Zodíaco: O 13º Signo escrita por Rodrigo Fregnani


Capítulo 6
O Teste de Compatibilidade


Notas iniciais do capítulo

Obrigado à galera que favoritou a fic e que deixou comentários.
Vocês são sensacionais! xD
Mais um capítulo e espero que gostem.



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Os meus novos amigos, Kikliton, Jaron, Milkt e Aspin, foram para a mesma sala que eu para a realização do teste de compatibilidade. Eu estava tão nervosa, ansiosa e, principalmente, encantada com tudo.

A arquitetura eclética da Academia era maravilhosa. Por onde passava, havia afrescos deslumbrantes e estátuas exuberantes dos signos do Zodíaco. Todas as salas eram enormes e imponentes, transbordavam sabedoria.

Sentei-me em uma mesa individual, assim como todos ali presentes. Devia ter uns cem novatos naquela sala em que eu me encontrava. O restante se dispersara pelas outras dezenas de câmaras espalhadas pela instituição.

─ Nervoso, Shorin? ─ perguntou-me Kikliton.

─ Um pouco, e você?

─ Também. Quero muito que o teste seja compatível com o signo de Capricórnio.

Assenti.

Todavia, meu nervosismo não se devia ao fato de meu futuro signo do Zodíaco. Qualquer um para mim seria ideal. Eu estava inquieta com o nível de dificuldade do teste. Estaria eu apta a fazê-lo? Teria instruções o suficiente para realizá-lo? Por mais que soubesse de muitas coisas graças às aulas escondidas de papai, seria o bastante?

O teste me diria.

Ficamos na sala com o signo de Peixes. Agradeci por ser o signo da sensibilidade a aplicar a prova. Deixar-me-ia um pouco mais à vontade.

─ Olá, novatos! ─ saudou o último signo do Zodíaco. ─ Em suas mesas, vocês encontrarão as folhas do teste e carvão para escreverem. Terão duas horas de duração. Por favor, nada de olhar as repostas do colega ao lado, muito menos ajudá-los. Este é um teste que requer seriedade e responsabilidade. Seus destinos dependem dele. ─ Observou-nos com ar complacente. ─ Podem começar. Espero ver muitos de vocês em minhas aulas semana que vem.

Quais aulas eu participaria dali em diante? A qual signo seria meu destino?

Para saber estas respostas, precisei iniciar o teste. A primeira página eram assuntos de Astrologia. A segunda era destinada a assuntos Astrológicos. A terceira era a página das questões de História. A quarta página eram perguntas relacionadas à Geografia. A quinta eram questões de Literatura, meu assunto favorito. A sexta página, Matemática. A sétima, Ciências. Por último, questões de respostas pessoais foram elaboradas para conhecer um pouco mais a personalidade do garoto e, assim, facilitar o encontro do signo ideal. A oitava folha era a que tinha mais perguntas.

Consegui responder com grande facilidade, surpreendendo a mim mesma com minha capacidade intelectual. Escrevia com prazer, sem medo de ser censurada de que mulher não deveria ler e nem escrever. Se soubessem quem eu era, a fogueira seria meu destino. Mas resolvi dispersar pensamentos penosos, pois confiava que ninguém nunca descobriria meu segredo e eu me formaria na Academia do Zodíaco. Seria a primeira mulher a se formar na instituição!

─ Tempo esgotado! ─ alertou Peixes. ─ Por favor, passem suas provas para frente.

Dei um beijo em meu teste e rezei aos deuses que iluminassem minha vida acadêmica.

─ Vocês terão esta semana para conhecer a Academia ─ avisou Peixes, assim que todas as provas foram entregues. ─ O resultado de seus testes sairá na semana que vem, assim vocês começarão suas aulas de acordo com o signo destinado. Aproveitem as festas e confraternizem com os veteranos. ─ Sorrindo, concluiu: ─ Divirtam-se na Academia do Zodíaco! A partir de agora, este é o lar de vocês.

Saí com um largo sorriso de satisfação nos lábios.

─ E então, Shorin? ─ Jaron apoiou sua mão em meu ombro. ─ Como foi na prova?

─ Acho que bem, e você?

─ Também.

Avistamos Milkt, Aspin e Kikliton nos esperando perto da porta.

─ E aí, galera? ─ comentou Aspin. ─ Que tal a gente procurar os nossos dormitórios?

Todos concordamos e fomos para a área que abrigava os alojamentos. Neste momento, recordei-me de que precisaria compartilhar minha privacidade com um cavalheiro. Se fosse para dividir com alguém, então que fosse com um dos meus colegas, pois já tinha certa afinidade com eles.

Paramos em frente a um mural, cuja obrigação era informar aos alunos as atividades da Academia. Porém, naquela primeira semana dos calouros, o mural era responsável em mostrar a qual quarto o jovem deveria dormir.

─ Vamos ver... ─ Jaron passou o indicador na enorme lista em ordem alfabética. ─ Estou no dormitório 11J.

─ Eu vou dividir com você, então ─ anunciei aliviada. ─ Seremos colegas de quarto, Jaron!

─ Que ótimo, Shorin. Só espero que não solte muitos puns à noite, viu?

Meus outros colegas também procuraram seus nomes. Nenhum deles dividiria o mesmo quarto, mas Aspin seria meu vizinho de porta, enquanto Kikliton e Milkt seriam vizinhos de corredor.

Rumamos às portas dos alojamentos. Kikliton e Milkt se despediram, enquanto Jaron, Aspin e eu subíamos para o nosso andar.

─ Bem, eu vejo vocês mais tarde na refeição ─ disse Aspin, assim que encontrou seu quarto.

─ Tudo bem. Até mais tarde ─ despediu-se Jaron.

O nosso quarto era bem confortável e espaçoso. Duas enormes e aconchegantes camas encontravam-se uma ao lado da outra, sendo separadas apenas por uma cômoda de madeira rústica. Dois baús grandes e decorados eram vistos, e duas escrivaninhas com duas confortáveis cadeiras estavam dispostas para, assim, ninguém brigar na hora de estudar. Uma lareira aquecia o ambiente e dava uma sensação deliciosa.

─ Muito legal! ─ encantou-se meu novo colega de quarto.

Observei as camas e, graças aos deuses, tinham cortinas para dar privacidade aos dorminhocos. Achei muito bom, pois, caso Jaron acordasse primeiro do que eu, não teria perigo de descobrir algo sem querer.

Jaron jogou sua pequena bagagem na cama que escolhera para si.

─ Não quer conhecer os outros? ─ convidou-me.

─ Depois eu vou ─ respondi no automático, porque estava deslumbrada com a imagem que a sacada proporcionava. ─ Pode ir à frente.

O ruivo assentiu, saindo sem cerimônias.

Comecei a pensar em Thotin. Em qual dormitório ficaria? Será que encontrara colegas legais? Será que fora bem no teste? Estaria meu irmão tão ansioso pelo resultado quanto eu? Eram tantas perguntas que ficariam sem respostas.

Suspirei. Meu irmão fazia-me uma falta imensa. Ao mesmo tempo em que eu não queria encontrá-lo por temer ele atrapalhar os meus planos, ansiava em abraçá-lo e relatar-lhe tudo o que me ocorrera de bom até agora.

Fitei-me no espelho. Ainda não me acostumara à minha imagem de menino. De fato, parecia-me muito com Thotin, mas ele tinha porte de homem, ao contrário de mim, que mais parecia um franguinho recém desmamado. Parecia um garotinho indefeso. Não era à toa que o ferreiro e o guarda da Academia duvidaram de meus dezesseis anos. Para um rapaz desta idade, eu estava muito franzino.

─ Não vai para o banquete, Shorin? ─ escutei Kirkliton me chamar.

─ Claro, estou indo! ─ alegrei-me, juntando ao meu amigo de cabelos trançados.

Mirei Kirkliton e achei-o muito bonito. Era forte, alto e seus olhos eram castanhos intensos e fogosos.

─ Você tem irmãos? ─ investiguei durante a caminhada até o refeitório.

─ Sim, tenho dois. Uma irmã de treze anos e um irmão de nove. Sou o mais velho da turma.

Queria ter perguntado sobre sua relação com os irmãos, principalmente com a irmã, mas resolvi ficar quieta e apressar os passos, antes que não encontrasse mais nada para comer.

O refeitório, não podia ser diferente, era imenso. Mesas compridas eram organizadas linearmente sobre o salão, acompanhadas de bancos de igual latitude. Escutavam-se vozes e mais vozes misturadas; vozes graves e fortes que estrondavam o local. Muitos rapazes estavam espalhados, e podia-se ver alguns veteranos com suas roupas coloridas de acordo com sua casa do Zodíaco.

─ Ei, Kikliton! Shorin! ─ Milkt gritava nosso nome, chamando-nos para nos juntarmos a ele e ao resto do grupo.

─ Guardamos lugares para vocês ─ disse Aspin mastigando uma enorme coxa de peru.

Todos comiam com voracidade e dedicação. Devoravam coxas de peru, frango e pernil sem nenhum pudor ou educação. Arrotavam alto e soltavam gases enquanto comiam. Bebiam vinho em excesso, embriagando-se com o líquido e com o momento.

O mais comportado da turma era meu colega de quarto ruivo. Ficava bravo quando nossos companheiros se comportavam de forma bárbara, repreendendo-os de vez em quando.

Eu comia discretamente, como sempre havia feito. Não cosumia muita bebida alcoólica, portanto, apenas uma taça fora o necessário para me saciar.

Não estava com tanta fome. Acho que a alegria também pode tirar o apetite.

Escutava a conversa de meus novos colegas quando, de súbito, eu o avistei. Meu irmão estava rodeado por outros rapazes em uma mesa, mas parecia bem alheio à conversa animada. Estava com uma expressão um pouco preocupada e triste. Deduzi que eu era a culpada pelo peso no coração de Thotin. Quase fui falar com ele e dizer que estava tudo bem comigo, que ele podia festejar com seus novos amigos sem peso ou remorso.

─ Aonde vai, Shorin? ─ perguntou Kikliton quando me levantei. ─ Não vai comer mais?

─ Vou para o meu dormitório. Acho que não estou passando muito bem.

─ Ah, para de ser mariquinha, Shorin! ─ brincou Aspin. ─ A festa só está começando.

─ Prometo festejar com vocês amanhã, pode ser?

Eles ficaram me olhando com curiosidade, mas pouco me importava seus olhares sobre mim. Queria ficar um tempo sozinha, refletindo e absorvendo tudo o que acontecera em tão pouco tempo.


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Notas finais do capítulo

Ei, não fuja! Você vai comentar, não vai?
Está gostando muito da fic? Que tal colocar em seus favoritos?

Por hoje é só, pessoal!



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