A Retribuição escrita por BadWolf


Capítulo 32
Um Duelo Para Terminar a Guerra


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Nem vou falar muito, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598932/chapter/32

O Duque lançou a Holmes outra espada, e Holmes a pegou com a mão direita.

–Eu presumo que, enquanto você usava cocaína entre uma aula e outra na Universidade de Oxford, Mr. Holmes, o senhor deva ter aprendido que a prática de duelo é inaceitável, e inclusive proibida nas leis britânicas.

–Exatamente. A morte de um dos oponentes é considerada homicídio, não justificável pelas circunstâncias de um duelo.

–Pois bem. Eu imponho-lhe um desafio, Holmes. Duele comigo, e o vencedor levará Esther.

–Esther não é um objeto para ser disputado, Mr. Ivanov...

Sem que Holmes percebesse, o Duque rapidamente desembainhou sua espada e lhe feriu levemente, no braço. Era evidente que ele tivera apenas a intenção de ferir, pois poderia tê-lo matado naquele momento. Watson ficou atônito com a rapidez do Duque, pois sequer foi incapaz de esboçar uma reação que o impedisse. De fato, ele não era um oponente comum, mas um homem experiente.

–Sua Graça. – corrigiu o Duque. – É Sua Graça!

Holmes olhava, atônito, o filete de sangue que manchava seu terno.

–Vamos, Mr. Holmes. Eu lhe ataquei. Reaja como um homem! Ou vocês, ingleses bebedores de chá, são mesmo uns afeminados borradores de calça? - –ele riu, em deboche.

–O senhor é louco! – gritou Watson.

–Um pouco, Doutor. Enfrentei guerras, revoltas, em nome de meu país. Já matei a muitos que fizeram bem menos a mim que seu amigo. Esse homem matou...

–Seu filho, não é? – tentou zombar Holmes. – Eu percebi. Dmitri, seu filho bastardo com uma de suas empregadas. Amado, mas ainda bastardo.

O Duque pareceu surpreso, mas se recompôs.

–Bem, ao menos alguma coisa o senhor conseguiu deduzir. Finalmente. Eu estava me perguntando quando o senhor perceberia o que estava acontecendo. Acho que aquela judia virou mesmo sua cabeça. Ela vira a cabeça de qualquer um com aquele par de tetas redondinhas...

O Duque foi interrompido com o desembainhar da espada de Holmes.

–Holmes... – pedia Watson. – Por favor... Não entre em suas artimanhas. Ele só quer um motivo para coloca-lo atrás das grades.

Holmes estava irredutível.

–Esse homem destruiu a família de Esther. Ele não irá descansar jamais enquanto não acabar com nós dois, enquanto não acabar com ela. Ela já sofreu o bastante, Watson. E alguém precisa dar um ponto final a isto, mesmo... Mesmo que eu tenha que cometer um homicídio para mantê-la a salvo deste monstro.

Holmes colocou-se em guarda. O Duque fez o mesmo, e imediatamente, as espadas começaram a se tocar. Watson observava a tudo com desgosto. O Duque estava prestes a ser preso, com um mandato a ponto de sair, e ainda assim, havia a possibilidade de escapar ileso. Ele tinha gente poderosa ao seu lado. Era um dos homens de confiança do Czar russo. Ainda que seus crimes na Inglaterra tenham sido graves, ele poderia apenas ser expulso do país, mas ficar em liberdade na Rússia, impune. Isso era injusto. E seu amigo, Sherlock Holmes nem sempre obedecia a lei. Se o achasse certo, poderia até mesmo transgredi-la. E era o que ele estava fazendo ali, arriscando sua vida, sua carreira, em nome de Esther. Não havia dúvidas. Ele a amava. Isso doía no peito de Watson.

Sim. Ele a amava.

–Não sou um praticante desta modalidade, mas sei que o oponente tem direito a usar sua arma. E essa arma não é minha. O que me garante que não está sabotada?

–Sou bom o bastante, Mr. Holmes, para dispensar uma sabotagem. Creio que posso devidamente dar conta de você. – respondeu o Duque, enquanto brandia sua espada contra Holmes, que se defendia. Realmente, o Duque era um bom esgrimista. Sua experiência de guerra e boa forma, apesar da idade, lhe faziam ser um oponente difícil. Sherlock Holmes também era um bom esgrimista, sem dúvida. A julgar pelo nível do Duque, um esgrimista mediano certamente já estaria morto nos primeiros minutos.

Os golpes do Duque começaram a se intensificar. Holmes defendia-se, e quando tentou uma manobra para pegá-lo, finalmente, o Duque lhe antecipou e feriu-lhe outra vez, no braço.

Para desespero de Watson, a ferida era mais séria que a primeira, meramente superficial. Logo a camisa de Holmes começou a ficar vermelha pelo seu sangue. Implacável, o Duque continuou os golpes. Watson não aguentava mais. Era hora de agir em defesa de seu amigo, mesmo que isso fosse desleal.

Quando preparou-se para apontar seu revólver para o Duque, Holmes revigorou-se, e devolveu golpes à altura do Duque, em um ritmo intenso. O ferimento parecia ter lhe dado novo ânimo. O Duque tentou contra-atacar, mas acabou recebendo um golpe de espada na altura das costelas.

Mas nem mesmo uma ferida dessas reduzia a fúria do Urso de Moscou.

O Duque continuou a defender-se e contra-atacar. Watson se perguntava por quanto tempo aquilo duraria, ou quando ambos se cansariam. O suor já era visível em ambos os corpos, e o sangue também começava a sujar o carpete. Mas o ódio que ambos tinham um contra o outro era mais forte, mesmo que a dor.

–Mal vejo a hora de tê-la novamente em minha cama... – zombou o Duque. Holmes mantinha-se concentrado, sabia que aquilo era um truque do Duque para tirar-lhe a atenção.

–Acaso está cantando vitória?

–Cantando vitória? Eu já lhe venci, Mr. Holmes.

–Mesmo?

Holmes aproveitou a conversa e fez uma manobra com sua espada para toma-la. Infelizmente, sua manobra foi antecipada pelo Duque, que procurou anulá-la. Acabou, por fim, que as duas espadas foram lançadas longe.

–Então, será corpo a corpo? – disse o Duque, ainda com energia, colocando-se em guarda.

Holmes fez o mesmo, e ambos começaram a lutar corporalmente.

Holmes tinha conhecimento de boxe e bartitsu, e para sua surpresa, o Duque também era um bom lutador de boxe. Ele se perguntava que outra habilidade aquele homem ainda teria escondido. Realmente, ele era um adversário admirável.

A luta estava equilibrada. Holmes e Ivanov trocavam socos, recebendo alguns no rosto quase que em igualdade. Num dado momento, o Duque aproveitou-se de seus mais de dois metros de altura tentou segurar-lhe pelo pescoço, mas Holmes esquivou-se e deu-lhe um soco nas costelas feridas, deixando o Duque atordoado. Ele aproveitou-lhe e continou-lhe a golpear, fazendo o Duque cair no chão, com dores.

Holmes parou, ao perceber que tinha vencido a luta.

–Eu acho que ele desmaiou. – disse Watson, ao perceber o corpo do Duque, de costas, caído sobre o chão, sem fazer qualquer movimento.

–Ótimo. Vamos amarrá-lo, Watson. Mata-lo não estava em minhas alternativas. Vamos entrega-lo para as autoridades e...

Watson ouviu um disparo. Imediatamente, Sherlock Holmes caiu sobre o chão, de costas.

Descrente, ele virou-se, para ver o Duque, levantando-se e tendo à mão um mini-revólver, de apenas uma munição, fumegante.

–Acabou. – disse o Duque, soltando uma risada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MAS QUE TRAPACEIRO DESGRAÇADO!!!

Será que Holmes sobreviveu a esta?
(Aí eu ouço você dizer, "é claro que sim, ele é o personagem principal", só te aviso que eu posso dar uma de George R.R. Martin e matar ele...)


Até QUARTA!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Retribuição" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.