Eragon: Wyrda un Moi escrita por Arduna


Capítulo 7
O Vale dos Pinheiros


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores!! Finalmente voltei com mais um capítulo! Aos novos leitores, bem vindos e obrigada por estarem acompanhando.
Esse capítulo ficou mais curtinho mas espero que gostem^^
Nos vemos nas notas finais. Boa leitura^^



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Saphira não gostava nada daquilo. As ideias de Eragon pareciam ficar cada vez mais malucas à medida que o tempo passava. Ver o passado de alguém através de uma espada amaldiçoada não era algo bom, ainda mais contando que esse alguém era um renegado.

Mas o que ela poderia fazer? Quando Eragon colocava algo na cabeça continuava até o fim, e no fundo, Saphira entendia a ânsia de seu cavaleiro por mais respostas. Tudo até ali havia sido extremamente misterioso. Como a espada de um renegado havia ido parar ali, tão longe das fronteiras do antigo império? Quem havia construído a Passagem de Prata? Como as cavernas feitas de pedras preciosas poderiam ter simplesmente sumido? Afinal, ela havia voltado a mergulhar nas profundas águas do mar e não encontrara nenhum sinal das cavernas. Eram muitas dúvidas sem resposta alguma, no final, Eragon não estava sendo tão irresponsável quanto ela pensara a princípio, ele só estava curioso, mas o que essa curiosidade poderia custar?

O que aconteceria com Eragon assim que ele tocasse a espada? Se algo desse errado, por menor que fosse o erro, seu Pequenino poderia simplesmente morrer, e a culpa seria dela, se não fosse por Saphira, a espada nunca teria ido parar no barco dos orelhas-pontudas. Ela jamais se perdoaria.

Todos esses pensamentos assolavam a consciência do dragão enquanto Eragon se aproximava lentamente da espada. Ela podia sentir a determinação na mente dele e o receio por parte dos elfos, postados em um círculo ao redor da arma e do cavaleiro, eles odiavam aquela ideia mais do que ninguém a bordo, e Saphira não podia culpa-los. Os Eldunarí, bom, não haveria palavras para dizer o que estavam sentindo, todas aquelas mentes pareciam inquietas, mas Saphira nunca soube dizer se eram a favor ou contra a atitude de seu cavaleiro, provavelmente os dois ao mesmo tempo.

Eragon ajoelhou-se perante a espada e fechou a mão sobre o punho cravejado de joias estranhas. Por vários minutos nada aconteceu, a espada não reagia ao toque do cavaleiro como havia ocorrido no durante o dia, continuando imóvel. Saphira sentiu a inquietação dos elfos e uma pontada de dúvida começar a crescer dentro da mente de seu cavaleiro e estava prestes a dizer-lhe que aquela era uma ideia estúpida e tola que não funcionaria quando finalmente algo aconteceu.

Ninguém no barco soube dizer precisamente o que houve naquele momento ou quanto tempo ele durou, Saphira só sabia que sentiu os pensamentos de seu cavaleiro mudarem rapidamente, ela o viu ficar rígido e uma grande quantidade de luz partiu da mão de Eragon, cegando-a completamente por vários momentos.

Ela rugiu frustrada, tentando alcançar a mente de Eragon, mas algo a barrava, deixando a consciência de seu cavaleiro completamente inacessível para ela. Os Eldunarí rugiram em uníssono com surpresa, raiva e outros sentimentos que não possuíam nenhum nome em língua alguma, provocando uma algazarra tão grande que deixou Saphira ainda mais desorientada do que estava antes.

A luz prateada foi diminuindo cada vez mais de intensidade, deixando o mundo noturno visível novamente, embora pontos pretos continuassem dançando perante os olhos de Saphira. Instintivamente ela procurou a consciência de Eragon, mas não a encontrou. Seu grande coração deu um pulo ao não senti-lo na embarcação. Onde ele poderia estar?

Piscando rapidamente os olhos para ver mais claramente ela olhou por todo o convés do barco enquanto o pânico começava a consumi-la. Os elfos haviam caído para trás pela explosão de energia e levantavam-se um tanto cambaleantes. Saphira finalmente encontrou Eragon e deu um volta ao redor do Talíta para ver seu rosto, ele estava parado na mesma posição de antes, mas os olhos estavam cerrados com força e a testa estava levemente franzida.

Pequenino? Saphira chamou timidamente, mas não houve resposta, para ser mais preciso, Saphira não sentia a mente de seu cavaleiro ali, como se ele não existisse. Eragon? Eragon! Responda, por favor!

Infelizmente suas palavras nunca chegaram até ele. O desespero a tomou por completo e Saphira rugiu, lançando um grande jato de chamas azuis para o céu, os elfos se afastaram dela um pouco temerosos por sua repentina fúria.

Saphira! Controle-se! Glaedr repreendeu-a com a voz severa.

Ele não está aqui, Mestre! Não o sinto!

É como se a mente dele estivesse em outro lugar... Para a surpresa de Saphira, a jovem Aiedail é que falara.

Como a mente dele pode não estar aqui?! O desespero voltou a tomar forma dentro da dragão azul, ela olhou para o rosto de seu cavaleiro, a única certeza que tinha era de que ele estava vivo.

–Matador de Reis! – a elfa Lira gritou, levantando-se do chão de madeira e correndo em direção ao cavaleiro, pronta para arrancar a espada de perto dele.

Não faça isso! A voz de Umaroth ressoou avassaladora, fazendo a elfa parar rapidamente. Não mexa nele! Não sabemos o que pode acontecer se o contato com a espada for quebrado. Eragon está por conta própria agora.

Mas não podemos fazer nada?! Saphira perguntou exasperada.

Temo que não, Bjartskular. Infelizmente esse feitiço está além de nossos conhecimentos. Glaedr disse com pesar. Seja lá o que for que Svider e Deloi tenham feito aqui, foi bem engenhoso.

Não me interessa se foi engenhoso, o que me interessa é como podemos ajudar meu cavaleiro!

Não podemos fazer nada, só o que nos resta é esperar que o melhor aconteça. Umaroth disse com uma calma controlada.

–Mas o que acontecerá a Matador de Espectros? – Blödhgarm perguntou, o pelo azulado eriçou-se um pouco, revelando sua inquietação. Os outros elfos faziam perguntas semelhantes e olhavam com apreensão para Eragon, se perguntando se ele iria acordar.

Só o tempo dirá, devemos torcer para que Eragon consiga retornar para nós. Glaedr disse com certa irritação por ficar impotente daquela maneira.

Saphira não aguentou continuar aquela conversa e saltou para o ar, levantando uma grande coluna de água que encharcou boa parte dos elfos que estavam no convés, seu cavaleiro não escapou do banho involuntário e Saphira perguntou-se de forma divertida o que ele acharia daquilo quando acordasse... Se ele acordasse.

Não pense nisso! Ela se repreendeu e se concentrou em sobrevoar o mar límpido que cercava a Passagem de Prata, observando o reflexo da lua nas límpidas e profundas águas.

Saphira tentava pensar em qualquer coisa, menos no estado de Eragon, temia que se pensasse de mais seus medos se concretizassem. A culpa era dela, se a espada não tivesse ido parar na embarcação dos orelhas-pontudas, nada daquilo estaria acontecendo.

O que foi que eu fiz? Ela perguntou para as estrelas, mas nenhuma resposta veio do manto límpido da noite.

***

Horas se passaram depois do incidente com a espada maldita, para Saphira aquele era o nome ideal. Os elfos sentavam-se ao redor de Eragon, alguns conversando e outros simplesmente olhando para o cavaleiro em busca de alguma mudança, mas nada acontecia.

–Será que ele tem alguma chance de melhorar? – Lira perguntou para ninguém em particular, só buscando alguma resposta. Ela olhava para Eragon e para a espada, buscando algo que pudesse fazer para ajudar, mas nada vinha a sua mente.

–Não faço a menor ideia, nunca via algo parecido antes – Lifaen disse-lhe em uma voz calma - Dizem que coisas estranhas acontecem quando se está perto de cavaleiros, acho que é a mais pura verdade – vendo que suas palavras não tiveram o menor efeito sobre a elfa, ele tentou novamente – Não perca as esperanças, temos que confiar em Argentlam agora.

Ela acenou uma vez com a cabeça e sorriu levemente para o amigo, embora sua mente continuasse inquieta.

Saphira continuava voando sobre o mar, tentando acima de tudo não pensar no que poderia acontecer a seu cavaleiro. Foi então que uma questão praticamente sem importância surgiu em sua mente.

Mestres, que nome daremos ao mar? Ele não pode ser esquecido.

Ela reparou que os Eldunarí começavam a pensar em um nome apropriado para a imensidão azul que os cercava, discutindo sobre nomes de vários idiomas da Alagaësia. Foi quando um nome da língua antiga simplesmente brotou na mente de Saphira e ela achou extremamente adequando para as águas.

Que tal Mar Edoc'sil? Já que Edoc'sil quer dizer Inconquistável na língua antiga.

Mar Edoc'sil... Glaedr murmurou testando o som das palavras.

É um ótimo nome. Transmite exatamente o que o mar é: inconquistável. Meus parabéns, Bjartskular. Umaroth elogiou com um rugido de contentamento. Vou dizer para os elfos marcarem esse nome no mapa que estão confeccionando.

Saphira não teve tempo de aproveitar seu momento, pois algo no horizonte atraiu sua atenção. Era uma falha na passagem, ao que parecia naquela distância. O recentemente nomeado Mar de Edoc’sil terminava abruptamente em uma linha do horizonte. Saphira não conseguia ver muito claramente àquela distância e na escuridão da noite, mas parecia haver árvores e uma praia de areia alaranjada, fora isso, nada mais era possível distinguir.

Ebrithil, estão vendo aquilo?

A curiosidade dos velhos dragões tornou-se extraordinariamente maior, embora eles não soubessem o que era aquilo com certeza, tinham um palpite.

Acho que estamos chegando ao fim da Passagem de Prata e encontrando finalmente as Terras Além de Alagaësia. Glaedr disse com a voz sonhadora.

Vamos dar uma olhada. Saphira suplicou, rapidamente buscando uma corrente de ar mais favorável que a lançasse para frente.

Bjartskular! Espere! Não pode ir lá sozinha, não sabemos o que há lá. Blödhgarm, que ouvira toda a conversa até ali, disse com a voz visivelmente controlada.

Os Eldunarí estarão comigo, nada vai acontecer.

E quanto a Matador de Espectros?

Saphira freou o voo e estacou no mesmo lugar, a lembrança de seu cavaleiro preso àquela maldita espada voltou com força total a sua mente, ela tentou fazer contato com ele mais uma vez, mas, como nas outras, não foi respondida. Ela sabia que ele estaria em segurança com os elfos, mas e se algo acontecesse? Ela queria estar lá quando seu Pequenino acordasse, mas sabia que sua missão ali era encontrar um novo lar para os dragões e os futuros cavaleiros da Ordem. Ela sabia que Eragon queria isso tanto quanto ela, por isso era preciso que começasse a procurar imediatamente, os jovens dragões já haviam ficado tempo de mais em seus ovos.

Eu preciso ver o que há lá. Se algo acontecer aqui virei o mais rápido que conseguir.

Dizendo isso ela voltou a voar velozmente em direção à praia e ao fim da Passagem de Prata, sem se importar com os protestos por parte de Blödhgarm e dos outros elfos.

Lentamente as consciências dos tripulantes do Talíta foram ficando cada vez mais difusas e distantes. Saphira sentia-se mais livre do que nunca ao poder voar com velocidade até seu destino misterioso. Ela sentia o vento batendo em seu rosto e sob suas asas, provocando-lhe cócegas e a sensação de liberdade que ela tanto amava.

Mas o voo seria muito mais prazeroso se seu Pequenino estivesse ali com ela.

Pequena, o que espera encontrar lá? Glaedr perguntou, tentando tirar a mente da pupila de pensamentos tão sombrios e incertos. Saphira agradeceu-lhe com um leve rosnado antes de responder de forma hesitante.

Não sei, mas pelo que posso ver agora, há florestas por lá. Espero que haja um deserto, seria relaxante, estou cansada de ver água por todos os lados.

Cuidado com o que deseja. Tenho certeza de que não gostaria de ficar sem água.

Foi só um modo de dizer.

Glaedr aquietou-se e deixou-a com seus pensamentos, concentrando-se em observar, pelos olhos de Saphira, a nova paisagem que crescia diante deles.

A praia se aproximava rapidamente à medida que Saphira voava como uma flecha ao sabor do vento em direção à nova terra. Já era possível distinguir árvores, morros e o quebra mar. O rio seguia seu curso contínuo e atravessava a praia, adentrado no emaranhado de árvores e sumindo atrás de uma curva. As árvores, Saphira notou, eram em sua maioria pinheiros altos que chegavam a cem metros de altura, altas demais para a espécie. Elas eram espaçadas o suficiente para que fosse possível voar calmamente e Saphira fez exatamente isso ao chegar sob a copa das árvores, depois de sobrevoar a grande quantidade de areia alaranjada da praia selvagem.

Imediatamente os sons da floresta invadiram seus ouvidos, pássaros de todas as espécies que se pode imaginar cantavam em uma incessante canção, uma brisa suave agitava as copas das árvores, fazendo galhos e folhas produzirem um suave barulho. A temperatura ali era mais fresca e agradável.

Saphira olhou através das folhas e conseguiu ver o dia clareando enquanto o disco dourado do Sol subia lentamente, iluminando a nova e maravilhosa terra na qual estava. Ela pousou em um dos galhos de um frondoso pinheiro e olhou para o chão gramado lá embaixo, visualizando um jovem cervo que saia de sua toca ao ver que o Sol nascia.

Mestres, acho que esta terra é muito promissora para os dragões selvagens viverem. Saphira disse sonhadora, imaginando a floresta repleta de dragões voando por todos os lados e construindo seus ninhos, caçando e povoando o lugar, foi com certo pesar que ela abandonou a visão que um dia esperava se tornar realidade.

Sim, seria mesmo. Este lugar me lembra as florestas de Du Weldenvarden, onde os dragões selvagens construíam seus ninhos e disputavam as fêmeas. Glaedr murmurou feliz ao se lembrar daqueles dias.

Claro, se ninguém morar aqui. Umaroth disse um tanto inseguro.

Por que diz isso, Mestre? Saphira perguntou e instintivamente virou a cabeça para os lados, buscando qualquer sinal de perigo ou de algo estranho. Uma sensação estranha começou a subir por seu peito, mas ela não deu importância.

Não sei, mas... algo está estranho por aqui.

Bjartskular? A voz suave de Aiedail soou em sua consciência.

Sim?

Está ouvindo isso? Saphira esperou que ela continuasse e depois de uma breve hesitação, a jovem dragão continuou. Os pássaros pararam de cantar.

De fato a floresta ficou subitamente silenciosa, até mesmo a brisa havia parado, deixando o ar pesado e um tanto opressor. Saphira olhou para baixo e seus olhos viram o jovem cervo voltando correndo para a toca e se escondendo. Um esquilo passou correndo por ela se escondeu em sua toca que ficava a alguns metros dali, um pequeno buraco no tronco do pinheiro.

Algo está muito errado. Saphira disse antes de alçar voo e adentrar um pouco mais na floresta. Aquela sensação estranha continuava a afligir-lhe, desta vez bem mais forte.

Ela sobrevoou a floresta desviando de galhos que apareciam em seu caminho até chegar a uma grande clareira quase completamente circular. Saphira aproveitou para subir acima de linha de árvores e viu que a floresta se erguia quase infinitamente em todas as direções, somente a noroeste é que ela acabava em uma enorme cadeia de montanhas a muitas léguas de distância e quanto mais o Sol subia, mais ela via que as montanhas deviam ser enormes, provavelmente tão grandes quanto as Beor ou talvez maiores.

Ao voltar sua atenção para a clareira ela constatou que não era algo natural. Enquanto sobrevoava em círculos o local viu tocos de árvores queimadas e a grama alta estava completamente destruída. O rio Edda corria por ali, cortando a imensa clareira praticamente no meio, ele era bem mais fino do que antes, seria impossível para o Talíta passar por ali, sendo assim, teriam que abandonar o barco em breve.

Que será que houve aqui? Umaroth perguntou assombrado. Este lugar foi completamente destruído por algo... ou alguém.

Algo está se aproximando! Aiedail disse em um grito de aviso.

Saphira! Cuidado! Glaedr rugiu alarmado.

Saphira virou-se rapidamente e desviou do que pareciam ser grandes espinhos. Ela desceu rapidamente e viu que aquele fora seu erro. Três grandes criaturas surgiram de dentro da floresta e voaram em sua direção. Uma quarta, a que atirara os espinhos, mostrou-se também e veio até ela em alta velocidade.

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta na mente de Saphira, ela conseguia distinguir todos os detalhes das quatro bestas que se aproximavam em alta velocidade em direção a ela. Eram seres horrendos e desconhecidos aos seus olhos, nem mesmo os Eldunarí sabiam dizer o que eram aquelas criaturas. Elas possuíam uma grande cabeça de formato retangular, com grandes presas pontiagudas e de cor amarelada a sair por sua mandíbula inferior. As pupilas eram de uma cor tão clara que poderiam ser inexistentes. As asas eram grandes e repletas de escamas de cor azulada, mas lembravam vagamente asas de morcego, dando uma impressão fantasmagórica a eles. Os animais eram cobertos de uma mistura estranha de escamas e penas de cor acinzentada, as grandes caudas eram repletas de espinhos retraveis, feitos para serem atirados, e as garras eram compridas e afiadas, mas o que fez Saphira se assustar eram as correntes que evolviam-lhes os membros e o desespero que parecia estar embrenhado em cada parte de cada ser.

Um deles abriu a grande boca e soltou um rugido tão brutal e ameaçador que fez Saphira se dar conta de que eles não eram amigos. Ela começou a subir novamente, procurando uma posição mais favorável para enfrentar seus atacantes. Teve que desviar da quarta besta, sua mandíbula passou raspando da asa direita de Saphira, por pouco não arrancando-a.

As quatro criaturas se uniram e voaram velozmente em direção ao dragão, rugindo cada vez mais alto e de forma ameaçadora.

Saphira! Cuidado com o fogo! Aiedail gritou alarmada.

O quê?!

Saphira sentiu uma grande quantidade de calor aproximar-se rapidamente dela e desviou agilmente para a esquerda enquanto quatro enormes jatos de fogo passavam ao seu lado.

Cuidado com eles agora, você está na linha de fogo deles, tem que contra-atacar. Instruiu Glaedr, tentando passar confiança para sua aluna.

Saphira pensou rapidamente no que poderia fazer e decidiu uma abordagem direta, não poderia continuar fugindo daquele jeito, afinal, ela era um dragão e dragões não fugiam do perigo.

Ela virou-se com um rápido giro e voltou a descer para encarar as criaturas, um rugido de desafio escapou pela boca, ela podia sentir o fogo em seu interior pedindo para sair, mas decidiu esperar o momento certo.

A distância entre os furiosos oponentes diminuía a cada instante. Metros sumiam rapidamente e os rugidos de desafio aumentavam de intensidade, ressoando por toda a floresta silenciosa que esperava o desfecho da batalha. Saphira esperou até estarem a apenas cinco metros de distância e liberou todo o fogo que estava em seu interior. As chamas azuladas saíram em um intenso jato de fogo que destruiu completamente as quatro bestas que tentaram enfrentar o poderoso dragão, mas Saphira esperara tempo demais e, antes de morrer, o monstro mais a frente conseguiu fechar a mandíbula sobre a pata dianteira de Saphira, provocando-lhe um rugido estrangulado de dor.

Saphira! Pouse imediatamente! Glaedr gritou, imediatamente transferindo para ela uma grande quantidade de energia.

Saphira planou suavemente até o chão e pousou com cuidado próxima aos restos das quatro bestas, sua perna doía terrivelmente e quando ela se virou para ver, viu as marcas das grandes presas perfeitamente nítidas. O ferimento jorrava sangue e ela se apressou para limpar o ferimento.

Saphira! Fique parada, vamos tentar cura-la, mas estamos muito longe e o ferimento é grave, por isso fique quieta. Umaroth disse com evidente preocupação na voz.

Estou bem, mestre. Ela conseguiu arquejar, tentando ignorar a dor lancinante.

Não, não está. Agora não se mova.

Saphira sentiu um formigamento em sua pata e viu o ferimento começar a cicatrizar lentamente, as marcas de dentes foram diminuindo aos poucos e logo ela já podia apoiar o peso sobre a perna, mesmo assim, ela havia perdido muito sangue e sentia-se um tanto aérea.

Bjartskular. Aiedail murmurou em sua mente. Os orelhas-pontudas estão dirigindo o barco o mais rápido que conseguem em direção ao continente. Disseram para ficar onde está, estamos indo.

Diga a eles que o barco não vai passar por aqui. Deverão abandona-lo em certo ponto.

Tudo bem... Ela não disse nada por um momento. Pronto, logo estaremos aí, não se mova.

Saphira achou melhor subir em um tronco caído e ali se aconchegou, esperando que os amigos chegassem até ela.

Aiedail? A consciência de Eldunarí se conectou a dela, esperando a continuação. Como está Eragon?

...Ele continua igual. Espero que aquela espada maldita não tenha feito nada com ele.

Acha que ele vai acordar?

Não sei, mas vou fazer o possível para trazê-lo de volta.

Ela deixou Saphira a sós com seus pensamentos, assim como os outros Eldunarí, que ficaram em um silêncio mórbido pela primeira vez durante a viagem. A mente da dragão azul estava repleta de dúvidas. Que criaturas eram aquelas? Por que estavam de correntes? Por que a atacaram? Que segredos aquela floresta guardava? Mas no que mais ela pensava era em seu cavaleiro, será que ele ia voltar?

A sensação de estar sendo vigiada a assombrava, mas ela não conseguiu ver ninguém, portanto tratou de reprimir o pensamento sombrio.

No entanto, dois olhos amarelados, aparentemente sem corpo, a observavam por trás. Refletindo sobre a batalha ocorrida a poucos momentos, depois, como se tomasse uma decisão, ele virou-se e sumiu no meio da mata, pensando no que fazer para que os visitantes da Alagaësia não atrapalhassem os planos de seu mestre.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Quem será que estava vigiando Saphira? O que pensam sobre essas quatro bestas que a atacaram? O que acham que existe nas terras além da Alagaësia? Por favor, comentem o que acharam. Nos vemos em breve^^
Atra esterní ono thelduin.



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