Eragon: Wyrda un Moi escrita por Arduna


Capítulo 17
Caëlin


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo, todo mundo!
Desculpe a demora. Esse capítulo já estava em sua maioria pronto, muito antes de eu lançar o capítulo anterior, só que eu queria amadurecer um pouco mais as ideias sobre o rumo que a história vai tomar a partir daqui antes de postar o cap. Agora que a viagem pelo passado do Svider acabou, vou me focar mais nas Terras Além e em seus habitantes, assim como nos mistérios que existem por lá. Espero que gostem^^
O capítulo ficou mais curto mesmo porque é uma espécie de transição para o próximo.
Sem mais delongas, boa leitura e Feliz Natal!!!!!!
Xoxo



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Atrás de si, Saphira ouviu o som de batidas de garras no chão e, não sem surpresa, observou as duas criaturas andarem calmamente até o estranho, rosnando com felicidade.

O elfo olhou-os em choque por um momento antes de soltar um grito de alegria e correr para frente para abraça-los, primeiro o macho e depois a fêmea.

Saphira ficou boquiaberta ao ver o estranho rondar a fêmea, observando com fascínio o tronco curado. O elfo tocou levemente a asa, antes estraçalhada, e sorriu encantado.

— Você a curou... – ele sussurrou, voltando-se para Saphira com algo parecido com adoração no olhar.

Ela rosnou ameaçadoramente, ainda não convencida de que poderia confiar nele. Os Eldunarí estavam em um aparente conselho silencioso, e Saphira não fazia ideia do que eles pretendiam fazer, mas antes que tivesse tempo de perguntar, o elfo falou novamente.

— Eu sabia que não eram servos do rei louco. – ele sorriu brilhantemente antes de fazer a Saphira uma mesura delicada – Obrigado, skulblaka, não esqueceremos de sua bondade.

Não se preocupe, ele é nosso amigo. A fêmea disse em tom de conciliação.

Ele tem cuidado de nós desde que minha parceira foi ferida. O macho acrescentou.

Saphira suspirou e abriu sua mente o mínimo possível para o elfo, pronta para ataca-lo se ele se mostrasse hostil. Mais uma vez foi estranho entrar em contato com a mente de um elfo desconhecido. Era como entrar em um lago sem saber nadar, se não ficasse na margem, morreria afogada em suas profundezas, em meio à música estranha que existia na mente élfica.

Quem é você?

O rosto do estranho pareceu brilhar quando ele deu outro sorriso.

— Chamo-me Caëlin, skulblaka— ele respondeu como se aquilo respondesse tudo.

Saphira virou a cabeça para um lado, tomando o seu tempo para observa-lo. Ele era esguio como todo elfo, mas parecia ser um pouco mais baixo do que a média. Possuía tez pálida e cabelo dourado alaranjado, parecendo pegar fogo, ao contrário disso, seus olhos brilhantes eram castanho escuros, como os de Eragon quando este estava contente com algo...

Saphira repreendeu-se por pensar em seu cavaleiro numa hora dessas e se esforçou para voltar ao tempo presente.

Isso não explica nada.

Para sua surpresa, Caëlin corou um pouco, obviamente embaraçado. Seus pensamentos se agitaram, como se alguém tivesse tacado uma pedra em um lago. Ela achou estranho, os elfos que conhecia eram mestres em esconder suas emoções, mas para falar a verdade, este não parecia com nenhum dos elfos com quem ela tivera contato, e ele parecia muito jovem, embora fosse difícil ter certeza.

— Desculpe, mas não posso dizer muito mais do que isso. – ele sussurrou apreensivo, depois suspirou fundo e ergueu a cabeça para olhar Saphira nos olhos – Sou um guarda da fronteira, responsável por impedir que quasisquer estranhos adentrem em nosso reino.

Enquanto ele falava, Saphira percebeu que muros se ergueram em sua mente, escondendo algo. Ela encarou o elfo por mais alguns momentos, tentando decidir o que fazer. Não podia arriscar falar com os Eldunarí com a mente conectada à do elfo, mas se não descobrisse o que ele estava escondendo, não teria como saber se deveria confiar nele.

Sem qualquer aviso, Saphira abriu completamente sua mente e atacou o elfo, quebrando toda a resistência que ele pudesse ter. Saphira teve sua mente inundada com sensações e sentimentos diversos. Ela viu pedaços da vida de Caëlin, muitos dos quais ela não conseguiu entender. O viu no que parecia ser uma gruta repleta de pedras brilhantes em frente a um trono oculto pela sombra. Depois, no que parecia ser um arco de pedra acompanhado por um elfo louro com expressão preocupada, além deles só havia neblina. Então a imagem mudou, mostrando o elfo em uma floresta verdejante, rindo junto com outros três elfos.

De repente, essas imagens desapareceram e Saphira viu-o correndo em meio às árvores, fugindo de alguma coisa, o medo que ele sentira naquele momento a invadiu, embora ela não soubesse do que ele fugia. Ao longe ouviu-se  um rugido aterrorizante... O rugido de um Gadör.

E foi naquele momento que ela percebeu, as criaturas estavam restringindo seu campo de visão, somente permitindo que vissem as coisas que elas queriam. Os Eldunarí tentaram interferir, mas a fêmea os expulsou da mente de Saphira, detendo centenas de dragões e deixando-a completamente sozinha. Aquilo deveria ser impossível.

Ao perceber isso, Saphira tentou se retirar da mente do elfo, mas não conseguiu. Ela estava presa, e não conseguia se reconectar com os Eldunarí. Mesmo assim, ela conseguia ouvir a presença deles, embora estivesse muito distante, como um eco em uma caverna. Umaroth rosnou em pânico, mas logo se silenciou, como se não soubesse o que fazer. Aiedail se contraiu, começando a murmurar coisas incoerentes para si mesma, como um mantra. Glaedr foi um dos poucos que conseguiu manter a calma, tentando lutar contra a força sobrenatural da mente das criaturas.

A visão continuava. Caëlin corria o mais rápido que podia, mas ouvia o som do bater de asas logo atrás dele. Virando para a esquerda ele tentou despistar seu predador. A luz da lua iluminava a sua frente, mas não havia raios lunares o suficiente para ver muito longe, e isso se provou catastrófico. Tarde demais, ele viu que havia entrado em um vale sem saída. Um grande e íngreme paredão erguia-se a sua frente, formado por pedras íngremes e escorregadias pela chuva que caíra pouco antes. Não havia como subir sem o uso de magia, e seria arriscado se ele usasse, já que estava sendo perseguido por seres alados. Ele estava preso.

Atrás de si, o chão estremeceu quando a criatura pousou atrás dele. Caëlin voltou-se rapidamente, com um feitiço pronto nos lábios, o arco retesado com uma flecha já em posição.

E então seus olhos se encontraram. Castanho contra a brancura dos da criatura, e ele ficou completamente paralisado, como se tivesse virado pedra. Mais duas criaturas chegaram, as correntes em suas patas tiniram enquanto avançavam com as bocas abertas prontas para matar.

De repente duas torrentes de fogo alaranjado vieram de cima do rochedo, atingindo as três criaturas. Caëlin foi liberto do encanto e só teve tempo de se abaixar antes que duas novas criaturas surgissem e atacassem as outras.

Saphira não conseguiu ver a luta com nitidez, já que o elfo provavelmente tentara se esconder e não observara direito a situação, mas logo três dos Gädor fugiam, rosnando e rugindo até desaparecerem em meio às trevas da noite.

Caëlin levantou-se hesitante. Aproximando-se com o máximo de cuidado que conseguiu das duas criaturas restantes. Nenhum dos dois Gäldier possuía correntes e seus olhos eram do verde original de sua raça.

Um deles estava gravemente ferido.

O elfo ajoelhou-se rapidamente ao lado da criatura, examinando seus ferimentos. Ao seu lado, o outro Gädor produzia ruídos roucos com o fundo da garganta.

Eu não consigo cura-la. Meu povo pode ter as respostas, mas eles não têm mais simpatia para com vocês. Caëlin disse mentalmente.

O macho olhou-o com desespero, depois ergueu a enorme cabeça para o céu noturno e rugiu, liberando uma enorme rajada de fogo que iluminou a noite.

Saphira viu o jovem elfo levando a fêmea enferma para a caverna no qual havia estado pouco antes. Com espanto, observou como Caëlin tentara cuidar dela, prolongando sua vida o máximo que conseguira e tentando diminuir sua dor.

De repente, ela foi expulsa da mente do jovem, voltando à segurança de sua própria com ferocidade. Piscando para organizar os pensamentos, Saphira olhou para Caëlin, que estava ajoelhado ofegante no chão.

Ele cuidou de nós. Podem confiar nele. A fêmea disse com voz baixa e mortal, pronta para atacar.

Saphira inclinou a cabeça para um lado. Bom, era melhor que fizessem amigos ao invés de inimigos ali. Considerando o fato de estarem lidando com um poder desconhecido e superior ao deles. Além disso, tinham que entender o que estava acontecendo. Se quisessem ter uma chance de criar os dragões, precisavam de um lugar seguro. E mesmo que o elfo tivesse mentido sobre quem ele era, Saphira não poderia fazer nada sobre isso sem inflamar a ira dos Gadör.... Ela teria que confiar cegamente em um estranho. Encantador.

Tomando uma decisão que provavelmente decidiria seu caminho dali em diante Saphira lentamente se aproximou e tocou com leveza a cabeça do jovem com o focinho. Ele ergueu o rosto rapidamente, sobressaltado. Seus olhos estavam arregalados com apreensão, fazendo-o parecer mais jovem do que nunca. Saphira tocou-o com o focinho novamente. Desta vez, ele ergueu uma das mãos e a tocou, sorrindo como uma criança encantada.

Quantos anos têm?

— Ainda não alcancei a maioria, ó dragão. – ele murmurou evasivamente, mas era o suficiente para Saphira. Provavelmente, este era um dos elfos mais jovens que ela já vira.

Por que os ajudou se seu povo os odeia?

— Nós não odiamos os Gäldier. Mas não confiamos mais neles – Caëlin respondeu calmamente, olhando para Saphira com adoração, ela não procurou dissuadi-lo, afinal, era sempre bom ser adorada.

Como assim? Ela perguntou curiosa. Fazendo todas as perguntas por si mesma, ainda não era a hora de mostrar a presença dos Eldunarí para o elfo, ele não merecia essa confiança.

Saphira observou com surpresa enquanto Caëlin engolia em seco antes de responder:

— Eles foram escravizados pela Escuridão. Naya e Kedüm – ele apontou para as criaturas atrás de si – são alguns poucos que restaram fora do comando dele.

Escuridão? Saphira perguntou confusa.

Os Eldunarí ficaram agitados de repente, e Saphira separou-se da mente do jovem para não correr o risco de delatar a presença dos outros dragões. Antes que ela pudesse perguntar o que acontecera, foi interrompida elo grito de alegria de Aiedail.

Saphira! Eragon acordou! Ele voltou para nós!


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Comentem suas opiniões, por favor. E me avisem se virem algum erro de ortografia, ok?
Bom, é isso. Até mais^^



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