When the Snow Starts to Fall escrita por TsunChan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oláaa
Bom, vocês viram que eu me atrasei um pouco para postar. Espero que não tenha deixado ninguem nervoso :x
Bom, ai está nosso lindoso capítulo 3, com grandes revelações. Bom, mais ou menos.



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As nuvens haviam bloqueado o sol do meio da tarde quando o sinal do fim da aula soou. Alex se espreguiçou e virou para onde Jules e Alice se sentavam.

– Ei, vocês não querem passar por aquele café novo que abriu perto da estação? - a cadeira de Jules estava vazia e Alice parecia apressada.

– Ué, cadê o Jules?

– Ele meio que evaporou depois do sinal - ela falou enquanto enfiava sem jeito o seu caderno na mochila.

– Bom, vamos nós dois então...

– Não vai rolar, tenho treino de basquete hoje e to atrasada.- ela saiu correndo sem esperar uma resposta da parte do moreno. Alex suspirou enquanto fechava a mochila.

Se virou para ir embora quando percebeu que não era o único da sala. Colin estava sentado em seu lugar, com a cabeça apoiada nas mãos e com os fones de ouvido. Parecia distraído.

“Ué, ele não vai pra casa?" Alex se aproximou devagar; o loiro nem se mexeu. Então, numa súbita vontade de fazer amizade, Alex se sentou na cadeira da frente e se virou para Colin, que pareceu alarmado. O moreno meio hesitante pegou um dos fones e colocou em seu próprio ouvido. Uma melodia suave tocava, a voz de algum cantor indie soava tranquila. Era como se um preguiçoso dia de primavera tivesse se tornado uma musica.

– Uau, essa musica é muito boa. Quem canta? - Colin o observou por um tempo e sorriu.

– Não é uma banda muito conhecida, mas as músicas são bem legais.

– Nossa, serio, é muito boa. Músicas assim deviam tocar no radio, ao contrário de Anaconda. - Alex fez uma careta ao lembrar da Nicki Minaj brincando com aquela banana.

Colin riu. Sua risada era suave e um pouco rouca, sem ser exagerada. Parecia se encaixar com ele.

A musica que tocava terminou, junto com o assunto.

“Droga, o que eu falo?" Alex estava desesperado pra não deixar a conversa morrer. Colin parecia sentir a mesma coisa. "Devo perguntar da antiga escola? Onde ele mora? O porquê de usar o cabelo levemente bagunçado, que deixava ele ainda mais fofo?" O moreno ia rejeitando as opções mentalmente. Era tudo muito clichê.

– Ser aluno novo deve ser cansativo - foi a primeira coisa que saiu da boca dele. Que merda.

– É diferente. Pessoas novas, lugares desconhecidos. Apesar de ser a segunda vez, continua dando um frio na barriga.

– Eu nunca me mudei. Sempre vivi aqui, no mesmo bairro, na mesma rua. A única coisa que mudou foi a separação dos meus pais e... - o moreno percebeu que a conversa ficaria meio pesada e mudou de assunto - Mas não importa muito. Mas porque você se mudou?

– Meus pais receberam uma promoção. Ai ficou meio contra mão pra eles onde a gente morava, ai nos mudamos.

O silencio caiu de novo. Até que um ronco o quebrou. Um ronco que veio da barriga de Alex.

– Ahhh - o moreno sentiu o rosto esquentar.

– Nossa! Você engoliu algum monstro por acaso? - o loiro disse em tom de brincadeira

– Cala a boca - a reação de Alex fez Colin rir. Ele parecia se envergonhar facilmente.

Depois de alguns minutos, quando Colin já havia parado de rir e Alex estava menos vermelho, o loiro perguntou se não havia algum lugar ali perto pra ele irem comer algo. Uma luzinha acendeu no rosto de Alex.

–Você já foi naquele café novo que abriu perto da estação?


...

A cafeteria era tão aconchegante quanto diziam os rumores. Não era muito grande, mas o dono havia distribuído muito bem pequenas mesas de madeira por todo o espaço. Luzes suaves iluminavam o lugar e uma musica calminha tocava no fundo.

– Então, aniversário. - Colin falou, com a xícara de chocolate quente a caminho da boca.

– 29 de maio - Alex disse, terminando de engolir um pedaço da tortinha que pediu - e você?

– 4 de Julho - O moreno sorriu maliciosamente, fazendo Colin franzir o cenho. - O que foi?

– Então você canceriano? Extremamente sentimental. - Alex disse rindo, ao imaginar o loiro todo meloso falando de uma namorada - Tente não chorar muito...

– Eu não sou sentimental - Colin falou, desviando o olhar. Seu tom de voz o denunciara completamente; Alex continuou rindo.

– Ai, cala a boca Alexander. - isso o fez parar de rir e fazer uma careta.

– Nem começa a dar uma de mãe pra cima de mim. - Colin deu de ombros, mas por dentro ria diabolicamente; descobrira como irritar o garoto.

– Doce ou salgado?- Colin perguntou depois de um tempo.

– Ambos - disse Alex bebericando seu chá. Olhou para o prato do outro e sorriu - E você, nem preciso perguntar. Óbvio que Doce.

Ele olhou para seu prato com um pedaço enorme de bolo de chocolate e riu. Era verdade. Tinha uma compulsão por doces em geral.

O garoto contou que passava a maior parte do tempo sozinho em casa. Apesar de terem se mudado por causa do trabalho, seus pais continuavam viajando bastante.

– Pelo menos, eles conseguem voltar pra casa a maior parte dos fins de semana.
Enquanto o loiro falava, Alex percebeu um sutil sotaque. Algo que só alguém que nascera em outra lugar diria...

– Onde você nasceu? - o moreno falara de repente, enquanto o outro mastigava um pedaço do bolo.

– Interior. Uma cidade bem pequena, poucas pessoas reconhecem pelo nome. Como você... - Colin o olhava curioso, morava ali a 2 anos e quase ninguém notara.

– Seu jeito de falar. Sabia que havia algo diferente, mas foi difícil reconhecer o que era.

– Ah. Nossa. Quase ninguém percebe. - Alex riu

– Sou quase Sherlock Holmes, querido. - fez-se uma pausa - Mas então, me conta como era lá.

Colin pensou um pouco e memórias doces preencheram sua mente. O suave aroma de chuva, o barulho da conversa das vizinhas, risadas das crianças, a brisa quente...

– Acho que se pudesse usar apenas uma palavra, acho que seria Calmo. Parecia que o tempo custava a passar lá. As pessoas não tinham pressa e as coisas pequenas tinham grande importância, sabe?

Alex observou o rosto do outro se transformar em uma expressão nostálgica, diferente da tímida que geralmente usava. Algo estalara em sua mente.

–Hummm- Alex se aproximou do loiro e cerrou os olhos, um sorriso malicioso brotara em seus lábios- Tinha alguém por lá, é? Uma namorada? Era bonita?

A cada pergunta levantava as sobrancelhas.

– N-não. Claro que não... - Colin desviou o olhar e tomou um gole de chocolate quente, enquanto suas orelhas coravam tanto quanto suas bochechas. Alex se sentou normalmente na cadeira, rindo. Era fácil de mais ler o outro.

Os dois terminaram sua bebidas e pediram por mais uma.

– Ei, o que você costuma fazer depois da escola? - Colin pensou um pouco antes de responder.

– Não muita coisa. Eu limpo a casa, leio um pouco, estudo - Alex fez uma careta. Queria conseguir estudar por 30 segundos sem começar a admirar a parede - e jogo.

– Joga? Que tipo de jogo?

– Playstation. Mas também jogo um pouco no computador...

Os olhos de Alex brilharam.

– Eu também jogo, mas ainda não tenho nenhum console. Você joga The Last of us? Sempre quis jogar... Ah e no computador? Já jogasse Five nights at Fred's?

E continuou tagarelando. Colin teve que se esforçar pra acompanhar a conversa do moreno.

– Sim, eu jogo bastante. Eu acho a história muito boa. E já ouvi falar, mas não tive coragem para jogar, dizem que dá muito susto... - Alex riu.

– Não acredito. Five Nights at Freddy's é muito bom. A melhor parte são os sustos. Você tem que jogar.

– Ah, claro. Um dia você vai lá em casa e enquanto eu jogo esse ai, você joga The Last of us.

Alex chegou a ficar com os olhos marejados. Segurou as mão de Colin, que o olhou curioso.

– Case-se comigo.

Colin explodiu em uma risada. Alex o acompanhou. Mas por dentro, aquilo o incomodou um pouco. "Ele ainda não sabe que eu poderia estar falando serio".

Conversavam sobre outro assunto, quando a garçonete chegou com as bebidas. Ela era uma garota bonita, da mesma idade deles, e tinha o sorriso mais branco que Colin já vira. Ela pôs as bebidas com cuidado na mesa e ao se retirar, piscou para Alex. Colin levantou as sobrancelha enquanto o outro observava seu chá, tentando achar padrões míticos no vapor que saia.

– Ela é bonitinha.

– É, mas não faz meu tipo. - o outro falou enquanto ainda observando o chá.

– E o que faz seu tipo?

– Mais alto, mais másculo. Com tanquinho de preferência.

– Ah - Colin falou, e pela sua expressão entendeu o que Alex quis dizer.

Alex evitou seu olhar. Já havia perdido algumas amizades por causa da sua preferência. Não queria que Colin fosse mais um...

– Você gosta de fisiculturistas.

Alex olhou chocado para o louro que sorria triunfante..

– O que? - Segurou o riso -Da onde você tirou isso?

Colin franziu o cenho confuso.

– Você não falou que gosta do tipo másculo, com tanquinho? Então, fisiculturistas são assim e...

– Homens. - Alex interrompeu.- Eu gosto de homens.

Colin ficou em silencio por um momento. Depois riu.

– Bom, faz mais sentido do que fisiculturistas. Sinceramente, elas são zoadas.

– Você não se importa? - Alex falou baixinho.

– Com o que?

– Com eu ser...

– Não - agora foi a vez de Colin interromper. Alex levantou o olhar para ele. - Você é uma pessoa legal e incrível e o fato de você gostar ou não de homens, não vai mudar isso.

Alex sorriu um pouco. O peso que estava em seus ombros desapareceu. “E eu achando que ele só tinha carinha de anjo...”


A conversa continuou por mais 1 hora, até que o sol já estava se pondo e os dois resolveram que era melhor ir para casa. Caminharam juntos até a estação: Colin seguiria a pé (sua casa ficava a 5 minutos de caminhada) enquanto Alex pegou o metro que ia para seu bairro.

A caminho de casa, passou por uma loja de conveniência. Sua mãe havia pedido para comprar algumas coisas simples, que ele poderia encontrar ali. Estava comparando os preços de dois sucos quando notou uma forma familiar no outro canto. Alice lia alguma revista exposta e parecia concentrada.

Alex ficou curioso, então foi nas pontas dos pés até a amiga. Tentou olhar por cima do ombro dela, mas ela, de alguma forma, sentiu o movimento atrás de si. Em alguns segundos, o cotovelo de Alice estava cravado em seu estômago e Alex soltava um gemido de dor.

–Ai Alex, que droga. Quer me matar de susto? - Alice jogou a revista em algum canto e veio ampara-lo.

– Acho que... O único que esteve... Perto de morrer... Fui eu. - Alex disse enquanto esfregava a mão onde a garota socara. - Só... Quis fazer... Uma surpresa

Alice olhou para o caixa, que estava distraído demais com seus fones para se importar com eles, e balançou a cabeça.

– Não faça mais isso.

...

Depois de se recuperar, voltaram juntos para casa. Alice morava a cinco ruas de distância de Alex; então já haviam feito esse trajeto varias vezes antes. Ele narrou como foi a tarde que passara com Colin, contou o que havia descoberto sobre o loiro e aproveitou a chance para esfregar na cara dela o que perdera.

– Ta bom, ta bom, já entendi. Foi divertido, você fez mais um amiguinho enquanto eu levava boladas na cara. Yay. - Alice revirou os olhos.

Caminharam mais um pouco até a baixinha perguntar.

–Ele não falou de Jules?

A simples menção do nome do garoto fez o estomago de Alex pular. Sentiu o rosto ficar 1 grau mais quente.

–Jules? Por que Colin falaria sobre ele?

– Ah, até parece que você não notou os olhares que ele lançou ao Jules. De bobo você não tem nada, Alexander. - Alice olhava pra frente, evitando, talvez intencionalmente, o olhar do amigo.

– Bom, não posso dizer que não notei. - admitiu - mas nem lembrei de comentar. Perguntarei amanhã.

Alguns segundos depois, Alice se virou para ele. Abriu a boca, apenas para fechá-la em seguida, sem dizer nada.

E assim, seguiram o resto do caminho em silencio.


EXTRA:

Alex e Colin estava a caminho do café de que o moreno comentou, quando de repente ele para. Colin também para, alguns passos depois.

–Hm? O que foi?

–Ei... Eu me apresentei?- Alex fala, inclinando a cabeça ligeiramente. Franzia o cenho também.

Colin pensou um pouco e reviu sua conversa mentalmente. Não houve nenhum momento em que o garoto se apresentara.

–Na verdade, não.

Eles se olharam por um tempo e depois caíram na gargalhada. Alex passou a mão no rosto.

–Meu deus. Quem é que convida alguém para comer sem antes ter dito pelo menos o nome?

–E quem é que aceita ir sem saber?- Ambos voltam a rir.

– Bom, sou Alexander. Mas chame de Alex. - o moreno estendeu a mão, que Colin apertou.

– Colin. Mas isso você já sabe.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Colin é um chuchu, né?
Sobre o extra, foi algo que veio na cabeça enquanto revisava. Tentei encaixar no texto, mas não gostei. Ai coloquei no fim mesmo :v

E se preparem,porque no próximo capitulo tem TRETA :3



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