O menino que colecionava Horcruxes escrita por Maga Clari


Capítulo 5
Capítulo bônus: I AM LORD VOLDEMORT


Notas iniciais do capítulo

Olha eu de novo!
Desculpa a demora, fim de semestre, sabem como é.
Esse capítulo não estava previsto, mas resolvi escrevê-lo assim, separadamente.
Não curto capítulos grandes, então resolvi cortar algumas informações e criar um capítulo somente para isso.
Espero que gostem!
Beijinhos



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O primeiro baile de meu menino parecia estar indo bem. Tom estava realmente muito bonito; usava as vestes a rigor que o Professor Dumbledore havia lhe dado de presente, e trazia um sorriso charmoso no rosto ao descer as escadas do dormitório dos meninos. Seu cabelo, devidamente limpo e arrumado, exalava um perfume delicioso de frutas, e eu cheguei a vislumbrar uma dimensão em que Tom fosse mesmo aquele garoto simpático o tempo inteiro.

*Uma pequena observação*

Se Tom Riddle continuasse no mundo trouxa, certamente seria publicitário. Tom teve uma capacidade monstruosa de manipulação. Isso me assustou tremendamente. Acredite, é verdade.

Bem, voltando ao baile, o que tenho de dizer é sobre a sua companhia. Ah, tinha que ser ela. A enérgica e apaixonada Bellatrix Black. Devo dizer que senti pena dessa menina quando assisti ao pedido de Tom para ir ao baile com ela. Apesar de esperta e cruel, Bella ainda era apenas uma adolescente bobinha e mimada. Ah, os humanos... Nunca vou entendê-los.

— Senhorita Black? — Tom sorriu de modo sedutor, tirando a menina de seus devaneios — Posso falar com você um instante?

Bella estava deitada num divã da Sala Comunal, completamente absorta em sua leitura. Abaixou o exemplar de Animais Fantásticos e Onde Habitam e colocou os olhos em Tom Riddle. Seu rosto esbanjava ódio e ressentimento.

— O que você quer agora, Riddle? — resmungou, aborrecida. Mas então, de repente, lembrou-se dos biscoitos. Suas bochechas tomaram uma cor, e ela sentou-se rapidamente — Alguma... Hum... Novidades?

— Oh, sim, claro — seu sorriso era de canto, numa mistura entre superioridade e carisma — Mudei de ideia. Acho que um baile não irá fazer tão mal assim. Ainda posso estudar mais tarde, outro dia. No futuro, provavelmente irei me arrepender de não ter aproveitado essa oportunidade. E, por isso mesmo, resolvi chamá-la para ir comigo. O que acha?

Neste momento, recuei alguns passos, aflita com o que viria a seguir. Lembrei-me do sorriso assustador quando Tom achou os biscoitos, e do que ele planejava fazer. Eu não queria ver aquilo, mas minha curiosidade falou mais alto.

— Bom... — Bella fingiu pensar à respeito, olhando para o colega atentamente — Acho que posso cancelar com o Rookwood. Acredita que ele me chamou?

— Que idiota — Tom caçoou, com uma leve risada — Não me leve a mal, mas... Por que anda com ele?

— Eu não sei... Mas gosto de ter alguém que faça tudo que eu quero.

E então o sorriso sinistro apareceu outra vez. A revelação de Bellatrix era tudo que Tom queria ouvir. Por mais que pretendesse brincar com o coração dela, algo pareceu conectá-los imediatamente. Eu só não esperava que a tal garota mandona tornar-se-ia uma serva. Justo ela, que gostava de mandar.

Mas como insisto em dizer, o amor dos humanos parece enlouquecê-los de um modo que eu nunca irei entender.

E foi exatamente isso que presenciei no baile do quarto ano.

Armando Dippet tinha a tradição de organizar um baile por ano, mas apenas os alunos quartanistas em diante tinham permissão para frequentá-los. De acordo com o diretor, os novatos precisavam se concentrar nos estudos antes de começarem a se preocupar com diversão.

O propósito do baile era a integração entre as casas e uma forma de aliviar a tensão dos exames que se aproximavam. Tom não precisava disso, obviamente. Sempre fora o primeiro da classe. E se preocupava menos ainda com integração. No entanto, sentia um enorme prazer em torturar o psicológico dos outros.

— Eu realmente esperava que me chamasse uma hora ou outra, sabia?

— Ah, é? — Tom riu baixinho, enquanto dançavam lentamente no meio do salão — E por que acha isso?

— Não se faça de desentendido, Riddle. Sempre soube da sua queda por mim.

Respirei fundo e balancei a cabeça. Bellatrix nunca perderia essa pose de superioridade e auto-confiança. Mesmo acreditando no efeito dos biscoitos, ela continuaria a fingir que tudo aquilo era real. De certo modo, peguei-me imaginando como seria um casamento entre os dois. Até que um se parecia muito com o outro.

O problema é que Tom não aguentaria uma cópia dele mesmo. Chego a pensar que toda a ira e excentricidade que possuía era fruto de um medo de encarar a si próprio. De aceitar quem ele realmente era.

Com esses pensamentos, resolvi me sentar para observá-los. Já sou uma senhora de idade, não consigo ficar tanto tempo em pé. Principalmente depois de horas de trabalho sem parar.

Após um longo silêncio, Tom respondeu:

— Acertou mesmo, não foi?

E então ele fez o que eu menos esperava que fizesse: Tom agarrou as bochechas de Bellatrix Black e tascou-lhe um beijo cinematográfico. Aquilo me fez lembrar do pequeno Rudy e sua amada *Saumensch. Enquanto o menino com cabelos cor-de-limão esperava dia após dia para um beijo infantil, Tom pulara todas as etapas, deixando Bella tão surpresa quanto satisfeita.

Imediatamente, resolvi ir embora antes que me sentisse mais decepcionada com meu menino. Eu achava mesmo que ele havia melhorado. Pelo visto, Tom nunca melhoraria, e eu tinha que aceitar isso.

Tudo não passava de uma estratégia de manipulação. Enquanto deixava Bellatrix pensar que ela estava no comando — por ter enfeitiçado os biscoitos —, a pura e verdadeira verdade era que aquilo não passava de um plano secreto de controle e poder.

Para trazer seguidores para o seu lado, Tom tivera que atacar seus pontos fracos, manipulando-os sutilmente, e sem deixar um rastro sequer.

* Uma nota sobre os seus seguidores*

Todos estes foram denominados Comensais da Morte. Eram mais servos do que seguidores, para falar a verdade. Bellatrix fora a mais fiel.

Eu não quis ficar e descobrir o que Riddle e Black faziam quando não eram vistos em nenhum canto da escola; mas o boato é que ambos tinham casos esporádicos entre seus quarto e sexto anos de Hogwarts.

Entretanto, numa de minhas caminhadas pelos corredores da escola, descobri dois de seus esconderijos mais secretos: a Sala Precisa e o banheiro feminino da Murta. O primeiro tratava-se de uma sala invisível e que tomava a forma do que o bruxo mais precisava no momento. Além de estar equipada com o que quer que fosse necessário também.

Num curto período de inocência e respeito, deixei que meu menino aproveitasse a adolescência e curtisse seus momentos de intimidade. Burra, burra, burra! Eu devia ter interferido; devia ter feito alguma coisa!

Fora tarde demais quando descobri o que Tom planejava. Numa dessas caminhadas, resolvi segui-lo para ver o que estava aprontando. Fiquei extremamente chocada quando descobri uma câmara no subterrâneo do banheiro. Lá, Tom conversava com uma serpente enorme e escura.

— Então é por isso que consigo falar com você?

— Obviamente, meu jovem. Você é um Slytherin com toda a certeza. Isso é um dom genético. Nenhum outro conseguiria.

— Interessante...

Já havia se passado cerca de um ano desde o baile, e Tom, com a ajuda de Bella, correra atrás de informações secretas e obscuras sobre o seu passado. Fizera uma longa e exaustiva pesquisa sobre sua árvore genealógica, terminando por descobrir que sua mãe era bruxa, e seu pai, trouxa.

Sentei-me para observá-lo, quando, simultaneamente, Bellatrix surgiu da passagem do banheiro, cheia de pergaminhos em suas mãos.

— Ótimo! Que bom que você chegou!

— Achou que eu não viria?

— Mas é claro que não!

Bella sorriu, e Tom também. Mas que belo e crápula ator! Pela primeira vez, permiti-me sentir o mais próximo do que os humanos chamam de raiva. Eu esperava muito mais dele; Tom me decepcionava a cada dia que se passava.

— O que trouxe para mim hoje, mulher?

— Bem... — ela andou pela câmara, evidentemente satisfeita com seu parceiro de crimes — Digamos que eu tenha uma ideia.

— Prossiga.

— Quer mesmo mudar de nome, não quer? Bem... Por que não tenta um anagrama? Talvez tenha um peso maior do que um nome arbitrário.

Tom riu baixinho, balançando a cabeça. Levantou-se, de súbito, e colocou as mãos nos ombros de Bella, ficando atrás dela.

— Você leu meus pensamentos, não leu? — sussurrou em seu ouvido — Não minta para mim, Black. É a única explicação para me conhecer tão bem.

— Ou... — ela virou-se, cheia de si — É porque sou mais esperta até mesmo que você. Aceite isso, Riddle.

Por um breve momento, pensei que teria que vê-los compartilhar um beijo nojento. Mas, antes que isso fosse possível, Tom afastou-se da bruxa e se dirigiu para a parede dos fundos. Pegou a varinha e estendeu-a para a superfície de pedras brutas.

— Já tenho um nome, querida.

E então, sentindo um súbito frio, vi meu menino escrever com a ponta da varinha a seguinte frase na parede de pedras:

I am Lord Voldemort


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Notas finais do capítulo

Qualquer dúvida ou comentário sobre o conteúdo abordado pode ser escrito no review. Eu tenho tido um trabalho enorme para pesquisar tudo, e tem sido difícil encontrar todas as informações que necessárias. Algumas coisas eu realmente preciso inventar. Afinal, para ser uma fanfic, precisa de um toque meu, de qualquer jeito.
Na realidade, Tom só está usando Bellatrix. No capítulo seguinte, explicarei melhor.



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