When the Snow Starts to Fall escrita por TsunChan


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, um novo capítulo!!! ~Joga purpurina na cara de vocês~
Me esforcei bastante para deixar esse capítulo longo sem ser cansativo, então espero que tenha ficado bom!
Até as Notas Finais!!



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—Jules?! — Alex exalou o nome dele. O que ele estava fazendo ali?

"O que faço agora?" Alex mentalizou as opções: 1) podia voltar a dormir, fingindo que nunca tinha acordado (e talvez aproveitar e abraçar ele. Talvez) ou 2) acorda-lo delicadamente e pedir explicações. A escolha numero 1 era a mais tentadora e a qual Alex iria seguir, mas Jules se antecipou. Abriu os olhos, como Alex o encarando tivesse despertado-o e se sentou, coçando os olhos como uma criança pequena. Usava uma blusa velha de Alex com o desenho do mestre Ioda meio desbotado. Seus cachos estavam meio amassados e alguns colaram no seu rosto.

—Alex, como você 'tá? — sua voz estava arrastada, claramente sonolenta. A mão dele foi em direção a testa do outro para medir a sua temperatura.

—Eu estou bem...— Jules assentiu e piscou. Depois arregalou os olhos.

—Alex!

O grito —que na verdade não passou do tom normal— de Jules atingiu a cabeça de Alex em cheio. Ela começou a latejar novamente.

—O que foi?— disse meio rouco. Jules pareceu meio constrangido.

—Desculpa, é que eu estava preocupado. Você parece ser fraco com gripes.

—Pois é.— Alex respondeu, dando de ombros.

Então ficaram ali, sentados na cama, se encarando até que o silencio ficou constrangedor demais para suportar.

—Han, por que você esta usando um dos meus pijamas?— Alex percebeu que seu tom parecia meio acusador, então corrigiu —Não que eu me importe, mas estou curioso.

—Bom...

"Quando entrei no seu quarto, você parecia um pouco... Desorientado. Falava meio enrolado e quase não dava pra entender. Mas você pareceu me reconhecer, porque disse meu nome algumas vezes, apesar de ter soado meio estranho. Quando eu sai para chamar seu irmão, dei de cara com sua mãe. Ela ficou surpresa e quando viu que eu estava encharcado, mandou eu tomar um banho. Ai ela me deu um dos seus pijamas e me disse para passar a noite, porque estava muito tarde"

—Entendi. — Alex agora remexia distraído no lençol, mas um detalhe prendeu sua atenção —Por que você estava molhado?

—Ah, eu me molhei vindo para cá. Esqueci meu guarda-chuva.

Tudo fazia sentido agora. Menos o porquê deles estarem na mesma cama e Alex ter trocado magicamente de roupa. O moreno olhou para a manga da camisa como se ela pudesse responder todas as perguntas. Deveria estar encarando a um bom tempo, já que Jules tentou explicar.

—Você estava um pouco suado por causa da febre, então...— houve uma pausa constrangedora antes de Jules voltar a falar— Sua mãe disse que você não gostava desse pijama, apesar dele ser bonitinho.

"Bonitinho?" As mangas eram longas demais e a estampa era muito aleatória. Mas esse não eram os motivos de odiar o pijama. Seu pai havia dado aquela peça para ele e ela era uma prova física de quanto o pai não ligava para ele.

—É, mais ou menos...— fez uma pausa para alcançar o copo d'água que estava em sua escrivaninha —Desculpe por te causar problemas. Você deve ter se sentido desconfortável nessa cama apertada...

—Bom, não era exatamente para eu dormir aqui. Mas você insistiu...

Alex quase cuspiu a água. Invés disso se engasgou e precisou tossir algumas vezes para falar novamente.

—O q-que? — ele gaguejou —Eu insisti?

—Sim. Eu havia passado para ver sua temperatura pela ultima vez antes de dormir. Sua febre havia voltado e você estava tremendo.

"Me ofereci para buscar mais um cobertor, mas você me segurou. Falou que não havia nenhum sobrando. Não sabia o que fazer então você disse que a melhor forma de esquentar alguém é com o calor humano. Eu não vi problema então deitei e tentei te esquentar. Devo ter caído no sono um pouco depois."

Alex estava perplexo. Não lembrava de nada disso. Só de tomar aquele remédio estranho. "Que vergonha." Ele tampou o rosto com as duas mãos. Não conseguia olhar para Jules.

—Ei, você está tonto? Quer que eu chame alguém? —Jules pousou a mão delicadamente em seu ombro e Alex deu um pulinho.

—N-não, eu só preciso— de uma desculpa, pensou. Olhou para os lados e viu uma bacia cheia d'água —Do banheiro! Isso. Eu estou meio apurado.

—Quer que vá... —o resto da frase ficou implícito. Alex mordeu o lábio, divagando por um segundo. Infinitas possibilidades no banheiro, todas muito interessantes. Se repreendeu logo após, não era hora de pensar nisso. Além do mais, realmente precisava mijar. Balançou a cabeça.

—Não. — Alex respondeu e se levantou rápido, sem olhar o outro —Eu vou e volto bem rápido. Não se preocupe.

Não pareceu ter se preocupado, porque quando voltou, Jules havia pego no sono novamente. Alex não havia percebido na primeira vez que vira, mas o garoto se encolhia em uma bola para dormir, quase como um gato. Ele deitou-se ao lado, com cuidado para não acordar o outro. Fechou os olhos e... Não conseguiu dormir. Parecia que ao perfume de Jules preenchia todo o quarto e o calor incomum nas suas costas não ajudava em nada. Levaram várias horas para o sono chegar. E então, o barulho conhecido do despertador tocou. Alex suspirou e cobriu a cabeça com o cobertor. Cinco minutinhos não fariam tanta diferença.

***

Demorou exatos 2 dias para Alex se recuperar completamente da gripe e voltar para a aula. Poucos dias antes do inicio das provas. Talvez fosse pela correria dos estudos que fez com que o garoto não percebesse o quão estranho Colin agira durante as aulas, sempre parecendo aéreo e distante. Nem notou a estranheza quando o outro ofereceu ajudá-lo por mensagem, pois que não poderiam se encontrar depois das aulas.

Os próximos 5 dias da classe A podiam ser resumidos em apenas algumas palavras: Um completo inferno. Os professores pegaram pesado com a turma, aumentando o nível de dificuldade das provas e deixando-as quase impossíveis. Sem a ajuda de Jules e Colin, Alex teria zerado todas elas. Era justificável que todos parecessem mortos no último dia.

Talvez tenha sido por causa disto que a professora Isabel, responsável por literatura e dona de brilhantes e animados olhos verdes, entrou e fez um anunciou que deixou os alunos, no mínimo, chocados:

—Faremos no fim dessa semana, uma excursão!

Alex, que havia desmaiado em sua mesa depois da ultima prova, levantou a cabeça com um olhar descrente.

—E aonde iremos? —uma garota perguntou.

—Para uma floresta, na cidade vizinha. Faremos um corrida ecológica, limpando os resíduos deixados por babacas!

A professora respondeu de seu jeito animado. Talvez por ter apenas 23 anos, ela não possuía a aura de decadência de todos os outros professores. Ela começou explicar, mexendo ocasionalmente em seus cachos castanhos.

—A viagem será de três dias. Iremos de manhã e voltaremos depois do almoço do último dia. Todos se dividirão em grupos de 5 e me darão os nomes até o fim da aula. Haverá alojamento, mas se preferirem podem acampar na clareira. Não levem muita coisa; somente o necessário. Meninas, em uma viagem de dois dias não precisarão de secador de cabelo! A escola não irá se responsabilizar por objetos perdidos...

—Urgh, dois dias limpando uma floresta. Parece cansativo... —disse Alice e Alex concordou com a cabeça. Como se tivesse escutado a reclamação, Isabel deu um sorrisinho.

—Ah, claro! As atividades do segundo dia serão livres. Vocês poderão fazer o que quiserem até a hora de ir embora!

A sala explodiu em conversas. Todos falavam ao mesmo tempo, rindo e planejando atividades. A expectativa era enorme. A professora começou anotar o nome dos grupos. Alice apenas lançou um olhar para Alexander e se levantou. Depois voltou e sentou em cima da mesa, anunciando que já havia dado os nomes do grupo. Ela ignorou o olhar receoso de Jules e começou a planejar o que faríamos no segundo dia. Sua autoridade era incontestável.

***

Os dias seguintes foram marcados pelas conversas animadas e planejamentos. Jules anunciou que um de seus amigos faria uma festa na clareira no segundo dia e eles estariam convidados. É a primeira festa que eu vou, pensou Alex. Ele não sabia direto se ficava nervoso ou ansioso para essa viagem.

O fim de semana chegou rápido. Apesar de todo o alarde da semana, as 6 da manhã todos pareciam desanimados e encolhidos em seus casacos. O dia amanhecera frio, divergindo da previsão da noite passada, que anunciara um fim de semana com climas mais agradáveis. Quando Alex chegou, todos já estavam se organizando para entrar no ônibus. Contrariando o clima geral, Piper conversava animadamente, gesticulando e rindo. A menina se mexia tanto que quando ele chegou perto, a ponta do cachecol bateu em seu olho.

—Ai!—fez uma careta —Preste atenção no que faz, Piper.

—Piper, tenha mais cuidado!— disse Colin A garota apenas balançou a mão, fazendo pouco caso da reclamação, e murmurou um desculpe meio sem vontade. Alex fez uma careta e estalou a língua. Estava pronto para dar um sermão quando uma sensação quentinha espalhou por sua cabeça; Jules bagunçou seus cabelos.

—Se fizer caretas tão cedo na manhã, vai ficar cheio de rugas. —Colin franziu a testa, formando uma careta. Alex riu da ironia do momento. Alice chegou logo depois, bocejando e com os cabelos bagunçados do vento.

O monitor chamou a atenção de todos. Estava na hora de entrar no ônibus e partir. Apesar de terem se dividido em grupos de cinco para limpar a floresta—o grupo de Alex consistia em Jules, Colin, Alice e Anna, uma menina quieta e amigável, não muito próxima deles — não era possível todos se sentarem juntos.

—Você qu- —Liz se aproximou de Jules, mas foi interrompida por um grito de um garoto as suas costas.

—Jules, você esta sozinho? Venha comigo! —era o suposto amigo que daria a festa. Jules olhou momentaneamente para a garota, que apenas deu de ombros e o empurrou de leve.

—Deixa pra lá.

Se virou para Alex, quando alguém segurou seu pulso.

—Então venha comigo, Liz.— Piper falou, enquanto a puxava animadamente dela, sem se importar com a falta de resposta. Alice não percebeu o sorriso malicioso que a loira lançou a Colin.

—Só restaram nós, então. —Alex sorriu de leve. Colin apenas assentiu, não olhando para ele, mas mantendo o olhar fixo na garota que agora ria com Alice, longe dos dois.

Escolheram um dos bancos perto da porta. O fundo já estava cheio e barulhento, além de feder a salgadinho. Aos poucos, tudo começava a parecer como uma viagem escolar normal. Entretanto, entre Colin e Alex havia um pesado silencio, o mais longo desde o momento que se conheceram. Alex apontou algumas vezes para a janela, indicando vacas e outras coisas, mas Colin não parecia disposto a conversar. O moreno começou a se irritar. Antes de segura-lo pelos ombros e chacoalhar, fez uma última tentativa.

—Faz um tempo que eu queria perguntar, mas por que você e Jules estão cheios de machucados?— tocou em um dos poucos band-aids restantes no rosto de Colin —Ainda que grande parte já cicatrizou....

Colin se afastou do toque de Alex sutilmente e seguiu em silêncio. O garoto nem mais esperava uma resposta, quando ouviu um riso fraco.

—Bom, acho que você tem uma ideia do que aconteceu. —Seus olhos verdes encontraram os castanhos e ficaram ali por um tempo —Nós brigamos. Rolamos no chão e tudo.

—Por que? —Colin deu de ombros

—Nem tenho mais certeza. Devíamos estar de saco cheio da cara um do outro, sabe?

Alex franziu o cenho, tinha certeza que a história não era tão rasa quanto ele havia dito, mas resolveu não insistir.

Resolveu contar sobre as visitas de quando estava doente: falou sobre a péssima comida do irmão, dos muffins de Piper, das mãos gentis de Alice —que ele só percebeu serem as delas depois de um bom tempo refletindo— e após certa hesitação contou sobre Jules também. De como havia encontrado o garoto dormindo ao seu lado e de como havia sido difícil dormir escutando sua respiração compassada. Fez um esforços para não contar nenhum de seus devaneios estranhos, que sempre apareciam em sua mente quando pensava no assunto.Também não contou que achava ter sonhado com Colin o visitando. Não tinha nem certeza se era um sonho ou um delírio da febre.

Durante todo o tempo, o outro se manteve quieto, com uma expressão peculiar no rosto. A final do relato, apenas assentiu e mudou rapidamente de assunto. Realmente, não era do seu agrado falar do "Rival".

Depois de passarem por vários campos cheios de vaca - os quais Alex fez questão de apontar - entram em um local com uma floresta densa e verde. Tudo pareceu ficar mais leve, inclusive o clima estranho que tinha perdurado nas conversas entre os dois. Ficaram admirando a paisagem.

—Pessoal, mais uma hora e estaremos chegando. Aproveitem seus últimos minutos param descansar, já que depois de todas essa bagunça Duvido que reste energia para limpar a floresta!— Isabel falou animada como sempre, andando entre o corredor.

Alex deitou no banco. O cansaço que estava sendo constantemente ignorado, o alcançou. Era uma reação normal para um garoto desacostumado a levantar cedo.

—Colin... Você não se importa se eu dormir?— Colin balançou a cabeça.

—Tudo bem. Acho que não sentirei muita falta da sua necessidade de falar constantemente... —Alex não ouviu nada; já estava dormindo. Se aconchegou folgadamente no ombro do amigo, como se fosse um travesseiro de sua propriedade. Colin suspirou e observou o outro dormir.

"Já não é a primeira vez que faço isso..." Pensou, enquanto afastava algumas mechas da franja de Alex que caiam sobre seu rosto. "Apesar se você não se lembrar..."

—Se divertindo?

Colin se sobressaltou e arrancou um protesto baixinho da pessoa deitada em seu ombro.

—Pipes, não me assuste assim!

—Urgh, que apelido horrível, Colinzinho. —ela revirou os olhos. "Eu que o diga", ele pensou.

—Cadê a Alice?

—Dormindo. Aquela garota é extremamente espaçosa. Monopolizou todo o banco para ela.— Ela apontou o queixo para Alex.

—Meu plano está seguindo bem, não é? Me agradeça depois.

—Talvez. —O garoto desviou o olhar.

—O que você quer dizer?

—Piper! Não fique de pé no corredor. Vá sentar!

A garota deu de ombros e se retirou sem fazer alarde.

Em poucos minutos, o ônibus parou suavemente no estacionamento. Alex abriu os olhos devagar. Estava deitado no banco, usando um casaco como travesseiro. O dono parecia ter desaparecido no mar de pessoas que formavam fila para sair do ônibus. Deu de ombros e começou a arrumar suas coisas. Uma hora ele aparecia.

—Alex, ainda está ai?— Jules se aproximou, logo atrás vinham Alice e Piper. Devia estar sentado fundo, deduzindo pela sua posição na fila para sair.

—Estou esperando o Colin. Ele sumiu.

—Provável que esteja no banheiro. Vem, desce com a gente. Depois você se encontram. —Alice falou. Ela havia recuperado sua energia, porque não parava quieta.

—Mas...— "Colin não vai ficar bravo? Sinto como se tivesse abandonando ele." Observou os amigos à sua espera e assentiu. Ele não ia pensar dessa maneira e eles logo se encontrariam. Não faria mal ir na frente.

—Então vamos! —Alice falou, tomando a frente do pequeno grupo. Alex deu um passo a frente, mas sentiu um toque em seu braço.

—Você vai levar isso? Não é do Colin? —Piper falou suavemente, contrariando o que a garota realmente sentia no momento.

O moreno olhou para o casaco em suas mãos. O tecido era macio e continha o perfume suave de Colin. Alex nunca admitiria em voz alta, mas poderia ficar cheirando aquele casaco o dia todo.

—Ah, verdade. É melhor eu deixar no banco. Talvez ele precise. —colocou o casaco delicadamente no banco. Parecia solitário e errado entre o estofado velho e sem-graça do ônibus.

—Você devia ficar... —Piper falou baixinho, mal passando de um sussurro, e Alex não ouviu.

—Vamos!

Ao saírem do ônibus, um sol escaldante os cegou por um momento. O vento frio de antes parecia ter diminuído e as nuvens do céu nublado haviam se tornado brancas e raras. O mar de alunos se apressava para pegar suas malas e os monitores tentavam sem sucesso criar algum tipo de organização. Professora Isabel conversava com alguns alunos, ignorando o esforço e os pedidos de ajuda dos colegas.

Apesar do anuncio em cima da hora, a maior parte das 4 sala do primeiro ano haviam comparecido. De longe, Alex reconheceu Peter e James com suas respectivas namoradas. Os garotos riam, enquanto elas pareciam não entender direito a conversa.

—Vocês demoraram!— Alice falou, com a voz indicando impaciência. Algumas de suas amigas haviam aparecido e flertavam descaradamente com Jules. Alex fez um bico.

—Pois é.

—Alex esqueceu de algo. Alias, Ginna, que blusa é essa?— Piper se aproximou de uma das amigas de Alice —afinal, eram amigas dela também— e encarou uma conversa animada.

Alex conhecia todas elas superficialmente. Cumprimentou-as brevemente e se pôs ao lado de Jules, tentam encontrar uma brecha para entrar na conversa.

*

Colin saiu do ônibus. Passara 15 minutos resolvendo um problema com uma garota —ela confessara, ele a rejeitou, mas ela não desistiu— e por pouco não deu as costas e foi embora. Quando voltou, o ônibus estava vazio e Alex não estava lá. Apenas o casaco que tinha lhe emprestado.

Assim que olhou para o mar de gente, encontrou ele junto com os outros, do lado de Jules. Como se tivesse ligado um botão, todas as descrições e historias que ele havia lhe contado sobre sua paixão ecoaram em sua mente, como uma musica que não parava de repetir. Seu estomago se contorceu. Seguiu para o lado oposto, onde Peter e James estavam.

—Colin! Não sabia que você vinha— Peter falou animado como sempre.

—É porque ele estava em outro ônibus, —James explicou —Idiota

—Ei! —as garotas que os acompanhavam riram. Eles as apresentaram como suas namoradas. Colin ficou surpreso; não imaginava que eles tinha esse tipo de relação com alguém.

As garotas eram gentis e bonitas. Uma se chamava Carol e a outra Blair. Assim como os namorados, possuíam personalidades opostas. Era até meio engraçado, na visão de Colin.

O grupo ficou conversando até os monitores os dividirem por sala novamente.

—Colin! Você sumiu!— Piper falou ao passar por ele.

—Bom, não vi ninguém preocupado. —Colin sorriu, apesar de suas palavras serem em tom de acusação. Piper mordeu levemente o lábio e o tocou no ombro, se despedindo. Logo os cabelos loiros sumiram na multidão.

Não teve oportunidade de falar nada para Alex; os monitores estavam estressados e se ele não fosse guardar as coisas dele de uma vez, limparia os banheiro. Mal parou para respirou e foi empurrado para uma clareira, onde seu grupo o esperava. Os monitores subira em banquetas e explicaram o que exatamente eles fariam.

—Será como uma corrida: vocês receberão um mapa e terão que percorrer os locais marcados e limpa-los. Ao terminar cada ponto, ganharão um carimbo do professor que estará no local e seguirão para o próximo. No final, será contado os carimbos. A linha de chegada está marcada no mapa e o primeiro grupo que chegar ao local, ganhará um prêmio.

—Vamos ganhar isso!— Alice gritou animada, recebendo a risada dos colegas e um sermão do professor. A garota soltou um muxoxo.

***

—A largada será em 3, 2, 1.... Já!

Todos saíram correndo, indo para o primeiro ponto do mapa. Os grupos tinham mapas diferentes, então nenhum ponto estava cheio de gente. Alice, após o terceiro ponto, começou a reclamar do cansaço.

—Ué, você estava animada até agora, Alice! —Alex falou e Anna assentiu timidamente.

—Eu achei que seria divertido, mas é tão chato... —ela fez um biquinho enquanto sentava em um tronco caído. Jules ofereceu uma garrafa d'agua para ela beber. - E além disso, você não falam nada. Parece que estão de luto.

A garota tinha razão. Fora algumas observações, nada havia sido falado pelo grupo. Colin deu de ombros e se encostou na árvore. Duvidava que o silencio incomodava mais alguém do que ele; dava brechas para pensamentos que não queria ter. Anna e Alex pareceram indiferentes, preferiam admirar a paisagem do que conversar.

Alice revirou os olhos para a falta de resposta concreta dos amigos e se levantou, ainda com a garrafa de água intocada na mão. Ela bebeu um gole e devolveu a garrafa ao dono, que bebeu também. Alex trincou os dentes, morrendo de inveja. "Um beijo indireto com Jules. Alice, sua vaca."

Voltaram a andar em uma estranha organização desorganizada: Alice e Alex na frente, Anna e Jules em seguida e Colin por último, andando em seu próprio ritmo. Passaram mais alguns pontos até Alice se cansar disso e andar ao lado de Colin, no fim da fila. Era visível que ela queria puxar assunto, mas não sabia como. Estava se esforçando tanto que seu rosto estava um pouco vermelho.

—Alice, você está bem? Quer parar um pouco?— ele perguntou e ofereceu sua água para a garota, que balançou a cabeça.

—Estou bem, só... —ela tomou o folego e gritou— ESSE SILÊNCIO IRRITA.

Colin olhou para o grupo, mas eles já estavam distantes o bastante para não ouvir. Ele suspirou.

—Vamos conversar então. —ela olhou para ele com expectativa. Pelo visto, ele começaria a conversa. —Você gosta de alguém atualmente, Liz?

A garota se engasgou e olhou para ele assustada. O reação exagerada o fez levantar uma sobrancelha.

—C-claro que não! Amor não é pra mim. —ela riu de forma nervosa —Mas vamos falar de você. Gosta de alguém?

—Gosto.

Uma brisa soprou naquela floresta úmida quente. Algumas borboletas, em seus últimos momentos antes do inverno, voavam tranquilas entre a grama alta. Colin havia falado tão rápido que a garota duvidou se realmente tinha dito algo. Ela prendeu o cabelo antes de dizer algo.

—Eu conheço a pessoa?— ele assentiu, sem olhar para ela. Suas orelhas estavam vermelhas, então seu rosto devia estar bem pior. Alice riu baixinho, não esperava que ele fosse contar ou que fosse tão fofo. Listou mentalmente todas as pessoas de quem ele poderia estar falando e apenas uma parecia se encaixar.

—A Piper! É ela, não é?— ela riu e passou (ou tentou passar) o braço pelo ombro do garoto, que ainda não olhava para ela —Pode deixar que eu vou ajudar!

—Alice, não é...

—Ei, porque vocês estão demorando tanto? —Alex veio correndo, os cabelos bagunçados voando.

—Alex, você não vaarf munf —Colin colocou a mão na boca de Alice e lançou lhe um olhar duro. Sua mensagem era óbvia: Não abra o bico. Ela assentiu.

—O que vocês estão fazendo? —ele falou irritado —Estão todos esperando por vocês. É o ultimo ponto.

Ele pegou no pulso de Colin e arrastou eles até o ponto onde teriam que limpar. Logo que acabaram, foram até a chegada. Surpreendentemente, eram os últimos a chegar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço elogios? Críticas? Aceito tudo, até um pedaço de lasanha :3
Até o próximo capítulo!



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