Os pássaros começam a cantar lá fora, a luz ultrapassa as cortinas e se batendo no rosto de Thalia, ela aperta os olhos e se afunda mais no peito de Nico. "Pera, como vim parar aqui?" pensou Thalia tentando se lembrar do que aconteceu ontem.

Ela olhou por baixo das cobertas e viu que estava apenas com seu sutiã, e o pior, estava com a mão na cueca de Nico. Ele abre os olhos e olha para a mão de Thalia.

– Thalia?

Ela fica extremamente vermelha e retira a mão rapidamente.

– Como?? - Thalia fica sem palavras e morrendo de vergonha. - Ai minha cabeça. - ela diz passando a mão na testa.

Nico senta na cama e coloca a cabeça entre as mãos.

– Thalia, ontem você estava muito drogada. - ele tentou acalmar ela que estava tremendo um pouco

– Desculpa Nico, desculpa... Desculpa por favor... Eu não queria...

– Calma! - Exclamou Nico a cortando.

Thalia murmurava frenéticos "nãos" enquanto balançava a cabeça negativamente.

Ele levantou a alça caída do sutiã que estava braço dela. Ela começa a pedir novamente desculpas.

– Tudo bem. - Nico se levanta e pega uma blusa qualquer no guarda roupa e da para ela, receando de querer beija-la de novo se não colocar alguma roupa.

Ele senta novamente na frente dela na cama.

– QUEM FOI A PUTA QUE FEZ ISSO COM VOCÊ? VOCÊ SAIU ENQUANTO EU FIQUEI AQUI DROGADA? - Gritou Thalia enciumada passando os dedos nas três grandes marcas roxas no pescoço dele.

Nico não se aguentou e riu.

– A puta foi você Thalia. - Ela gelou e depois pediu mais desculpas para ele.

– Nico... ontem... a gente... você sabe...

– Thalia calma. Não fizemos nada ontem. Eu sabia que se arrependeria. - ele diz baixando a cabeça.

– Eu não disse isso. - Ela murmurou baixo demais para ele escutar.

Ela saiu do quarto morrendo de fome, sede, vergonha e dor de cabeça, sem falar mais nada. Ela correu para a garagem e subiu no telhado. Nico desesperado corre até ela.

– Thalia, por favor. Desça dai! - Gritou ele aos pés da árvore.

– Não quero! - Gritou ela lá de cima.

– Ta brava comigo por que te chamei de puta?

– Não! Na verdade devia ser isso mesmo que eu tava parecendo fazendo essas coisas com você. To com vergonha.

– Pare de ser babaca e desça aqui. Vamos comer. O almoço ja deve estar pronto!

– Não! - Gritou Thalia quase chorando.

Nico ainda estava surpreso por a mão de Thalia estar em sua cueca, como não tinha percebido isso?

Deu meia volta e caminhou até a entrada de casa. Logo ouviu passos atrás de si e Thalia parou em seu lado.

– Não vai se repetir. - ela disse.

Esse "não vai se repetir" não caiu bem na cabeça de Nico, até ficou meio triste.

Nico assentiu sorrindo e olhou para ela, demonstrando que podia confiar nele.

Ele pega no pulso dela e a puxa para a mesa.

– Hoje o almoço é lasanha sr... Nico. - A mesma empregada de feições delicadas falou colocando uma forma com uma lasanha super cheirosa ainda borbulhando.

Ela serviu os dois, colocou suco de uva nos copos e se retirou.

– O que seu pai faria se me visse aqui na casa de vocês? - Thalia pergunta bebericando seu suco.

– Ele falaria "aleluia!" - ele levantou os braços rindo.

Thalia não se fez de garotinha e riu com a boca aberta ainda mastigando a comida. Ela na verdade mesmo na casa de outra pessoa estava com os pés em cima da cadeira e com os cotovelos na mesa. Nico adorava aquele jeito nada formal dela.

– Andei pensando aqui. Você parece um menino.

– Menino? Sério? - Thalia abaixa um pouco mais a blusa mostrando seus seios e sutiã, tirando toda a atenção de Nico. Eles se tornaram tão íntimos um do outro na noite passada a ponto de fazerem isso.

– Só o jeito mesmo. - Falou Nico reparando o quanto ela era peituda. - Agora já pode levantar de volta, isso é maldade. - Riu dando mais uma garfada.

Ela levantou o decote, não tinha mais vergonha ja que tinha acordado sem blusa no quarto dele.

Eles ouvem um trovão lá fora, logo depois pingos de chuva no teto.

– Vamos na piscina?

– Com essa chuva? - Thalia arqueia a sobrancelha.

– Nossa tem razão, se não vamos nos molhar. - Fala Nico mostrando falso supreendimento.

– Cala a boca idiota. - Ela pensou um pouco. - Tudo bem.

Eles se levantaram deixando tudo para trás e foram se trocar. Nico colocou seu calção.

– Não tenho nada aqui. - Gritou Thalia do quarto.

Nico foi até o quarto do pai, sabia que ele ainda tinha roupas de mulheres, caso ele levasse uma para a casa. Talvez teria uma roupa de banho.

Ele pegou um maiô roxo escuro e foi no quarto de Thalia.

– Posso entrar?

– NÃO! - Thalia gritou sendo escandalosa como sempre.

Ela abriu a porta, ficou atrás dela e estendeu a mão, Nico pode perceber que ela estava nua pelos seus ombros. Deu na mão dela o maiô e ela o fulminou com os olhos desejando vingança. Nico riu.

Depois de um minuto ela sai do quarto com o maiô que era recortado na cintura e tinha um decote que tiraria bastante a atenção de Nico.

– Eu to parecendo o Barney. - falou Thalia colocando os braços por cima de seu corpo.

– Quase um cosplay. - Nico revira os olhos e puxa ela, pega duas toalhas e saem de casa indo para a parte coberta.

Por incrível que pareça, estava quente. Com uma leve chuva.

– No três. - Nico fala se colocando ao lado dela. - UM... DOIS... TRÊS... - Ele saiu correndo com Thalia ao lado, ele se jogou na piscina mas ela ficou para trás rindo da cara dele.

– Isso ta muito gelado! Thalia? - ficou procurando ela na piscina. Ela pigarreou e riu mais ainda.

– Puritana! - Ele jogou água nela e depois ela entrou.

Nico mergulhou e voltou a superfície balançando a cabeça. Num breve momento Thalia fixou os olhos nele.

Ficaram nadando por algum tempo, sem se falarem, Thalia não queria nem saber o que tinha acontecido na noite anterior.

Os dois saíram da piscina e foram tomar banho. Thalia novamente demorou no banho, pensando na vergonha que passou, e de que não lembrava de quase nada.

Nico no banho dele estava tristonho, por ter dificuldade para pedi-la em namoro, mesmo querendo isso, ainda queria que fossem amigos, mas não estava rolando. Sentia também certo ciúmes por Thalia ter Percy como ex.

Terminando o banho se veste e espera Thalia no sofá ao lado do quarto dela. Ele não ouve mais o barulho do chuveiro então resolve entrar no quarto dela e fica esperando, Thalia demora demais, impaciente Nico entra no banheiro sem pensar.

Um vapor quente saiu de dentro do banheiro e viu Thalia só de toalha olhando assustada para ele.

– Er... Desculpa... - Nico gagueja.

– Tudo bem. Já viu parte antes mesmo. - ela coloca um comprimido pequeno na boca.

– Ta tentando se matar é? - Zoou Nico.

– Não retardado, to querendo menstruar certo, se você não sabe isso daqui se chama pílula.

– Serve para transar a vontade. - Nico riu e Thalia fingiu estar carrancuda.

– É, basicamente.

– Tá com fome?

– Muita.

– Se veste ai e vamos lá. - Nico cruza os braços.

– Você já pode sair sabia? - Thalia colocou as mãos no peito dele e o empurrou para fora do banheiro.

– Calma ai. Eu saio sozinho. - Ele foi andando de costas e se esbarrou na cama atrás dele.

Quando já estava na porta Thalia colocou a mão sobre a massaneta e a outra pairava ainda no peito dele.

Num momento de descuido sua toalha se solta e quase cai. Thalia fica mais vermelha do que quando saiu do banho.

Nico riu da desgraça alheia dela, e agradeceria se ela não fosse tão rápida para segurar a toalha.

Ela voltou para o banheiro e fechou a porta.

Thalia pega sua mochila e coloca uma calça folgada com uma blusa cinza.

Nico a estava na mesa esperando ela para jantar, seria a mesma lasanha do almoço, mas agora com coca cola.

Nico não tinha percebido como tinha fumado menos, muito menos desde que estava com Thalia. Mas os dois ainda sentiam muito prazer em fumar e não parariam tão cedo.

Logo após a janta eles foram para o lado de fora e se adentrando no pequeno bosque.

– Onde que você quer ir Nico? - Queixa-se Thalia. - Poderíamos ir para a piscina, é mais perto.

– Queria aqui hoje. - Apontou para o alto de uma árvore, Thalia não conteu o riso e foi na frente. Nico colocou o cigarro na boca e o isqueiro no bolso.

Os dois estavam subindo devagar, não podendo ver muito bem onde colocavam os pés. Mas enfim subiram lá, ficaram conversando e fumando, Thalia estava começando a tremer, e Nico percebeu, mas estava envergonhado demais para a abraça-la.

– Vamos descer. Está frio. - Nico fala.

– Espera só mais um pouquinho. - Thalia apoia a cabeça no ombro de Nico, fecha os olhos e leva o cigarro aos lábios, tragando levemente.

Thalia desceu da árvore bem rápido, mas Nico quase caiu quando pisou em falso.

Uma chuva começou e os dois foram correndo e rindo para dentro de casa, assistiram um filme e depois cada um foi para os seu quarto dormir.