Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 2
Capítulo 2 - Mutações


Notas iniciais do capítulo

Olá para os que estão aqui. Sou eu de novo. Devem ter percebido uma coisa diferente ao abrirem esse capítulo. Por exemplo, o nome de uma louca ao lado do meu. Mas antes de qualquer apresentação, espero que gostem do capítulo. Bem, deixemos ela se apresentar.

Olá amores, eu vou ser a beta do Denis nesses capítulos iniciais e ajudar na produção dos próximos... Podem me chamar só de Isa... Sou uma fã louca apaixonada por X-Men e implorei para ser co-autora dessa fanfic kkkk.
Bom, espero que gostem da leitura, beijos...



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Duas semanas depois...

– Tchau mamãe. - Margaret dá-lhe um beijo na testa.

– Hoje não poderei te buscar, tenho coisas a resolver na loja e devo voltar para casa mais tarde. - Ela passa a mão pelos cabelos da filha. - Volte para casa assim que a aula terminar...

– Sim, mamãe. - Carrie sai do carro. Sua primeira aula era Literatura, vendo Jonathan assim que entrou na sala. Depois de duas semanas de convivência, as pessoas começaram a importuná-lo também, com os apelidos de "estranho" e "esquisito". Era de se notar que os falantes não possuíssem muita criatividade, mas como ele e Carrie sempre andavam juntos eram chamados de rei e rainha dos esquisitos, casal bizarro, dentre outros.

Na realidade, nem todos os importunavam, pelo contrário, pararam de perturbar Carrie por causa dele. Sue Snell é um exemplo, a garota não possuía más intenções, apenas más influências. "Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és." Na prática, ela seria tachada de mimada, manipuladora, egoísta e por vários outros nomes de baixo calão, sendo a maioria dessas agradáveis características oriundas de Chris. E Chris? Ah... Essa pareceu ter renovado suas motivações para tornar a vida de Carrie um inferno.

– Tudo bem, Carrie? - Perguntou John, quando ela se sentou.

– Depende do que você considera bem. - Ela havia perdido boa parte da sua timidez inicial, ao menos com ele.

– Sua mãe? – Ela assente com a cabeça.

– O que foi dessa vez?

– O de sempre... Cantarolei uma de suas músicas, ela disse que era do demônio e me trancou no maldito armário.

– Você não devia deixá-la fazer isso com você.

– Eu sei. – Ela fica em silêncio por alguns segundos. - E vou ter que ir para casa a pé hoje... Ela vai trabalhar até tarde.

– Eu te dou uma carona no meu carro.

– Sério? – Ele sorri e confirma com a cabeça. - Muito obrigada.

– Você tem ideia de quanto tempo sua mãe vai demorar?

– Por quê?

– Estava pensando em ir ver aquele novo filme e poderia levar você comigo, depois da aula. Afinal, nunca ter ido ao cinema é um crime.

– Não sei... Se minha mãe chegar antes de mim eu estarei morta.

– Hey, não quero que você vá por minha causa, se não quiser, eu simplesmente te deixo em casa. Sem problemas...

– Vou ter que pensar nisso. O cinema parece tentador...

– Você tem até o fim do dia, sem pressa.

***

Só conseguiram realmente se falar de novo durante o intervalo.

– E então... Tem uma resposta? - Pergunta John, enquanto Carrie se serve de uma fatia de pizza na fila do refeitório.

– Sim.

– Sim de "eu vou", ou sim de "já tenho minha resposta"? - John também pega um pedaço de pizza.

– Os dois. - Diz ela, quase como um suspiro, fazendo John abrir um sorriso.

– A garotinha vai sair do casulo?

– Não faça eu me sentir culpada.

– Ok, desculpe, ficarei quieto antes que mude de ideia. - Eles se sentam em uma das mesas vazias. - Você conseguiu fazer a questão...

Mal sabiam eles que alguém os observara e escutara sua conversa e com a cabeça a mil, Chris Hangersen saiu do refeitório. Tanta humilhação a ser feita, tão pouco tempo para realizá-la...

***

Na aula de educação física, a professora Miss Desjardin havia passado o que era para ser um simples jogo de queimado. Como sempre, Carrie havia sido escolhida por último, e o pior: do outro lado da quadra estava Chris. Sua estratégia era simples, consistia em um plano muito elaborado de ficar no fundo da quadra e evitar ser atingida. Miss Desjardin apita e as bolas começam a serem lançadas. Carrie estava indo muito bem, ainda não havia sido atingida mesmo com as incessantes tentativas de Chris.

Até o momento em que restaram somente as duas na quadra...

– O que foi Carrie? Não quer que sua pele fique marcada justo no dia em que você vai se encontrar com seu amiguinho esquisito? - E ela joga a bola. Por uma fração de segundo, Carrie sentiu raiva, mas essa fração de segundo foi suficiente para que um poder fosse despertado. A bola parou no ar a centímetros do seu rosto, e ela agarrou-a. Todos estavam em silêncio, boquiabertos, até que Miss Desjardin tocou o apito indicando o fim do jogo. Carrie ganhara de Chris... As garotas começaram a se dirigir aos vestiários. Chris estava extremamente furiosa. Carrie recebeu comentários positivos de suas companheiras de time, que passavam por ela, e da treinadora.

– Muito bem Carrie! - Disse ela. - Você teve um excelente progresso desde o último jogo.

– Obrigada. - Agradeceu. - Miss Desjardin...

– Sim, Carrie.

– Tem algum jeito de eu usar o vestiário depois das outras saírem? - Miss Desjardin sabia da timidez de Carrie e tentava ajudá-la da melhor maneira que podia. Ela suspira.

– Como esta é a última aula, tem sim. - Ela sorri. - Você pode esperar na minha sala, eu dou uma desculpa para você.

– Muito obrigada. - Carrie e Miss Desjardin já haviam feito esse mesmo esquema tantas vezes, que o caminho para a sala da treinadora era algo automático para Carrie. Ela se sentava e esperava até Miss Desjardin bater na porta, então ela saía e tomava seu banho sem se preocupar com as outras garotas. Dessa vez não foi diferente.

***

Ela arrumou os cabelos da melhor maneira que pôde e foi para frente da escola, onde John a esperava. Ele abre a porta de sua caminhonete para Carrie, que entra um pouco relutante. Depois ele entra e põe o cinto, Carrie faz o mesmo e ela não se demora a contar o ocorrido na aula de educação física.

– Então a bola simplesmente parou no ar e você a agarrou? - Pergunta John, depois de seu relato.

– Foi. - Ele a encara com um olhar inquisidor, ela dá de ombros. - Olha, eu sei o que eu vi.

– Não, tudo bem. Se você diz... - Ele olhou de relance para ela, como se soubesse de algo. - Vamos fazer o seguinte... - Ele aproveita o sinal fechado para pegar um livro na sua mochila. Ele o abre e o estende a Carrie, que o pega. - Folheie o livro sem tocar nele.

– Ok... - Ela segura o livro aberto na palma de sua mão, e faz um movimento suave com a outra. As folhas começam a virar, uma por uma. Carrie sorri. - Viu?

– Não vale, o ar condicionado está ligado. - O sinal abre, e ele volta a focar no trânsito. Carrie puxa delicadamente o seu braço e aponta para o livro, que agora flutuava dentro da caminhonete. Ele olha, chocado.

– Não se assuste. - Pede ela, olhando para ele, e agarrando o livro no ar. - E pelo amor de Deus, olhe para a rua.

– Me assustar? - Ele ri. - Eu estou encantado!

– Por quê?

– Digamos que você não é a única com uma habilidade especial.

– Sério? - Pergunta, curiosa.

– Anh... Deixe-me ver... - Ele olha ao redor, e aponta para seu copo de café, que repousava no porta-copo. - Olhe para o café. Ele para o carro no estacionamento do cinema e ergue a mão. O café quente se ergue do copo. Quando John cerra o punho, ele congela. - Surpresa! - Ele sorri. - Eu sabia que tinha algo especial em você, mas não imaginei que seria você uma mutante também.

– Uma o quê? - Carrie franze o cenho, confusa.

– Oh Deus... - Ele passa a mão pelos cabelos. - Vai ser um longo dia... Quer pular o cinema e ir para uma lanchonete? Poderemos conversar melhor lá.

– Ok. - Ela respira fundo. - Você tem muito que falar...

– E você tem muito que ouvir. - Ele liga o carro novamente. - É melhor eu desfazer isso... Com um estalar de dedos, o café volta para o copo.

***

– Pode começar. - Diz ela, se sentando à mesa da lanchonete.

– O que vão querer, queridos? - A garçonete era uma mulher de meia idade, seu cabelo ruivo desgrenhado estava preso em um coque. Ela segurava um bloco de notas e uma caneta e batia o pé no chão repetidas vezes, enquanto esperava os pedidos.

– Vamos ver... Dois milk-shakes de morango e uma batata grande. - Ele olha para Carrie, que certamente não estava tão interessada na comida. - Por minha conta.

Carrie espera a garçonete sair para encará-lo.

– Tudo bem... Primeiramente, esse poder que você tem se chama telecinese, você provavelmente vai desenvolver telepatia futuramente. Esses poderes geralmente andam juntos.

– Traduza, por favor.

– Telecinese é a habilidade de mover objetivos com a mente, já telepatia é ter a capacidade de ler, controlar e persuadir mentes. - Ele aponta para si mesmo. - Eu sou um telepata.

– E aquele negócio da água foi o quê? - Pergunta ela.

– Hidrocinese e criocinese, respectivamente. Controlar a água e o gelo... A telepatia é apenas uma mutação secundária a qual herdei da minha mãe.

– Sua mãe também é uma mutante?

– Sim, uma das melhores telepatas já existentes. - Eles param a conversa por um segundo quando a comida chega. - Obrigado.

– De nada, querido. - A garçonete sorri. - Mais alguma coisa?

– Por enquanto não, obrigado. - Ela se retira, e John continua. - Bem, como sua mãe não é mutante, você deve ter herdado o gene do seu pai.

– Então meu pai também era mutante?

– É quase certo que sim. O gene mutante é dominante, transmitido pelo cromossomo X positivo. Toda mulher mutante tem que ter ao menos um dos pais mutantes e todo homem mutante tem que ter obrigatoriamente a mãe mutante.

– E ele possuía a mesma habilidade que eu?

– Não necessariamente. - John toma um gole do milk-shake.

– Mas sua mãe é telepata e você também é...

– Mas isso não justifica... Por exemplo, anh... - Ele para e pensa um pouco, enquanto franze o cenho. - Um dos meus antigos professores tinha poderes de magnetismo, mas seus filhos nasceram com poderes completamente diferentes: velocidade supersônica e manipulação do caos.

– Ok... Então seu pai também era mutante, certo? - Pergunta ela, tomando um gole do seu milk-shake.

– Sim, mas o poder dele não tinha muito a ver com o meu... - Ele se serve de uma batata. - Invisibilidade.

– Espera... Acabei perceber uma coisa. - Ela pisca, confusa. - De que escola você veio?

– Instituto Charles Xavier para jovens superdotados, uma academia de mutantes. - Ele faz uma pausa para beber. - Minha mãe lecionou lá.

– E o que ela faz agora?

– Psicologia. - Ele ri. - Um bom disfarce.

– Disfarce de quê? - Ele toma o milk-shake, mesmo que este esteja vazio, e muda o rumo da conversa.

– Longa história, que talvez eu te conte depois.

– Deus, é muita informação. - Ela leva uma das mãos à cabeça e estende a outra sobre a mesa. - E pensar que eu achava que o ponto alto do meu dia seria o cinema.

– Ainda podemos ir...

– Não! Já estou me arriscando demais vindo aqui, eu deveria estar em casa.

– Mas você veio porque quis. - Ele suspira. - Eu provavelmente não deveria te oferecer isso, mas eu posso modificar os pensamentos dela para ela achar que você chegou cedo.

– Poderia fazer isso? - Carrie se encheu de receio e tentação pela oferta. - Poderia mudar qualquer coisa?

– Sim. - Ele respira fundo. - Poderia.

– Pode fazer minha mãe ser mais liberal comigo e até mesmo deixar ela menos fanática religiosa?

– Sim, mas veja... A mente humana é algo complicado. Não é só entrar e puf! - Ele pega mais uma batata. - Posso até fazer, mas não tenho controle sobre as consequências.

Os olhos de Carrie se iluminaram. Ela amava a mãe, mas também queria sua liberdade e essa poderia ser a única maneira de ela ter os dois.

– Faça, por favor. - Ela segura em sua mão e o olha nos olhos.

– Tudo bem, tudo bem... Deus, você tem certeza que você não é uma empata? - Ele se levanta da mesa. - Não esqueça seu milk-shake. - Ele se dirige à garçonete e lhe entrega uma nota de vinte. - Fique com o troco.

– Obrigada, tenham um bom dia. - Ela sorri e acena para os dois, que saem e entram na caminhonete.

– Ei, já que eu vou apagar algumas memórias da sua mãe, que tal aquele filme?

– Parece uma ótima ideia. - Diz ela. - E o que é um empata mesmo?

– Céus...

***

– Isso foi incrível! - Diz Carrie ao sair do cinema. - Eu nunca vi nada parecido.

– Que bom que valeu a pena. - Eles entram na caminhonete. - Que parte você mais gostou?

– O final... Foi hilário.

– Sabia que seria essa.

– Como? Você leu minha mente? - Perguntou ironicamente.

– Não costumo ler a mente de garotas em um primeiro encontro. - Carrie gelou, sem reação. Um encontro? Aquilo foi um encontro?

– Você está prestes a invadir a mente da minha mãe, então acho que já passou dessa fase. - Ele ri.

– Há! Boa... Nós estamos perto? - Pergunta.

– Mais três quarteirões e entao você vira para a esquerda.

– Ok, mais alguma coisa que queira saber antes de chegarmos lá?

– Você pode me ajudar a controlar meus poderes?

– Não sou o Professor X, mas posso tentar. - Ele vê a cara de confusa dela e continua. - Ele ensinava na academia onde estudei.

– Ensinava?

– Longa história.

– Um dia vamos você vai me contar todas essas longas histórias. - Diz ela. - Vire aqui.

– Dê-me uma semana e podemos começar. - Carrie olha para sua casa, onde carro de sua mãe já se encontrava. Se não soubesse o que ia acontecer teria enlouquecido. - É aqui?

– Sim. - Carrie sentiu o pulso acelerar e John percebendo sua inquietação, apoiou a mão em seu ombro.

– Hey, tudo bem, estarei do seu lado... É só sua mãe, certo? O que ela poderia fazer?

– Você não faz ideia... - Sussurrou. - Eu vou à frente.

Ela abre a porta e de início não vê sua mãe, seguida de John, que logo entra. Carrie olha para a sala, onde sua mãe se encontrava recostada em uma poltrona, de braços cruzados. Margaret se levanta...

– Onde é que você esteve?! - Ela finalmente percebe a presença de John. - E quem é esse garoto?! O que você fez?

Ela ergue a mão para dar um tapa em Carrie, que se encolhe, mas sua mão para no ar. Ela reseta, e Carrie observa enquanto os olhos verdes de John assumiam uma cor branca. Depois de alguns segundos, Margaret desaba no chão, inconsciente.

– Mãe? - Carrie se agacha e tenta reanimá-lá, então dirige seu olhar a John. - O que você fez?

– Ela ficará bem... - Ele leva a mão à cabeça. - Quando acordar não vai se lembrar de nada.

– Então ela não está...

– Céus, não! - Ele franze o cenho. - Ela só apagou.

– Oh... Bem, me ajuda a levar ela para cima?

– Por que você não faz isso? - Pergunta. - Considere um treino de suas novas habilidades.

– Mas... Não seria mais simples levarmos ela para cima?

– Vamos lá, você consegue. – Ele lança o olhar mais motivador e irônico que conseguiu. - Eu acredito em você.

– Não vai acontecer. Não vai... - Ele a encara com um olhar desafiador. Ela suspira. - Está bem, uma única tentativa.

Com um suave aceno de mãos, Margaret é erguida no ar em posição vertical. Ela flutua sobre a escada e é colocada delicadamente em sua cama.

– Viu, não é tão... - Ele é interrompido por um forte abraço vindo de Carrie.

– Obrigada por tudo o que fez hoje.

– Não há de quê. - Ele retribui o abraço. - Te vejo amanhã, White.

– Te vejo amanhã, Crane. - Ele atravessa a porta, e Carrie a fecha com um aceno de mão. Sua vida agora ia mudar e ela não sabia o quanto.


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Notas finais do capítulo

Até quarta (Agora postaremos em feriados!).