When the Snow Starts to Fall escrita por TsunChan


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olaaar, podem tacar confete que eu finalmente voltei !!!

Primeiramente, vou explicar os motivos por trás deste sumiço:
1- Fui diretora em uma peça da escola.
2- Me convidaram para muitos aniversários e eventos.
3- ENEM
4- Bloqueio criativo, o terrível vilão.

Mas, aqui estoy yo. Esperem que aproveitem esse tão esperado capitulo!



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— A chuva não quer parar...— Colin murmurou, mais para si mesmo do que para a garota a seu lado. Apoiou a testa no pilar da varanda em que se encontravam.

Após a ultima frase da garota, a chuva ficou ainda mais forte, com seus grossos pingos encharcando as camisetas finas dos dois. Logo foram expulsos do local por professores e encaminhados aos dormitórios. Alice não falara nada desde então. Se sentou no degrau da varanda que dava acesso aos quartos, observando a chuva cair enquanto seus soluços cessavam. Parecia perdida em pensamentos e hora ou outra Colin a via trincar os dentes.

Colin não podia julgá-la, entretanto. Perdia-se nos próprios devaneios e não a questionara mais sobre o que estava falando. As perguntas enchiam sua mente, mas seu peito parecia apertado demais para fazê-las em voz alta. Queria saber onde estava Alex, se estava bem, se conseguiu se proteger da chuva que caía como se o mundo fosse acabar. A cada estalar de galho, seus olhos se moviam assustados, esperando que o som viesse daquilo que desejava, mas não passava de uma ilusão momentânea. Sua garganta secara nesse meio tempo.

— Ei, Colin. Eu posso confiar em você? — as palavras roucas e hesitantes da garota o arrancaram de suas preocupações. Ele a olhou, mas ela não havia se mexido. Parecia até que não havia aberto a boca.

O garoto suspirou e sentou ao lado da garota, a madeira clara rangendo embaixo dele. Dentro do dormitório, risos ecoavam altos dos garotos que se divertiam, alheios aos acontecimentos de momentos atrás.

— Com você perguntando isso, fico até um pouco ofendido. — ele falou, atraindo o olhar dela para seu rosto — Somos amigos, não?

Alice afundou o rosto entre os joelhos. Por mais que fossem isso, nunca se falaram tanto quanto naquela viagem. Colin era muito mais próximo a Alex e Piper, e na sua visão, continuava sendo um mistério. Ele também continham essa calma indestrutível, inabalável.... Exceto por aquele dia da briga.

— E então, o que quer me contar?

****

O som das gotas ecoava pela pequena e escura caverna, acompanhada pelo assovio do vento frio. Alex estava encolhido, sem sua blusa e sapatos, sentado no chão frio e úmido do local. Mesmo assim, não sentia frio nenhum. Pelo contrário, havia um calor crescente em seu corpo que deixava seu rosto quente e vermelho. Bom, quem não estaria assim se as costas nuas de sua paixão secreta estivessem contra as suas próprias?

Jules não falava nada e Alex também contribuía para o silêncio, se perguntando se aquilo era sorte ou revés.

Uma hora antes

Alex estava sentado no chão, cheio de terra e folhas grudadas em seus dedos e joelhos. Se arrastara para apoiar as costas em uma árvore, já que elas doíam um pouco do tombo. Já fazia um tempo que Piper havia saído e começara a chuviscar. Será que fora uma boa ideia mandá-la ir procurar Alice sozinha?, pensou enquanto encarava o tornozelo inchado.

Não podia deixar de pensar que fora abandonado sozinho ali, como o garoto da história de Isabel. Morreria de frio e fome, esquecido até que virasse um fantasma... Balançou a cabeça. O que estava pensando? A qualquer momento, alguém vai aparecer e nós vamos sair daqui direto para um banho quente. Esperou um pouco. Nada. Apenas o barulho da chuva caindo mais violentamente e o atingindo como balas geladas. Alex se encolheu, abraçando os joelhos, enquanto lágrimas se formavam em seus olhos. Tinha que admitir: estava com medo. Em sua mente, repetia um mantra: alguém me ajude. Não me esqueçam! Alguém, por favor... Co

O barulho de folhas sendo pisoteadas chegou aos seus ouvidos, sobrepondo o som da forte tempestade. Alex olhou em volta, com sentimentos ambíguos se formando em seu peito. Era alguém que veio o salvar? Ou seria algo ruim? Com a sorte que tinha, nada era impossível.

— Alex! — Uma voz falha por causa do esforço teve o efeito de uma injeção de adrenalina pelo corpo de Alex. Era voz de Jules!

— Aqui! — gritou, tentando-se levantar. Porém, o tornozelo o fez cair de joelhos na terra molhada com um gemido. Péssima ideia.

— Alex...— Jules apareceu atrás de uma árvore e correu até ele. Seus cabelos estavam molhados, ele todo estava, e gotas se acumulavam em seus cílios compridos. Alex perdeu o fôlego, apesar de sentir algo estranho no fundo do seu estômago. De alguma forma, imaginava que seria Colin quem procuraria Alex...

— Precisamos sair dessa chuva, ou ambos acabaremos de cama — Jules falou ao recuperar um pouco o folego. Se abaixou e ficou de costas para Alex, que permanecia de joelhos, como se esperasse algo.

— O que foi?

— Suba! — Jules olhou por cima do ombro — Você não pode andar, certo? Mancar faria você forçar seu tornozelo e pegaríamos mais chuva que o necessário...

— E-eu sou pesado! — Alex falou, não entendendo o porquê de tentar achar uma desculpa.

— Você não confia em mim? — Jules sorriu, como um garoto travesso oferecendo um doce proibido. Todo o frio que o moreno estava sentindo evaporou com o calor de seu rosto. Assentiu, apenas, e subiu nas costas quentes de Jules.

Andaram por alguns minutos até que encontraram uma pequena caverna, protegida da chuva e do vento gelado. Sentaram no chão frio de pedra e Jules avaliou a situação: ambos estavam molhados e com frio; estava chovendo muito para que ele pudesse fazer uma fogueira ou algo parecido; estavam bem afastados da trilha e provavelmente a ajuda demoraria a chegar. Divertido.

— Atchim! — Alex espirrou baixinho, assustando Jules — Me desculpa.

— Não, tudo bem... — Jules olhou para as roupas molhadas e transparentes do garoto — Não acha que devemos tirar essas roupas molhadas?

Alex engasgou e olhou para si mesmo. Era uma boa ideia, mas ficar pelado na frente do outro causava arrepios em sua pele. E se...

"Os garotos se encaravam enquanto a luz da lua banhava seus corpos nús. Um momento de tensão foi necessária até que eles se encarassem. O sentimento de ambos era claro: desejo. E então..."

"Uaaaah! O que estou pensando? Como explicar se tiver uma ereção agora? Bem na frente dele!"

— Alex? Você me ouviu?

— S-sim! É uma boa ideia... — mas não a mais segura.

Jules assentiu e começou a tirar a blusa. Alex o observou pelo canto do olho cada traço que podia captar na caverna escura. Mordeu o lábio para evitar babar: cada detalhe era incrível. Os ombros eram largos e o abdômen levemente definido, e toda a pele arrepiada por causa da chuva fria. Que visão!

Parou de encarar e tirou sua camiseta. Ela estava pesada e sufocante, colada em sua pele. Quando tentou puxa-la pela cabeça, ela simplesmente não saiu. Ficou pendurada como uma máscara pesada. O moreno ouviu um riso ao seu lado e sentiu um puxão arrancar a camiseta da sua cabeça.

— Você é realmente engraçado, Alex. — Jules estava de joelhos em sua frente, sem camisa e próximo demais. Mais um pouco e....

— Atchim!

— Pelo visto você ainda está com frio — Jules se afastou um pouco e pôs a mão no queixo. Seus olhos se arregalaram por um instante — Tive uma ideia! Fique de costas!

E agora se entravam daquela maneira, de costas e apoiados um no outro, compartilhando do calor que acumulavam. Aos poucos o frio se dissipava, Jules estava certo afinal, ao passo que preocupações impregnavam o cérebro de Alex. "Onde estaria Alice? Segura? E Colin, o que estaria fazendo agora? Estaria preocupado?"

**

Estava cada vez mais frio e Colin cogitava a possibilidade de deixar Alice refletindo sozinha. Invés disso, arrancou algumas graminhas e pensou em Alex. Na realidade, nunca parava de pensar nele. Era uma coisa incomoda no inicio, mas agora lhe parecia reconfortante e trazia um sentimento quentinho para dentro de seu peito. Junto com a pontada ao se lembrar que não era correspondido. Patético se apaixonar pelo amigo, não?

"De nada adianta pensar nisso agora." Olhou para a grama deformada entre seus dedos frios "Só me resta, então, fazer uma última tentativa com Alice"

— Mais cedo na clareira, — começou a falar, atraindo a atenção da garota — você disse que estava com raiva. Por que?

Os olhos azuis encontraram os da garota e nele podiam ver refletido o conflito que se passava. A curiosidade do garoto ardia em contraste com o vento frio que soprava. Por fim, a garota desviou o olhar e começou a falar baixinho.

— Por que... sempre, na hora em que Alex mais precisa, eu não consigo me mexer, enquanto ele faz o trabalho que deveria ser meu. — Alice fechou as mãos em punho — Hoje não foi a primeira vez, e mesmo assim eu continuei parada, impotente.

"Tudo começou no primeiro dia de aula. Alex tinha desaparecido e eu resolvi procurá-lo. Não demorou muito para encontra-lo: estava sentado no chão, no meio de uma rodinha cheia de garotos grandes. As bocas deles se mexiam rapidamente, então era possível deduzir que discutiam. Me lembro de ter feito um plano simples e rápido: chegaria, bateria em todos e sairia correndo na primeira oportunidade. Era eficiente, não? Só esperaria pelo momento certo, observando tudo de longe, atrás de um pequeno muro. O problema é que o momento certo nunca parecia chegar; eu não conseguia me convencer a mover. Minhas pernas ficaram petrificadas e nem minha voz saía. Era patético.

Então ele apareceu. Quase como um diplomata, resolveu toda a confusão sem se mexer muito, utilizando de olhares e gestos cheios de autoridade. Ele fez o que eu deveria ter feito e não pareceu se importar nem um pouco. Mais tarde, Alex me relatou o que acontecera, apenas confirmando a minha impressão. Mesmo com raiva infantil que estava sentido, senti necessidade de agradecer aquele garoto. Fui mais cedo pra aula naquele dia para isso. Foi ai que me dei conta que... Eu não conseguiria odiá-lo"

A lembrança do modo que ele sorriu depois do agradecimento cuspido de Alice invadiram a mente da garota e a sombra de um sorriso apareceu nos cantos de sua boca.

— Mesmo depois que ele contou o que houve ano passado entre vocês, eu consegui enxergar o arrependimento dele. — ela olhou para Colin — Você pode não acreditar, mas ele se arrepende muito do que fez.

Colin deu de ombros e voltou a olhar para a chuva.

— Desde então, percebi que...— ela se interrompeu, mordendo o lábio

— Que você gosta dele? — ela assentiu, com os lábios formando uma fina linha e os punhos tão fechado que estavam brancos.

— Sou uma péssima amiga, não?

Um barulho de galhos atraiu a atenção deles e de lá, uma figura loira e baixa saiu. Carregava na mão uma peruca escura e seu rosto tinha arranhões, provavelmente causados por galhos.

— Concordo. Sua amiga esta desaparecida por 3 horas e tudo que você consegue pensar é em sua vida amorosa.

— Piper?! — os dois disseram em uníssono.

— Você 'tá toda molhada. — Colin tirou deu casaco e pôs sobre os ombros da garota.

— Piper... Eu...— Alice parecia aliviada e inconformada — Onde você....

— Bom, você não percebeu, mas eu era um dos monstros do teste — Piper espirrou e ajeitou o casaco em seus ombros — Quando me viu, você saiu em disparada. Alex ficou preocupado e me mandou atrás de você. Quando vi, estava perdida no meio do mato.

Colin e Alice trocaram um olhar.

—Você não viu o Alex depois, Pips?

— Não. Ele disse que se virava e com essa chuva imaginei... — ela encarou os rostos dos garotos e sentiu um aperto no estômago — O que aconteceu?

Colin explicou o que acontecera, enquanto Alice abraçou as pernas, seus ombros tremendo para conter as lagrimas que ameaçavam cair de novo. A culpa pesava em sua mente.


***

Em determinado momento, Alex e Jules resolveram deitar. Não havia nada a fazer e a ajuda provavelmente só viria depois da chuva. Com as costas ainda encostadas, tentavam recuperar um pouco do calor perdido. Esperavam usar as roupas como cobertores improvisados, mas a umidade fazia que elas ficassem molhadas e fedidas. Então, ficaram deitados esperando pelo sono e se arrepiando a cada brisa gelada que entrava na caverna.

O maior objetivo no momento era dormir, mas o cérebro de Alex se recusava a parar de prestar atenção em cada pingo de chuva, cada expiração suave de Jules, cada estalar das árvores. Por fim, ele simplesmente desistiu de tentar sonhar e foi se sentar perto da entrada da caverna. A tempestade se fora, deixando apenas uma chuva fraca e gelada. O pé do garoto latejava e não era por menos: havia uma bola roxa em seu tornozelo e qualquer movimento brusco era como uma facada no local. "Tudo por causa da Alice" Alex suspirou, rindo baixinho depois. Era incrível como aquela garota conseguia fazer tanta cagada, mesmo sem intenção.

A situação por um segundo pareceu menos pior do que era.

Logo em seguida, um barulho de choro chamou a atenção de Alex. O garoto franziu a testa, pensando que era apenas impressão sua, mas o barulho continuou. A única pessoa que podia estar chorando era...

— Jules?

— Me desculpe, Emma — ele murmurava entre soluços — C-colin estava certo. Me desculpe...

— Ei, Jules — Alex engatinhou até o garoto e o sacudiu — Acorde.

— Não era para você ter se machucado, me desculpe — as lágrimas não paravam de escorrer e a cada toque de Alex, ele se remexia como se estivesse tentando se afastar — Alice disse...

— JULES! — Alex bateu com força no rosto dele.

Jules abriu os olhos e encarou o teto, sem expressão alguma. Contrastando com isso, estavam as lágrimas que ainda não pararam de escorrer.

— O que houve? — as palavras saíram arranhadas, como se machucasse pronuncia-las. Alex odiou vê-lo dessa forma, não queria ter memórias assim dele. Além do mais....

— Você teve um pesadelo...— respondeu, sem ainda olhar diretamente para ele - e bom, você começou a chorar. Parecia grave.

— Ah — Jules se sentou e limpou algumas lágrimas decorrentes — Ahaha que patético, não? Esqueça...

— Jules, quem é Emma? — o garoto replicou, interrompendo a risada sem emoção de Jules — O que Colin e Alice tem a ver com ela?

A pouca cor que restava do rosto de Jules desapareceu. Suas mãos começaram a tremer e ele abria e fechava a boca como um peixe.

— Isso... Ela...— Jules engoliu a seco. Alex balançou a cabeça rapidamente e balançou a mão.

— E-esqueça. Não deve ser algo que você queira contar agora. Eu só... — "me sinto de fora. Se até Alice está envolvida..."

Mais silencio. Porem desta vez, era preenchido de desconforto por ambas as partes. Alex se levantou e cambaleou até suas roupas.

— Está chovendo mais fraco. Acho... Acho que não teremos problemas pra achar o caminho.

Jules assentiu e se levantou. Caminharam até a entrada, onde observaram estáticos a garoa. Alex deu os primeiros passos, mancando e cambaleando um pouco. Era obvia a tentativa de se livrar do apoio de Jules, já que se sentia excluído.

— Alex — ele segurou o braço do garoto, impedindo-o de cair - Se meu pesadelo o incomoda tanto assim, eu o conto depois.

— Hum — Alex resmungou em resposta, se apoiando novamente no outro.

*

Colin agora estava deitado em um sofá macio e antiquado no salão comum do alojamento. Um professor veio brigar com eles já que estava tarde demais para ficar vadiando na varanda. Alice e Piper haviam tomado banho e cochilavam apoiadas uma contra a outra. Isabel, a suposta responsável por ficar de olho neles também se encontrava em sono profundo e resmungava de vez em quando.

Fazia quase 30 minutos que a chuva parara por completo e sem o incomodo barulho, Colin conseguia prestar atenção aos sons de fora da casa. Talvez seja por isso que ele se levantou de depende e balançou o ombro de Isabel.

— Isa, acho que você deveria ir pegar algumas toalhas.

— Hum, ta bom — ela resmungou — Mais cinco minutinhos e eu já vou

— Não, tem que ser agora — ela não se moveu. Colin revirou os olhos — Vou contar ao Sr.Xavier que você dormiu em serviço

— Urgh. Já estou indo — professora se levantou, fuzilando Colin com seus olhos verdes nublados pelo sono — Esses jovens de hoje em dia, não respeitam nem uma pobre professora...

Ele esperou ela se afastar e destrancou a porta da varanda, espiando rapidamente pela janela. Suspirou, odiando e apreciando o fato de estar certo. Então, caminhou pela sala, se dirigindo à direção contrária de onde desaparecera Isabel, e entrou no dormitório masculino. Agora deveria conseguir dormir um pouco.

— Colin, só havia essas 3 toalhas — a professora surgiu, com uma pequena pilha em seus braços — Mas por que exatamente você precisava...Colin?

O garoto não estava em lugar nenhum. "Esse garoto..." Isabel andou pela sala, olhando os cantinhos para confirmar que ele não se escondera e planejava dar-lhe um susto. Foi quando a porta da varanda abriu de re pente e dalí saíram Alex e Jules, encharcados e tremendo de leve. A professora deixou as toalhas caírem.

— O que...

— Professora, acho que precisaremos disso.

*

Com toda a comoção, não demorou muito para Alice e Piper acordarem de seus cochilos e se juntarem ao escândalo. Só restou a Isabel banir as garotas da sala para evitar que elas acordassem todos os outros alunos.

Jules, como estava tremendo e batendo os dentes, foi tomar um banho quente enquanto Alex tinha seu tornozelo enfaixado por Isabel. Ela não parava de pensar em Colin e sua atitude estranha. Por que manda-la buscar as toalhas e sumir logo depois?

"Será que ele queria evitar os dois?"

A professora levantou o olhar e observou Alex. Ele ainda estava sem camisa, agarrado à uma toalha envolta de seus ombros como um manto. Seu rosto possuía alguns arranhões e olheiras escuras, seu cabelo não pingava mais, apesar de estar ondulado e sujo. Logo percebeu o olhar e com uma interrogação, a encarou de volta.

"Acho que nunca saberei"

— Acho que deu, Alex — Isa se levantou de onde estava abaixada — Troque de roupa e vá dormir. Amanhã de manhã você toma seu banho.

Ele assentiu.

— Sim. Preciso estar descansado pra responder o interrogatório daquelas duas — Alex se levantou e mancou até a porta do dormitório — É admirável que elas tenham ficado me esperando até essa hora.

— É, aqueles três estavam bem preocupados. Colin mal piscava...— "Merda, eu devia ter contado isso?". Alex deu um giro de 180º .

— Colin também ficou esperando?

— Sim, ele ficou até um pouco antes de você chegar. — Isabel balançou os cabelos do garoto — Vá dormir, já está tarde.

Alex deitou na cama imediatamente depois de entrar no quarto. Todos seus colegas dormiam profundamente, com a baba escorrendo pelo queixo e molhando o travesseiro. "Nojento", pensou enquanto bocejava. A seu lado, Colin estava deitado, com um dos braços sobre os olhos. Alex queria chama-lo e perguntar... "Perguntar o que? Não há necessidade de acordar ele, além do mais ele ficou me esperando até a pouco..."

— Alex. — o moreno saltou ao ouvir a suave voz ao seu lado — Como você está?

— Mais gelado que o normal — " e meio confuso"

— Ah ah — Colin se sentou e pegou algo que Alex não conseguiu identificar — Eu imagino.

— Ei, Colin, você conhece... — ele parou no meio da frase, refletindo se esse era o melhor momento para perguntar — Esqueça. Amanhã a gente conversa.

Os olhos do garoto estavam pesados e era difícil se manter consciente a ultima coisa que se lembra era de sentir algo cair em cima dele, algo fofinho e quente e uma mão quente passar sobre seus cabelos, embalada por um suave "Boa Noite".

Quando Alex acordou, estava sozinho no quarto e faltavam 15 minutos para o almoço. Sua barriga roncava como um dragão que não via carne há séculos e só de imaginar o que teria para o almoço, sua boca salivava.

Levantou-se em um pulo e enfiou uma camiseta qualquer pela cabeça. No momento, não se importava que estivesse usando uma camiseta amassada. Estava focado em seu único objetivo: comida.

Tão focado que quando entrou pela cozinha, trombou com Colin. Ele estava carregando alguns pãezinhos, que foram surrupiados em questão de segundos.

— Alex! Isso é para o almoço

— Uhum — Alex ignorou o sermão e continuou mastigando. O loiro suspirou.

— Pelo menos me ajude. Pegue aquelas coisas e me siga.

Alex tentou pegar mais um pão, mas foi repelido por um forte tapa.

Depois de ajuda-lo a arrumar os ingredientes, hoje seria a vez de outra turma cozinhar, eles foram dar uma volta pelo local. Com toda a confusão, ambos não tinham tido tempo de conhecer as paisagens de forma adequada, então aproveitaram a oportunidade. Tudo isso preenchido por conversas superficiais, com a pitada de curiosidade contida de Alex. O moreno buscava um momento para perguntar o que o remoía e quando viu uma brecha, soltou a pergunta.

— Colin, quem é Emma?

O loiro, que estava arrancando as pétalas de uma florzinha, congelou. Sem se virar para Alex, apenas deu de ombros e continuou sua atividade, apesar de estar em um ritmo visivelmente mais lento.

— Onde você ouviu esse nome?

— Jules murmurou enquanto dormia, ontem a noite. Ele falou seu nome depois — " e o da Alice"

Finalmente, Colin olhou para ele. Era uma mistura de hesitação, pena e medo que, por um segundo, atravessou seu olhar. Ele se levantou logo em seguida.

— Eu lembrei de algo. Nos vemos no almoço. — Colin caminhou para a floresta, fugindo da pergunta.

Depois do almoço, Alice apareceu e sem falar nada, pegou no pulso de Alex e o levou para a floresta. Ignorou os protestos do garoto e calou as perguntas com um seco "Você vai entender tudo depois". Sua testa estava franzida e parecia tenso. Estava implícito que algo acontecera ou iria acontecer.

Chegaram finalmente em uma parte da floresta onde havia alguns troncos caídos. E neles, três pessoas com as mesmas testas franzidas estavam sentadas. O clima era pesado, algo parecido com hesitação pairava entre cada um dos rosto, que agora se levantaram para olha-lo.

— Piper, Colin, Jules... O que houve? Por que...

— Bom, acho que escondemos isso por tempo demais de você...

— Sem motivo — complementou Piper, ignorando o olhar duro que Jules lançou.

— É injusto só você não saber, mas Alex entenda, se eu pudesse eu teria contado e... — Alice apertou a mão dele

— Sinceramente, estão fazendo muito caso para pouca coisa. E nem faz tanta diferença...— Piper comentou, mas foi interrompida por Colin

— Você queria saber quem é Emma, certo? Bom, eu e Jules iremos contar.

— Bom, chegou a hora Alex: você conhecerá meu tão odiado segredo. - Jules sorriu amargamente.


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Notas finais do capítulo

Vish.

Para um capítulo dramático, por que não um final dramático?
Apesar disso, sinto que podia ter escrito mais e melhor. De qualquer forma, espero que tenham curtido.
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