Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 7
Capítulo 7 - Você sempre tem uma escolha...


Notas iniciais do capítulo

Hey... Tudo bem? Sou eu de novo! Tirei uns dias de folga nesse feriado. Mas graças à Isa vocês receberam seu capítulo. Esse deveria ter sido postado ontem, mas tanto eu como a Isa meio que esquecemos... Mas antes tarde do que nunca!

E gostaríamos de agradecer o Matt pela recomendação! Foi uma ótima surpresa para nós dois. Obrigado.

Aproveitem o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602039/chapter/7

O que eu faço...– Pensa ele, ao se dirigir à caminhonete sem ao menos redigir uma palavra para a mãe. Ele joga a mochila sobre o banco do motorista e dá a partida. - Se eu apagar a memória de Carrie ela vai esquecer de tudo... De mim, de seus poderes... Mas se eu deixar ela assim e partir... Nós dois iríamos sofrer e ela poderia ser morta.

Ele faz uma curva e bate no volante, frustrado.

– Merda! O que eu faço?– Ele pensa nisso durante todo o percurso até a escola. E durante as três primeiras aulas ele mal fala com Carrie, e bloqueia suas tentativas de se comunicar por telepatia. Quando o sinal toca, indicando o fim da terceira aula, ele sai em disparada pelos corredores, e Carrie faz o melhor que pode para segui-lo.

– John, espera! - Grita ela, finalmente alcançando-o. - O que há de errado com você? Aconteceu alguma coisa.

– Carrie, esse não é realmente um bom momento. - Diz ele.

– Ao menos me diga o quê aconteceu. - Pede ela. - Foi algo que suas meias-irmãs disseram?

– Sim e não. - Responde ele. - Escute, simplesmente não posso falar sobre isso com você, é perigoso.

– Por quê? O que de mau poderia acontecer? - Pergunta ela, o olhar triste e abatido dele lhe responde a pergunta.

– É muita coisa.

– Tem haver com o motivo de ter se mudado? - Pergunta ela. - Tem haver com os X-Men?

– Pode, por favor, falar mais baixo. - Pede, olhando ao redor. - Olhe, eu sei que você quer saber o que aconteceu. Mas se eu te disser...

– Não confia em mim, é isso?

– Confio! Céus, como não haveria de confiar? - Responde, tocando a face dela. - Mas eu não quero te pôr em risco.

– Risco de quê? - Ela tira a mão dele de seu rosto e a segura. - Eu tenho o direito de saber.

– Eu sei. - Ele leva a mão livre à cabeça. – Mas em uma outra hora, pode ser? É muita coisa até para mim absorver.

– É uma promessa? - Pergunta ela.

– Uma promessa. - Ele sorri fracamente. - Palavra de escoteiro.

– Você já foi escoteiro? - Pergunta, com uma sobrancelha arqueada.

– Anh... Vamos almoçar? - Pergunta.

***

– Você quer carona? - Pergunta ele.

– Não, obrigada. Minha mãe vem me buscar hoje. - Responde ela. - Vamos almoçar e depois vamos para a lavanderia.

– Ok. Bem, tenha um bom dia. - Ele a abraça.

– Você também. - Eles se separam. - Até amanhã.

– Até. - Ele entra na caminhonete, e sorri para ela. O barulho do motor foi ficando cada vez mais distante conforme ele se distanciava.

***

Os dias seguintes foram comuns, até que John concordou em explicar tudo para ela no sábado. Combinaram de se encontrar no lago, á tarde.

– Vou te contar do começo. - Diz ele. - Existe uma sociedade secreta elitista chamada Hellfire Club. Ela tem dois lados, o negro e o branco.

– Como no xadrez?

– Sim, exatamente como no xadrez. - Responde ele. - Cada lado tem um rei e uma rainha, que lideram o lado. Além de bispos, cavalos e torres, que seriam os comandantes, oficiais, entre outros. Ela é considerada um grupo criminoso. Por causa de algumas ações de ambos os lados. - Ele respira fundo. - Minha mãe lidera o lado branco, junto com Magneto.

– Quer dizer que sua mãe é uma criminosa?

– Ela se redimiu. - Diz ele. - Mas até então ela... Fez bastante coisa. Nem todo mutante nasce bom. Nem todo mutante é bom. Ela tinha uma escola para mutantes, como a do Professor X. - Diz ele. - Mas depois do acidente em Genosha, a grande maioria dos estudantes dela morreu. A partir dali ela começou a trabalhar com os X-Men, depois com a S.H.I.E.L.D e... Com o meu pai. Mas Sebastian Shaw, o rei negro, guardou ressentimentos da saída de minha mãe do crime. O lado branco avançou, enquanto o lado negro regrediu. Muitos outros mutantes fizeram parte da organização. Warren e Betty, por exemplo.

– Quem?

– Você os conhece das minhas histórias como Anjo e Psylocke. - Diz ele. -Shaw vem perseguindo meus pais desde então. Separou meus pais, matou meu pai. Pensávamos que ele tinha morrido, mas... - Ela põe a mão em seu ombro. - Ele está vivo e está nos procurando. E eu tenho medo de que se ele não nos achar... Ele virá atrás de você também.

– Suas irmãs vieram falar sobre isso? - Pergunta ela.

– Sim. Ele está formando um exército. - Ele a olha, cabisbaixo. - Isso me leva ao próximo tópico.

– O quê.

– Eu vou partir em uma semana. - Diz ele. O olhar dela exprime espanto, tristeza, raiva e indignação.

– Não! - Os olhos dela começam á lacrimejar. - Você não pode ir!

– Carrie... - Ele a envolve com os braços, mas ela dá socos em seu ombro. - Eu sei que está chateada, mas estou fazendo isso para te proteger.

– Você não precisa me proteger, eu não tenho medo! - Grita. - Por favor, não me deixe sozinha de novo.

– Carrie...

– Chega de viver com medo. - Diz ela. - Você nem sabe se esse... Shaw sabe onde você está.

– Eu não posso correr esse risco.

– Mas...

– Eu sei. Você tem boas intenções, mas me deixe ir. - Diz. - Você estará sozinha, mas estará segura.

– Como me separar de você pode me proteger? Você é a pessoa com quem eu me sinto mais segura.

– Carrie, acredite em mim quando eu te digo... - Ele a segura pelos ombros. – Eu simplesmente não tenho escolha...

– Você sempre tem uma escolha! - Grita. - Foi você quem me disse isso, lembra? Ou foi mais uma de suas mentiras?

– Eu tenho que fazer o que é certo. - Ela se desvencilha de seus braços, e se distancia dele com passos firmes. - Você não sabe o quanto eu quero ficar.

– Então fique! - Ela se vira para ele, o vidro da caminhonete se estilhaça. - Lute contra esse maníaco ou seja lá o que ele for.

– Carrie... Se acalme.

– Me acalmar? Você ainda tem a coragem de pedir que eu me acalme? - Os cacos de vidro voam em círculos em volta dela, impedindo ele de se aproximar.

– Eu não posso pôr você em perigo! - Grita ele. Ela se ergue alguns centímetros no ar. - Shaw iria te torturar e te matar se ele te encontrasse!

– Eu não ligo! - A voz dela soa amplificada. - Você não pode me deixar!

– Eu tenho que fazer isso...

– Por quê?!

– Porque eu te amo. - Os cacos de vidro param no ar e caem, se estilhaçando mais ainda no chão. Ela pousa delicadamente no chão, de joelhos. Ela abraça o próprio corpo, lágrimas rolam pelo seu rosto. Ele se aproxima calmamente, e a abraça.

– Eu te odeio. - Sussurra, e de um sussurro se transforma em um grito. - Eu te odeio!

– Ótimo. - Ele sorri, tristemente. - Então não vai lhe doer tanto quando eu me apagar da sua memória.

Ela olha para ele, com os olhos arregalados e vermelhos. Ele segura firmemente em suas têmporas e faz o que deve ser feito. Carrie adormece, e ele a toma nos braços.

***

Margaret abre a porta e rapidamente é surpreendida quando John apaga suas memórias dele. Ele a leva até o sofá, e depois volta para a caminhonete buscar Carrie. Ele a leva para cima, e a coloca em sua cama. Ele se agacha, passa a mão pelos seus cabelos e afaga seu rosto.

– Adeus, White. - Sussurra. - Espero que algum dia você possa me perdoar.

Ele sai silenciosamente da residência White, e entra novamente na caminhonete.

***

O som da porta se fechando detrás dele o atinge com indiferença. Sua mãe vem da cozinha, com um olhar de preocupação estampado no rosto.

– O quê aconteceu? - Pergunta ela. Ele a responde com um longo momento de silêncio. Ela tenta, em vão, ler sua mente. - Por que está me bloqueando?

– Você conseguiu o que queria. - Diz, secamente. - Agora aguente as consequências.

– O quê... - Ela se aproxima dele, e acaricia seu rosto. Sua mão toca um corte. - O que é isso?

Ele põe a mão sobre o machucado e se lembra dos cacos de vidro. Sua mão volta manchada de sangue, mas ele age com indiferença.

– Nada. - Diz. - É melhor você apagar a memória do resto da cidade, já que vamos partir. E para deixar claro, não vou para a escola essa semana.

– Jonathan. - Ele sobe as escadas para seu quarto. - Jonathan!

Ela o segue, ele acena com uma mão, e um cano estoura, ele usa a água que saía para criar uma fina barreira de gelo que se forma no meio corredor. Isso a detém por um segundo, mas ela se transforma em sua forma de diamante e atravessa o gelo como se fosse manteiga. Ele fecha a porta do quarto, e congela a maçaneta.

– Você sabe que eu posso atravessar isso tão facilmente quanto posso levantar um dedo. Mas seria uma pena destruir uma porta de carvalho tão bonita.- Diz ela. O som da maçaneta girando a faz retornar à sua forma natural. Ela entra, e se senta na cama, junto com John. - Eu sei que você está triste. E eu também adoraria dizer que vai passar rápido, que tudo vai ficar bem... Mas você está muito grande para minhas ilusões.

– Eu não queria ter feito isso.

– Nem sempre o que é certo parece o correto. - Ela o abraça. - O que importa é que você teve a coragem de fazer o que é certo, como seu pai fez.

– Eu só quero que isso acabe. -Ele apóia a cabeça no ombro da mãe.

– Eu também. - Diz, acariciando seus cabelos. - Mas, por enquanto não temos escolha.

– Você sempre tem uma escolha. - Sussurra ele para si mesmo. Ele fecha os olhos.

– Avisarei Psylocke que você mudou de ideia mais rápido que o previsto. - Ela se levanta. - Pedirei para ela vir com Illyana amanhã e trazer as Stepford, para apagarmos nossos rastros mais rapidamente.

– Ok. - Ele se deita. - Gostaria de ficar sozinho agora.

– Claro, meu filho. - Ela se abaixa para dar-lhe um beijo na testa. - Eu te amo.

– Também te amo mãe. - Ela sai do quarto e fecha a porta suavemente. Desce as escadas e vai em direção à uma pequena saleta que era seu escritório.

Psylocke. - Ela a chama, mentalmente.

Emma? O que houve? Algo de ruim aconteceu?– Pergunta, preocupada.

Sim e não. - Responde.

– O que quer dizer?

Se lembra de Carrie?

A mutante nível cinco que Jonathan mencionou?– Fala. - Sim, eu me lembro.

Resumidamente, Jonathan se convenceu de que apagar a memória dela seria o melhor jeito de mantê-la segura. - Ela faz uma pausa. – Quero que venha com Illyana e as Stepford amanhã ao anoitecer. Voltaremos para o Instituto.

Ele se convenceu ou foi convencido? Eu te conheço, Emma...– Indaga ela. - E eu sei que você quer protegê-lo. Eu mesma o treinei como se fosse meu filho. Também me preocupo com ele. Mas o garoto está certo em uma coisa. Cedo ou tarde Shaw vai bater à sua porta. Vocês só estão adiando uma guerra entre o lado negro e o lado branco.

Mais um motivo para voltarmos. - Diz ela.– Se ele vier bater em nossa porta, que seja na porta do Instituto.

Apenas pense nisso, Emma.– Diz ela. - Avisarei Magik. Nós nos veremos amanhã.

A ligação mental cai. Emma se senta na cadeira de seu escritório. Hoje havia sido um dia cheio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Calma! *Desvia das facas/balas/machados/objetos próximos à vocês*
Não se desesperem, ainda temos muita história pela frente.
E se nos matarem agora nunca saberão o final.
Até o próximo capítulo.