Saw your face, heard your name, gotta get with you

Girls like girls like boys do, nothing new

Isn't this why we came? Gotta get with you

Girls like girls like boys do, nothing new

Era uma vez uma garota com muitos problemas.

Ela era bonita de um jeito que ninguém entendia. Seus cabelos eram negros na altura do ombro, seus olhos azuis como safiras e seu sorriso brilhante mesmo nas horas mais escuras. Nas festas na piscina de Mychel Redfort, Sansa costumava sentar-se em uma das espreguiçadeiras e observá-la com atenção. Mya Stone era uma peça única, um exemplar raro.

Ingênua e inteligente. Alegre e triste. Gentil e brava.

Sansa a teria tomado por uma garota interessante com uma vida legal, mas ela aprendeu da maneira mais dura que todo mundo tem um lado feio, uma ferida, uma cicatriz que não mostra a ninguém. Com algum tempo de observação ela aprendeu bastante sobre aquela garota. Mya tinha um péssimo relacionamento com a madrasta, fingia que não se importava com o afastamento do pai e tentava de todas as formas unir seus vários irmãos.

– Está se divertindo?

Ela perguntou se aproximando com uma garrafa na mão. A garota sorriu para ela e Sansa quase acreditou.

– Claro.

Mychel gritou do outro lado com os amigos enquanto virava um copo, ele apontou para Mya e gritou algo que soou próximo com “Minha garota”. Sansa primeiramente não entendeu o motivo de ficar tão incomodada, mas logo se deu conta do que se tratava quando Mya transpareceu estar tão incomodada quanto ela e um sentimento de prazer inundou o seu corpo.

As duas conversaram por alguns minutos até que Myranda Royce se aproximou puxando as duas para dentro da casa. Elas entraram na cozinha ouvindo o tagarelar incessante de Randa sobre um rapaz que estava na festa. Sansa sentou-se junto a Mya no balcão e as duas riram quando a outra garota começou a fazer observações acidas sobre uma garota bonita que tinha chegado junto com Harry Hardyng.

Elas ficaram juntas o resto da festa e quando anoiteceu e seu irmão mais velho apareceu para lhe dar uma carona Mya segurou sua mão e disse:

– Até mais Stark.

– Até Stone.

I've been crossing all the lines, all the lines

Kissed your girls and made you cry, boys

Nas semanas seguintes Sansa fez todo o possível para ficar perto de Mya. Correram no parque juntas, estudaram juntas, riram juntas, foram ao cinema juntas. Gradualmente Mya começou a passar mais tempo com ela do que com o próprio namorado e essa mudança não passou despercebida por Mychel. O rapaz que antes mal aparecia desenvolveu a mania irritante de estar sempre por perto.

Sansa não sabia dizer se ele desconfiava do seu interesse pela a garota ou se ele só ficou preocupado com o fato de que Mya não pareceu mais se importar com os boatos sujos sobre ele que rondavam a vizinhança.

Um dia, quando estavam apenas os três em sua casa, ela e Mya fugiram para o seu quarto no momento em que Mychel caiu no sono no sofá. Sansa ligou a musica e Mya começou a dançar com os olhos fechados encima da cama. Ela ficou apenas observando e pensou que aquilo era a coisa mais bonita que já tinha visto.

– O que foi? – Mya perguntou notando seu olhar.

– Você dança bem. – Comentou subindo na cama.

– Danço nada. – Respondeu ela constrangida. – Minha madrasta disse que eu sou desastrada.

– Cersei Baratheon é tão idiota quanto aquele filho dela.

– Seu namorado?

– Ex-namorado. – Sansa corrigiu e se aproximou colocando as mãos no rosto dela. – Joffrey era um completo idiota.

– Por que você ficou com ele então?

Ela ficou em silencio olhando diretamente para aqueles olhos azuis.

Momentos depois ela respondeu:

– Péssimo gosto. Às vezes você não se apaixona pela a pessoa e sim pelo o que você imagina dela.

Com a ponta do dedo ela colocou uma mexa do cabelo de Mya atrás da sua orelha e as duas riram.

– E como está o seu gosto ultimamente?

– Muito melhor.

Elas ficaram em silencio novamente. Lentamente as testas se tocaram e os narizes roçaram um no outro. Sansa teria pensado em algo para dizer, mas Mya acabou com a pouca distancia e juntou os seus lábios nos dela. O beijo durou alguns segundos, mas foi o suficiente para que uma corrente elétrica passasse por todo o seu corpo fazendo seu coração bater tão forte que poderia perfurar seu peito e pular para fora.

Quando se afastaram Mya estava rindo.

– Uau. – Ela disse.

– É, Uau. – Respondeu.

Depois de mais alguns beijos elas voltaram para a sala.

Mychel continuava dormindo.