O menino que colecionava Horcruxes escrita por Maga Clari


Capítulo 4
Magia é poder


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, tudo bem?
Estou amando os comentários, vocês são 10!
Gente, algumas observações: existem fatos que a tia jo não escreveu no livro que fica para nossa imaginação. Não é uma cópia fiel do livro, isto é uma fanfic.
E, por isso, mesmo, quero que leiam as notas finais, onde esclareço um fato criado por mim



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602697/chapter/4

A magia chegou para Tom Riddle como um bote salva-vidas. Talvez tenha sido a melhor coisa que aconteceu a ele. Talvez, se ele houvesse tido uma família, todo aquele mundo mágico o transformasse num grande homem, um grande líder.

*Como ser um bom líder*

Não ordene, peça.

Não vá atrás de seguidores, deixe que eles venham.

Não espere que façam por você, vá junto.

Não torture, convença.

Tom fez exatamente o contrário.

Mas isso é assunto para mais lá na frente. Estou me antecipando outra vez. Tenho que me controlar.

Durante seus primeiros anos de escola, meu menino apresentou, pela primeira vez, uma reação infantil.

A cada feitiço, a cada situação estranha para um simples trouxa, Tom Riddle se empolgava para repetir aquilo.

Lembro-me de sorrir sempre que via o brilho em seus olhos durante as aulas. Eu costumava segui-lo pelos corredores, achando graça no modo apressado que ele andava, atrás de livros e mais livros, numa estranha sede pelo conhecimento.

Aliás, esta era uma das muitas características que Tom herdou de sua casa em Hogwarts: o estudo. Além dele, ainda havia muitas outras, como astúcia, arrogância, inteligência, determinação e aspiração pelo poder.

Acredito que sua chegada à Sonserina foi um momento chave na vida de Tom Riddle. Embora não fossem parentes seus, aquilo foi o mais próximo que ele chegou de uma "família". Durante a seleção das casas, em seu primeiro ano, sentei-me no batente do púlpito para observar.

— Muito bem-vindos a mais um ano letivo — um senhor maduro e barbudo sorriu, por cima do microfone — Espero que tenhamos um grande ano. Cheio de realizações e boas notas! — um burburinho de risadas se instalou no castelo, e ele voltou a falar: — Retifico que a visita à Floresta Proibida é permanentemente contra as regras da escola, bem como passeios durante o toque de recolher.

Armando Dippet, o então diretor de Hogwarts, pigarreou enquanto esperava os murmúrios cessarem. Já estava acostumado com aquela reação, todo ano era sempre a mesma coisa... Sendo assim, retomou a palavra, dando início a mais uma seleção das casas.

Aquela fora a primeira vez em que estive num ambiente como Hogwarts. Já havia recolhido inúmeras almas de bruxos, mas nunca cheguei a frequentar seu ambiente escolar. Assisti à cerimônia maravilhada com todas aquelas cores e formas espalhadas pelo Salão Principal. Amarelo para a Lufa-Lufa; azul para Corvinal; vermelho para a Grifinória; e já podem imaginar a cor da Sonserina, não é mesmo? Claro que tinha que ser verde. Desde o início, imaginei que a alma de Tom seria verde.

Em todo o caso, voltemos à cerimônia das casas.

Meu menino esperava na fila dos novatos, completamente ansioso e agoniado. Tudo para ele era novidade. Já haviam lhe explicado sobre as casas, então, durante o discurso do Chapéu Seletor, Tom fechou os olhos e repetiu mentalmente Grifinória, por favor... E então o diretor pigarreou, chamando a sua atenção.

— Senhor Riddle?

— Sim?

— Sua vez. Anda, garoto. Não fique acanhado.

Levantei-me do batente para poder vê-lo mais de perto. Meu horário estava chegando, eu não poderia ficar muito mais tempo ali. Mas eu estava ansiosíssima para saber em que casa ele ficaria; eu não podia perder aquele momento.

Tom caminhou para o púlpito, lançando ao diretor um olhar de ódio.

*Uma pequena observação*

Subestimar ou rebaixar Tom de alguma forma tornava qualquer um seu principal inimigo. Tom não queria ser visto desta maneira. Medo; vergonha; falha. Nada disso ele tinha. Ou fingia não ter.

Bem, o meu menino sentou no banquinho e esperou Armando Dippet colocar o Chapéu Seletor em sua cabeça. Tom tinha uma postura austera, completamente seguro de si. E de fato não tinha o que temer. Principalmente agora, com uma infinidade de possibilidades mágicas para sua existência sem graça.

No entanto, por algum motivo desconhecido, seu coraçãozinho queria entrar para a Grifinória. Apertava os olhinhos, numa tentativa de fazer o chapéu atender seu pedido. Na realidade, grifinórios e sonserinos eram bem parecidos. E gosto de pensar que Tom queria estar lá para ser reconhecido. Afinal de contas, do pouco que ouvira, sabia que a Grifinória formava grandes e famosos bruxos.

Infelizmente, o destino tirara também isso dele. Meu menino seria reconhecido e famoso, com certeza. Mas Tom possuía um traço que apenas era visto por alunos da Sonserina; e isto era o fator decisivo para o Chapéu Seletor.

— Ora, vejamos... — o chapéu murmurou, lentamente — Grifinória, hã? Por que acha que eu atenderia o pedido? É... realmente. Você tem coragem, ó se tem! Um garoto de fato corajoso. Inteligente também. Será que daria certo na Corvinal?

— Por favor, Grifinória... — ele sussurrava.

— Não, Corvinal não. Toda essa sede de poder não é exatamente perfil da Corvinal... Um garoto determinado e ambicioso se daria melhor na...

— Grifinória, por favor...

— Sonserina!

Uma salva de aplausos irrompeu pelo salão, e eu mesma atrevi-me a bater palmas também. Sorri ao assistir seus colegas de casa receberem-no alegremente, esbanjando suas auras verdes. Tom não admitia a si mesmo, mas eu sabia que, por dentro, ele estava feliz em ter tanto amor dirigido a ele.

Apesar disso, Tom passou seus primeiros anos de escola quase sempre sozinho. Ele era visto constantemente se esgueirando pelos corredores, atrás de informações extra sala de aula, e fazendo anotações aleatórias com sua pena de repetição rápida sempre que algum pensamento lhe vinha à mente.

Inúmeras foram as vezes que Tom recorreu à biblioteca, acabando por torná-la seu quartel general. Passava mais tempo lá do que em seu dormitório, muitas vezes burlando o horário e virando a noite lá, escondido entre as prateleiras do fundo. Com sua inteligência e persuasão, Tom Riddle conseguiu ir à Sessão Reservada todas as vezes que desejara, recolhendo informações confidenciais que certamente seriam abafadas em sala de aula.

A verdade era clara: Tom só queria que as pessoas prestassem atenção nele. Queria ser reconhecido por algum feito importante. E se a Sonserina não fosse acostumada a formar esse tipo de aluno, Tom seria seu primeiro grande homem. E, para isso, teria que estudar muito.

Aos poucos, seu grande conhecimento em magia impressionou não somente os professores, como os demais alunos também. Embora passasse o dia inteiro sozinho, seus colegas de quarto o observavam silenciosamente, e ele notava esses olhares. Mas preferia não puxar assunto, Tom nunca tinha muita paciência para conversar.

Confesso que fiquei orgulhosa ao vê-lo controlar seus impulsos, sempre que era contrariado. E ele não era louco de quebrar as regras e arriscar-se ser expulso daquele paraíso que era Hogwarts. Não... Tom não podia voltar para o Orfanato Wool. Não agora que tornara-se alguém importante.

Sempre bem educado e polido, Tom conseguia tudo o que queria com o seu charme. Descobriu esse dom não antes usado, por ser uma criança. Mas desde que atingira a puberdade, Tom observara o modo como as pessoas olhavam para ele. Utilizou-se disso como ferramenta para seu bel-prazer.

Passou a preocupar-se cada vez mais com a aparência, deixando o cabelo sempre arrumado e cortado, as vestes dentro da calça, além de estar sempre bem asseado. E embora não tivesse muito dinheiro, o professor Dumbledore costumava dar um jeito de conseguir vestes novas para ele regularmente.

No quarto ano, meu menino ficara especialmente animado ao aprender sobre algumas poções relativamente fortes. A Felix Felicis, que trazia sorte, e a Poção do Amor, que tornava quem bebia cego de amor pelo alquimista. Aquilo o deixara um pouco intrigado, visto que nunca tivera grandes contatos com o amor. Imaginou se a tal poção traria qualquer benefício para ele, então resolveu fazê-la.

— Escolheu quem vai levar ao baile? — Augusto Rookwood, um garoto magricela, perguntou a meu menino assim que deixaram a sala de poções.

— Desde quando isso te interessa?

Caminhei no meio deles, dando um longo suspiro. Cada vez que via uma ferroada de Tom, sentia uma dor no coração.

— Ah, qual é, Riddle. Acho que você deveria ir. Sabe... Conheço uma menina que está super afim de você.

— Mesmo? Legal — respondeu, friamente.

Augusto suspirou ao vê-lo não dar a mínima para ele. O garoto o idolatrava.

— É sério, Riddle — ele encurralou-o no corredor, bloqueando a passagem — Dê uma chance à Bella. Ela é uma garota legal.

Tom não respondeu nada. Apenas esperou-o sair de sua frente, com um semblante inexpressivo.

— Qual o seu problema, afinal? Tem medo de garotas? — Augusto brincou.

— Eu não tenho medo de garotas — Tom sussurrou, parecendo ainda mais com um sibilo de cobra — Agora, por gentileza, deixe-me passar. Tenho aula.

Observei Augusto ir na direção oposta, insatisfeito com aquela conversa de corredor. Por algum motivo, aquele menino magricela chamou minha atenção. Resolvi esquecer Tom um pouquinho e ir atrás de Augusto Rookwood; como já disse várias vezes, sou muito dispersa.

Augusto caminhou lentamente para as masmorras, e eu segui, descendo as escadas.

Encontrei uma das alunas mais bonitas da Sonserina, sentada numa poltrona verde-musgo, com um triste semblante. Fiquei sentida por ela... Peguei-me imaginando como seria seu rosto com um sorriso estampado. E achei graça em descobrir que sua mãe fora feliz na escolha do seu nome.

— Voltamos à estaca zero, Bella — Augusto suspirou antes de jogar-se na poltrona ao seu lado — Desculpa.

— Nem para isso você serve, Rookwood. Mas que porcaria!

Bellatrix Black, já tão malvada quanto seria na idade adulta, espumou de raiva por seu coração não correspondido. Cruzou os braços, com a cara amarrada, e eu não pude deixar de rir daquilo. Ah, os humanos... Ainda me surpreendo em ver como o amor mexe com eles...

— Então vai dar mesmo a poção?

— É a única alternativa — ela suspirou, balançando as pernas — Como alguém pode recusar isso? Diz para mim, Rookwood, como é possível?

— Exatamente!

Sorri docemente ao vê-lo respondê-la. Estava evidente que seu carinho pela amiga era grande o suficiente para ajudá-la a envolver-se com outro. Mas eu sou velha. Já conheço muito do seu mundo. Sou expert em sentimentos humanos, mesmo sem nunca ter experimentado um sentimento sequer. Estava óbvio que Augusto gostava dela.

— Vou fazer a poção vai ser agora — Bella levantou-se, de supetão — De hoje não passa! Você vai ver, Rookwood. Em menos de uma semana terei um par para o baile!

E com uma piscadela, a sonserina saiu saltitante.

Tive que me apressar para deixá-los, sabe como é. Naquelas bandas, o ar estava puro; limpo e seguro. No entanto, havia uma Alemanha assustadora e cheia de almas para seguirem comigo. Eu andava realmente ocupada e cansada naquele tempo, e observar meus humanos era (e continua sendo) meu passatempo preferido. Minha consolação por deixar Tom e seus colegas era saber que veria Liesel e Rudy.

Sou eternamente apaixonada por eles!

Olha eu me dispersando de novo... Preciso me controlar. Voltemos à história de Tom Riddle, então.

Bem, preciso dizer que senti um aperto no peito ao assistir a bruxinha Bella deixar uns biscoitos no dormitório de meu menino. Senti uma pena tremenda por ela; se ao menos fosse mais observadora, teria notado que Tom tinha uma inteligência fora do normal.

Ele não comeria os biscoitos...

No momento, eu assistia a seu sorriso assustador ao dar-se com a bandeja em seu criado-mudo. Embora me estereotipem desta forma, não sou macabra. Assusto-me facilmente. E aquela gargalhada, aquele olhar... Fiquei realmente aterrorizada.

O Tom do orfanato parecia ter surgido outra vez.

E, como sempre, não pude interferir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? ^^
Bem. Eu quis por o Tom querendo ser Grifinória porque era "A" casa e ele queria ser famoso. Gosto de imaginar ele e Harry sendo bastante parecidos e achei legal ele ter traços de Grifinória também e tals.
Também imagino a Bella apaixonadinha por ele kkkkkkkkkk e Augusto eu inventei a crush dele agora...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O menino que colecionava Horcruxes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.