After the pain escrita por Neryn


Capítulo 5
Isto é guerra!


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora. escrevi isto durante os intervalos na escola



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Acordei com uma enorme dor de cabeça. Apetecia-me simplesmente ficar na cama indefinidamente. O despertador já tinha tocado à 5 minutos por isso achei melhor levantar-me antes que a minha mãe viesse ver o motivo da minha demora, se bem que faltar às aulas e não ter que ver a cara das peruas me parecia muito tentador. Lá me levantei a muito custo e vesti e fui para a cozinha onde como habitual encontrei a minha mãe e a minha tia à volta das panelas e claro uma mesa cheia de comida que deveria chegar para alimentar o prédio inteiro. Bem talvez esteja a exagerar pois neste prédio são capazes de viver umas 100 pessoas que são mais do que havia no meu antigo bairro em Boston. Pois...Nova Iorque é assim, somos mais que as mães.

O ambiente estava tranquilo e a comida era de comer e chorar por mais. Enquanto a minha tia cozinhava, cantarolava juntamente com a música que estava a dar na rádio que eu nunca tinha ouvido na minha então curta vida. Estas cenas estavam a revelar-se um hábito e não me iria fartar facilmente dele.

Chegada à escola:

– Bom dia alegria! - ouço Lyla berrar assim que me vê a sair do autocarro. Pressinto que daqui em diante vou ter alguém que espere por mim todas as manhãs para me acompanhar e entrar na escola e o conhecimento desta realidade despertou uma sensação de conforto que eu já não sentia à algum tempo.

–Olha que bom, alguém acordou bem disposta! Tens boa disposição que chegue para mim, para ti e para o resto do povo e acho que ainda te sobrava alguma para venderes! - digo eu num tom brincalhão. Apesar da minha dor de cabeça (parece que o raio do medicamento não fez efeito) e da minha má disposição tinha que fazer um esforço com Lyla porque ela era a única que se tinha mostrado disposta a torna-se minha amiga apesar de eu ao início não querer.

– Ah ah ah! Parece que alguém acordou cheia de piadas - diz Lyla provocando-me e cutucando-me no braço e sorrindo para mim como habitual e era impossível não lhe sorrir de volta.

Olho de relance para o outro lado da paragem de autocarros e reparo que estou a ser observada por Tracy e Sasha que além de me estarem a fixar com os olhos deviam estar à espera da sua líder, Jennifer. Não sei qual o motivo de estarem a olharem para mim e isso incomodava-me porque eu nunca lhes fiz nada além de andarmos na mesma escola mas acho que isso não é motivo suficiente. Lyla repara que estamos a ser observadas e que eu me sinto desconfortável e diz assustando-me:

– Estão a ver alguma coisa que gostem? Se não parem de olhar. - Lyla lança-lhes um olhar mortífero que as faz desviar o olhar imediatamente e nem sequer respondem e fogem com o rabo entre as pernas, não têm a líder para as proteger e lhes dar confiança e é nisto que dá. Ela olha para mim com um olhar vitorioso e diz - Esta batalha está ganha mais ainda temos uma longa guerra para travar, são três períodos escolares, 5 dias por semana de constantes ataques. Isto ainda não foi nada, só ganhamos porque a Jennifer ainda não chegou mas quando ela chegar não te surpreendas com algo que venha da parte dela porque aposto que as suas fieis subditas vão lhe contar tudo tintim por tintim. Estás pronta para lutar soldado?

– Sim, meu capitão - digo eu entrando na brincadeira dela mas isto assustava-me. O que eu mais quero é ter um ano escolar calmo e sem muitos percalços.

– Para a frente marchar - diz Lyla imitando a voz de um general militar.

Entrando na Peruolândia:

Passado pouco tempo após o incidente com Lyla, Tracy e Sasha voltaram para o mesmo sítio para esperarem por Jenny que também chegou pouco tempo depois juntamente com o seu namorado, Andrew, no carro dela. Ela após estacionar o carro, sai de mãos dadas a Andrew e dirigem-se até à beira das outras raparigas.

– Olá Jenny - diz Tracy abranço-a com cuidado para não amarrotar as roupas dela ou então despentear-lhe um cabelo que seja e de seguida dá lhe um beijo na bochecha.

– Querida eu já vou indo, tenho os rapazes à minha espera no campo. Ficas bem com as tuas amigas?

– Sim, claro. Vai lá divertir-te com os teus amiguinhos - Jenny responde e despede-se de Andrew com um leve beijo nos lábios. - Então meninas, alguma coisa para contar-me? - pergunta ela quando o seu namorado já se tinha afastado

– Tu não acreditavas no atrevimento daquela moça a Lyla. Credo - começa Sasha.

– Como assim? - pergunta Jenny com um tom de intriga.

– Nós estávamos a tentar recolher informações sobre os caloiros e aparece aquela nova moça que está na mesma aula de inglês que nós. - diz Tracy enquanto tenta lembrar-se do nome da rapariga.

– A Riley Collins - completou Sasha.

– Sim essa. Bem continuando...

– Um obrigado não? - interrompe Sasha.

– MENINAS! - exalta-se Jenny - deixem-se de infantilidades e desembuchem. Estou quase a roer as minhas unhas com os nervos que me estão a fazer.

– Desculpa Jenny - dizem as duas raparigas em uníssono - Não volta a acontecer.

– Espero bem que não. Não foi assim que vos ensinei. Bem, estavam a dizer...

– Ah, sim. Recapitulando estávamos a tentar recolher informações sobre os caloiros quando aparece em cena a Riley Collins e ao seu lado a Lyla. Parece que elas já se tornaram amigas. Elas repararam que estávamos a olhar para elas e a Lyla atreve-se a falar connosco e ainda insultar-nos e como se ainda não chegasse, insultou-nos. - explica Tracy não deixando pormenores de fora

– E o que é que vocês fizeram? Responderam-lhe à altura, certo?

– Mais ou menos... - diz Sasha receosa.

– Suas raparigas inúteis e estúpidas! Eu perdi tanto tempo a ensinar-vos e vocês mal ouvem um comentário de uma zé-ninguém fogem logo sem dar luta!? Inacreditável! Estou super desiludida convosco, principalmente contigo Tracy. Parece que vocês sem mim não se desenrascam, tenho que ser eu a fazer tudo. - Diz Jenny contendo-se para não lhes dar um par de estalos a cada uma - Vocês mereciam que vos desse um par de estalos - Tracy e Sasha encolhem-se - mas não quero estragar as minhas unhas em vocês. - involuntariamente as duas raparigas respiram de alívio - Eu já tenho uma agenda ocupada, tenho um namorado para satisfazer, notas para manter e subir, compras para fazer e agora tenho que juntar à minha lista recolher informações sobre caloiros e evitar que eles me arranjem sarilhos porque estou a ver que convosco não vou longo, que vocês só servem para me aconselhar quando vamos às compras. - ela olha para a Tracy e Sasha que se encontram com um olhar assustado- O que está feito, está feito. Perdemos esta batalha mas a guerra ainda mal começou e nós vamos ganhá-la - termina Jenny com um tom confiante e um olhar convicto.

Riley POV - saindo da Peruolândia

– Moça, tu deste cabo delas com esse teu comentário - digo eu para Lyla com orgulho presente na minha voz.

– Minha cara Riley, quem se mete com os meus amigos não sai impune - diz ela contente. Lyla já me considera uma amiga, uau. - é como eu disse temos uma guerra para ganhar.

– Nunca pensei que tivesses este lado de gata assanhada! Miau - brinco eu, imitando o gesto de um gato fazendo-nos rir.

– Eu sou perigosa quando quero!

– Estou a ver que sim, é melhor pôr-me a pau!

– Tu não precisas, mas aquelas peruas bem que precisam minha amiga. Vai haver sangue neste ano letivo - diz Lyla com um tom assustador e desatamos as duas às gargalhadas.

Neste momento podíamos estar só a brincar, mas a realidade é que eu tinha um pressentimento que haveria mesmo uma guerra e que as probabilidades de ganhá-la eram muito menores do que as probabilidades de a perder. Porém é como o ditado popular diz: Quem vai à guerra, dá e leva.


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Notas finais do capítulo

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