Pretty little liars escrita por wendy


Capítulo 32
31. O inferno são os outros




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Byron Montgomery bebeu um grande gole de café e, tremendo, acendeu seu cachimbo. — Eles a encontraram quando estavam escavando sob a placa de concreto no velho quintal dos DiLaurentis, para fazer uma quadra de tênis.

— Ela estava sob o concreto — interrompeu Ella. — Eles souberam que era ela pelo anel que estava usando. Mas estão fazendo testes de DNA para ter certeza.

Parecia que um punho socava o estômago de Aria. Ela se lembrava do anel de ouro branco com a inicial de Ali. Os pais da amiga o tinham comprado para ela na Tiffany's, quando ela tinha dez anos e operara as amígdalas.Ali gostava de usá-lo no mindinho.

— Por que eles tiveram que fazer testes de DNA? — perguntou Mike. — O corpo estava em decomposição?

— Michelangelo! — Byron olhou feio. — Isso não é uma coisa muito sensível para se dizer na frente da sua irmã.

Mike deu de ombros e apertou um pedaço de chiclete de maçã verde em sua boca. Aria, com as lágrimas calmamente correndo pelas faces, sentou-se em frente a ele, distraidamente descosturando a beirada de uma toalha do jogo americano de palha. Eram duas da tarde e eles estavam sentados em volta da mesa da cozinha.

— Eu posso lidar com isso. —A garganta de Aria se contraiu. — Ela estava decomposta?

Os pais dela olharam um para o outro.

— Bem, sim. — O pai coçou o peito através de um pequeno furo na camisa. — Corpos se decompõem bastante rápido.

— Que coisa nojenta — sussurrou Mike.

Aria fechou os olhos.A1ison estava morta. Seu corpo estava decomposto.

Provavelmente, alguém a tinha matado.

— Querida? — perguntou Ella calmamente colocando uma das mãos em concha sobre a de Aria. — Querida, você está bem?

— Não sei — murmurou Aria, tentando não começar a chorar tudo de novo.

—Você quer um Xanax? — perguntou Byron.

Aria sacudiu a cabeça

— Eu quero um Xanax — disse Mike, depressa.

Nervosa, Aria cutucava a lateral do polegar. Seu corpo ficava quente e então, frio. Ela não sabia o que fazer ou pensar. A única pessoa que ela achava que poderia fazê-la se sentir melhor era Ezra; achava que poderia explicar todos os seus sentimentos para ele. No mínimo, ele a deixaria se encolher no seu sofá de tecido grosso e chorar.

Arrastando a cadeira para trás, Aria caminhou para seu quarto. Byron e Ella trocaram alguns olhares e a seguiram até a escada em espiral.

— Querida? — perguntou Ella. — Há algo que a gente possa fazer?

Mas Aria os ignorou e empurrou a porta do quarto. O quarto dela era um desastre. Aria não o limpara desde que chegara da Islândia, e ela também não era a garota mais organizada do mundo. As roupas dela estavam por todo o chão em pilhas desorganizadas. Na cama, estavam

CDs, lantejoulas que ela estava usando para fazer um chapéu com contas, pôsteres de pinturas, vários novelos de lã. O carpete tinha uma grande mancha de vela vermelha.

Ela procurou nas cobertas da cama e no tampo da escrivaninha pelo seu Treo — precisava dele para ligar para Ezra. Mas não o encontrou. Aria verificou a bolsa verde que tinha levado à festa na noite anterior, mas o telefone também não estava nela.

Então, ela se lembrou.

Depois que recebeu aquela mensagem de texto, tinha deixado cair o telefone, como se ele estivesse envenenado. Ela devia tê-lo deixado para trás.

Voou escada abaixo. Os pais dela ainda estavam no meio da escada.

—Vou pegar o carro — murmurou ela, pegando as chaves no suporte ao lado da mesa da entrada.

— Ok — disse o pai.

— Não tenha pressa — a mãe acrescentou.

Alguém tinha escorado a porta da casa de Ezra, mantendo-a aberta com um grande terrier esculpido em metal. Aria deu a volta e entrou pelo saguão. Ela bateu na porta de Ezra. Tinha a mesma sensação de quando estava realmente apertada para ir ao banheiro — podia ser uma tortura, mas você sabia que muito em breve, iria se sentir bem melhor.

Ezra escancarou a porta. Assim que ele a viu, tentou fechá-la novamente.

— Espere —Aria gritou, sua voz ainda cheia de lágrimas. Ezra escapou para a cozinha, as costas viradas para ela. Ela o seguiu.

Ezra virou-se para encará-la. Ele não estava barbeado e parecia exausto.

— O que você está fazendo aqui?

Aria mordeu o lábio.

— Eu estou aqui para ver você. Eu recebi uma notícia... — O Treo dela estava na mesa lateral. Ela o pegou.

— Obrigada.Você o encontrou.

Ezra deu uma olhada para o Treo.

— Ok, já o tem de volta. Pode ir embora, agora?

— O que está acontecendo? — Ela caminhou na direção dele. — Eu recebi uma notícia. Eu tinha que ver você...

— É, eu recebi uma notícia também — interrompeu ele. Ezra foi para longe dela. — Sério, Aria, eu não posso... eu não posso nem mesmo olhar para você.

Lágrimas jorraram dos olhos dela.

— O que houve? — Aria o encarava, confusa.

Ezra abaixou os olhos.

— Eu descobri o que você disse sobre mim no seu telefone celular.

Aria franziu suas sobrancelhas.

— Meu telefone celular?

Ezra levantou a cabeça. Seus olhos faiscavam de raiva.

—Você acha que eu sou estúpido? Isso era só um jogo? Um desafio?

— Do que você está...?

Ezra suspirou, bravo.

— Bem, quer saber? Você me pegou. Ok? Eu sou a maior parte da sua grande piada.

Você está contente? Agora saia.

— Eu não entendo — disse Aria alto.

Ezra bateu a mão contra a parede. A força daquilo fez Aria pular.

— Não banque a idiota. Eu não sou moleque, Aria!

O corpo inteiro de Aria começou a tremer.

— Eu juro por Deus que não sei do que você está falando. Você pode me explicar, por favor? Estou desmoronando aqui!

Ezra retirou a mão da parede e começou a caminhar pelo cômodo minúsculo.

— Bem. Depois que você saiu, tentei dormir. Havia essa coisa... esse bip.Você sabe o que era? — Ele apontou para o Treo. — Essa coisa do seu telefone celular. A única maneira de calá-lo era abrir as suas mensagens de texto.

Aria enxugou os olhos.

Ezra cruzou os braços sobre o peito.

— Eu preciso mencioná-las para você?

Então, Aria percebeu. As mensagens de texto.

—Espere! Não! Você não entende!

Ezra tremeu.

— Conferência aluno-professor? Crédito extra? Isso soa familiar?

— Não, Ezra — gaguejou Aria. —Você não entende.

O mundo estava girando. Aria agarrou a beirada da mesa da cozinha de Ezra.

— Estou esperando — disse Ezra.

— Essa minha amiga foi assassinada — começou ela. —Acabaram de encontrar o corpo dela. — Aria abriu a boca para contar mais, mas não conseguia encontrar as palavras. Ezra permaneceu no ponto mais distante do cômodo, longe dela, atrás da banheira.

— É tudo tão estúpido — disse Aria. —Você pode, por favor, vir até aqui? Você pode pelo menos me abraçar?

Ezra cruzou os braços sobre o peito e olhou para baixo. Ele permaneceu daquele jeito pelo que pareceu um longo tempo.

— Eu gostei de você de verdade — disse ele, finalmente, com a voz grossa.

Aria sufocou um soluço.

— Eu também gosto de você de verdade... — ela caminhou até ele.

Mas Ezra se afastou.

— Não. Você tem que sair daqui.

—Mas... — Ezra a interrompeu, tapando a boca de Aria com a mão.

— Por favor — pediu ele, um tanto desesperadamente. — Por favor, saía.

Aria arregalou os olhos e seu coração começou a pular. Os alarmes explodiram em sua cabeça. Isso parecia tão...errado. Num impulso, ela mordeu a mão de Ezra.

— Que merda é essa? — gritou ele, empurrando-a para trás.

Aria ficou parada, confusa. Pingava sangue da mão de Ezra no chão.

—Você é louca! — gritou Ezra.

Aria respirava pesadamente. Ela não conseguiria falar, mesmo que quisesse.

Então, se virou e correu para a porta. Enquanto virava a maçaneta, algo passou zumbindo por ela, bateu na parede, e aterrissou ao lado de seu pé. Era uma cópia de O Ser e o Nada, de Jean-Paul Sartre. Aria virou-se para Ezra, a boca aberta em choque.

— Saía! — rugiu Ezra.

Aria bateu a porta atrás de si e atravessou o gramado o mais rapidamente que suas pernas permitiram.


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