Tempos modernos escrita por Florrie
Notas iniciais do capítulo
Já faz um tempo que eu estava querendo fazer esse ponto de vista. Espero que gostem.
7:30 AM
Sua mãe apareceu no seu quarto.
– Acorde. Logo será hora de sair. – Ela disse suavemente enquanto passava a mão pelos seus cabelos. Contudo, o tom afável durou até ele sussurrar um pedido por mais cinco minutos. – Damon Lannister, é bom se levantar agora ou eu vou jogar água gelada na sua cara.
Ela sempre fazia aquela ameaça. Como não houve resposta da sua parte, a mulher se levantou e saiu do quarto. Damon achou que teria paz, mas então a porta se abriu de novo.
– Vamos levantar campeão, você sabe como sua mãe fica quando se irrita. – Seu pai o sacudiu na cama. – Acorde logo Damon, você não quer perder o ônibus, quer?
Quero.
– Vai ser divertido. – Jaime Lannister insistiu.
– Não vai ser não. – Sua resposta saiu baixa.
Finalmente o homem desistiu e minutos depois outra pessoa entrou.
– Acorda logo Damon.
– Não.
Jon provavelmente estaria revirando os olhos agora.
– Mamãe vai vir com um balde de água gelada, é isso que você quer?
– Mamãe não faria isso.
– Quer pagar para ver?
Ele resolveu abrir os olhos e girou o corpo podendo assim olhar para seu irmão. Jon, como era de costume, já estava arrumado para suas aulas.
– Eu estava tendo um sonho muito bom.
– Levante e troca de roupa.
– Certo.
No entanto, assim que Jon saiu fechando a porta atrás de si ele voltou a dormir. Sua consciência mergulhou de volta para o sonho maravilhoso que estava tendo com Alysanne Bulwer, estava quase a beijando quando sentiu algo gelado ser jogado contra ele. Damon acordou assustado e deu de cara com sua mãe segurando um balde.
– Eu avisei.
– MÃE!
Vinte minutos depois ele estava na sala, já arrumado, comendo junto com sua mãe. Seu pai e seu irmão estavam assistindo jornal na TV.
– A senhora jogou água gelada em mim! Eu poderia ter morrido!
– Você puxou essa veia dramática do seu pai.
– Não puxou não! – O homem protestou do sofá. – Esse jeito dele veio todo de você. Concorda Jon?
Todos olharam para seu irmão que não alterou sua feição.
– Nada a declarar.
Damon acabou rindo e recebeu um olhar mortal da sua mãe.
– Seu pai vai te levar, eu tenho reunião criativa agora de manhã. – Lyanna suspirou. – Aguentar aquela mulher tagarelando a essa hora do dia. Você é sortudo Jaime, conseguiu ser liberado.
– Consegui ser liberado só para ir encontrar meu pai e meus irmãos para mais uma rodada de elogios e assuntos agradáveis. Já estou me preparando mentalmente para ficar no fogo cruzado entre Tyrion e Cersei. – Seu pai suspirou alto e olhou no relógio. – Já é quase oito rapazinho, vamos.
– Não se esqueça que Jon vai buscá-lo. – Sua mãe se virou para seu irmão. – Leve-o para a casa de Ned. Eu e seu pai passaremos à tarde com Howland e...
– A gente tem mesmo que passar a tarde com ele? – Seu pai perguntou mal humorado.
– O seu ciúme é ridículo. – Sua mãe respondeu com um sorriso. – Agora todos para fora que o dia vai ser longo
Damon apostava que sim.
8:25 AM
Ele estava no fundo do ônibus ao lado de Tommen. Bran decidiu sentar com Tysane Frey e agora os dois conversavam sobre seriados de zumbi. Alysanne Bulwer tinha escolhido seu lugar junto com Dorea Martell. Vez ou outra a menina lhe lançava um olhar e Damon mostrava seu melhor sorriso.
O professor e alguns coordenadores subiram e anunciaram que o ônibus estava pronto para seguir viagem.
– Espero que vocês aproveitem tudo o que a feira tem para oferecer. Toda a historia dos antigos Reis e Rainhas será contada no pavilhão histórico onde vai acontecer uma belíssima exposição...
Ele revirou os olhos.
– Vai ser super legal.
Tommen disse ao seu lado.
– Sim, claro. – Respondeu sem prestar atenção. – Sabe o que seria muito legal? Alysanne Bulwer estudando na sala A e não na B. Eu teria o prazer de ver aquele lindo rostinho todos os dias.
– Não seja idiota.
– Falando em ser idiota. Você anda estranho, aconteceu alguma coisa? – Tommen corou denunciando que havia sim acontecido alguma coisa. – Espero que não tenha sido o Russell.
Imediatamente procurou o garoto com os olhos. Russell estava junto com Walder Brax e Shirei Frey pelo o meio do ônibus.
– Não tem nada haver com ele.
– Então o que aconteceu.
– Eu conto depois.
8:40 AM
A feira foi montada na margem da cidade, em um lugar onde se podia ver o mar azul e as grandes embarcações no horizonte. Tendas, estandes e um pavilhão foram erguidos no terreno. Também havia cantores, bardos, dançarinos e cuspidores de fogo. Damon sentiu-se animado pela a primeira vez naquele dia e sua agitação só aumentou quando viu todos os jogos e brincadeiras que o aguardavam na parte direita da feira.
Claro que seu professor sem graça tinha que levá-lo para a parte esquerda onde só haveria chatices.
O grande grupo passou a caminhar pelos estandes onde o professor explicava a historia das tapeçarias que foram expostas na parte coberta. Havia algumas bem grandes que retratavam homens caçando e banquetes suntuosos. Outros tinham homens de cabelo prateado – que lembravam o pai do seu irmão – montados em grandes dragões.
– Juro que se eu precisar ouvir mais um nome de algum Rei Targaryen eu vou morrer. – Damon declarou assim que o professor terminou a historia de Maegor, o Cruel.
– Mas nem ta tão chato assim. – Bran falou.
– Seu irmão é um Targaryen Damon, você não deveria ficar mais interessado?
– Jon é mais Stark do que Targaryen. – Seu irmão não tinha muita coisa do pai. Pelo menos era o que sua mãe dizia. – Vamos para a parte dos jogos. Vai ser muito mais divertido.
– Alysanne Bulwer parece feliz aqui. – Tommen respondeu.
– Ela é gata e tudo mais, porém, nem mesmo aquele sorriso bonito vai me fazer ficar aqui.
Seus primos suspiraram prontos para reconheceram a derrota.
– Certo. Você tem um plano?
Bran perguntou.
– Eu sempre tenho um plano meu caro.
8:55 AM
Eles saíram do pavilhão histórico sem serem notados por ninguém.
Ou melhor, por quase ninguém.
– Vocês estão fugindo? – Russell apareceu der repente sorrindo. – Se importam se eu for junto?
Tommen abaixou a cabeça ao seu lado e Damon estava prestes a dispensar o garoto quando Bran abriu sua grande boca.
– Claro que não cara, pode vir.
E então não havia mais nada a ser feito.
Os quatro caminharam pela a feira procurando pelas tendas de jogos. A primeira que encontraram era uma de tiro ao alvo. Bran foi logo pegando a arma e mirando em um dos mini dragões que andavam de um lado para o outro.
– Vamos Stark. – Damon gritou.
Bran errou os dois primeiro tiros, mas acertou o terceiro e como recompensa recebeu um chaveiro.
Tommen foi o segundo e ele não acertou nenhum.
Damon e Russell foram logo em seguida e ambos acertaram os três tiros.
– Parabéns, conseguiram os maiores prêmios.
Russell recebeu um grande leão de pelúcia e ele um unicórnio cor-de-rosa. Damon olhou feio para Russell que pareceu não notar nada.
9:30 AM
Eles já tinham passado por varias barracas quando Russell apontou para uma tenda cor de vinho em um canto isolado da feira. Os meninos se aproximaram e puderam ler a placa que dizia “VIDENTE”. Bran ficou interessado, ele sempre gostou dessas estranhezas.
– Sério? Uma vidente?
Perguntou enquanto os três caminhavam em direção da entrada.
– Está com medo do que o futuro de reserva? – Bran o provocou.
– Não, eu só estou surpreso de vocês quererem perder tempo com isso.
Dentro da tenta parecia que os quatro foram transportados para uma dimensão paralela. O cheiro de incenso era enjoativo e o barulho de fora, de alguma maneira estranha, era quase inaudível. Tommen ficou receoso e Bran se animou ainda mais. Uma mesa foi posta no centro com três cadeiras de madeira – sendo que uma delas já estava ocupada por uma senhora estranha.
– Se aproximem, deixe-me vê-los melhor.
Eles o fizeram.
Ela era feia. Não o tipo de feia como a professora Tanda, mas o tipo de feia que pode te fazer ter pesadelos acordado. Ela é humana? Perguntou-se tremendo. Ele queria muito sair dali e notou que Tommen partilhava do mesmo desejo, contudo, não queria parecer um covarde na frente de Bran e Russell.
– Eu vejo algumas coisas interessantes em vocês. – Os olhos amarelos da mulher caíram sobre Bran. – Você, meu jovem, gosta de alguém, mas esse alguém não gosta de você.
– Não? – Seu primo pareceu um tanto desapontado. – Mas ela vai gostar? Talvez daqui uns aninhos...
– Você pode ter uma chance, mas vai demorar rapaz. – Damon colocou a mão no ombro de Bran como modo de confortá-lo. – Outras vão aparecer, no entanto, e você vai descobrir que não existe apenas uma garota no mundo.
A mulher ficou calada alguns segundos antes de dizer:
– Você deve tomar cuidado com lugares altos. – Bran levantou os olhos confuso. – Quanto mais alto se está, mas violenta é a queda.
Seu primo teria perguntando o que exatamente aquilo significava se os olhos da mulher não tivesse se direcionado na sua direção.
– Carros pode ser uma arma perigosa. Você e seus irmãos vão descobrir isso no futuro.
– Você errou. Eu tenho apenas um irmão.
A mulher riu.
– Eu não erro criança. Você não tem apenas um irmão.
Ela então voltou sua atenção para Tommen.
– Você tem uma escolha a fazer e está com muito medo. – A mulher sorriu e Damon tremeu ao notar que ela mal tinha dentes. – Não se preocupe garoto, o caminho a sua frente tem altos e baixos, mas será o certo.
Tommen não disse nada.
– E por ultimo você... Oh meu rapaz, suas decisões erradas vão lhe tirar aquilo que você realmente quer. – A mulher mexeu a cabeça em desaprovação. – Quando perceber vai ser tarde demais e seu coração vai se quebrar, mas haverá outras chances caso você não se esconda para sempre.
A tenda caiu em um silencio estranho.
– Vocês devem partir em breve ou pelo contrario um homem muito irritado vai procurá-los por aqui e as conseqüências não me parecem muito boas.
10:00 AM
O professor os encontrou alguns minutos depois que eles saíram da tenda da mulher. Ninguém falou nada até que Bran decidido a esquecer o que tinha ouvido, recomendou a corrida de saco que estava acontecendo.
Damon estava pulando dentro de seu saco roxo ultrapassando um menino cabeludo quando o professor apareceu na pequena multidão gritando com o rosto todo vermelho. Os quatro acabaram presos no cantinho da vergonha – também conhecido como bancos de madeira da área de lanches. O sermão do velho durou meia hora e as risadas de Dorea e Alysanne não ajudou em nada o seu humor.
Seu unicórnio cor-de-rosa virou motivo de piada também.
11:00 AM
Jon o olhou irritado assim que ele entrou no carro.
– Como você conseguiu ser expulso do passeio?
– O professor não tem senso de humor.
Seu irmão olhou para trás onde Bran e Tommen também subiam. O loiro trazia o leão de pelúcia que Russell resolveu dar a ele.
– Vocês fizeram mesmo seu professor ir para uma luta com porcos?
– Eu posso ter empurrado, discretamente, o homem para frente quando chamaram por voluntários. Um cara enorme veio e o colocou dentro do cercado. Foi muito engraçado. – Ele contou orgulhoso de si. – Infelizmente o professor me viu rindo e logo assumiu que eu fiz. Tommen e Bran riram também e acabaram junto comigo.
– Honestamente Damon.
– Mas foi engraçado mesmo Jon. – Bran falou. – Nem o Tommy se segurou.
Seu irmão deu um leve riso, provavelmente imaginando a cena.
– Não é a mim que vocês vão ter que se explicar. Bran, eu lhe asseguro que sua mãe não está nada feliz.
Seu primo soltou um gemido no banco de trás.
– Você sabe que a nossa mãe vai te jogar pela a janela quando souber disso, não é?
– Eu sou bonito demais para isso.
11:20 AM
Tommen e Bran saltaram do carro, mas Damon demorou um pouco para sair. Ele virou-se em direção do irmão e perguntou incerto.
– Você sabe dizer se a gente tem outros irmãos?
– Como assim? – Jon arqueou as sobrancelhas surpreso com a pergunta. – Olha, eu tenho certeza que a nossa mãe não engravidou depois de você e o seu pai... Ele não faria algo desse tipo com ela.
– Eu sei que não... É que... Deixa para lá... Mas você tem certeza que eu não nasci gêmeo e o meu irmão foi extraviado para longe?
Jon riu.
– Eu tenho absoluta certeza Damon. Você não tem nenhum irmão perdido e nem eu.
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