Ele começou a listar na sua cabeça todas as decisões estúpidas que já tomou na vida:

1 – Escolher Myranda Royce como melhor amiga. (No entanto ele tinha apenas oito anos quando começou sua amizade com Randa, era novo demais para notar o furacão que a garota se tornaria.)

2 – Apaixonar-se por Mya Baratheon. (Para logo depois ser preterido por Mychel Redford. Um idiota qualquer que eventualmente quebrou o coração de Mya.)

3 – Acompanhar Myranda em todas as festas. (O que nunca acabava bem.)

4 – Apaixonar-se por Sansa Stark. (Fato que ele ainda não conseguia entender já que os dois apenas brigaram desde a primeira vez que se viram na universidade.)

5 – Beber até esquecer o próprio nome em uma festa de fraternidade e acabar na cama com Sansa Stark e Willas Tyrell, sendo este ultimo um professor e também seu maior rival. (Os três haviam decidido fingir que nada aconteceu, Harry estava mais do que feliz em fazer isso.)

6 – Sentir uma atração ridiculamente estúpida pelo senhor Willas depois do ocorrido.

Myranda se fez ser notada interrompendo sua lista. A garota sentou-se do seu lado tagarelando sobre algo que tinha visto quando Harry a encarou com seriedade.

– O que foi Harry? – Randa perguntou assim que notou sua expressão. Ela pegou um dos cachos do cabelo e começou a enrolar em um dos dedos. – Diga-me homem, que cara é essa?

– Eu acho que é hora de eu parar de ser o mau exemplo do nosso grupo. Sabe, tia Anya vive dizendo que eu preciso tomar decisões mais sabias.

– Mais sábio do que pegar em uma mesma noite Sansa Stark e Willas Tyrell? – Harry a olhou mortificado e Randa sorriu. – Não faça essa cara, ninguém vai me ouvir.

– Alguém pode ouvir.

– Eu acho que você deveria estar orgulhoso, cara, Sansa é muito bonita e Willas é elegante, charmoso e aquela bengala me dá um certo frisson na barriga. – Ele revirou os olhos. – Caso fosse eu já teria espalhado pela a universidade toda.

– Eu vou ignorar seu conselho estúpido e focar na minha decisão de mudar de vida.

– Harrold Hardyng jamais está livre da bebida e dos amores fracassados.

– Bela amiga você é Randa.

– O que eu posso fazer Harry? O trágico tende a cair bem em você.

Como se para confirmar as palavras da sua amiga, Sansa e Willas apareceram no corredor conversando sobre algo muito animadamente. Ela estava sorrindo enquanto ele se mostrava gentil e educado. Harry acabou sentindo a conhecida pontada no peito, o rapaz já estava familiarizado com aquilo. Contudo, dessa vez houve uma diferença, de alguma maneira insana ele não sentiu apenas ciúmes de Sansa, mas também se sentiu extremamente incomodado pelo modo como ela tocou o braço de Willas ou como os olhos dele pareciam interessados no que ela tinha a dizer.

Que mal eu fiz na vida passada? Perguntou aos céus assim que se deu conta que estava com ciúmes dos dois. Isso era ridículo. O cúmulo do ridículo. Ele tentou disfarçar seu incomodo, mas aparentemente não fui muito sucedido. Sansa notou seu olhar e respondeu com uma carranca de desagrado e um breve rubor. Willas também o notou e apenas sorriu educado em sua direção.

Os dois passaram por eles e Randa caiu na gargalhada.

– Você atingiu um novo nível Harry.

– Do que está falando?

– Então quer dizer que o senhor Willas acabou te fisgando naquela noite? Quem diria, esse homem deve ser bom mesmo. Por acaso a bengala...

– Myranda, pare de dizer essas coisas. – Ele levantou-se ansioso por escapar. – Eu não faço a mínima idéia do que está falando.

– Foi muito óbvio que você agora está afim dos dois. – Ela fez uma expressão de falsa seriedade e se levantou também. – Como sua amiga eu devo lhe alertar sobre sua tendência a perseguir amores sem sentido.

– Eu não vou ficar ouvindo isso.

Ele se virou e saiu andando, porem isso não a impediu de dizer:

– É como eu disse Harry, a tragédia cai bem em você.