Eragon: Wyrda un Moi escrita por Arduna


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Bom, finalmente aqui esta o próximo capítulo!
Primeiramente queria me desculpar pela demora, mas vou explicar o porquê. Comecei a fazer etec durante a noite, continuo com o ensino médio de manhã e faço inglês aos sábados, então todo o tempo livre que tenho uso para dormir kkkkkkkk
Mas eu tentei não atrasar demais. Comecei até a levar um caderno onde quer que eu fosse para escrever todas as ideias que me vinham à cabeça, e foi graças a isso que consegui terminar o cap. Mesmo assim me desculpem.
Mas agora finalmente consegui uma pausa e vim correndo postar.
Espero que gostem e boa leitura^^



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O vigia caiu de joelhos perante seu rei, baixando a cabeça ruiva até o chão.

— Então os visitantes atravessaram a passagem e estão em nossas praias? - a voz melodiosa de seu senhor ecoou na caverna. Seu rosto estava obscurecido pela sombra, deixando somente os olhos cor de jade visí­veis na pouca luz que penetrava no enorme salão. O único som vinha do incessante tilintar de água da cachoeira na entrada, acompanhado pelas batidas ritmadas dos dedos do rei no apoio do trono.

— Sim, meu rei. Eles não foram dissuadidos pelo ataque. - respondeu o vigia.

— E a espada?

— O cavaleiro viu o passado e libertou o espírito do renegado, meu rei.

— Então isso significa que a última barreira foi quebrada...

Com essas palavras o senhor élfico parou todo e qualquer movimento com sua mão e encarou o salão vazio a sua frente, aparentemente esquecido do vigia. Seus olhos tornaram-se vagos e opacos, sem nada ver, emaranhados nos fios de seus pensamentos.

Cinco minutos transcorreram em completo silêncio. O vigia ergueu a cabeça e encarou seu rei compreensivo, esperando nervosamente pela próxima pergunta que ele sabia que viria.

Por fim, o rei saiu de seu torpor, e seus olhos brilhantes voltaram-se para o vigia.

— E Caëlin?

O elfo no chão encolheu-se, como se tentasse desaparecer, envergonhado por sua falha.

— Nós... ainda não o encontramos, majestade.

Os olhos do rei se estreitaram perigosamente, tornando-se fendas de jade. Ele suspirou e levou uma mão à  testa, massageando as têmporas.

— Quantos estão procurando por ele?

— Temos três esquadrões bem treinados vasculhando cada recanto da selva. Nós vamos achá-lo. - ele completou, tentando convencer a si mesmo.

— Pois então, quero que leve seu melhor esquadrão com você e inicie a próxima busca imediatamente! - ele ergueu-se imponente do trono e elevou a voz, fazendo-a ecoar por toda a caverna. - Redobre as patrulhas, revirem a floresta de cabeça para baixo se for preciso! Caëlin deve ser encontrado, não importa o custo, fui claro?

— Como a luz do Sol, meu rei. - respondeu o vigia, curvando a cabeça até o chão novamente em demonstração de respeito.

O rei, entretanto, andou em sua direção e fez um gesto para que ele se levantasse, para depois encara-lo nos olhos e por uma mão delgada em seu ombro.

— Eu conto com você, Andïe. Traga meu irmão para casa.

~~~~~~~~~~**~~~~~~~~~~

Sua visão estava embaçada e obscurecida nas bordas. Alguns vultos se movimentavam de um lado para o outro, sussurrando entre si em uma língua que ele não compreendia. Um desses vultos parecia mais perto que os outros, embora continuasse indistinto. Não conseguia ouvir nada além de um apito irritante que diminuí­a de intensidade a cada minuto, e sentia um peso no peito, tornando difí­cil respirar.

Lentamente, tornou-se consciente de seu corpo, e da madeira aonde estava apoiado. Sua mão estava dormente e seus músculos estavam doloridos e pesados como se rochas repousassem sobre ele, empurrando-o para baixo.

Ele piscou, procurando clarear a visão. Sentia-se desorientado, como se houvesse dormido por tempo demais em um sono profundo. Franziu o cenho e virou a cabeça para vislumbrar o céu acima, mas a claridade era tanta que o cegou. Então cerrou os olhos novamente quando uma torrente de memórias da vida de outro alguém invadia sua mente. Seu coração se acelerou e a respiração cresceu pesada, tentando assimilar tudo o que recebia.

Saphira. A Passagem de Prata. A espada.... Svider!

Ele se levantou rapidamente, arfando por ar enquanto tudo a sua volta entrava e saí­a de foco ao mesmo tempo.

— Matador de Espectros? - Uma voz familiar o chamou apreensivamente.

Eragon virou o rosto devagar, tentando fazer sua cabeça parar de girar.

Um elfo coberto de pelos azuis e olhos amarelos brilhantes o encarava fixamente, com uma expressão preocupada. Por alguns momentos, o cavaleiro não fazia ideia de quem ele era, mas então o nome chegou a ele claro como o dia, assim como suas próprias memórias, fazendo sua cabeça girar novamente.

Lembrou-se de seu passado, de seus tios, de Roran, de Brom, de Arya e da guerra. Tudo estava de volta. Assim como a enorme responsabilidade que pesava sobre seus ombros.

Sua cabeça começou a latejar.

Ele suspirou pesadamente antes de encarar o elfo.

— Blödhgarm?... Quanto tempo eu estive inconsciente? – sua voz saiu rouca e ressecada pela falta de uso.

Blödhgarm suspirou e abriu um sorriso repleto de presas afiadas para o jovem.

— Duas noites, Matador de Espectros.

Duas noites?— Eragon não conseguia acreditar. Parecia que séculos haviam se passado em meros segundos.

Ele suspirou e esfregou a cabeça, notando pela primeira vez os outros elfos reunidos em um circulo ao redor dele. Mas uma presença estava faltando, e ele se sentiu vazio por dentro.

— Onde está Saphira?

Os elfos se encararam, como se tentassem encontrar a melhor forma de contar uma notí­cia ruim.

— Ela foi na frente. - respondeu Lira sem olhá-lo diretamente.

— Na frente para onde?

Blödhgarm ajudou o cavaleiro a se levantar e ao perceber que este ainda estava meio desorientado, pousou um dos braços dele sobre seus ombros. Depois apontou para a praia na qual estavam encalhados, aguardando que a mente do cavaleiro assimilasse o que lhe era dito.

— As Terras Além? Ela foi sozinha até lá?! - ele perguntou consternado.

— E isso não é tudo...

— Agora não, Lira. - interrompeu Lifaen, fazendo a amiga se calar abruptamente.

— O quê? O que aconteceu?

— Acho melhor se sentar, Matador de Espectros. - Blödhgarm disse calmamente, ajudando o jovem a sentar-se em um dos bancos que haviam sido trazidos para cima pouco antes.

Eragon sentou-se com um pouco de dificuldade e um dos elfos trouxe-lhe uma sopa fervente de legumes. Depois de algumas colheradas, Eragon percebeu que nenhum deles parecia disposto a contar a verdade, começou a perguntar.

— E por que o navio está em frangalhos? Onde foi parar o mastro? Por que vocês estão tão estranhos?

Acalme-se, Pequenino. A voz de Glaedr ressoou em sua mente, parecendo levemente divertido. Muita coisa aconteceu enquanto você estava fora. Coma primeiro e se fortaleça, temos muito o que contar e acredito que você também.

Eragon suspirou, mas decidiu se acalmar. Era muita informação de uma vez só, se tomasse uma decisão estúpida naquele momento, poderia prejudicar negativamente Saphira.

Bom, pelo menos era nisso que ele havia pensado enquanto comia. Mas isso foi antes de escutar o que os Eldunarí­ tinham para contar.

Primeiro explicaram sobre a criatura que os havia atacado na noite anterior, descrevendo a canção perturbadora e o aviso que haviam recebido.

Depois contaram o que havia acontecido à Saphira, sobre as quatro criaturas cuspidoras de fogo, além das outras duas que pareciam pací­ficas e do elfo que aparecera do nada. Disseram que tentaram dissuadi-la de ir sozinha, mas não foram ouvidos.

— Por que ela foi para lá sozinha? - Eragon perguntou para si mesmo com um bufo irritado. - Que irresponsável.

Olha quem fala.

Ele sorriu e correu para a amurada do barco. Um ponto azul safira aproximava-se rapidamente da embarcação, revelando aos poucos a silhueta de seu dragão. Suas mentes se encontraram novamente, compartilhando pensamentos e sensações, tão rápido que ninguém além deles conseguia entender. Alegrias, tristezas, preocupações e responsabilidades.

E de repente, não estavam mais sozinhos. Podiam se apoiar mutuamente. Podiam expressar suas incertezas e suas ideias e sentir que eram entendidos no mais completo sentido da palavra. Qualquer fardo se tornava menor quando estavam juntos.

Tomado pela alegria, o cavaleiro saltou da amurada para a areia da praia, correndo para longe da embarcação perante o olhar divertido dos elfos, que, apesar das preocupações, ficaram felizes por verem as coisas começarem a se resolver.

Saphira rugiu ao ver seu cavaleiro correr pela praia em direção a ela e voou para perto dele, com a alegria subitamente substituída por raiva.

Eragon parou de correr, derrapando na areia no exato momento em que Saphira pousava e o tremor resultante o fazia cair.

Furiosa, ela colocou uma de suas patas sobre o cavaleiro, prendendo-o ao chão, como da primeira vez que Eragon mostrou-se aos urgals e acabou ficando inconsciente por dias depois de usar magia.

Mais uma vez ele havia feito uma idiotice.

O que foi que te deu na cabeça para fazer uma idiotice dessas?! Tem ideia de como fiquei preocupada? Sua mente simplesmente desapareceu, era como se você estivesse morto!

Bom, você concordou com a ideia!

Não sabia que você ia ficar preso e longe do nosso alcance!

Bom, nem eu! Ela rosnou irritada, apertando-o ainda mais no chão. Quase sufocado, ele decidiu trazer à  tona outro tópico. E você diz que sou irresponsável, mas não fui eu que voei sozinho até terras desconhecidas e possivelmente hostis!

Você está mudando de assunto! Estou falando de você!

Então só eu cometo erros?! E você é a Senhora Perfeita? Eragon bufou, segurando as garras de Saphira para que elas não cortassem seu rosto.

Claro que sim, idiota. Sou um dragão, sempre tenho razão. Ela soprou em seu rosto uma nuvem de fumaça negra, fazendo-o tossir. Depois sua garganta produziu um grunhido. Estava rindo!

Tudo bem, já chega! Ele respondeu irritado. Saphira retirou a pata de cima dele, ainda rindo divertida. Saiba que essa conversa ainda não acabou.

Claro que acabou.

Quem te disse isso?

Eu.

Eragon encarou-a consternado depois começou a rir, e logo foi acompanhado por Saphira, que abaixou a cabeça ate a altura dele e encostou o focinho na testa do cavaleiro.

Ele sorriu e acariciou as escamas do rosto dela.

Senti sua falta, Saphira.

E eu a sua, Pequenino. Ela bufou no rosto dele novamente.

Eragon afastou-se irritado, tossindo profundamente.

— Saphira!

~~~~~~~~~~**~~~~~~~~~~

Caëlin sorriu ao ver a reunião de cavaleiro e dragão. Parecia surreal ter a oportunidade de observar um milagre daqueles. Duas raças completamente diferentes vivendo em harmonia.

O jovem elfo acariciou delicadamente o pescoço de Naya, começando a se perder em seus próprios pensamentos.

Foi justo naquele momento que o cavaleiro se virou para ele e sorriu. Caëlin sorriu um pouco em resposta, tímido ao conhecer um estranho. Ele podia ser bem extrovertido perto de animais, mas com pessoas era bem diferente. Por isso ele se sentia tão em casa na floresta, longe de todos...

Ficar longe de outras pessoas era a escolha certa, e logo ele teria que abandonar os visitantes também. Era o melhor.

Pelo menos era nisso que ele queria acreditar.

Sem que ninguém notasse, uma névoa fina pairou sobre a floresta.

O mesmo par de olhos amarelos os encarou com intensão maliciosa. Os estrangeiros serviram para a concretização do propósito de seu mestre. Sua utilidade havia terminado. Era hora de atacar.


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Notas finais do capítulo

Bom, o que acharam?
Caso encontrem erros de escrita no capítulo me avisem, por favor. Não sei o que aconteceu quando passei o texto para cá, porque ele ficou todo cheio de bugs. Então se acharem algum símbolo estranho onde deviam estar letras me avisem também.
Bom, é isso por enquanto. O próximo cap. está quase pronto, mas não sei quando vou conseguir postar.
Até breve (eu acho) ^^



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