasse diretamente para ele.

_ Eu não matei meu pai. – ele disse.

_ Todas as pistas, todas as informações que obtivemos ligam você ao caso. Você sabia do bilhete, Laura não confirmou a informação de que você não saiu do quarto em nenhum momento, prenderam uns caras daquela fábrica e eles disseram que você forneceu os produtos. O que mais temos de motivo para achar que você é o autor do crime? – ela contou desvencilhando-se vagarosamente do aperto de dele.

_ Você tem que acreditar em mim. – ele pediu com uma voz suave, aproximando-se dos lábios de Elena.

Damon tentou beijá-la, mas ela afastou-se prontamente. Não queria que aquele beijo confundisse ainda mais seus pensamentos. Ela queria estar livre para decidir com a cabeça o destino do moreno, mas ele não queria colaborar.

_ Não me peça para confiar em você. – ela respondeu no mesmo tom e ele novamente a puxou para um beijo.

Dessa vez ela não pode resistir. A leveza daquele beijo já fez seu coração apertar. Sabia que era errado. Muito errado. Mas algo lá no fundo dizia que ela estava certa, mesmo que não conseguisse confiar em Damon novamente. Ele parecia tão sincero, mas todas as suas palavras batiam de frente com a de várias outras pessoas. Ele era um só contra todos. Não havia possibilidades dele sair dessa.

Damon esqueceu-se das palavras de Elena, ou talvez ele apenas queria fingir que ela não o havia acusado daquela maneira. Era difícil ouvir dela coisas que ele não podia ouvir. A sua chance de sair dali estariam zeradas caso Elena não estivesse do seu lado. E ele queria que ela estivesse. E não somente agora, mas depois do fim da investigação também.

Havia algo nela que mexia com Damon. Algo nela havia despertado um sentimento de possessividade há muito tempo esquecido por ele. Fazia muito tempo desde que Damon quis alguém tanto quanto ele queria Elena.

Do outro lado as coisas não haviam acontecido de forma diferente. Muito preocupada com seu trabalho, fazia algum tempo que Elena não se interessava por ninguém. E em hipótese alguma desejaria que isso poderia acontecer no seu trabalho. Ela sabia que quando permitiu ser beijada por Damon estava colocando em risco a sua carreira como agente investigativa, além de poder estragar com toda a investigação por se envolver com um dos suspeitos. Mas ela o queria. Muito.


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Notas finais do capítulo

Título sugestivo, não?
Será que Damon é mesmo inocente? E se ele for o assassino? E se tudo foi um acidente? Ou uma armação? Elena poderá perdoá-lo?

Espero que tenham gostado!
Beijos e até o próximo! :*



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