Mind Games (interativa) escrita por Isabela
Notas iniciais do capítulo
Olá para os que estão aqui. Sou eu de novo. Devem ter percebido uma coisa diferente ao abrirem esse capítulo. Por exemplo, o nome de uma louca ao lado do meu. Mas antes de qualquer apresentação, espero que gostem do capítulo. Bem, deixemos ela se apresentar.
Olá amores, eu vou ser a beta do Denis nesses capítulos iniciais e ajudar na produção dos próximos... Podem me chamar só de Isa... Sou uma fã louca apaixonada por X-Men e implorei para ser co-autora dessa fanfic kkkk.
Bom, espero que gostem da leitura, beijos...
Duas semanas depois...
– Tchau mamãe. - Margaret dá-lhe um beijo na testa.
– Hoje não poderei te buscar, tenho coisas a resolver na loja e devo voltar para casa mais tarde. - Ela passa a mão pelos cabelos da filha. - Volte para casa assim que a aula terminar...
– Sim, mamãe. - Carrie sai do carro. Sua primeira aula era Literatura, vendo Jonathan assim que entrou na sala. Depois de duas semanas de convivência, as pessoas começaram a importuná-lo também, com os apelidos de "estranho" e "esquisito". Era de se notar que os falantes não possuíssem muita criatividade, mas como ele e Carrie sempre andavam juntos eram chamados de rei e rainha dos esquisitos, casal bizarro, dentre outros.
Na realidade, nem todos os importunavam, pelo contrário, pararam de perturbar Carrie por causa dele. Sue Snell é um exemplo, a garota não possuía más intenções, apenas más influências. "Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és." Na prática, ela seria tachada de mimada, manipuladora, egoísta e por vários outros nomes de baixo calão, sendo a maioria dessas agradáveis características oriundas de Chris. E Chris? Ah... Essa pareceu ter renovado suas motivações para tornar a vida de Carrie um inferno.
– Tudo bem, Carrie? - Perguntou John, quando ela se sentou.
– Depende do que você considera bem. - Ela havia perdido boa parte da sua timidez inicial, ao menos com ele.
– Sua mãe? – Ela assente com a cabeça.
– O que foi dessa vez?
– O de sempre... Cantarolei uma de suas músicas, ela disse que era do demônio e me trancou no maldito armário.
– Você não devia deixá-la fazer isso com você.
– Eu sei. – Ela fica em silêncio por alguns segundos. - E vou ter que ir para casa a pé hoje... Ela vai trabalhar até tarde.
– Eu te dou uma carona no meu carro.
– Sério? – Ele sorri e confirma com a cabeça. - Muito obrigada.
– Você tem ideia de quanto tempo sua mãe vai demorar?
– Por quê?
– Estava pensando em ir ver aquele novo filme e poderia levar você comigo, depois da aula. Afinal, nunca ter ido ao cinema é um crime.
– Não sei... Se minha mãe chegar antes de mim eu estarei morta.
– Hey, não quero que você vá por minha causa, se não quiser, eu simplesmente te deixo em casa. Sem problemas...
– Vou ter que pensar nisso. O cinema parece tentador...
– Você tem até o fim do dia, sem pressa.
***
Só conseguiram realmente se falar de novo durante o intervalo.
– E então... Tem uma resposta? - Pergunta John, enquanto Carrie se serve de uma fatia de pizza na fila do refeitório.
– Sim.
– Sim de "eu vou", ou sim de "já tenho minha resposta"? - John também pega um pedaço de pizza.
– Os dois. - Diz ela, quase como um suspiro, fazendo John abrir um sorriso.
– A garotinha vai sair do casulo?
– Não faça eu me sentir culpada.
– Ok, desculpe, ficarei quieto antes que mude de ideia. - Eles se sentam em uma das mesas vazias. - Você conseguiu fazer a questão...
Mal sabiam eles que alguém os observara e escutara sua conversa e com a cabeça a mil, Chris Hangersen saiu do refeitório. Tanta humilhação a ser feita, tão pouco tempo para realizá-la...
***
Na aula de educação física, a professora Miss Desjardin havia passado o que era para ser um simples jogo de queimado. Como sempre, Carrie havia sido escolhida por último, e o pior: do outro lado da quadra estava Chris. Sua estratégia era simples, consistia em um plano muito elaborado de ficar no fundo da quadra e evitar ser atingida. Miss Desjardin apita e as bolas começam a serem lançadas. Carrie estava indo muito bem, ainda não havia sido atingida mesmo com as incessantes tentativas de Chris.
Até o momento em que restaram somente as duas na quadra...
– O que foi Carrie? Não quer que sua pele fique marcada justo no dia em que você vai se encontrar com seu amiguinho esquisito? - E ela joga a bola. Por uma fração de segundo, Carrie sentiu raiva, mas essa fração de segundo foi suficiente para que um poder fosse despertado. A bola parou no ar a centímetros do seu rosto, e ela agarrou-a. Todos estavam em silêncio, boquiabertos, até que Miss Desjardin tocou o apito indicando o fim do jogo. Carrie ganhara de Chris... As garotas começaram a se dirigir aos vestiários. Chris estava extremamente furiosa. Carrie recebeu comentários positivos de suas companheiras de time, que passavam por ela, e da treinadora.
– Muito bem Carrie! - Disse ela. - Você teve um excelente progresso desde o último jogo.
– Obrigada. - Agradeceu. - Miss Desjardin...
– Sim, Carrie.
– Tem algum jeito de eu usar o vestiário depois das outras saírem? - Miss Desjardin sabia da timidez de Carrie e tentava ajudá-la da melhor maneira que podia. Ela suspira.
– Como esta é a última aula, tem sim. - Ela sorri. - Você pode esperar na minha sala, eu dou uma desculpa para você.
– Muito obrigada. - Carrie e Miss Desjardin já haviam feito esse mesmo esquema tantas vezes, que o caminho para a sala da treinadora era algo automático para Carrie. Ela se sentava e esperava até Miss Desjardin bater na porta, então ela saía e tomava seu banho sem se preocupar com as outras garotas. Dessa vez não foi diferente.
***
Ela arrumou os cabelos da melhor maneira que pôde e foi para frente da escola, onde John a esperava. Ele abre a porta de sua caminhonete para Carrie, que entra um pouco relutante. Depois ele entra e põe o cinto, Carrie faz o mesmo e ela não se demora a contar o ocorrido na aula de educação física.
– Então a bola simplesmente parou no ar e você a agarrou? - Pergunta John, depois de seu relato.
– Foi. - Ele a encara com um olhar inquisidor, ela dá de ombros. - Olha, eu sei o que eu vi.
– Não, tudo bem. Se você diz... - Ele olhou de relance para ela, como se soubesse de algo. - Vamos fazer o seguinte... - Ele aproveita o sinal fechado para pegar um livro na sua mochila. Ele o abre e o estende a Carrie, que o pega. - Folheie o livro sem tocar nele.
– Ok... - Ela segura o livro aberto na palma de sua mão, e faz um movimento suave com a outra. As folhas começam a virar, uma por uma. Carrie sorri. - Viu?
– Não vale, o ar condicionado está ligado. - O sinal abre, e ele volta a focar no trânsito. Carrie puxa delicadamente o seu braço e aponta para o livro, que agora flutuava dentro da caminhonete. Ele olha, chocado.
– Não se assuste. - Pede ela, olhando para ele, e agarrando o livro no ar. - E pelo amor de Deus, olhe para a rua.
– Me assustar? - Ele ri. - Eu estou encantado!
– Por quê?
– Digamos que você não é a única com uma habilidade especial.
– Sério? - Pergunta, curiosa.
– Anh... Deixe-me ver... - Ele olha ao redor, e aponta para seu copo de café, que repousava no porta-copo. - Olhe para o café. Ele para o carro no estacionamento do cinema e ergue a mão. O café quente se ergue do copo. Quando John cerra o punho, ele congela. - Surpresa! - Ele sorri. - Eu sabia que tinha algo especial em você, mas não imaginei que seria você uma mutante também.
– Uma o quê? - Carrie franze o cenho, confusa.
– Oh Deus... - Ele passa a mão pelos cabelos. - Vai ser um longo dia... Quer pular o cinema e ir para uma lanchonete? Poderemos conversar melhor lá.
– Ok. - Ela respira fundo. - Você tem muito que falar...
– E você tem muito que ouvir. - Ele liga o carro novamente. - É melhor eu desfazer isso... Com um estalar de dedos, o café volta para o copo.
***
– Pode começar. - Diz ela, se sentando à mesa da lanchonete.
– O que vão querer, queridos? - A garçonete era uma mulher de meia idade, seu cabelo ruivo desgrenhado estava preso em um coque. Ela segurava um bloco de notas e uma caneta e batia o pé no chão repetidas vezes, enquanto esperava os pedidos.
– Vamos ver... Dois milk-shakes de morango e uma batata grande. - Ele olha para Carrie, que certamente não estava tão interessada na comida. - Por minha conta.
Carrie espera a garçonete sair para encará-lo.
– Tudo bem... Primeiramente, esse poder que você tem se chama telecinese, você provavelmente vai desenvolver telepatia futuramente. Esses poderes geralmente andam juntos.
– Traduza, por favor.
– Telecinese é a habilidade de mover objetivos com a mente, já telepatia é ter a capacidade de ler, controlar e persuadir mentes. - Ele aponta para si mesmo. - Eu sou um telepata.
– E aquele negócio da água foi o quê? - Pergunta ela.
– Hidrocinese e criocinese, respectivamente. Controlar a água e o gelo... A telepatia é apenas uma mutação secundária a qual herdei da minha mãe.
– Sua mãe também é uma mutante?
– Sim, uma das melhores telepatas já existentes. - Eles param a conversa por um segundo quando a comida chega. - Obrigado.
– De nada, querido. - A garçonete sorri. - Mais alguma coisa?
– Por enquanto não, obrigado. - Ela se retira, e John continua. - Bem, como sua mãe não é mutante, você deve ter herdado o gene do seu pai.
– Então meu pai também era mutante?
– É quase certo que sim. O gene mutante é dominante, transmitido pelo cromossomo X positivo. Toda mulher mutante tem que ter ao menos um dos pais mutantes e todo homem mutante tem que ter obrigatoriamente a mãe mutante.
– E ele possuía a mesma habilidade que eu?
– Não necessariamente. - John toma um gole do milk-shake.
– Mas sua mãe é telepata e você também é...
– Mas isso não justifica... Por exemplo, anh... - Ele para e pensa um pouco, enquanto franze o cenho. - Um dos meus antigos professores tinha poderes de magnetismo, mas seus filhos nasceram com poderes completamente diferentes: velocidade supersônica e manipulação do caos.
– Ok... Então seu pai também era mutante, certo? - Pergunta ela, tomando um gole do seu milk-shake.
– Sim, mas o poder dele não tinha muito a ver com o meu... - Ele se serve de uma batata. - Invisibilidade.
– Espera... Acabei perceber uma coisa. - Ela pisca, confusa. - De que escola você veio?
– Instituto Charles Xavier para jovens superdotados, uma academia de mutantes. - Ele faz uma pausa para beber. - Minha mãe lecionou lá.
– E o que ela faz agora?
– Psicologia. - Ele ri. - Um bom disfarce.
– Disfarce de quê? - Ele toma o milk-shake, mesmo que este esteja vazio, e muda o rumo da conversa.
– Longa história, que talvez eu te conte depois.
– Deus, é muita informação. - Ela leva uma das mãos à cabeça e estende a outra sobre a mesa. - E pensar que eu achava que o ponto alto do meu dia seria o cinema.
– Ainda podemos ir...
– Não! Já estou me arriscando demais vindo aqui, eu deveria estar em casa.
– Mas você veio porque quis. - Ele suspira. - Eu provavelmente não deveria te oferecer isso, mas eu posso modificar os pensamentos dela para ela achar que você chegou cedo.
– Poderia fazer isso? - Carrie se encheu de receio e tentação pela oferta. - Poderia mudar qualquer coisa?
– Sim. - Ele respira fundo. - Poderia.
– Pode fazer minha mãe ser mais liberal comigo e até mesmo deixar ela menos fanática religiosa?
– Sim, mas veja... A mente humana é algo complicado. Não é só entrar e puf! - Ele pega mais uma batata. - Posso até fazer, mas não tenho controle sobre as consequências.
Os olhos de Carrie se iluminaram. Ela amava a mãe, mas também queria sua liberdade e essa poderia ser a única maneira de ela ter os dois.
– Faça, por favor. - Ela segura em sua mão e o olha nos olhos.
– Tudo bem, tudo bem... Deus, você tem certeza que você não é uma empata? - Ele se levanta da mesa. - Não esqueça seu milk-shake. - Ele se dirige à garçonete e lhe entrega uma nota de vinte. - Fique com o troco.
– Obrigada, tenham um bom dia. - Ela sorri e acena para os dois, que saem e entram na caminhonete.
– Ei, já que eu vou apagar algumas memórias da sua mãe, que tal aquele filme?
– Parece uma ótima ideia. - Diz ela. - E o que é um empata mesmo?
– Céus...
***
– Isso foi incrível! - Diz Carrie ao sair do cinema. - Eu nunca vi nada parecido.
– Que bom que valeu a pena. - Eles entram na caminhonete. - Que parte você mais gostou?
– O final... Foi hilário.
– Sabia que seria essa.
– Como? Você leu minha mente? - Perguntou ironicamente.
– Não costumo ler a mente de garotas em um primeiro encontro. - Carrie gelou, sem reação. Um encontro? Aquilo foi um encontro?
– Você está prestes a invadir a mente da minha mãe, então acho que já passou dessa fase. - Ele ri.
– Há! Boa... Nós estamos perto? - Pergunta.
– Mais três quarteirões e entao você vira para a esquerda.
– Ok, mais alguma coisa que queira saber antes de chegarmos lá?
– Você pode me ajudar a controlar meus poderes?
– Não sou o Professor X, mas posso tentar. - Ele vê a cara de confusa dela e continua. - Ele ensinava na academia onde estudei.
– Ensinava?
– Longa história.
– Um dia vamos você vai me contar todas essas longas histórias. - Diz ela. - Vire aqui.
– Dê-me uma semana e podemos começar. - Carrie olha para sua casa, onde carro de sua mãe já se encontrava. Se não soubesse o que ia acontecer teria enlouquecido. - É aqui?
– Sim. - Carrie sentiu o pulso acelerar e John percebendo sua inquietação, apoiou a mão em seu ombro.
– Hey, tudo bem, estarei do seu lado... É só sua mãe, certo? O que ela poderia fazer?
– Você não faz ideia... - Sussurrou. - Eu vou à frente.
Ela abre a porta e de início não vê sua mãe, seguida de John, que logo entra. Carrie olha para a sala, onde sua mãe se encontrava recostada em uma poltrona, de braços cruzados. Margaret se levanta...
– Onde é que você esteve?! - Ela finalmente percebe a presença de John. - E quem é esse garoto?! O que você fez?
Ela ergue a mão para dar um tapa em Carrie, que se encolhe, mas sua mão para no ar. Ela reseta, e Carrie observa enquanto os olhos verdes de John assumiam uma cor branca. Depois de alguns segundos, Margaret desaba no chão, inconsciente.
– Mãe? - Carrie se agacha e tenta reanimá-lá, então dirige seu olhar a John. - O que você fez?
– Ela ficará bem... - Ele leva a mão à cabeça. - Quando acordar não vai se lembrar de nada.
– Então ela não está...
– Céus, não! - Ele franze o cenho. - Ela só apagou.
– Oh... Bem, me ajuda a levar ela para cima?
– Por que você não faz isso? - Pergunta. - Considere um treino de suas novas habilidades.
– Mas... Não seria mais simples levarmos ela para cima?
– Vamos lá, você consegue. – Ele lança o olhar mais motivador e irônico que conseguiu. - Eu acredito em você.
– Não vai acontecer. Não vai... - Ele a encara com um olhar desafiador. Ela suspira. - Está bem, uma única tentativa.
Com um suave aceno de mãos, Margaret é erguida no ar em posição vertical. Ela flutua sobre a escada e é colocada delicadamente em sua cama.
– Viu, não é tão... - Ele é interrompido por um forte abraço vindo de Carrie.
– Obrigada por tudo o que fez hoje.
– Não há de quê. - Ele retribui o abraço. - Te vejo amanhã, White.
– Te vejo amanhã, Crane. - Ele atravessa a porta, e Carrie a fecha com um aceno de mão. Sua vida agora ia mudar e ela não sabia o quanto.
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Até quarta (Agora postaremos em feriados!).