A Retribuição escrita por BadWolf


Capítulo 1
O Dever De Um Irmão


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu prometi que voltava em Março, não? Pois bem, quem estava aguardando pela volta de Esther Katz e seus amiguinhos, pode comemorar!

Pessoal, brincadeiras à parte, essa fanfic foi muito complicada de se escrever. Pensamentos contraditórios me permeavam a cada capítulo, e eu sinceramente espero que vocês sintam a mesma coisa. As postagens serão de início mais raras porque ainda pretendo revisá-la, mas assim que eu pegar o ritmo - quem acompanha minhas histórias desde o início sabe que eu me amarro em antecipar postagens - eu vou pelo menos dar um cronograma na história, marcar um dia da semana, etc.

Enfim, iremos voltar um pouco no tempo, para uma época pré "Shalom" - ainda mais porque é fundamental, diante do vilão que já é de conhecimento de todo mundo. Espero que vocês gostem desse capítulo, que vai revelar um pouco da vida da Esther antes de topar com um certo violinista e... O resto é fanfic.

Boa leitura!



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Toscana, Itália. 30 de Outubro de 1894.



–Esta é uma pedra preciosa, David. Tome muito cuidado.

–Está bem, signore. – disse o rapaz, tropeçando no italiano. O velho idoso rira de sua tentativa. Por mais que estivesse na Itália há mais de três meses, o rapaz ainda mantinha o sotaque esquisito. Nem Inglês, nem Francês, nem qualquer coisa que aquele velho tinha escutado em sua vida. Mas não importava mais os caminhos de David Katz, ele era um bom rapaz.

–Agora, andiamo. Sua sorella deve estar te esperando para o pranzo.

Pranzo, é claro. Almoço. Seu estômago parecia entrar em rebuliço com a idéia. Afinal, David estava há um bom tempo sem comer decentemente. Não trabalhando como aprendiz de joalheiro em uma casa onde o dono vive a comer linguiça e salame. Por mais tentador que fosse a carne de porco, David tentava se manter longe. Sua religião foi a única coisa que restou de suas origens. Sua mãe estava morta, e seu pai, o que era pior, provavelmente morto. Ele jamais viu o seu corpo, e era essa dúvida que lhe perturbava o sono. Ele deveria ter sido mais corajoso e também ter enfrentado o Conde para resgatá-lo, assim como ele fez com sua irmã? Ainda assim, David sabia que dificilmente seu pai teria escapado das mãos do Bravo Urso de Moscou. Nem mesmo ele, espião da Inglaterra, poderia escapar daquele sathan em forma de homem.

Quando ajeitava o balcão, terminando de lustrar, a sineta da loja tocou.

Adentrou à loja um homem estranho. Sua pele era branca, branquíssima, e estava começando a se tornar rosada devido ao calor da Itália. Suas feições, entretanto, eram rudes. Seu modo de andar era imponente, e David sentiu que ele usava roupas impróprias para uso na Itália. Se ele, diante daquele calor insuportável da Toscana, vivia a andar em mangas de camisa, o que aquele homem fazia ali, com uma casaca escura?

–Estou procurando um homem chamado David. David Katz. Soube que trabalha nesta loja. O senhor o conhece?

O sangue de David parecia congelar, mesmo no mormaço da loja. Ele sentiu sua garganta se fechar, quando fingia lustrar o balcão e notou que o homem carregava um revólver.

Não havia mais dúvida. Ele tinha sido encontrado.

No entanto, porque ele parecia não acreditar que estava diante do próprio David Katz em pessoa?

David lembrou, com alívio. Ao seu lado, estava o prato com rodelas de salame que Francesco tinha esquecido sobre o balcão. Decerto o homem jamais esperaria que um judeu se alimentasse assim.

–E quem deseja, posso saber?

–Um velho amigo.

–O senhor tem algum nome para que eu possa mencionar a David?

O homem pareceu irritado.

–Diga apenas que é um velho amigo, porra! Ele saberá, quando me encontrar.

David fingiu estar atônito, forçando o sujeito a se desculpar.

–Mil perdões. É que estou procurando por David há muito tempo e... Vim de muito longe, estou cansado. Poderia chama-lo, por favor?

–Na verdade, sir, ele está lá fora, reparando uma janela nos fundos da loja. Quer que eu o acompanhe?

–Bom, isso seria ótimo. – pareceu contente o homem.

David conduziu o provável capanga até os fundos da loja. Lá, havia um toco de árvore, onde o joalheiro Francesco costumava cortar lenha para levar para casa. Enquanto deixava o estranho olhar aos arredores, David se aproximou lentamente do machado de Francesco, que estava recostado à uma parede.

–Mas não há ninguém aqui. – resmungou o estranho, procurando na latrina.

De posse do pesado machado, David observava, com raiva, aquele estranho homem lhe procurar, desconfiado. Eles conseguiram me encontrar. Este homem conseguiu me achar. Ele sabe que eu trabalho aqui... Eu deveria mata-lo, ele pensava. No entanto, seus braços estavam hesitantes, fazendo aquele mero machado parecer pesar toneladas. Uma onda de excitação e terror lhe passava á mente. Ele jamais matara alguém assim, por Adonai. Se aquele homem fosse o último, quantos mais viriam? Dez? Cem? David temia a resposta. Lembrar do estado que ele encontrou Esther, depois de uma semana em cativeiro nas mãos de Dmitri, lhe dizia que àquela monstruosidade que sua irmã sofrera não tinha limites. Por que ele deveria ter?

Ainda assim, seus braços estavam frouxos.

Quando percebeu, entretanto, que o sujeito parou de procurar e se voltou a si, finalmente o notando com o machado em mãos, um instinto de sobrevivência avassalador passou pelas veias de David, e como se sua vida dependesse daquele machado, ele atacou o sujeito, dando uma machadada em seu pescoço, decepando a cabeça numa cena macabra e sangrenta. David não imaginava que aquele velho machado usado para cortar lenha fosse tão afiado, ou mesmo que a cabeça do sujeito saísse tão facilmente, no entanto, já era tarde. A cabeça do homem estava de um lado, separada de seu corpo, que ainda tremia, agonizante enquanto caía ao chão.

A cena sanguinária o fez vomitar instantaneamente. Seu ombro direito estava completamente encharcado do sangue do capanga, notou David. Qualquer um poderia dizer que ele matara o estranho. Desesperado, David tirou a camisa, pegando o casaco do defunto e o usando por cima, aproveitando-se de sua cor escura. Ele sabia que Francesco só voltaria mais tarde, por isso aproveitou para atear fogo à camisa e ao machado, destruindo todas as evidências que poderiam lhe incriminar.

Nem Sherlock Holmes poderia descobrir que fui eu, ele pensou.

Ao chegar em casa, encontrou sua irmã, Esther, entretida com as panelas. O cheiro de Krupnick* exalava pela cozinha. Era sexta-feira, dia do Shabat, e também dia em que Esther mais se aventurava pelo livro de receitas de sua mãe. Sua prática tinha evoluído tanto que ela era capaz de fazer metade das receitas daquele livro de culinária judaica sem precisar recorrer à receita.

–David, que bom que...

–Precisamos ir embora. – interrompeu David, rispidamente.

–Ir embora? – perguntou Esther assustada. – David, o que foi que aconteceu?

De tão desesperado, David pegou sua irmã pelos ombros, quase sacudindo-a. A colher de pau chegou a cair sobre o chão, quando ele fez isso.

–Eles nos encontraram, minha irmã.

Agora era a vez de Esther ficar desesperada.

–O-Outra vez? Mas meu irmão, acabamos de sair da Alemanha. Sequer estamos há um ano aqui e... Esses monstros já nos encontraram? Espere, o que é isso...?

Esther percebeu uma mancha nas roupas de David. Antes que o irmão protestasse, Esther o interrompeu, puxando seu casaco.

–O que você fez, David? – ela perguntou, quase em um sussurro, ao notar sangue nas roupas de seu irmão.

–Um deles me encontrou na loja de Francesco. Não me olhe assim, Ahava*. Eu tive de me defender!

–Você o matou, é isto?! Adonai, David, no quê você se transformou?

David estava prestes a chorar, ao ver sua irmã horrorizada e com medo.

–Eu não sei. – disse, sinceramente. – Mas só o que sei é que não vou deixar você voltar às mãos daquele canalha!

Em dez minutos, os dois irmãos estavam com suas malas prontas. David e Esther andaram disfarçados pela Toscana, até finalmente chegarem à estação de trem. Iriam ao porto, e assim, viajariam de navio à França. David acreditava que os dois, por serem fluentes em Francês, poderiam se misturar à multidão mais facilmente, além de achar Paris uma cidade grande o bastante, quase um formigueiro, para seguirem indetectáveis.

Esther ainda parecia chocada com a atitude de David. Para profundo desgosto dele, ela evitou praticamente qualquer tipo de conversa em sua ida até o porto. Ela ainda estava assustada com o fato de David ser capaz de matar alguém com suas próprias mãos. Claro, ela não era tola. Sabia que David precisou recorrer à violência para resgatá-la das mãos de Dmitri, mas ela sempre acreditou que qualquer morte foi provocada por capangas contratados por David, e não pelo próprio. Pensar em David, seu irmão sorridente e extrovertido, bastante simpático e charmoso como um assassino era tenebroso. O clima entre os dois irmãos só melhorou quando já embarcados no navio.

Enquanto dormia, em sua primeira noite no navio para a França, David lembrou-se do porquê tinha matado aquele homem. Do porquê de os dois irmãos viverem como verdadeiros andarilhos, mudando-se de cidade em cidade ao primeiro sinal de alerta.

Lembrou-se do dia em que a resgatara, por exemplo.

Foi em uma longínqua fazenda, no norte de Moscou. Ele lembrava-se dos detalhes. Desde o branco da neve, que caía sem parar por toda a cidade, e até mesmo a sensação de formigamento que passava por seus dedos, pela mistura do frio quanto pela emoção. Poucas pessoas se atreviam a enfrentar o chamado “General Inverno” que comandava a Rússia por meses a fio, mas lá estava ele, ao redor de capangas contratados com o que restou de suas economias, prestes a enfrentar uma corja de bandidos contratados por Dmitri.

O sequestro de Esther por Dmitri foi o ápice de todas as humilhações e desgraças passadas pela família Katz. Primeiro, o escritório de seu pai, Abraham Katz, foi destruído e incendiado por soldados, tal como a casa que a família mantinha no coração de Moscou. Ele ainda se recordava dos gritos histéricos de sua mãe, enquanto o imóvel todo desabava tal qual papel. E também de como precisou deter Esther, que queria salvar sua coleção de bonecas.

O segundo evento que ajudou a endurecer seu coração foi o desaparecimento de seu pai. Mal tinham se alojado em uma casa alugada, seu pai foi a mais um dia de trabalho e nunca mais voltou. Apenas depois de uma longa semana de buscas e angústias, David descobriu que o Conde Ivanov foi a última pessoa a estar com ele. E para completar, ao fazer-lhe uma visita e perguntar do paradeiro de seu pai, ele reconheceu um dos empregados de Ivanov como um dos suspeitos de ter ateado fogo à casa dos Katz.

David precisou ser segurado por quatro seguranças do Conde Ivanov.

A terceira desgraça, talvez, foi a pior de todas elas.

Dmitri sempre tivera uma certa obsessão por Esther. Sempre a elogiava, dava brinquedos, a chamava de “princesinha”. David era um rapaz de 18 anos, mas sentia-se incomodado por seu assédio. Ele tentou comentar com sua mãe, porém ela se calou. Seu pai disse apenas “bobagem”. Ainda assim, havia algo nele de muito malicioso perante sua irmã de 12 anos. Algo que, de tão grotesco, seus pais sequer poderiam imaginar.

Foi com profundo desgosto que David recebeu de Dmitri uma certidão de casamento entre Esther Katz e Dmitri Kynetsov, assinada por seu próprio pai, Abraham Katz. Aturdido em ver um sinal de vida de seu pai, David chegou a pensar em fazer perguntas a respeito do paradeiro de seu pai, mas ele sabia que todas seriam sem resposta.

Havia uma gota de sangue ao lado de sua assinatura.

Não. Aquela era, ao que parecia, ser a assinatura de seu pai. Mas o floreio elegante de Abraham Katz dera lugar a algo agarranchado, feio. O pequeno pingo de sangue, quase misturada à tinta da caneta, lhe dera certeza de que, onde quer que seu pai estava, ele não assinou aquilo de boa vontade.

A guerra parecia perdida, mas David ainda não desistira.

Por isso, contratou mercenários. Por isso, investigou por dias a rotina de Dmitri, para perceber que ele estava mantendo um segredo. Não era difícil reunir as peças. Dmitri, um homem de alta posição da sociedade, braço direito de um nobre, possuía obsessão compulsiva por uma judia de 12 anos de idade. Isso, é claro, seria vergonhoso se viessa à tona, por isso ele a manteve em cárcere por cerca de uma semana.

Uma semana até que David a resgatasse.

A casa onde Esther era feita prisioneira ficava longe de Moscou, na zona rural, perto das plantações de beterraba. Era um local isolado, perfeito para os planos de Dmitri em fazer sua irmã prisioneira sem chamar atenção.

Finalmente, o grupo alcançou o enorme sobrado, com uma aparência um tanto abandonada e a beira da estrada. Apesar do frio, o sangue de David fervia ao pensar nos horrores que sua irmãzinha Esther teria passado ali, mesmo tendo estado apenas uma semana feita prisioneira.

Um dos mercenários preparou coquetéis molotovs. Quando o primeiro foi lançado, começou a invasão.

Havia capangas por todos os lados, que imediatamente revidaram com tiros. Mas os mercenários, em sua maioria ex-soldados, conseguiram resistir e elimina-los rapidamente. Tinham passado os último dias absortos em vigiar o local e estavam preparados. Conheciam bem o inimigo e tinham estudado sua rotina.

–Esther! – gritava David, com uma carabina em punho, adentrando ao local já cravejado de balas e com algum foco de incêndio.

Desviando-se dos corpos espalhados pela sala, David conseguiu encontrar o alçapão do sótão por baixo de um tapete. Seria aquele o primeiro local que lhe passava pela mente para esconder alguém. Sem pensar duas vezes, ele adentrou.

Descendo as primeiras escadas com cuidado, ouviu apenas um ganido de choro. Ele conhecia bem esse ganido. Era o que Esther costumava fazer quando sua mãe lhe colocava de castigo, ou quando perdia uma de suas bonecas. Mas aquele ganido era mais triste, mais amargo.

Como se fosse um lamento.

–Esther? – ele perguntou.

–David! – ela gritou, finalmente. – Aqui!

Ele desceu as escadas correndo. Era difícil enxergar, pois o local era completamente escuro, mesmo á luz do dia. Ele tirou fósforos do bolso e acendeu uma vela, que estava sobre a mesa.

Com a escassa claridade, ele pôde finalmente encontra-la, em meio aquele cômodo úmido e pequeno.

Ela estava acorrentada, com seu vestido rasgado e imundo. Seu longo cabelo loiro se encontrava completamente espalhado por seu rosto, desgrenhado de uma maneira que ele jamais viu, nem mesmo quando ela acordava. Ela estava pálida, com o olhar abatido e cansado. Parecia não se alimentar há dias. Seus olhos estavam escuros, como se ela não soubesse o que é sonhar há muito tempo. Havia marcas de unhas por seus braços, e para desgosto de David, gotículas de sangue em determinadas partes de seu vestido que davam poucas margens à dúvida.

O que fizeram com minha irmã?

A resposta era temida por si. Na verdade, depois daquele dia ele jamais teve a coragem de perguntar a Esther o que verdadeiramente aconteceu, embora ele soubesse dos detalhes anos depois, por sua mãe, a respeito dos abusos diários que ela tinha sofrido, tanto de Dmitri quanto do Conde Ivanov, que abusavam de seu corpo, ainda infantil, além de castiga-la com chibatadas e fazerem graves ofensas à sua religião, tanto por meio de palavras quanto por meio de atos.

Desde aquele dia, todas as manhãs Dmitri retirava da gaveta de seu criado-mudo um revólver, que desde o desaparecimento de seu pai passou a se tornar um companheiro. Ele pensava, todo as manhãs, que seu dia poderia começar diferente. Ele poderia pegar um trem, ou um navio, voltar a Rússia e matar Dmitri, ou mesmo o Conde Ivanov. Certamente não sobreviveria para contar a alguém como foi, e isso detinha sua mão. Ele sabia que tinha sua mãe e irmã para proteger, e que seu pai, certamente já morto, o reprovaria se apelasse à vingança.

Ainda assim, ela era irresistível.

E todos os dias, ele fechava a gaveta de seu criado-mudo, e tentava imaginar se até o final daquele dia ainda seria necessário fugir às pressas para outra cidade ou outro país. Afinal, havia sempre cães em seus calcanhares, prontos para levar o que ele tinha de precioso e que ainda lhe mantinha íntegro: sua família.

Sua família. Foi isto que lhe deu forças para erguer aquele machado, e que sem dúvida lhe daria forças para erguer quantos machados fossem necessários, para que aquela tragédia jamais se repetisse.

Era perto das onze da noite. Fazia uma noite estrelada no convés. O som da música era possível de ser escutado ainda no convés da terceira classe. David sabia que alguns tripulantes estavam jogando pôquer. Sua irmã detestaria saber disso, afinal ambos foram criados considerando o jogo como um pecado. Ainda assim, ele precisava do dinheiro. Era necessário, se desejava dar a Esther uma vida digna na França.

Antes de subir, David deu um beijo na testa de sua irmã, que dormia profundamente.

–Uma nova vida te espera na França, Ahava. Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

E espera mesmo!

#RIPDavid
Ação, sangue... Nos últimos tempos estou gostando de começar assim!
E perdoem aquele palavrãozinho... Simplesmente não dá para imaginar um capanga dizendo "por obséquio", dá?

DICIONÁRIO

Andiamo: vamos (italiano)
Sorella: irmã (italiano)
Sathan: diabo (hebraico)
Ahava: amor (hebraico)
Krupnick: prato típico judeu, parecido com uma sopa de legumes

Pessoal, espero que tenham gostado do cap. E deixem reviews! Essa história só chegou até aqui graças ao carinho de vocês! Quero saber o que acharam desse começo!

Até breve!
Badwolf



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