Um mês depois:

Esse mês passou muito rápido, já entrei na oitava semana de gestação e já é possível ver uma pequena saliência em minha barriga. Me divido entre assistir programas de parto, passar mal e ficar admirando minha barriga através do espelho.

Peeta vem sendo cada vez mais atencioso e carinhoso comigo, não tem como ficar melhor. Estou deixando meu pai se aproximar aos poucos (ele até contatou uma empregada que vem salvando nossas vidas), e por mais sincero que ele vem sendo ainda desconfio. Minha mãe não apresentou nenhuma melhora no tratamento, não sei como vai ser quando a última opção será o transplante.

Peeta saiu mais cedo alegando ter que resolver uns problemas e eu fiquei em casa me empanturrando da comida da Mags, essa foi uma das poucas vezes em que meu pai deu uma dentro, um pontinho para ele. Sobre mim, há dois dias fui a uma consulta de rotina, além de me emocionar novamente com a ultra, acabei levando uma enorme bronca do médico pois engordei quatro quilos! Desse jeito eu vou virar uma orca, mas parece que a minha fome nunca é saciada, quando vejo já estou comendo.

Recebo uma mensagem de Annie perguntando se eu poderia ir tomar um sorvete com elas, não deu outra só de ouvir a palavra sorvete já fico com água na boca. Me troco rapidamente e logo estou na sorveteria. Cumprimento todas e logo já estou no terceiro pote de sorvete, não consegui resistir, é tudo tão gostoso!

Conversa vai conversa vem e já estamos ali há quatro horas, elas também estão super empolgadas com o bebê. Quando estamos de saída dou de cara logo com quem? Isso mesmo Gale, ainda bem que estou com um vestido bem soltinho, se ele descobrir essa gravidez vai ter um surto!

– Oii, Kat, quanto tempo! – Ele diz me abraçando

– Pois é, mas já estamos de saída até outro dia. –Digo tentado sair dali o mais rápido possível.

– Ouvi dizer que está saindo com um cara novo, é verdade? – Ele pergunta e eu gelo

– Isso não é da sua conta, não temos mais nada a ver! – Falo e corro para o carro de Clove. Ele grita meu nome várias vezes, mas não volto atrás. Não entendo esse “ciúme’’ que ele tem das ex-namoradas.

Acabamos parando no shopping, as meninas alegaram que meu bebê precisava de roupas, achei cedo demais para isso, mas não discuti, elas estavam muito animadas. Também acabo comprando algumas roupas para gravidas, algumas não, várias. Digo que me empolguei demais tanto as minhas quando as do bebê, é que é tudo tão lindo que dá vontade de comprar a loja inteira!

Finalmente chego em casa e com a ajuda de Mags consigo guardar todas aquelas roupas, ela vem fazendo papel de mãe em minha vida, vive me dando conselhos e me ajuda em tudo.

Já se passa das dez e nada de Peeta chegar em casa, começo a ficar preocupada, afinal, ele saiu cedinho de casa. Deixo uma mensagem em seu celular, mas sem resposta, o celular também só dá desligado, não sei mais o que fazer.

Acabo pegando no sono e acordo de madrugada com o barulho da porta, segundo o relógio já são quatro e meia da manhã! De longe reconheço o rosto de Peeta, mas ele está diferente, com a cabeça baixa e andando desengonçado, não é possível que ele esteja bêbado. Ando lentamente até ele e pergunto:

– Peeta, você está bem?

– O que você quer? Pare de me perturbar! – Ele diz ríspido e sinto o cheiro da bebida de longe

– Vem, você precisa de um banho! – Falo tentando me aproximar, mas ele me empurra e quase perco o equilíbrio. Não suporto gente bêbada!

– Não chegue perto de mim, você acabou com TUDO! – Ele fala grosso

–Peeta, se acalma! Do que que você está falando? – Pergunto já irritada

– Essa criança, ela estragou tudo!

– Como assim? – Pergunto já chorando

– Eu fui aceito na faculdade, na melhor! E eu não vou por causa dela! – Ele fala cuspindo cada palavra na minha cara.

– Eu não te proibi de estudar em nenhum momento! E se você não quiser, ótimo. Eu crio meu filho sozinha! – Digo chorando e ele simplesmente desaba no chão e eu em seguida.

Não sei mais no que pensar, horas atrás ele estava todo feliz pelo bebê e agora joga na minha cara que ele estragou tudo? Sim, pode ser o efeito da bebida, mas ele não ia agir assim do nada!

Subo para meu quarto em prantos e enfio minha cara de baixo do travesseiro, não quero mais pensar em nada, e é assim que acontece acabo dormindo minutos depois, sem muita esperança de como seria daqui para frente.

Acordo e me deparo com Peeta deitado ao meu lado, não é possível que ele teve a pachorra de deitar do meu lado, tudo o que sinto no momento é raiva, me estresso só de lembrar da noite passada, ele nunca tinha agido daquele jeito. Ele abre os olhos aos poucos e fala:

– Bom dia amor! Estou com uma dor de cabeça terrível!

Não é possível que ele não se lembre de nada! Não estou mais reconhecendo Peeta.

– Amor? Sério? – Pergunto irritada e ele me olha esquisito, como se não estivesse entendendo nada.