Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Instituto


Notas iniciais do capítulo

~Isa
Estou postando novamente pelo Denis... A postagem estava programada para ontem à noite, contudo, minha internet maravilhosa resolveu cair e não consegui postar. O Denis estava só pelo celular então seria complicado ele fazer postagem. Peço desculpas pelo "pequeno atraso".
Não sei se o Denis irá querer acrescentar algumas notas depois, mas espero que gostem do capítulo... Eu agradeço (e o Denis também) pelos comentários e por estarem acompanhando, vocês são uns fofos...
Boa leitura!!



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John se levantou tarde no dia seguinte. Não havia motivos para se animar hoje. Ele estava de partida. O relógio na cabeceira da cama indicava 12h48min. Vagarosamente ele se levanta, passa a mão pela testa e vai para o banheiro. A água fria o ajudou a despertar.

– Jonathan, você acordou? - Pergunta Emma lá debaixo.

– Já, mãe.

– Arrume o que conseguir, Illyana estará aqui a qualquer momento.

– Ok, mãe! - Ele sai do banheiro e se veste. Ele abre o guarda-roupa e começa a atirar roupas na cama. Ele põe a mão no bolso de uma de suas calças jeans e retira um pequeno papel. Um ingresso de cinema. Ele encara o pedaço de papel por um segundo, antes de dobrá-lo delicadamente e pô-lo no próprio bolso. Ele guarda o resto de suas coisas, e sai pela porta do quarto. Depara-se com uma poça de água do que fora sua "revolta" da noite passada. Com um breve movimento de cabeça, a água volta para o cano que saía da parede, congelando-se ao final do procedimento.

Ele caminha á lentos passos em direção às escadas. Com o barulho de um sonoro baque, ele apressa os passos. Depara-se com a mulher alta de cabelos longos e lisos.

– Jonathan! Bom dia. - Diz Magik/Illyana.

– Dia. - Ele dá um sorriso apagado. - Tia Betty, Mindee, Sophie e Phoebe estão aqui?

– Estão no escritório com sua mãe. - Ela o olha gentilmente. - Você não me parece muito bem.

– É uma história complicada. - Diz ele. - E dolorosa.

– Temos tempo. - Diz ela. - Diga-me o que aconteceu.

– Eu sinceramente não quero falar sobre isso. - Ele se senta no sofá, ela o acompanha.

– Vamos lá... Não me faça pendurar você de cabeça para baixo no Limbo, cercado de demônios. - Diz ela, ele consegue exprimir um sorriso sincero.

– Aquele foi um bom Natal. - Comenta. - Mas fica para depois, pode ser? Quando chegarmos no Instituto...

– Hum... - Ela cruza os braços. - Não vai me contar, não é? Bem, pela sua cara eu diria... Dor de cotovelo.

Ele olha para ela, calado. Ela interpreta isso como um "sim".

– Diga. - Pede ela. Ele faz que não com a cabeça. - Então me mostre.

Ele respira fundo, põe o dedo médio e o indicador sobre a têmpora esquerda. Ele fecha os olhos e projeta a memória dos acontecimentos de ontem na mente de Illyana. Ao decorrer de alguns segundos ele abre os olhos novamente, e a encara nos olhos.

– John... - Ela põe a mão em seu ombro. - Eu sinto muito.

– É... - Ele revira os olhos. - Não há nada que eu possa fazer agora.

– Tem sim. - Diz ela. - Você tem que vê-la de novo.

– E me magoar mais ainda por ela não me reconhecer? Ou pior, se ela se lembrar de mim e eu tiver de olhar naqueles incríveis olhos castanhos e... - Ele engole em seco. - Fazê-la se esquecer de mim novamente?

– Não. - Ela o encara. - Você tem que fazer isso para parar de se martirizar tanto! Onde ela está agora?

– Nesse horário? Na igreja. - Ela segura sua mão, e os teleporta antes que ele pudesse impedi-la. - O quê?!

– Você vai me agradecer depois. - Diz ela, ao "aterrissarem" atrás da pequena igreja. - Vamos.

– Mas... - Ela o puxa pelo braço até a frente da igreja. Jonathan agradeceu mentalmente por ela não estar com o uniforme dos X-Men.

– Lá está ela. - Diz Illyana, mas John já a havia visto. Estava sorrindo, radiante, em um comportado vestido vermelho. Ela e a mãe iam entrar na igreja. - Vai lá! - Ela o empurra e ele tropeça, esbarrando acidentalmente em Carrie.

– Desculpe! - Pede ele, se endireitando. Ela sorri para ele, curiosa, e o encara.

– Tudo bem. - Ele tenta não olhar em seus olhos, e ela constantemente tentava encontrá-los. - Eu te conheço de algum lugar... Da escola talvez?

– Acho pouco provável. - A voz dele sai seca, ele sorri tristemente. - Estou só de passagem.

– Anh... - A mãe dela a chama. - Eu tenho que ir. Foi um prazer.

– Igualmente. - Ela sorri e dá meia volta. Ele encara Illyana, furioso. Ela o encara de volta com uma expressão de indiferença. - Satisfeita?

– Você está? - Ela põe a mão em seu ombro e os teleporta novamente.

– Não. - Diz, sentando-se novamente no sofá.

– Você realmente é difícil de agradar. - Ela bufa. - Ao menos ela parecia feliz.

– Tive um cuidado especial nisso. - Confessa.

– Em quê? - Pergunta Psylocke ao entrar na sala, seguida das Stepford e de Emma.

– Longa história. - Diz Magik, lançando uma piscadela para John em sinal de que o que havia acontecido ficaria entre os dois.

– Bem. - Emma se põe à frente. - Acabamos nos apagar das memórias de cada um dos habitantes daqui. Ao menos as dos que nos conheciam. Pode nos levar de volta, Illyana.

– Com prazer. - Ela se levanta. - Peguem suas coisas.

John põe o violão nas costas e segura firmemente em sua bagagem. Emma pega sua mala e coloca uma bolsa no ombro. Ela leva a mão à cabeça e vai até a mesa de café. Ela pega os porta-retratos, encara Illyana e faz um sinal positivo com a cabeça.

– Ok... - Ela espera Emma voltar para o pequeno círculo que havia se formado. - Lá vamos nós.

***

De repente estavam em um corredor deserto. Um grande tapete se estendia por todo ele. E havia algumas mesas com arranjos florais decorando o ambiente. A luz forte do sol adentrava pelas janelas que iam quase do chão ao teto.

– Os estudantes estão em aula, creio eu. - Diz Psylocke. As irmãs Stepford rapidamente seguem pelo lado direito do corredor. - Vou levá-los aos seus aposentos.

– São os mesmos de antes? - Pergunta John, Psylocke e Illyana os levaram pelo lado esquerdo do corredor.

– Sim e não. - Diz Illyana. - Você não é mais um garotinho de dez anos. Vai ficar em um quarto separado de sua mãe.

– Que fica no mesmo corredor do dela. - Acrescenta Psylocke ao perceber a reação de Emma, que se tranquiliza após sua fala.

– Quem ainda está aqui? - Pergunta Emma. - Digo, dos X-Men?

– Illyana e eu. - Diz Psylocke. - Kitty e Bobby. Ororo está passando muito tempo em Wakanda, mas vem nos visitar regularmente. O irmão de Illyana, Colossus.

– Logan passa por aqui de vez em quando. - Continua Illyana. - Warren anda trabalhando bastante. Hank deve estar na biblioteca. Vampira deve estar por aí com Gambit.

– Alguma notícia de Erik? - Pergunta Emma.

– Ele tem mantido contato. - Confessa Psylocke. - A Irmandade fez uma trégua conosco devido á provável guerra que virá.

– E Fury? - Pergunta John.

– Igualmente. - Responde Illyana. - A S.H.I.E.L.D vêm sido de grande ajuda.

– Pelo jeito essa guerra vai mesmo estourar. - Diz Emma, tristemente.

– Não se pode tardar o inevitável. - John coça o nariz, irritado. - Já lhe disse isso.

– E eu não quero repetir a nossa conversa novamente, obrigada. - Diz ela. - Mas meus argumentos continuam os mesmos. - Ela bufa. - Tenho que admitir que senti saudades de Nova York. Já chega de cidades pequenas.

– Qual é o próximo passo? - Pergunta John.

– Tenho uma breve ideia. - Diz ela. - Psylocke, contate todo o lado branco do Hellfire Club, principalmente Magneto e a Irmandade. E também todos os X-Men do lado negro que estejam dispostos a nos ajudar.

– Devo ligar para Stark? - Pergunta ela.

– Por que não? - Ela ri. - Talvez Tony seja útil. Não o vejo dentro ou fora do clube há anos.

– Como se um bilionário filantropo fosse útil para nós nesse momento. - Diz Illyana, claramente irritada.

– Você se esqueceu de "playboy". - Ironiza John.

– Já temos nossos objetivos traçados, agora só nos resta executá-los. - Diz Psylocke. - Você deveria falar com Kitty sobre essa reunião, afinal ela é a diretora.

– Sim. Acho que farei isso.

– Illyana, leve John ao seu quarto. - Pede Psylocke.

– E minha bagagem também, se puder. - Pede Emma, educadamente. Illyana revira os olhos conforme elas atravessam por uma porta em direção á diretoria.

– Nem morta que eu vou carregar isso. - Com um aceno de mão, a bagagem some por um portal.

– Aonde você mandou? - Pergunta John.

– Para a banheira do quarto de sua mãe. - Diz ela. John sorri, mas lhe lança um olhar de desapontamento. - O quê? Teve sorte de eu não tê-las mandado para o Limbo. E segure suas coisas, vamos encurtar o caminho.

Em um piscar de olhos, eles estavam em um outro corredor. Illyana abre uma porta e faz sinal para que John entre. Era um quarto simples, como o de qualquer outro estudante. Mas incluía um frigobar e um banheiro privativo.

– Posso me acostumar com isso. - Diz ele, experimentando a cama.

– E Carrie?

– Não sei. - Confessa. - Vou esperar essa guerra acabar. E a partir daí... Eu não sei o que eu faço.

– Volte e devolva-lhe suas lembranças. - Ela se senta na beirada da cama. - Se você realmente gosta dessa garota e ela gosta de você, ou ao menos gostava, não pode desistir dela.

– Quem diria que você tem um coração. - Diz ele, tristemente.

– Quem diria que você achava que eu não tinha um. - Diz ela, levemente indignada. - O que eu disse não deixa de estar correto. O que você fez foi certo devido às circunstâncias. Por mim vocês nunca teriam saído daqui.

– Chegamos aqui quando meu pai morreu, ficamos por dois anos. De lá fomos para o Tennessee, daí para New Orleans, depois para Salem, algumas cidades pequenas, daí Winchester e finalmente para Chamberlain.

– Eu nunca entendi o porquê de Emma ter decidido ir para Winchester. - Diz ela. - Tudo bem que ela queira fugir, mas atravessar um continente?

– Bom, respirar o ar britânico fez muito bem para mim. - Defende ele.

– Eu literalmente posso ir para qualquer canto do globo. - Ela dá de ombros. - Não sei o que todos vocês vêem de diferente.

– Um dia eu vou rodar pelo globo. E realmente conhecer os lugares em que eu passar. Conhecer as pessoas. Viver. - Ele respira fundo. - Só posso me apegar a esse sonho agora.

– É um belo sonho. - Ela sorri. - Mas você pode riscar o "viver" de sua lista, pois você já está vivo.

– Mas não estou vivendo! - Ele franze o cenho. - Você entendeu o que eu quis dizer.

– Claro. - Ela se levanta. - Tenho que ir agora. Sinta-se em casa.

– Até logo. - Ela sai do quarto. John desfaz a mala e põe suas coisas no lugar. Ao terminar ele se deita na cama, e lentamente pega no sono.


***

– John? - Ele acorda com o barulho de batidas na porta. - Você está aí?

– Pode entrar. - Diz ele, sonolento. A porta se abre, e um vulto de cabelos castanhos literalmente pula em cima dele.

– Helena! - Ele a abraça. Ela se separa dele, enquanto um garoto de cabelos platinados lentamente entrava no quarto.

– O que aconteceu com o calmo e sutil reencontro? - Pergunta ele, sarcasticamente. - E aí John?

– Daryl. - Ele o abraça. - Céus! Eu não vejo vocês já devem fazer uns cinco anos.

– Sim. - Daryl sorri. - Você não mudou nada.

– Você também não. - Responde John. - A não ser que tenha largado o hábito de ser um arrogante sabe-tudo.

– Ele não largou, isso eu posso garantir. - Diz Helena à contragosto de Daryl, que torce a cara. - Onde você esteve?

– Em todo o lugar. - Responde ele. - Minha parada mais recente foi em Chamberlain.

– Como foi lá? - Pergunta Daryl.

– Interessante. - Diz ele, tristemente. Helena o encara, como se percebesse algo de errado. - Vamos lá, Lena... Não me olhe desse jeito.

– Algo aconteceu, não foi? - Pergunta ela.

– Pode se dizer que sim...

– Pode falar conosco, se quiser. - Diz Daryl, pondo a mão em seu ombro. - Mas entenderemos se...

– Claro que eu vou falar para vocês. - Ele sorri. - Ainda são meus melhores amigos.

– Claro que somos... - Helena sorri. - Mas não nos deixe esperando! Fale o que aconteceu!

– Lena... - Daryl a repreende. - O deixe respirar um pouco. Ele acabou de chegar.

John encara os olhos cor de âmbar de Daryl, em agradecimento. A dor dos acontecimentos recentes ainda estava estampada em seu rosto. Mas ele a disfarça com uma pergunta.

– Então, o que aconteceu desde que eu saí?

– Bem... - Helena pisca seus brilhantes olhos azuis. - O corpo letivo do Instituto permanece o mesmo. O simulador de combates está bem melhor.

– O Instituto vem recebendo mais jovens mutantes a cada ano. - Acrescenta Daryl. - A S.H.I.E.L.D têm recrutado muitos dos formandos.

– Falando nisso, Nova York só foi quase destruída cinco vezes desde que você partiu. - Diz Helena.

– Eu acompanhei pela televisão. - Diz John. - Vocês ajudaram numa das vezes, não? Tenho certeza que a selva que cresceu na Times Square tem seu dedo no meio, Lena.

– Culpada. - Ela ri. - Ajudamos na última vez. Nós somos quase que oficialmente parte dos X-Men.

– Isso é ótimo. - Parabeniza John.

– Você sabe por quanto tempo vai ficar? - Pergunta Daryl.

– Tempo o bastante para causarmos alguns problemas juntos. - Ele ri. - Como nos velhos tempos.

– Bom saber disso. - Daryl sorri. - Bem, que tal ir treinar conosco amanhã?

– No simulador? - Pergunta John, Daryl e Helena confirmam com a cabeça. - Claro que sim!

– Amanhã ao meio dia. - Diz Helena. - Temos que ir agora. Sabe como é o toque de recolher... - Ela o abraça novamente. - Boa noite.

– Boa noite. - Ela sai seguida de Daryl, que se despede com um aceno de cabeça e uma batida nas costas.

Depois de os dois saírem, John permaneceu acordado por algumas horas. Em parte porque estava sem sono. E porque parte dele temia e ao mesmo tempo ansiava para que tudo o que tinha acontecido hoje tivesse sido nada mais do que um sonho.


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