The Gray Garden (HIATUS) escrita por Dreamy Impossible


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer:
~ Lia Kenoharu~
Que me deixou um comentário lindo. Muito obrigada.
Boa leitura!



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— Você está de bom humor hoje, Etihw. - Wodahs diz aparecendo no salão, onde Etihw costuma sentar-se todos os dias com Kcalb. — Há alguma razão em especial?

— Nah, mais ou menos. - Ela responde sorrindo.

— Hm. - Ele age desinteressado. — Aproposito, onde Kcalb está? Já deveria ter acordado.

— Pois é. - Ela segura o riso. — Oh, ele está vindo!

A porta do salão se abre, e Kcalb entra, com cara de poucos amigos. Ele possuía um semblante irritado e até mesmo um pouco assustador, ainda mais quando ele viu o rosto de Etihw, que segurava o riso.

— Parece que alguém acordou mal-humorado. - Pronuncia Wodahs.

— Você...! - Diz irritado, enquanto se aproximava. — Foi você, não foi ?!

— O quê eu fiz? - Ela pergunta em um tom brincalhão.

— Sua...! VOCÊ ME TRANCOU!

— Haha, calma, foi só uma brincadeirinha!♪

Ele fecha o semblante e se senta, emburrado. Wodahs observa aquela situação e revira os olhos. E logo se dirige a Etihw.

— Etihw, chegou uma convocação para você. - Ele diz entregando uma carta.

Ela abre a carta e começa a ler. Enquanto lê a carta mantei sua expressão seria.

— Que estranho. - Ela finalmente diz após terminar de ler. — Aqui diz que é de extrema importância a minha presença.

A Grande Reunião, você diz? - Pergunta Wodahs.

— Por que é de extrema importância minha presença, em uma reunião de um bando de velhos bêbados ? - Ela se pergunta arqueando uma sobrancelha, e logo depois suspirando, e devolve a carta para Wodahs.

— Para quando é? - Finalmente pergunta Kcalb, com uma expressão seria.

— Daqui três dias.

— Devo confirmar sua presença? - Pergunta Wodahs com uma prancheta em mãos.

— ...Sim, vejamos o que eles querem. - Ela diz, por final, se espreguiçando.

Wodahs assente e sai do salão. Um silencio prevalece. Kcalb pega alguns bolinhos que estavam em cima da mesa e um pouco de chá, evitando olhar para Etihw, pois ainda estava furioso pelo acontecido.

— Kcalb.

Ele apenas a ignora, colocando um bolinho na boca.

— Ei, Kcalb!

Ele toma um gole de chá, com seu olhar direcionado para a porta principal, ainda a ignorando.

— Ei, velhote! Será que a velhice afetou sua audição? - Ela brinca.

— Quem você chamou de velho?!

—Não fique bravo por algo tão estupido.

— Estupido é você, invadir meu quarto.

— Ah, cara, não tem nada de mais. - Ela olha para a mesma direção que ele. — Foi entediante, se você quer saber. - Ela se debruça sobre a mesa. — Que decepção, eu achei que você estaria ao menos, apenas com as roupas de baixo.

Ele continuava com o olhar direcionado a porta, porém Etihw podia ver que suas bochechas estavam em um tom rosado.

— Sabe... - Ela continua a provocação. — ...Eu me pergunto qual a roupa de baixo que você está usando agora. - Ela diz, por fim sorrindo, após ver que o rosto de kcalb era tomado pela coloração vermelha.

— ... Isso é assedio. - Ele diz firme e um pouco irritado por estar sendo provocado.

Etihw ri, Kcalb se recompõe.

—...Quando você for a Reunião. - Diz Kcalb fazendo com que Etihw pare de rir. — Não acha que a segurança aqui deveria ser reforçada?

— Uh, sim. Mas você da conta, certo? - Ela diz comendo um bolinho.

— Esse não é o problema, você deveria verificar as pedras e aumentar o números de guardas, para que não aconteça o mesmo quando Ivils... - Ele diz se irritando, lembrando do acontecimento anterior.

— Ta, eu entendi, vou ser cuidadosa dessa vez, calma.

(...)

Quente.

Essa sensação é quente. Esse lugar tão frio e escuro, mas agora há algo quente aqui. A quanto tempo estou aqui, eu não sei. Não vejo nada, não sinto mais dor. Mas há algo quente aqui, depois de tanto tempo, há algo com vida aqui. Porque eu mesmo estou morto. Sinto que posso mexer minhas mãos. Estou sentindo novamente meu corpo.

Algo em meu colo. Meus sentidos ainda estão confusos, não sei se estou com os olhos abertos ou não. Posso levantar meu braço, sinto uma leve formicação. Está tão escuro. Esse calor vem do que está em meu colo, é leve. Minhas pernas doem.

Levo minhas mãos até onde estava o calor. É macio, há algo como...Cabelo? Sinto meus dedos se entrelaçarem com os fios. Há alguém aqui, mas está tão leve. É confortável acariciar. Mas minhas mãos estão estranhas. Meladas de algo. O rosto da pessoa também, mas que estranho, não sinto sua respiração.

— Quem é você?

Sinto meus olhos arderem, luz. Coloco as mãos no rosto, protegendo-o. Sinto um cheiro estranho. Quando tiro as mãos do rosto, minha visão vai se estabilizando. Minhas mãos estão sujas de algo vermelho. Isso tem um cheiro tão estranho. Olho ao redor, há algumas manchas vermelhas, e algumas pedras destruídas. Um pedra branca em especial, me chamou atenção, estava rachada, mais ainda tinha uma fraca luz. Minha cabeça começa doer. O que é isso tudo, eu não sei. Pedras, vermelho, branco...

Pedras...Sangue...Branco...?

Abaixo minha cabeça, sinto que posso respirar, mas aquele cheiro estranho continuava. Fios negros estavam enrolados em meus dedos. Posso encarar o rosto dessa pessoa, que estava manchada de sangue. Meu coração dispara, sinto um dor me atingir como uma lamina, atravessando meu peito.

— ...Eti.

Meu corpo ainda estava impossibilitado. Mas eu podia ver perfeitamente o rosto pálido de Etihw. Minha boca treme. Seu rosto estava com hematomas, escorria sangue de sua boca. Desci meu olhar, suas roupas, estavam rasgadas, sujas. Em seu pescoço hematomas roxos, e eu podia ver perfeitamente que algo lhe havia atravessado o peito.

— ...Eti, o que você está fazendo?

Uma poça de sangue. Minhas mãos estavam sujas de seu sangue.

— ...Acorde, não é hora pra isso.

Sinto minha voz morrer no final da frase, minha garganta está seca. Sinto o calor aconchegante de seu corpo se dissipar. Agora, sinto alguns cortes em meu corpo também. Mas minhas mãos estavam sujas do sangue dela.

— ...Ei... precisamos de você.

Sinto meus olhos ficarem pesados. A boca de Etihw não possuía o sorriso que eu tanto amava. Um desespero me dominou.

—...Sorria para mim...- Digo enquanto me aproximo de seu rosto, sinto minha visão embaçar.—...Por favor.

Minhas lagrimas caem em seu rosto. Ouço algo cair, era a pedra branca, que antes emitia uma luz, agora estava despedaçada. Minha Etihw.

—...Me perdoa. - Tento respirar fundo, as lagrimas não param de cair. — Fique.

Eu a abraço. Sinto o calor de seu corpo ir embora.

Quero ouvir novamente a sua voz.

Um ódio me consumia. Quem? Algumas cenas vinham em minha mente, elas passavam rápido.

Minha, apenas minha.

Queria o culpado. Minhas lagrimas não cessavam, eu ainda chamava por Etihw, na esperança que ela me ouvisse.

Ninguém tem o direito de toca-la.

Mas Etihw não me ouviu. Não importava o tanto que eu a chamasse.

Uma ultima cena, veio em minha mente. Eu vi. A cena me fez paralisar. Meu braço atravessando o corpo de Etihw, vi o seu rosto agonizando.

Pare.

Me vi soltando-a. Ela cuspia sangue, e então, eu levantava minha espada contra ela.

Pare.

A lamina desceu e a cortou. Risadas eram ouvidas, Etihw não se levantou.

— Eu matei...- Minha boca estava seca. —...eu matei.

E agora, eu segurava o seu corpo sem vida.

Etihw, fique comigo.

Me dê uma nova chance. Não vá.

Eu quem deveria estar morto.

Volte.Volte.Volte.

Troque de lugar comigo.

Inúmeras coisas me passaram pela cabeça, eu queria ajuda, queria gritar. Eu queria que ela me dissesse que era mentira. Eu a matei. Eu não a odeio, mas a matei.

— Etihw, por favor, acorda! -Eu aperto o abraço.

Eu matei.

Eu...apenas eu.

Minhas mãos possuem o vermelho do sangue de Etihw.

Minha cabeça girava. Sentia uma dor insuportável.

Acorde.

Que eu morra.

Acorde.

Troque de lugar comigo.

Acorde.

"—Eu só ...destruo.

—Tudo bem, Concertaremos isso. "

— Acorde!

Em um impulso, ele levanta a cabeça. Kcalb estava suado. Ele bate com cabeça na tampa do caixão. Leva uma das mãos até a cabeça e respira fundo. Então, abre o caixão e se senta. Ainda estando com a mão na cabeça, olha em volta. O diabo se acalma, ao ver que o que acabara de ver, era apenas um sonho. Mas seus olhos estavam inchados. Ele sentiu um alivio, por tudo aquilo não ser verdade. Sentiu medo. O mesmo pesadelo novamente.

—Etihw. - Ele diz quase que automático, colocando suas mãos no rosto.

Por um momento, sentiu uma leve vontade de ir ao quarto de Etihw. Mas logo desistiu. Se ele acordasse seria um problema, pois amanhã seria a reunião. Desde que soube sobre a reunião, não conseguia dormir direito. Conhecia alguns Deuses, e não se importava com eles. Alguns eram realmente ignorantes e outros bem piores que os próprios diabos.

Enquanto pensava, resolveu pegar algum doce. Se levantou e saiu do quarto. Ninguém estava acordado, então, foi dar algumas voltas, pois estava sem sono.

Passou pela vila Gray Graden, e seguiu caminho até o jardim. Estava silencioso, o que era ótimo. Quando ouviu um ruído. Passos que passavam quase que despercebidos, caminhando em direção a floresta. Kcalb, com toda sua experiência, resolver seguir e saber afinal, de onde vinham.

— Kcalb.

A voz de Wodahs tomou a atenção de Kcalb, que já caminhava em direção aos ruídos.

— Há algo errado?

Kcalb não se assustou, ficou em silencio. Depois de pensar um pouco, respondeu.

—Não. - Ele se volta para Wodahs. — Pelo menos, não ainda.


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Notas finais do capítulo

Espero-lhe no próximo capitulo.
Bye



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