Eragon: Wyrda un Moi escrita por Arduna


Capítulo 13
O Ninho


Notas iniciais do capítulo

Oi, de novo!!!
E aí? Dessa vez não demorei tanto, demorei?
Muito obrigada pelos comentários no capítulo anterior, espero que gostem desse capítulo também.
Boa leitura^^



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A noite acabara de cair sobre a clareira queimada quando Saphira acordou do pequeno cochilo que tirara sentindo a consciência de Mestre Glaedr em sua mente. Mesmo sonolenta, ela conseguiu identificar facilmente a preocupação do mais velho.

Com essa percepção ela despertou completamente. Seu primeiro pensamento foi que algo acontecera a Eragon. Ela não havia sentido nada, mas não sentia o que acontecia com seu cavaleiro desde que ele tocara a espada, na manhã deste mesmo dia. Se algo acontecesse com ele, ela poderia não saber. E se ele estivesse preso naquele graveto insignificante para sempre? Seria culpa dela. E se seu espírito fosse consumido ou quebrado? Seria culpa dela. E se...

Glaedr sentiu o rumo dos pensamentos de sua pupila e apressou-se em acalma-la antes que Saphira conseguisse perguntar algo em meio à maré de pânico que ameaçava consumi-la.

Não se preocupe, Saphira. Eragon continua igual, embora não tenha dado nenhuma indicação de que vai se libertar do feitiço tão cedo.

Saphira bufou em alívio, chamuscando a grama abaixo de seu focinho. Mas logo ela deu voz a um pensamento que temia revelar por medo de ele se concretizar.

E se ele nunca mais acordar, mestre?

Saphira sentiu simpatia misturada com exasperação partir de seu professor.

Não diga uma coisa dessas, Bjartskular. Ele repreendeu suavemente. Confie na capacidade de Eragon de se proteger sozinho. Tenho certeza de que ele voltará para nós.

Saphira ficou quieta, mas uma parte dela ainda temia que seu cavaleiro não retornasse para ela. E se retornasse, estaria inteiro? Ela suspirou irritada e tentou voltar seus pensamentos sobre outros assuntos, embora soubesse que sua ansiedade e medo por Eragon não iriam embora até que seu cavaleiro estivesse seguro novamente junto dela. Para resumir, seu humor não era dos melhores.

Por que me chamou, Mestre? Aconteceu algo? Não acredito que o senhor só queria falar que meu Pequenino continua da mesma forma.

Glaedr demorou alguns momentos para responder, como se não soubesse como começar.

Você está apta para voltar ao Talíta, Saphira? Ele perguntou por fim.

Claro que estou, mestre. Saphira respondeu um pouco áspera, indignada por Glaedr pensar que ela fosse tão frágil. Ela era um dragão, e dragões são as mais resistentes criaturas em todo o mundo. Foi só um arranhão que já foi curado, vou voltar imediatamente...

Tome cuidado, eu não acho que... Glaedr começou, mas Saphira o interrompeu com raiva indignada.

Acha que eu não consigo chegar até aí?! Se o senhor pensa que eu sou tão fraca a ponto de não conseguir voar para o navio dos orelhas pontudas está muito enganado! Eu nunca...

Basta! Glaedr gritou, perdendo a paciência.

Saphira se encolheu um pouco enquanto se levantava do chão. Arrependeu-se completamente de suas palavras impensadas. Convocar a raiva de Glaedr era o mesmo que implorar para que todos os raios de uma tempestade caíssem em sua cabeça.

Vendo que as ações de Saphira foram feitas sob ansiedade e preocupação por Eragon, o velho dragão dourado se esforçou para se acalmar e aos poucos a tempestade de raiva que se formara em sua mente recuou, deixando seus pensamentos límpidos como um lago imaculado.

Não estou avisando-a para tomar cuidado por achar que é fraca, Saphira. Ele explicou calmamente, garantindo que ela ouvisse com atenção.

Então por quê?

Você foi atacada na Floresta dos Pinheiros, mas nós também fomos atacados, Pequena. Glaedr disse em um sussurro sério.

Atacados? Por quem?! Saphira perguntou atordoada, sem entender o motivo de alguém atacar o barco.

Ela tomou impulso com as patas traseiras e alçou voo, indo em direção ao céu estrelado enquanto Glaedr lhe mostrava o que acontecera, sobre a canção estranha, a criatura e o estranho bípede de olhos brilhantes.

O barco foi danificado, e água está entrando. Nós perdemos a vela e o mastro. Os bípedes estão usando os remos, mas se não alcançarmos terra firme logo, iremos afundar. Precisamos de você aqui, Bjartskular. Glaedr parou de falar por um momento antes de dizer um tanto surpreso. Aprece-se, Saphira. Eragon está se mexendo um pouco, talvez esteja saindo do feitiço.

Ele está?! Ela gritou eufórica, buscando uma corrente mais favorável e se impulsionando para frente. Ele está bem? Está acordando? Mestre...

Não, espere. Ele parou de se mover agora. Não há nenhum sinal de sua mente voltou ao corpo... Sinto muito, Pequena. O mestre disse gentilmente.

Saphira bloqueou momentaneamente seus pensamentos, fechando-se em seu próprio mundo. Ela devia saber que ele não iria voltar tão cedo. Mas ela ainda tinha esperanças. Talvez, quando ela alcançasse o navio seu Pequenino houvesse retornado a si... Ou talvez não.

Ela balançou a cabeça com força, como se todos os pensamentos turbulentos pudessem sair voando para longe a deixassem em paz. A solidão em sua mente já estava deixando-a maluca. A única coisa que ainda a mantinha sã era o conhecimento de que Eragon ainda estava vivo, mas todas as esperanças que ela tinha de ver seu cavaleiro livre e bem pareciam desaparecer diante de seus olhos.

Se... Se ele morrer ela seria a culpada... Sem seu Pequenino ela não conseguiria sobreviver.

Ela abriu sua mente para Glaedr novamente, mas não totalmente. Uma parte de si continuava presa em seu próprio mundo... um mundo solitário sem seu cavaleiro.

Estou voltando o mais rápido que posso, mestre. Não se... Saphira foi interrompida por um rugido brutal e longínquo.

Ela parou no ar, batendo as asas com força e girando para todos os lados, tentando identificar de onde viera o som. A floresta não parecia ter sido afetada. Corujas saíam de seus ninhos e iam caçar. Ao longe, lobos foram ouvidos, grilos e cigarras cantavam em meio à vegetação. Tudo parecia estar onde devia. Saphira parou de voar em círculos e voltou a ir em direção à praia, convencia de que fora algo de sua mente.

Mal havia voado cem metros e o rugido soou de novo. Era o mesmo rugido das criaturas que a atacaram na clareira, mas ao contrário daqueles, este não parecia ameaçador, este parecia triste.

Você ouviu isso, mestre? Ela perguntou em dúvida, para ter certeza de que não estava ouvindo coisas.

Veio do Oeste, Saphira. Vá até lá. Instruiu Glaedr.

Mas e vocês? O barco está afundando...

Dê uma olhada rápida no que é e garanta que não é uma ameaça. Depois venha até nós.

Dizendo isso o velho dragão se retirou, e Aiedail tomou seu lugar, olhando atentamente para todo o entorno através dos olhos de Saphira.

O dragão azul voou rapidamente em meio aos enormes pinheiros. Olhando para todos os lados e procurando qualquer outro barulho fora do comum. Ela não teve que esperar muito.

Vários rugidos seguiram os dois primeiros, e Saphira avançou em direção a eles, adentrando cada vez mais do interior da floresta.

Ela saiu voando como uma flecha para fora da coluna de árvores, adentrando em mais uma clareira, mas essa parecia natural. A luz da lua iluminou sua forma, refletindo em suas escamas e dando-lhe um brilho quase sobrenatural. Mas pela primeira vez ela não se importou com a beleza, tão concentrada que estava em perseguir o som.

Um pequeno riacho atravessava a clareira e desaparecia em meio às árvores. As estrelas lhe eram estranhas naquele lugar, mas mesmo assim elas eram uma presença reconfortante. Pelo menos uma coisa estava certa: ainda havia estrelas no céu, e a lua ainda era a mesma que se mostrava em Alagaësia. Naquele mundo estranho e desconhecido, esse conhecimento era como uma âncora amigável.

Os rugidos vêm daquele rochedo ali. Aiedail disse suavemente, dirigindo os pensamentos melancólicos de Saphira para longe.

Logo ela identificou um conjunto de pedras amontoadas quase no fim da clareira. Os rugidos vinham dali, constatando que estavam mais altos do que nunca.

Saphira voou até lá o mais silenciosamente possível e pousou delicadamente no chão, mas ela sabia que havia sido descoberta porque os sons haviam parado completamente, deixando somente a brisa nas folhas das árvores serem ouvidas.

Tem certeza? Aiedail perguntou hesitantemente. E se forem outras criaturas como as que encontramos lá atrás?

Então vou lutar com elas. Saphira disse resoluta, mas de alguma forma sabia que não faria isso. Se as criaturas que estavam ali fossem ameaças, já teriam atacado como as da clareira fizeram.

O dragão andou devagar em volta das pedras, o pescoço abaixado e as asas levemente abertas, pronta para atacar ao menor sinal de ameaça.

Do outro lado da colina de pedras havia um enorme buraco escavado na rocha. Marcas de garras estavam na entrada e lá dentro tudo era escuridão. Saphira ergueu lentamente o pescoço para tentar espiar. Por alguns instantes ela não viu nada, mas de repente um par de olhos esverdeados a saldou e ela recuou um pouco, rosnando surpresa.

A criatura que estava lá dentro saiu lentamente para fora, revelando o mesmo tipo de criaturas estranhas que a haviam atacado antes. Mas ao contrário daquelas, esta possuía olhos verdes e não havia correntes em suas patas. As asas azuladas estavam coladas ao corpo e refletiam a luz da lua.

O animal olhou-a com os olhos repletos de uma inteligência desconhecida, como se avaliassem sua alma e sua mente. Saphira ficou imóvel, pronta para atacar se o outro fizesse um movimento contra ela.

A criatura virou a cabeça espessa e retangular para um lado, curiosa. Ela aproximou-se lentamente, cheirando o ar, sem nunca tirar os olhos de Saphira. Depois recuou satisfeita, balançando a cabeça para frente e para trás.

Um pensamento roçou na mente de Saphira, e ela recuou rapidamente atrás de uma muralha de proteção, rosnando ameaçadoramente. O animal virou a cabeça para um lado, como se não entendesse.

Ele tentou de novo e roçou sua mente com a dela. Ela afrouxou um pouco a barreira para que pudesse ataca-lo se ele tentasse fazer algo. Suas mentes se uniram momentaneamente por um único fio de pensamentos.

Saphira foi inundada por uma corrente de sensações estranhas e sentimentos desconhecidos. Foi como se visse o mundo pela primeira vez, tudo era novo e inexplicável, tudo era estranho e belo, tudo era maior do que realmente era. Os cheiros, as sensações, a sabedoria, tudo era estranho para ela... Tudo era novo.

Embora centenas de coisas estivessem sendo passadas a ela, não houve nenhuma ação hostil. Havia ali uma tentativa de comunicação, uma tentativa de paz. Por isso Saphira permitiu que algumas de suas lembranças fluíssem para a criatura: seus voos entre as árvores da floresta dos elfos, as montanhas da Espinha, as Beor, o deserto Hadarac, o Império, Eragon.

A criatura fez um ruído estranho com o fundo da garganta e abaixou um pouco a cabeça, mas Saphira compreendeu que era um sinal de entendimento. De repente uma enorme onda de tristeza se sobrepôs a todos os sentimentos e sensações que eram passados a ela. Havia um pedido ali, um pedido estranho e inesperado.

Ajude-nos. A voz soou profunda e rouca nos pensamentos de Saphira e a criatura abriu espaço para que o dragão entrasse no que, ela sabia agora, ser uma toca ou um ninho.

Saphira olhou para o ser a frente dela e viu que ele estava entrando na abertura no chão, sumindo na escuridão lá dentro. Ela hesitou um pouco, será que era uma armadilha? Aquele era um ser inteligente e ela não sabia de suas intenções.

O que eu faço, Aiedail?

Entre e descubra o que está acontecendo, não acredito que seja uma armadilha, mas fique atenta. O Eldunarí aconselhou calmamente.

Saphira respirou fundo e começou a andar em direção a toca, adentrando na escuridão repentina que a recebia. Ela parou um pouco, esperando que seus olhos se acostumassem a pouca luz, depois continuou a andar, afundando cada vez mais na toca de rochas. As rochas eram ásperas e íngremes em seus pés, e as marcas de garras estavam por todos os lados, mostrando o trabalho da criatura para construir aquele lugar.

Ela não teve que andar muito tempo naquele túnel, pois logo chegou ao que parecia ser uma gruta. Ali não havia mais pedras no chão, só no teto um tanto abobadado a vários metros de altura. Olhando espantada ao redor, viu que estava em uma caverna de tamanho médio escavada na rocha, o chão era repleto de uma terra macia e confortável. Havia uma luz estranha saindo de algumas das pedras, que estavam espalhadas por todos os lados, iluminando o ambiente com uma luz amarelada e prateada.

No meio da caverna estava a criatura, mas ela não estava sozinha. Outra estava deitada ao lado dela. Esta era um pouco menor, com os dentes da mandíbula inferior menores e a cabeça um pouco mais esguia. As penas que surgiam por entre as escamas estavam ensanguentadas...

De repente Saphira entendeu o que a criatura dissera. Sua companheira estava ferida, quase morta, pelo que ela podia ver.

Como se para comprovar seus pensamentos, a fêmea no chão deu um rugido fraco e lamentoso, seu companheiro deitou-se ao lado dela e lambeu seu rosto gentilmente. Ele olhou para Saphira, um olhar suplicante em seus olhos verdes brilhantes.

Por favor...

Saphira se aproximou o mais rápido que pôde sem ser ameaçadora e parou em frente à fêmea ferida. Estando mais perto, ela conseguiu ver marcas de dentes e garras no corpo ferido. A asa estava completamente estraçalhada. Era um ferimento horrível, e Saphira nunca soube como a fêmea havia sobrevivido a um ferimento daquele.

Mestres? Estão vendo isso? Saphira perguntou ansiosa. Ela pode ser curada?

Os dragões ficaram anormalmente quietos, mas Saphira conseguia sentir suas mentes avaliando minunciosamente a situação. Por fim, Umaroth falou pelos demais, sua voz profunda foi transmitida não só à Saphira, mas também ao macho, que a olhava com expectativa.

Ela tem chance de cura, mas esse ferimento vai deixar sequelas, talvez ela nunca consiga voar novamente. Ele disse gentilmente, depois se dirigiu somente à Saphira. Vamos ajuda-la com o feitiço, Bjartskular, mas você controlará a quantidade de energia que irá para ela, por isso tome cuidado.

Saphira concordou mentalmente e abaixou a cabeça sobre o ferimento, pouco antes de receber uma enorme quantidade de energia vinda dos Eldunarí.

Ela começou a entoar o encantamento conforme os mestres lhe diziam e tratava minunciosamente de cada camada danificada de tecido, fechando as camadas mais interiores antes de partir para as exteriores. Diante de seus olhos a ferida ia se fechando, o sangue sumia e as penas e escamas eram reconstituídas. A criatura gemia de vez em quando, mas seu companheiro rosnava algo em sua língua estranha e a lambia gentilmente, e logo ela se aquietava de novo, deixando Saphira cura-la.

Saphira nunca soube quanto tempo se passou, mas ela começou a sentir os músculos ficarem duros por estarem muito tempo na mesma posição, mesmo assim ela não vacilou. Enquanto recitava o encantamento, lembrava-se de quando haviam curado a pequena Hope, durante a guerra. E lembrava-se de seu pequenino, seu amor por ele também sendo transmitido durante o encantamento.

Quando o corpo estava curado, era hora de voltar a atenção para a asa. Essa foi a parte mais difícil de toda a cura. O membro estava tão desfigurado que era quase impossível cura-lo. Mas lentamente a membrana fina das asas foi sendo reconstruída, os ossos voltavam a seu devido lugar e o membro foi tomando forma.

Saphira perdeu completamente a noção de tempo, poderiam ter se passado horas, ou poucos minutos, mas a fêmea foi curada. Com uma última palavra, Saphira encerrou o encantamento e se afastou.

Ela se sentia estranhamente revigorada, nem chegou perto de experimentar o cansaço que tivera quando curara a humana Hope. Pensando sobre isso ela chegou à conclusão de que os Eldunarí haviam usado a energia das paredes de diamantes. Ela lhes agradeceu mentalmente, se ficasse exausta num momento como aquele poderia ser catastrófico.

Ela olhou para o trabalho feito e acenou para si mesma, satisfeita. Pelo pouco que sabia daquelas criaturas, parecia estar tudo nos conformes. Ela só esperava que não houvessem cometido um erro por falta de conhecimento.

O macho, que havia se afastado um pouco para dar mais espaço à Saphira, aproximou-se lentamente e ajudou sua parceira a se levantar, sempre que ela fraquejava, ele a apoiava. Depois de alguns minutos ela estava em pé, ainda que cambaleante. Ele permaneceu bem perto dela, pronto para apoiá-la se ela caísse.

A fêmea rosnou algo suavemente e lentamente começou a andar. Saphira observava tudo com atenção, vendo se havia algo errado. Depois de alguns minutos a fêmea já conseguia andar normalmente e sem esforço. Ela parou ao lado de seu companheiro e ele rugiu levemente.

A fêmea virou a cabeça para onde Saphira estava e andou com segurança até ela, suas garras longas e afiadas batiam no chão lembrando o som de vidro sendo quebrado. A fêmea olhava-a com seus olhos incrivelmente verdes, vendo não só seu exterior, mas sua alma também.

Quando a fêmea estava bem perto ela parou e rosnou suavemente. Saphira baixou um pouco a cabeça para ficar a altura dela. Quando ambas se encararam nos olhos, Saphira sentiu uma mente tocando a sua levemente, ela permitiu o contato e sentiu aquele monte de sentimentos e sensações invadindo-a novamente. Em outra parte de sua mente, ela sentiu os Eldunarí murmurarem em surpresa.

Obrigada. A fêmea disse. Sua voz era diferente de tudo o que Saphira poderia ter esperado. Era melodiosa e profunda, mas definitivamente feminina.

Não foi nada. Saphira murmurou de volta, e todos os Eldunarí acrescentaram suas próprias vozes a este argumento.

Mas para mim e meu companheiro foi. A fêmea respondeu suavemente. Vocês têm nossa gratidão.

E quando se tem a gratidão de um Gadör, é para a eternidade. O macho acrescentou serenamente.

Gadör? Saphira perguntou sem entender, mas ela foi interrompida pelos Eldunarí.

Saphira! Há algo fora do ninho! Umaroth gritou alarmado. É uma mente estranha, mas não parece hostil...

Saphira voltou-se para a entrada da caverna com desconfiança e andou em direção a ela, as duas criaturas em seus calcanhares, como criados seguindo sua senhora.

Eles saíram da caverna e entraram no grande túnel íngreme de pedra, parando na pequena inclinação antes da entrada.

Fiquem aqui, vou ver o que é. Saphira disse e andou em frente sem se importar com a resposta dos outros.

Ela andou lentamente para fora e se assustou ao ver que era de dia. Quanto tempo ela havia passado naquela caverna?

Havia uma forma bípede envolta em um manto a alguns metros da entrada. Saphira não conseguia ver quem era o intruso, mas ele parecia desarmado. Ela avançou lentamente para a luz do sol. As asas estavam abertas e ela rosnava ameaçadoramente.

A forma encapuzada recuou vários passos e ergueu as mãos finas a frente do rosto, gritando em uma língua que Saphira se surpreendeu por ouvir.

— Letta! Skulblaka, eka celöbra ono un malabra. Atra nosu waíse fricai!*

Saphira estacou no lugar, olhando para a figura que levantava lentamente as mãos para o capuz. Ela rosnou ameaçadoramente, e as mãos pararam, mas depois subiram rapidamente e jogaram o capuz para trás.

E ali, nas Terras Além da Alagaësia, num lugar estranho e repleto de seres estranhos, em frente à Saphira Bjartskular, estava um elfo.

~~~~~~~~~~**~~~~~~~~~~

Blödhgarm olhava preocupado para as praias que se aproximavam rapidamente. Faltava menos de um quilômetro para saírem da Passagem de Prata.

Lira e Lifaen retiravam baldes de água do navio e os jogavam no rio novamente. O casco do barco tinha um buraco onde se chocara com as paredes de diamantes e água entrava por ali aos montes, mesmo com a magia dos elfos.

Os outros estavam sob o convés, remando rapidamente.

O elfo azulado arreganhou as presas em ansiedade. Saphira precisava da ajuda deles. Os Eldunarí estavam olhando por ela, mas isso não significava que Blödhgarm deveria se sentir melhor. Ele havia dito para Escamas Brilhantes não ir à terra estranha sozinha, mas ela não ouviu. Agora todos estavam em uma situação um tanto precária, e ele não sabia se conseguiriam sair dela.

O Talíta estava seriamente danificado, Saphira Bjartskular estava diante de uma mente desconhecida aos Eldunarí, e Matador de Espectros ainda não voltara a si.

Blödhgarm cerrou os olhos amarelados enquanto instruía para que Lira e Lifaen parassem de retirar a água e irem avisar aos outros para pararem de remar.

As Terras Além se aproximavam velozmente, faltavam só algumas centenas de metros e logo estariam lá.

O barco foi diminuindo gradativamente de velocidade, e Blödhgarm prendeu o leme na posição antes de ir verificar, pela terceira ou quarta vez, o estado de Eragon. Ele estava perdendo as esperanças de que o cavaleiro fosse acordar, ele não devia ter permitido que Eragon tocasse novamente na espada. Deviam tê-la jogado no mar o quanto antes.

Suspirando, Blödhgarm ajoelhou-se ao lado do cavaleiro caído. Eles haviam colocado uma manta sob a cabeça de Eragon para mantê-lo mais confortável. Mestre Glaedr havia visto Eragon se mover na noite anterior, mas Blödhgarm tinha suas dúvidas sobre isso.

O elfo tirou delicadamente uma mecha de cabelo castanho do rosto de Eragon e a colocou para trás. Ele ficou alguns momentos olhando para o rosto do outro e começou a se levantar, tentando não pensar no que aconteceria se Eragon não voltasse.

Ele já estava de pé quando viu um movimento leve pelo canto do olho. Blödhgarm agachou-se novamente ao lado de Eragon, olhando-o com esperança.

Por um tempo não houve movimento algum, e o elfo já estava pensando que tinha imaginado o acontecido. Ele começou a se levantar quando Eragon definitivamente se moveu, franziu o cenho e lentamente soltou a mão da espada, deixando-a cair ao seu lado.

— Matador de Espectros? – Blödhgarm chamou esperançoso. Um sorriso cheio de presas formou-se em seu rosto.

Eragon gemeu e balançou a cabeça lentamente, suas mãos se fecharam em punhos e ele disse algo incoerente que parecia ser um nome.

Atrás de si, Blödhgarm ouviu as passadas leves de seus companheiros, mas não se deu ao trabalho de olha-los. Os outros elfos se uniram a volta do cavaleiro com murmúrios de surpresa e compreensão.

— Eragon? Pode me ouvir? – Blödhgarm chamou novamente. Eragon gemeu novamente e seus olhos tremularam. Nenhum dos elfos reparou, mas lentamente a Passagem de Prata ficava para trás.

O navio tremeu levemente ao raspar no leito do rio Edda. Haviam chegado às Terras Além, a Passagem de Prata estava pouco atrás deles.

Muito lentamente, Eragon abriu os olhos.


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Notas finais do capítulo

* Pare! Dragão, honro-te e não te desejo mal. Sejamos amigos!

E então? O que acharam desse? E o que esperam que vai acontecer a seguir?
Nos vemos em breve, cavaleiros!
Sé onr sverdar sitja hvass!



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